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Melhores Práticas

Encontros de Folia de Reis e Pastorinhas . 06 de janeiro

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Vídeo: Folia de Reis no Fim de Ano e Férias Cultural . 2013 . TV Plural

A Folia de Reis conta a história da viagem dos Reis Magos à gruta de Belém. Geralmente dos donos da casa oferecem cachaça, café, biscoitos ou até jantar.

Segundo o grande folclorista Ulisses Passarelli, responsável pela organização dos grupos destes encontros, cerca de trinta Folias de Reis mantinham a tradição no município de São João del-Re, hoje elas já não são tantas, mas estão surgindo novos grupos e vem, aos poucos, fortalecendo os grupos antigos.

Publicações:
Folia de Reis de Mulheres Vila Jardim São José
Folia de Reis de São Gonçalo
Folia de Santos Reis de Barroso
Folia de Reis do Matias
Folia de Reis & Pastorinhas . Ser nobre é ter identidade . Cartilha
Folia de Reis e Pastorinhas . Ser nobre é ter identidade . Atitude Cultural
Folia de Reis . Globo Rural
A tradição da Folia de Reis . Ulisses Passarelli
Folias de Reis festejam a Epifania . Ulisses Passarelli
Folias del reis . Antonio Emilio da Costa
Origem das Folias de Reis . Ulisses Passarelli
Trinta anos de uma Folia . Ulisses Passarelli
Achegas ao estudo das Pastorinhas . Ulisses Passarelli
Pastorinhas em São Tiago . Ulisses Passarelli
Pastorinhas da Vargem de Baixo . Ulisses Passarelli
Pastorinhas do Menino Jesus . Ulisses Passarelli
Folias & Foliões . Ulisses Passarelli
Saga Reiseira . Ulisses Passarelli

Mais informações:
Blog do Ulisses Passarelli . Folclore nas Vertentes

Iepha valoriza tradicionais festejos da Folia de Reis em Minas Gerais
Divulgação/Iepha
Em Itaúna, grupo de músicos acompanha o cortejo da festa
BELO HORIZONTE (04/01/12) - Passadas as festividades de fim de ano, diversos grupos folclóricos já se preparam para outra grande festa em Minas Gerais: a Folia de Reis, comemorada no dia 6 de janeiro. O festejo é uma forma de veneração dos três reis, originários de regiões próximas ao Oriente Médio, que, segundo a crença cristã, se deslocaram ao local de nascimento de Jesus Cristo, guiados por uma estrela, com a intenção de conhecer e homenagear aquele que acreditavam ser o messias.
Melquior, Baltazar e Gaspar presentearam o menino com ouro, incenso e mirra – símbolos de riqueza, respeito e imortalidade. Estudos apontam que o culto aos Reis Magos nasceu na Europa Medieval, em meados do século VI, e foi imortalizado dentro da cultura folclórica não só no velho mundo, mas também na América após as expedições do século XV.
No Brasil, o culto aos reis foi adquirindo características específicas e se transformou na conhecida Folia de Reis. Ao longo do tempo, a confluência dos valores culturais europeus com os costumes locais tornou as folias bastante populares, em função da união de cores e canções, e de características sagradas aliadas a profanas ou pagãs.
Em Minas Gerais, a tradição está fortemente presente em todas as regiões. Levantamentos feitos pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) mostram que as Folias de Reis são realizadas em centenas de municípios mineiros, sendo que oito cidades – Alterosa, Belmiro Braga, Betim, Casa Grande, João Pinheiro, Matias Barbosa, Nova Resende e Patos de Minas – já registraram a manifestação, reconhecendo suas Folias de Reis como Patrimônio Cultural Imaterial dos municípios. Muitas outras cidades também já realizaram o inventário da manifestação.
Vinculado ao Sistema Estadual de Cultura, o Iepha-MG realiza a pesquisa de base histórica e o monitoramento contínuo de inúmeras expressões culturais em todo o Estado. Segundo o gerente de Patrimônio Imaterial, Luis Gustavo Molinari Mundim, o órgão tem planos, inclusive, de realizar futuramente um grande estudo, inventariando as folias mineiras para que toda esta tradição cultural possa ser conhecida mais a fundo. “As Folias de Reis são um traço característico da cultura mineira. Na verdade, este tipo de manifestação está presente em todo o Brasil, mas em Minas a ligação identitária é muito forte. Então, reconhecer, valorizar e salvaguardar essas expressões é uma importante forma de buscarmos manter uma das faces da identidade cultural do nosso Estado”, explica Molinari.
Um indicativo de que as folias são símbolo de identidade e tradição para diversas comunidades: em Betim – uma das cidades em que a manifestação já é patrimônio registrado –, a Folia de Reis Santo Afonso se reúne há mais de 100 anos. Tem à frente Osmar Gonçalves Dinis, 71 anos, que desde muito pequeno participa da festa. “Meu bisavô foi um dos fundadores do grupo e pra mim é muito importante manter essa tradição de devoção aos reis. Toda a minha família tem muita fé e, por isso, não deixamos que a folia se acabe”, revela.

O festejo
A festa começa com a chegada da corte (rei, rainha, pajem, alferes, mordomos, palhaços, fidalgos e capitão), com o menino Jesus nos braços. O grupo vai de casa em casa tocando tambores, violas e pandeiros, e entoando canções tradicionais. Adereços, como o estandarte, com a imagem do Divino Espírito Santo, representado por uma pomba, fitas coloridas e uma coroa também fazem parte da festa e são conduzidos pelo pajem do grupo. A Folia de Reis se desloca visitando as casas e cabe à dona da residência oferecer alimentos e bebidas aos foliões e aos que os seguem.
É função do palhaço arrecadar donativos para distribuição a comunidades carentes. O mascarado, dentro de casa ou mesmo no terreiro, dança a mazurca, o samba, a valsa ou a chula e faz versos para a plateia e para os donos da casa. Nos versos, que na maioria das vezes são improvisados, o palhaço pode contar sua história, sua função na folia, falar sobre futebol, notícias de jornal, ecologia, entre outras coisas. Esses versos são utilizados como uma brincadeira para recolher o dinheiro oferecido pelo público.
Exemplos claros dessa tradição em terras mineiras são Raimundo José da Costa, 79 anos, de Itaúna, que participa da Folia de Reis Padre Eustáquio desde os 7 anos, e Ailton José Furtado, 65 anos, de Ibiá, que é capitão e fundador da Folia Três Reis e participa da festa há 23 anos. “É uma emoção muito grande participar da folia, primeiro porque eu gosto muito de toda a festa e, segundo, porque é muito importante manter a tradição dos reis magos”, afirma Raimundo que, atualmente, é responsável pelos versos e trovas que garantem as doações.
Em Ibiá, a folia é tão importante que foi criada a Nova Associação de Folias de Reis de Ibiá. “Nós nos reunimos em uma grande festa, sempre no primeiro domingo de agosto, junto com outros grupos da cidade e da região. Só em 2011 foram 22 folias participantes”, relata Ailton.

Fonte: Agência Minas 

Histórico

A maior festa de características folclóricas do Ciclo natalino é a de Reis, de 6 de janeiro. A Folia de Santos Reis ou Reisado, ou simplesmente Folia de Reis, é um folguedo popular tradicional. O termo folguedo é aqui tomado no sentido de uma representação teatral, cênica: o auto popular o teatro do povo. O primeiro auto de que se tem notícia é o “Auto de los Reys Magos”
Possivelmente no fim do século XI ou XII, escrito na Espanha onde, durante a Idade Média, surgiram as obras dramáticas de fundo religioso. Todo folguedo tradicional é de fundo religioso.
A folia de Santos Reis é um ato religioso, sagrado e, ao mesmo tempo, folclórico, porque não é oficial da Igreja, não faz parte de sua liturgia. É a história oficial da Igreja contada à luz da cultura popular tradicional – a pedagogia da experiência, como diz Edimilson de Almeida Pereira. A Folia de Reis chegou ao Brasil com os portugueses na era colonial e espalhou-se por todas as regiões brasileiras.
Pastorinhas ou lapinhas são pastoris da noite de natal, figuras tradicionais em muitos lugares que ainda mantém as nossas reízes culturais. Vestidas de pastoras com seus chapéus de palha enfeitados, de blusas brancas e sainhas de xadrez ou todas de branco, as pastorinhas cantam suas melodias alusivas ao evento, criando assim uma ótima oportunidade para a população apreciar e prestigiar essa tradição folclórica registrada em São João del-Rei desde a segunda metado do séc XIX.
Desde o ano de 2003 acontecem os Encontros no dia 06 de janeiro no Programa sócio-cultural do Largo São Francisco em São João del-Rei, Minas Gerais, Brasil.

Produção

2003 a 2005: Nac - Núcleo de Assessoria Cultural
a partir de 2005: Atitude Cultural

Coordenação

2003 a 2005: Alzira Agostini Haddad . Suely Franco
a partir de 2005: Alzira Agostini Haddad
Equipe de apoio: Suely  Agostini , Eliane A. Monteiro, Ligia e Laís Agostini Silveira

Responsável pela organização dos grupos nos Encontros de Folia de Reis: Ulisses Passarelli

Patrocínio

Cemig . Governo do Estado . Patrocinadora desde o primeiro encontro e a partir de 2008, a patrocinadora oficial
Banco do Brasil (em 2007)
Cif - Companhia Industrial Fluminense(até 2007)

Parceiros

Ministério da Cultura . Lei de Incentivo Federal

Apoio local:
Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis
11° Batalhão de Infantaria e Montanha de SJDR
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Trilha dos Inconfidentes
Prefeitura Municipal de São João del-Rei
BS Projetos e Consultoria
CMPPC- Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural de SJDR

Veja também
Folia de Reis . Globo Rural

Mais informações
 
17º Encontro de Folias da Capelinha
01/02/2016 . Por Ulisses Passareli/Tradições Populares das Vertentes

Ontem, 31 de janeiro, domingo de sol inclemente, na tradicional Capelinha, oficialmente Mercês de Água Limpa, distrito de São Tiago/MG, realizou-se o 17º Encontro de Folias, coroado de êxito pela excelente organização, grande número de folias de Reis, folias de São Sebastião e até uma folia do Divino, além da ampla assistência que prestigiou o evento do começo ao fim. 
 
O evento comprovou mais uma vez solidez e confiabilidade. Este sucesso deve-se em parte à fama que Capelinha goza de ter tido sempre folias de alta qualidade musical, aliás, como também acontece com localidade rurais vizinhas (Coqueiros, Bananal, Capão das Flores, Manteiga...); outro tanto compete à receptividade do povo do lugar, amante das folias, hospitaleiro; tanto mais à equipe organizadora do encontro, dedicada aos afazeres, e, indubitavelmente à experiente coordenação de Jorge Geraldo Canaan, em geral conhecido por "Jorginho", que não mede esforços para promover o encontro com todo esmero e respeito aos grupos. Portador de perene simpatia, Jorginho recepciona foliões e folieiros em pleno espírito fraternal, deixando todos os grupos muito à vontade no encontro.
 
A percepção desta realidade não é mera reflexão desta página, mas parece que veio pronta nos versos cantados pelo folião de Passa Tempo:
 
"Se não fosse essa união,
essa festa não saía..."
 
Os grupos visitantes chegaram pela manhã, recebendo o tradicional café com pão e quitandas; na sequência visitaram a comunidade, cantando pelas ruas afora, residências, estabelecimentos comerciais, igrejas. Depois se recolheram para o almoço carregado da delícia do tempero mineiro. Na parte da tarde se concentraram na praça para as apresentações no palco, sempre enaltecidas por palmas e palavras de valorização do locutor. Os grupos ao cantar se despedem, mas nem todos se vão, permanecendo para assistir as outras apresentações. O largo esteve lotado, todos aglomerados à sombra de árvores e casario. 
 
Muitas folias estiveram presentes ao encontro, vindas do próprio município e ainda de Coqueiros (Nazareno), São João del-Rei, Ritápolis, Resende Costa, Desterro de Entre Rios, Passa Tempo, Oliveira, Carmo da Mata, Itaguara, Bom Sucesso, Santo Antônio do Amparo, Lavras. Ou seja: do Campo das Vertentes e do Oeste de Minas, como numa circunferência tendo Capelinha por fulcro, a maioria dos municípios circunvizinhos mandaram representações, por vezes mais de uma. 
 
Positivamente foi possível observar uma boa quantidade de jovens participando como palhaços de folia (bastião, marungo), esperança de futuro. 
 
No mais é o olhar perscrutando a participação popular: em cada esquina pessoas em bate-papo dialogam com alegria; alguns senhores se animam com uma folia de ritmo mais agitado e esboçam passos de dança; um pai passa de mãos dadas com um filho saltitante _ em seu rosto uma máscara de papelão imita a dos bastiões _ uma senhora retoca o batom sentada na beira da calçada observando-se pelo espelho que enfeita seu chapéu de folieira; um tocador de cavaquinho aproveita o intervalo para enrolar um cigarro de palha; crianças correm para lá e para cá, bebendo refrigerante e chupando picolé; o comércio fatura seu extra, vendendo para os visitantes; gente curiosa se achega comentando o canto da anunciação que um embaixador fez com grande fundamento, ou louvores ao mártir São Sebastião entoados por outro com maestria; alguém num canto da praça rememora com seu compadre os tempos de criança, quando a fazenda de seu pai recebia as folias pondo em alvoroço os moradores; cavaleiros passam pela praça, perneira e chapéu de aba larga compõe sua figura; uma folia canta para os Reis no presépio da igreja e devotos assistem atentos; uma dona joga farelo de fubá na calçada e os pássaros descem para granjear, amarelando o passeio; outras folias trocam convites para um próximo encontro... intercâmbios... amizades... aprendizado... esperanças de um retorno no ano vindouro: 
 
"A bandeira vai embora
a saudade vai ficando;
se Deus me permitir
voltarei no outro ano..."
(Folia de Reis de Passa Tempo/MG)
 
Bastião da Folia do povoado do Manteiga,
São Tiago. 
 
Marungo de uma folia de Santo Antônio do Amparo. 
 
Marungos de Lavras, da folia
"Estrela do Amanhã". 
 
Cartaz do encontro afixado no interior de um
estabelecimento comercial do lugar. 
  
Folia de Desterro de Entre Rios, observando-se os participantes
figurando os Reis Magos. 
 
Equipe da cozinha beija a bandeira da Folia de Reis de
São João del-Rei, do Bairro Bom Pastor. É ritual típico do
agradecimento do alimento dado às folias. 

Igreja de Nossa Senhora das Mercês, a padroeira de Mercês de Água Limpa. 

Jorginho Canaan recepciona membros da folia
 de Desterro de Entre Rios. 
  
Na sombra da árvore se aglomeram para assistir às apresentações. 

Palco do encontro no momento da apresentação da folia
 "Nossa Senhora da Penha de França", de Resende Costa. 
  
O marungo faz brincadeiras adiante da folia
de Santo Antônio do Amparo. 

Uma das folias da cidade de São Tiago. 
 
Canários comendo farelo de fubá na praça da igreja. 

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