São João del Rei Transparente

Publicações

Tipo: Artigos / Cartilhas / Livros / Teses e Monografias / Pesquisas / Personagens Urbanos / Diversos

Escopo: Local / Global

 

Ser nobre é ter identidade, qual é a nossa identidade? A história e seus personagens . Livro virtual coletivo em aberto/São João del-Rei e região

Descrição

Personalidades são-joanenses
São joanenses que se destacaram e se destacam no cenário nacional e internacional
A presença italiana em São João del-Rei e Minas Gerais
A Presença Sírio-libanesa em São João del-Rei
Museu da Pessoa SP

Infância
Carlos Drummond de Andrade

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo
Minha mãe ficava sentada cosendo. Meu irmão pequeno dormia
Eu sozinho menino entre mangueiras lia a história de Robinson Crusoé, comprida história que não acaba mais

No meio-dia branco de luz
uma voz que aprendeu a ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu, chamava para o café
Café preto que nem a preta velha, café gostoso, café bom

Minha mãe ficava sentada cosendo olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino
Para o berço onde pousou um mosquito
E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda
E eu não sabia que minha história era mais bonita que a de Robinson Crusoé

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Genealogia interativa

Muitas pessoas nos escrevem solicitando informações de familiares, nos contando suas histórias, indagando se ainda vivem em São João del-Rei, se conhecemos algum parente etc. Temos várias perguntas sobre os nossos antepassados. Sabemos que muitos imigrantes, pelas situações difíceis que vivenciaram, pela saudade, pelas dificuldades do idioma entre outros motivos, não falavam muito do passado, do país e da vida que tinham antes da ruptura com o seu povo. Daí muitos silêncios protetivos nos privaram de conhecer a saga, os labirintos, a história de nossas famílias. De minha parte, gostaria muito de saber mais sobre as minhas famílias: Agostini, Miranda e Haddad, seguiremos pesquisando.

Um livro virtual interativo pode gerar memórias e atitudes em todos nós, rastros de vínculos que possibilitem redirecionamentos, resgates, distanciamentos saudáveis ou o melhor: relacionamentos mais enriquecidos. Certamente teremos muitas surpresas e lembranças daqueles que criaram suas famílias com tanto esforço e dedicação, outros com histórias amargas - que nos aproximam do que queremos nos afastar, do que devemos militar para que não se repita e não continue a assombrar as nossas vidas e memórias. Histórias vividas como nos romances de Guimarães Rosa, de Carlos Drummond e tantos outros: sensibilidade, delicadeza, dureza, dificuldades - administradas ora com nobreza e dignidade, ora com omissão e submissão, ora com coragem exemplar. Nossa origem, italianos e outras nacionalidades descendentes que somos, resultam de batalhas árduas de sobrevivência, de privações e também muitas alegrias e celebrações. Dificuldades bravamente enfrentadas, vencidas ou não - que nos lembram Sartre: o que importa não é aquilo que nos fizeram, mas aquilo que eu fiz com o que nos fizeram. É sempre bom trocar dados e imagens para continuar enriquecendo as nossas preciosas histórias; os filmes mais preciosos geralmente retratam a vida de verdade.

A inspiração para escrever nos rodeia e acontece quando a gente respira fundo e devagar, se permitindo a sentir saudades, tristezas, alegrias e afetos, ainda que longínquos e nem sempre tão compreensíveis. Lembrar, pensar e buscar na memória alguma lógica - se existe, de tudo que vivemos e aprendemos, mesmo que doa aqui ou ali, é sempre um caminho e uma missão a seguir. A nossa história nos ensina a conhecer e entender melhor a vida, as pessoas e o poder do livre arbítrio. Sopra nos nossos ouvidos onde um terreno pode ser mais pantanoso ou mais promissor e gratificante - arrisca palpites, preveni, consola e lembra o tempo todo o quanto é bom juntar forças, o quanto é preciosa e abençoada a nobreza dos relacionamentos generosos e gentis.
Compartilhe as histórias e origens de suas famílias também! 

Alzira Agostini Haddad

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GONTIJO: ORIGEM DO NOME DE FAMÍLIA
Carlos Alberto da Silva Santos Braga | Contato: carlosbraga1962@gmail.com

Sou natural da cidade de Bom Despacho, Estado de Minas Gerais, no Brasil e residi na cidade de Braga, Portugal no período de fevereiro de 2016 a outubro de 2022, oportunidade em que fiz uma pesquisa sobre a História da Família Braga da Silva. A história da construção do nome e a cidade de Bom Despacho no Estado de Minas Gerais no Brasil, (BRAGA, 2023).

Na referida história relato sobre os topônimos – ou seja, tem origem num nome geográfico, refere-se a um lugar – e os antropônimos – ou seja, é um nome próprio ou nome de batismo, como os nomes ligados à minha família: Rodrigues, Braga, Silva, Couto e Freitas. Viajando pela Península Ibérica, me debrucei sobretudo na história das cidades da Galícia Romana: Braga, Astorga e Lugo e as dimensões das fronteiras daquelas possessões Romanas resultantes do processo de urbanização e criação das cidades citadas que ocorreram nos anos de 16-15 a.C. O curso d`água principal naquela região, que foi de domínio romano, é o Rio Minho, cuja nascente é num pedregal de rochas glaciares denominado de Pedregal de Irimia, na Serra da Meira no Concelho homônimo, naquela parte da Galícia, na Espanha, (BRAGA, 2022). A fronteira sul da Galícia Romana com a Lusitânia vai ser o Rio Douro, (CORREIA, 2020). O idioma oficial da Galicia é o galego, há uma obra do linguista Fernando Venâncio, intitulada: Assim Nasceu uma Língua, onde de forma suave narra o nascimento da língua portuguesa a partir da junção de múltiplas influências – dos celtas aos árabes, passando pelo alemão, indo mais longe ao pôr o português como descendente direto do galego e não o latim. Na convivência com a língua portuguesa, em Portugal e nos países de língua oficial portuguesa, com independência tardia, podemos perceber a sonoridade da língua e a sua entonação própria como a ênfase germânica – seca, diferentemente de nós brasileiros, onde a entonação é mais próxima do francês – mais arrastada, o que nos leva, em alguns casos, à não compreensão adequada do que se está falando.

Historicamente a proximidade entre os povos da Galícia Romana, sejam em Portugal ou na Espanha, vai subsistir mesmo com o fim da ocupação romana e ter continuidade com a ocupação dos Suevos e Visigodos, povos germânicos, que influenciaram na língua e na formação das características físicas dos povos. Ainda hoje, quando se refere à uma pessoa branca, de cabelos claros e olhos claros, se diz que é um Galego. Os conselhos de Braga em 561 e 572 fornecem muitos detalhes sobre a Igreja durante a presença Sueva. O terceiro concílio de Braga em 675 e o décimo Concílio de Toledo (656) iluminam a ação da Igreja no Reino Visigótico hispânico após a conquista dos Suevos em 585. Para além do fim do Reino Suevo em 585, a Igreja continuou com muito vigor sob os visigodos. (DIAZ, 2011 apud FERRERO, 20--) A Hispânia era toda a região onde hoje conhecemos como Península Ibérica, o que ocorreu a partir da reconquista da península por Caio Júlio César Augusto no ano 38 a.C., foi a divisão em várias províncias e a parte noroeste recebeu o nome de Galécia Romana, (CORREIA, 2020). Posteriormente com a expansão do cristianismo, o Arcebispado Primaz da Hispânia, se estabelece na cidade de Braga em Portugal, onde se mantém até os dias de hoje. Sendo o seu Arcebispo, na época do Couto de Braga, Senhor da diocese Primaz da Hispânia, (SOARES, 2011, p. 539). Uma das características do idioma Galego é a não utilização da letra “J”, que vai ser substituída pela letra “X”, assim a grafia da palavra hoje, é hoxe, de José, é Xosé, de Javier, é Xavier – daí deriva o nome de família do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, nome que se mantém no português, haja visto a Galícia, como formação histórica ser um território cujas fronteiras eram o rio Douro.

Não apenas a grafia com a letra “J”, em Justiça, grafada com Xustiça, vai ser substituída pela letra “X”, acontece também com as palavras escritas com a letra “G” e com o som de “J”, como em Gerais, que se escreve Xerais. De forma cômica na grafia de Gente, se escreve Xente, Oh Xente!. Ou ainda, Girar, que se escreve Xirar. Em viagens pela Espanha, em locais onde não se fala o Galego, a Prefeitura, no Brasil, cujo homônimo em Portugal é Câmara Municipal, é conhecida como Junta e na Galícia como Xunta, o Diário Oficial da Galícia é produzido pela Xunta de Galicia, (XUNTA DE GALICIA, 2023). Toda essa narrativa se tornou obrigatória para esclarecer um dado sobre a origem de um nome de família muito comum na minha cidade, esse nome tem uma relação de muitas memórias de infância, pois emprestava o nome à uma fazenda aonde sempre ia nas minhas férias escolares, que está situada quase no centro da cidade de Bom Despacho e na entrada de um bairro, conhecido como vila e com o mesmo nome. É o nome Gontijo. Algumas pessoas dizem que é um nome de família com origem geográfica proveniente da Espanha, inclusive, uma obra publicada como Dicionário das Famílias Brasileiras, o diz. Outros o mencionam como origem na cidade de Braga, Portugal na Freguesia de São Victor e outros ainda, mencionam um local chamado Dume, em Braga, Portugal. Sem nos ocuparmos dos nomes das primeiras pessoas a utilizarem o nome de Família Gontijo, vamos nos ater ao essencial, que se manifesta em afirmar sobre a origem geográfica do nome Gontijo.

Para quem não teve a oportunidade de conhecer adequadamente a Galícia e a história da formação daquele território a partir dos aspectos econômicos, políticos, sociais e religiosos, é muito fácil correlacionar a utilização do termo galego e hispânia como sendo apenas território espanhol. Não o é, a sede do Arcebispado Primaz da Hispânia é em Braga, Portugal, desde tempos Galécios, (ARQUIDIOCESE DE BRAGA, 20--). A correlação galega e hispânia ao território apenas da Espanha é tão errônea como a correlação País Basco e apenas o território da Espanha, quando na verdade o País Basco tem seus limites dentro do território espanhol e do território francês, (PEDRERO-SÁNCHEZ) 2000). Saint Jean de Luz, na França, é a cidade natal de Maurice Ravel e está no País Basco, assim como Biarritz, a cidade onde a realeza francesa passava as férias de verão. Em ambos os países as informações públicas – ruas, avenidas, prédios públicos – estão grafadas no idioma basco e no idioma do país. Os povos mais antigos se reconheciam como galegos e na nossa cidade de Bom Despacho, quando nos referimos aos mais claros, loiros e de olhos claros, os chamamos de galegos. Braga, por ser a sede da Administração Romana na Galícia, continuou sendo a sede da ocupação Sueva e Visigoda, há uma festa em Braga, na Freguesia de Dume, que à semelhança do evento organizado pela Câmara Municipal de Braga conhecido como “Braga Romana”, onde anualmente revive os tempos da antiquíssima e importante cidade de Bracara Augusta, com a colaboração da União de Freguesias de Real, Dume e Semelhe e de outras instituições dumienses, a Associação Cultural e Recreativa de Dume, resolveu recriar a vida e cultura de um povo pouco conhecido – os Suevos – que em Dume construiu uma grande basílica, divulgar a sua história, ainda envolta em grande mistério e a do grande S. Martinho de Dume, bispo de Dume e Arcebispo de Braga, justamente conhecido como apóstolo desse povo e responsável maior pela sua conversão do arianismo ao catolicismo, (PEDRAS, 2023).

Ao citar a festa que revive a memória Sueva e a importância da Igreja Católica em Dume, uma Diocese que se encontra a menos de três quilômetros da Arquidiocese de Braga e que possui um Bispo, (ARQUIDIOCESE DE BRAGA, 2022), vamos abordar um outro ponto do nome de Família Gontijo. O topônimo Dume, naquele local existe um lugar denominado Paragem do Gontijo, com a Rua do Gontijo e a Travessa do Gontijo. Os Transportes Urbanos de Braga, uma Empresa Pública Municipal, com a sua gênese na criação dos Transportes Coletivos de Braga possui uma linha de ônibus com a numeração 95, que liga o Minho Center ao Shopping Nova Arcada, tendo a citada linha um ponto de parada denominado Paragem Gontijo na Rua do Gontijo, em Dume, Braga, próximo à Travessa do Gontijo (CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA, 20--).

Pesquisando o nome Gontijo nas estruturas dos Correios de Portugal, vamos encontrar três citações, uma Rua Gontijo na Freguesia de Darque, no Distrito de Viana do Castelo, e duas na Freguesia de Dume, no Distrito de Braga – Rua do Gontijo e Travessa do Gontijo, sendo que a distância entre as duas freguesias é de aproximadamente 33 quilômetros em via reta e 51 quilômetros por via rodoviária (CÓDIGO POSTAL, 20--). Na estrutura dos Correios da Espanha, a pesquisa não apresenta resultados, utilizando-se as expressões: calle, carretera, rua, rúa, plaza, ou ainda, avenida, antes dos nomes Gontijo ou Gontixo (CORREOS DE ESPAÑA, 20--) Assim, mesmo que algumas pessoas digam que o nome de família Gontijo tem a origem geográfica proveniente da Espanha e que há uma obra publicada como Dicionário das Famílias Brasileiras, o dizendo, isso não é verdade – na Galícia não se usa a letra “J”, a grafia de Gontijo, caso fosse nativo da Galícia, seria Gontixo. As palavras Gontijo e Gontixo não existem no dicionário de Galego, (REAL ACADEMIA GALEGA, 20--) e nem mesmo no dicionário de Espanhol, (REAL ACADEMIA ESPAÑOLA, 2022) e nem tampouco em qualquer ferramenta de busca relativa aos nomes de família na Espanha, sejam públicas ou privadas.

Uma matéria online intitulada “Lista mostra 5 mil sobrenomes que podem pedir cidadania na Espanha; o seu está nela?” hospedada no site infomoney.com.br, abordava um projeto de lei que, à época, tinha a intenção de devolver a cidadania a todos os descendentes de judeus sefarditas, grupo que foi expulso do país em 1492. Verificou-se que a lista não era do Governo da Espanha, no entanto, independentemente de ser ou não uma lista oficial, inexistem os nomes Gontijo ou Gontixo na citada lista (MORENO, 2014). No Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Portugal, sobre o nome Gontijo, figuram dois registros – nos anos de 1763 e de 1957 – os demais nomes citados anteriormente – Braga, Couto, Rodrigues, Freitas e Silva - são recorrentes naquele arquivo (ARQUIVO NACIONAL DA TORRE DO TOMBO, 2022). Da mesma forma na estrutura de registros civis de Portugal, onde há uma lista com os nomes que se podem registrar naquele País, inexiste o nome Gontijo, como nome próprio (REPÚBLICA PORTUGUESA, 20--), inexistindo uma lista com os nomes de famílias. Consultando o Dicionário da Academia de Ciências de Lisboa, na versão online, temos que os nomes: Braga é um topônimo e ao mesmo tempo antropônimo; Couto é um topônimo e ao mesmo tempo antropônimo, Rodrigues é um antropônimo; Freitas é um antropônimo; e Silva é um antropônimo. Já Gontijo não existe, nem como antropônimo e nem mesmo como topônimo (ACADEMIA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA, 20--).

Em determinada publicação, consta que a Família Gontijo era nobre e possuía um Brasão de Armas, verificando a produção de Anselmo Braamcamp Freire, intelectual e erudito como investigador e escritor de extensas e belas obras, que incidem no campo da história, genealogia, arqueologia e heráldica, tendo fundado a Revista “Archivo Historico Portuguez” com Dom José Pessanha e publicado no período de 1903-1916, vários artigos de sua autoria, vamos encontrar, dentre as suas obras de maior relevo, uma obra que se destaca e que aborda os Brasões da Sala de Sintra, em três volumes (CÂMARA MUNICIPAL DE SANTARÉM, 2017). Nas citadas obras não existem qualquer menção à existência de um Brasão de Armas da Família Gontijo e nem mesmo o nome Gontijo é citado pelos Reis de Armas (FREIRE, 1921), (FREIRE, 1927), e (FREIRE, 1930).

Gontijo é um nome de Família que se refere ao topônimo, do tempo em que Braga fazia parte da Galícia, está relacionado a um local, onde existe a Paragem do Gontijo, com rua e travessa homônimas. É, sim, um nome de Família com origem na cidade de Braga, Portugal, não sendo um patronímico, pois mesmo que o primeiro patriarca o tenha usado, como nome de família, não se refere à pessoa e sim ao lugar, por isso é um topônimo e ao mesmo tempo um antropônimo, com origem na Freguesia de Dume, em Braga, Portugal. O objetivo do texto é apenas para comprovar a origem do nome de Família Gontijo, um topônimo e ao mesmo tempo antropônimo com origem na Freguesia de Dume, no município de Braga em Portugal, muito provavelmente incorporado para reforçar a origem familiar, assim como o foi para a família Rodrigues, que em Bom Despacho incorpora o topônimo Braga.

Caso tenha interesse em aprofundar sobre o tema e descobrir como se dá o processo da construção de um nome a obra intitulada: História da Família Braga da Silva. A história da construção do nome e a cidade de Bom Despacho no Estado de Minas Gerais no Brasil, disponível online, possui muitas informações históricas sobre as condicionantes do abrasileiramento das famílias e a propriedade das terras.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACADEMIA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA. Vocabulário ortográfico da língua portuguesa. [Em linha]. [Publicado 2023]. [Consult. 24.04.2023]. Disponível na Internet: .
ARQUIDIOCESE DE BRAGA. História. [Em linha]. [Consult. 20.03.2023]. Disponível na Internet: braga.pt)>.
ARQUIDIOCESE DE BRAGA. História. [Em linha]. [Publicado 07.10.2022]. [Consult. 22.04.2023]. Disponível na Internet:.
ARQUIVO NACIONAL DA TORRE DO TOMBO. Genealogia. [Em linha]. [Atualizado em 13.02.2022]. [Consult. 21.03.2023]. Disponível na Internet: .
BARATA, Carlos Eduardo Almeida; BUENO, Antônio Henrique da Cunha. Dicionário das Famílias Brasileiras. Brasília, 2000.
BRAGA, Carlos Alberto da Silva Santos. Forma de datação Anno Domini em Portugal. [Em linha]. [Publicado em 15.08.2022]. [Consult. 20.03.2023]. Disponível na Internet: .
BRAGA, Carlos Alberto da Silva Santos. Família Braga da Silva: a história da construção do nome e a cidade de Bom Despacho no Estado de Minas Gerais no Brasil. Bom Despacho - MG: edição do autor, 2023. 75 p. il.
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CÂMARA MUNICIPAL DE SANTARÉM. ANSELMO BRAAMCAMP FREIRE – Biografia/Bibliografia. [Em linha]. [Publicado em 23.02.2017]. [Consult. 24.04.2023]. Disponível na Internet: .
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CORREOS DE ESPAÑA. Buscador Códigos Postales. [Em linha]. [Publicado em 20--]. [Consult. 24.04.2023]. Disponível na Internet:
CULTURA CASTREJA: IDENTIDADE E TRANSIÇÕES. número 1. 2020, Santa Maria da Feira - Portugal. Atas do Congresso Internacional Cultura Castreja: Identidade e Transições Volumes Vol. I e II. Santa Maria da Feira. Impressão Gráfica Lda, 2020. vol. II. [Em linha]. [Publicado em 20--]. [Consult. 21.04.2023]. Disponível na Internet: .DÍAZ, Pablo C. El Reino Suevo (411‐585). Madrid: Ediciones Akal, 2011. 302 p. il.
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FREIRE, Anselmo Braamcamp. Livro Primeiro dos Brasões da Sala de Sintra. Coimbra. Ed. Universidade de Coimbra. 1921, 626 p. [Em linha]. [Consult. 24.04.2023]. Disponível na Internet:
FREIRE, Anselmo Braamcamp. Livro Segundo dos Brasões da Sala de Sintra. Coimbra. Ed. Universidade de Coimbra. 1927, 524 p. [Em linha]. [Consult. 24.04.2023]. Disponível na Internet: .
FREIRE, Anselmo Braamcamp. Livro Terceiro dos Brasões da Sala de Sintra. Coimbra. Ed. Universidade de Coimbra. 1930, 514 p. [Em linha]. [Consult. 24.04.2023]. Disponível na Internet: .
MORENO, Felipe. Lista mostra 5 mil sobrenomes que podem pedir cidadania na Espanha; o seu está nela? [Em linha]. [Publicado em 25.03.2014]. [Consult. 23.04.2023]. Disponível na Internet: .
PEDRAS, Antônio Brochado. Dume, capital sueva: um desafio oportuno. [Em linha]. [Publicado em 31.03.2023]. [Consult. 22.04.2023]. Disponível na Internet: .
PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da idade média: textos e testemunhas. Editora UNESP, 2000. 347 p. REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. Dicionario. [Em linha]. [Publicado em 20--]. [Atualizado em 2022]. [Consult. 22.04.2023]. Disponível na Internet: .
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REPÚBLICA PORTUGUESA. Instituto do Registo e do Notariado - Regras para a composição do nome. [Em linha]. [Publicado em 20---]. [Consult. 20.03.2023]. Disponível na Internet: .
SOARES, Nair de Nazaré Castro. O Arcebispo de Braga D. Diogo de Sousa “Príncipe Umanizzato” do renascimento e o seu projecto educativo moderno. Revista Humanitas n. 63, 2011, p. 527-561 [Em linha]. [Publicado em 2011]. [Consult. 20.03.2023]. Disponível na Internet: .
VENÂNCIO, Fernando. Assim nasceu uma língua. Lisboa. Guerra & Paz. 2019. 312 p.
XUNTA DE GALICIA. DOG Diario Oficial de Galicia, núm. 77 Venres, 21 de abril de 2023 Páx. 24537. [Em linha]. [Publicado em 21.04.2023]. [Consult. 21.04.2023]. Disponível na Internet: .

Colaboração: Carlos Alberto da Silva Santos Braga | Contato: carlosbraga1962@gmail.com

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Família Vicentini

Meu nome é Jovita Vicentini Giarola, eu nasci na Colônia do Marçal no dia 15 de fevereiro de 1913. Meus pais se chamavam Alberto Vicentini e Josefina Vicentini e meus avós por parte de pai se chamavam Erso Vicentini e Madalena Vicentini Bonci e por parte de mãe se chamavam Pedro Giarola e Dileta Giarola.

Origem/Família

Minha família é de origem italiana. Meus avós vieram no final do século passado para São João del Rei e meus pais nasceram no Brasil. Papai e mamãe tiveram três homens e três mulheres. Minha família veio de Nápoles, somos italianos legítimos. Quando meu avô paterno estava vindo no navio com sua mulher e filha aconteceu uma desgraça Sua mulher pegou febre tifo no caminho da Itália para o Brasil e ficou muitos dias mal. Tomou remédios mas não adiantou e morreu. Como estava muito longe de seu destino seu corpo teve que ser jogado ao mar. Chegando ao Brasil já com uma filha nos braços lembrou-se de uma antiga namorada que residia ainda na Itália. E então escreveu uma carta para ela pedindo- a em casamento, então ela se casou com um homem na Itália por procuração e ele se casou aqui no Brasil também por procuração, já que ela não podia vir para o Brasil ainda solteira. Foi dessa união que nasceu a minha mãe. Aqui em São João del Rei, os italianos foram muito bem tratados, ganharam lotes, mas em alguns lugares havia mais areia do que terra. Eles trabalhavam para os donos de terra, plantando cana, café e outras coisas. Na minha casa as tarefas eram divididas e cada um fazia um serviço. Meu pai eram pedreiro e minha mãe era verdureira. Na nossa casa quem tinha mais autoridade era meu pai. Meu pai era muito bom me levava em festinhas, casamentos, minha mãe era mais caseira. Quando íamos aos bailes, papai ia junto para vigiar.Eu gostava muito da minha casa e lá vivíamos muito bem e também relacionava muito bem com meus irmos e com meus amigos.

Educação / Religião

Eu estudei até os l0 anos, porque eu tive de ajudar a minha mãe nas tarefas do lar. Para ir ate a escola era muito cansativo, mas íamos todos os dias alegres. Íamos a pé até as Águas Santas que ficava bem longe da nossa casa. Na minha infância meu sonho era crescer e constituir família. Quanto a minha educação religiosa, eu sou católica. Além disso eu brincava de roda, dançava e me divertia muito com meus irmãos e amigos. Depois que saia da aula trabalhava de varias formas. De início tomava conta de meus irmãos para que meus pais pudessem trabalhar. Depois de um tempo fui trabalhar na roça mais também já trabalhei de faxineira na minha casa, cheguei a ajudar meus pais nas construções, carregando tijolos e água. Fazia isto por obrigação para ajudar meus pais e porque era a filha mais velha. A casa de meus pais e de minha infância foi construída com adobe, foi meu pai quem a construiu. A casa era velha e tinha muitos cômodos mais ou menos dez, a casa existe ainda. Ela se localiza na subida das Águas Santas e atualmente sofreu reformas na mão dos novos donos, mas ainda mantêm a mesma fachada e o mesmo estilo.

Vida de casada

Ao me casar fiquei ao mesmo tempo alegre e triste pois ia me separar de meus pais, e eu gostava muito da casa de meus pais e senti muito por ter saído de lá porque tinha ótimas lembranças da casa de meus pais. O meu namoro foi muito bom, porque sempre tive muito juízo e o meu casamento também foi bom, eu fazia as mesmas coisas de antes, plantava, colhia e arrumava tudo. Toda a vida tive horta e ajudava meu marido nestas atividades. Nunca faltou nada dentro de casa toda a vida tive de tudo, e trabalhava muito na roça, tive um filho por ano. O trabalho era dividido. As mais velhas trabalhavam comigo na roça e quem cuidava das crianças menores era a Zizi e a Lourdes. Quando eu ia para a roça às vezes levava as crianças menores, elas não trabalhavam só faziam arte. Minha vida foi apertada, lutei muito para chegar aonde estou, graças a Deus estou bem. As compras eram feitas por meu marido Guilherme Giarola que ia a cidade e comprava tudo o que precisava. No meu casamentos eu tive 14 filhos, Vevete. Zeca, Dinho, Cilola, Lourdes, Zizi, Neide, Paula, Quica, Walter, Maria, Vicente e Conceição sendo que a primeira morreu ainda pequena. Criei meus filhos à vontade com a família, os únicos castigos eram as tarefas do lar e do campo. Mas meu filho Walter era muito levado, eu sai um dia e o deixei com as meninas então ele chamou uma delas para brincar de barbeiro e cortou todo o seu cabelo deixando-a careca e depois fugiu e ficou o dia inteiro fora com medo de apanhar mas ninguém bateu nele, o seu cabelo custou a crescer então ela usava um lenço na cabeça. Outra travessura de Dinho foi amarrar bombinhas no rabo do gato e acendeu e o gato saiu correndo para. o canavial e todo o canavial pegou fogo. Não podia comprar brinquedos para as crianças, mas elas sempre tinham, as meninas bonecas comuns de papelão e os meninos carinhos feitos a mão que meu marido Guilherme comprava. de um homem na cidade.

Vida Atual

Nunca na minha vida pensei em sair do Brasil para ir para a Itália. Atualmente eu moro com meu filho Vicente, minha nora e meus netos. E a minha vida agora e fazer café, arrumar a casa, tudo que tiver de fazer e fora isso eu descanso e converso com meus filhos e netos eu gosto muito de conversar. Eu tenho 63 netos e 45 bisnetos. Não gosto de política e continuo com a mesma religião, a católica, vou a missa, rezo bastante, nunca neguei uma esmola para os pobres. Agora o que eu espero da vida é saúde e poder olhar os meus netos e conversar, porque gosto muito de conversar. Ao longo da minha vida vejo que a vida hoje é mas difícil, e como já estou velha tenho que achar tudo bom até essa entrevista que foi boa porque relembra o meu passado. Eu espero da vida, a morte. Eu gostei desta entrevista porque gosto de contar a minha vida e relembrar os momentos bons e do povo que deixei para trás. Ainda tenho alguns objetos daquela época em casa como um armarinho, que eu comprei de segunda meu logo ap6s o meu casamento. Um cofre, onde eu punha minhas economias. E o mais antigo é o oratório.

Fonte: Museu da Pessoa

Família Fuzzatto

Bruno Fuzati Rodrigues . bruno.fuzati@embraer.com.br

Estou pesquisando sobre a imigração italiana em São Joao del-Rei, especificamente sobre minha familia os Fusatos.
Estive em São João del Rei neste mes de outubro e pesquisei diversas fontes de informação.
Pesquisei registros de empresas como a tecelagem sanjoanense e a Efom.
Tenho estado constantemente em pesquisa no acervo do arquivo publico mineiro e com a entidade Ponte entre Culturas que promove seminarios sobre a imigração italiana.
Preciso dos email de Antonio Gaio Sobrinho que escreveu sobre a Capela do Sagrado Coração de Jesus que foi erigida pelo meu bisavo, Luciano e seu pai Giuseppe Fusato no terreno da familia Guzzo.
Pesquisei também sobre os Agostini, pois meu bisavô Luciano Fusato foi casado com Maria Agostini.
Gostaria de compartilhar estas pesquisas e trocar informações com outros pesquisadores.

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Alguns dados da família Passarelli


Ao que tudo indica os membros da família Passarelli que migraram para o Brasil são procedentes da Calábria, sul da Itália. Estabeleceram-se principalmente em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
O ramo familiar que veio para São João del-Rei descende do sr. Adolfo Passarelli. Casou-se com a italiana Angelina Minchiotti (que diziam ser de Veneza). Tiveram os seguintes filhos: Ida, Judite, Zezé, Luís, Madalena, Santina (“Santa”), Antonieta e Caetano. Moravam no Rio de Janeiro e mais tarde vieram para cá.
Ida foi casada com Antônio Ribeiro. Político, foi prefeito numa cidade paulista.
Judite se casou com Otávio Marano e tornaram-se donos da fábrica de “Calçados Nice”, no Rio de Janeiro.
Antonieta era esposa de Manoel Pina, filho de português. Tiveram um armazém de gêneros alimentícios, no início da atual Avenida Pres. Tancredo Neves.
Havia o costume patriarcal entre várias famílias italianas, de batizar a criança que nascia, apenas com o sobrenome do pai. Com isso, ocorria que não assinavam o sobrenome da mãe.
Tal ocorreu com os Passarelli, de tal sorte que o número de seus familiares e descendentes é na verdade bem maior do que aqueles que de fato assinam. Desta forma, dos que vieram para São João del-Rei apenas os filhos de Caetano Passarelli assinaram o sobrenome em questão. Caetano foi nascido em 07/08/1904 em Donata, Itália e falecido em São João del-Rei, a 14/09/1957. Casou-se com Raquel Josina Chitarra, nascida em 23/05/1900 e falecida em 03/06/1958 em São João del-Rei, filha dos italianos Albino Chitarra e Augusta Zanoti (ela, natural, talvez, de Verona).
Caetano e Raquel tiveram nove filhos, que por ordem de nascimento são os seguintes: Angelina, Sérgio, Cirene, Gilda, Maria de Lurdes, Marta, Geraldo, Maria do Carmo e Davi. Apenas Davi está vivo e conta com sessenta anos. Estabeleceram-se no ano de 1927 numa casa (hoje demolida) na esquina da Rua Frei Cândido com Avenida Leite de Castro, onde criaram um comércio de padaria e bar. Firmaram-se os Passarelli em fazer salgados sob encomenda e para bares. Ficaram afamados os pastéis do sr. Sérgio Passarelli, um dos pioneiros no ramo, que os vendia num triciclo pela cidade. Seus filhos seguem no ramo de salgados conservando a qualidade dos mesmos. Foi também ativo membro do América Futebol Clube.
1 - In: Impresso da Cidade, n. 48, set. / 2006.
Ulisses Passarelli

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Família Boscolo

Meu nome é Roberto Boscolo nasci em São João del-Rei, Minas Gerais, no dia 8 de setembro de 1947. O nome de meu pai é Carlos Boscolo e de minha mãe Amélia Zanola Boscolo. Meus avós maternos são: Alice Zulmira de Paiva Zanola e Américo Zanola. Meus avós paternos chamam-se: Praxedes Carazza Boscolo e Luiz Boscolo.

Origem/Família

Meus pais nasceram aqui em São João del-Rei mesmo, mas dois dos meus avós nasceram na Itália e uma avó nasceu aqui na cidade. Eu tenho onze irmãos, seis irmãs e cinco irmãos.

Chegada dos avós italianos

Os meus avós maternos vieram para cá em 1888 de Florença, porque aqui ganharam terrenos que foram divididos em vários lotes nas diferentes colônias. Quando a lavoura começou a fracassar eles foram trabalhar nas fábricas, todos eles foram trabalhar na Fábrica Sanjoanense. Meus tios que trabalhavam na lavoura inicialmente, depois foram para a rede ferroviária e montaram fábricas de móveis e nelas trabalharam. Minhas tias maternas foram as primeiras operárias da Fábrica Sanjoanense que receberam o título de operária- padrão brasileira. Meus avós paternos vieram de uma região melhor da Itália, vieram de Veneza, eles já sabiam trabalhar no comércio, com vendas de produtos e frutas, mas vieram inicialmente trabalhar na lavoura. Isto foi por pouco tempo, depois eles saíram da lavoura e logo eles ingressaram na rede ferroviária, nesta ocasião eles já tinham uma situação financeira melhor. Eles, na sua vinda para o Brasil, vieram pagando suas passagens.

Família

A nossa casa era pequena, nós tínhamos só quatro cômodos na casa e um quartinho pequeno, o banheiro era fora de casa. Aí depois com o tempo quando a família foi crescendo, nós fomos trabalhando, ajudando na manutenção da casa, fomos aumentando a casa e hoje temos essa casa grande.
A casa de meus pais foi adquirida de uma outra família italiana. Nós moramos nesta casa há 60 anos.
As tarefas em nossa casa eram divididas. A minha mãe fazia tudo quando a gente era pequeno, mas depois quando a gente foi crescendo, ela foi dividindo as tarefas. As minhas irmãs cuidavam das coisas de casa e a gente cuidava da horta, de rachar lenha, arrumar canteiro e limpar a horta.
O bairro que nós moramos toda vida foi o bairro das Fábricas, aqui era muito gostoso, porque tínhamos muito espaço para brincadeiras: o Oratório São João que ficava onde é a Cacel, e na parte de baixo do jardim, nós não tínhamos rua, era tudo gramado. Então, a gente jogava bola, ou brincávamos de outras coisas, tinha o jogo de bocha e víamos o trem passar. Meu pai a princípio, quando se casou, ele tirava ouro na serra, depois ele foi ser negociante. A rotina de nossa casa, era o meu pai sempre de serviço, trabalhando e minha mãe fazia o serviço de casa e nós , os filhos, íamos cumprindo nossas tarefa. Na família, meu pai tinha mais autoridade. Ele era muito bom, mas era muito enérgico, porque gostava das coisas muito direitas, não gostava de coisa errada e nem de mentira. A minha mãe era um pouco mais maleável.

Escola/Educação

Sempre fomos incentivados para estudar, mas só que a gente não tinha muitas condições financeiras. Por isso nós trabalhávamos durante o dia e estudávamos à noite. Entrei na escola com sete anos, e eu mesmo me matriculei, com a certidão de nascimento que meu pais havia me dado. Minha primeira escola foi o grupo escolar Aureliano Pimentel. Naquela época, na escola, apanhávamos muito, mas era muito gostoso, era bem diferente da escola de hoje.
A educação influenciou muito na minha personalidade. Tínhamos que obedecer aquelas regras rígidas da escola, fazíamos as tarefas e se não podia faltar mesmo. Eu estudei até os doze anos. Estudei uma parte no turno da manhã e uma parte no turno da tarde. Porque o 1º e 2º ano funcionavam no turno da tarde, e à partir do 3º ano era no turno da manhã. Então nós saíamos de casa com as mochilas, quer dizer não tinham mochilas, nós levávamos o embornal, com pouco caderno e material escolar.
A educação religiosa que tivemos foi a católica. Tivemos educação política por causa das pessoas do bairro e também de meu pai, que gostava muito da política, particularmente do partido UDN (União Democrática Nacional).

Vida no bairro

Quando eu era criança a situação era bem diferente. Nós não tínhamos calçados direito e tínhamos muita dificuldade de ordem financeira. O problema era sério na época, porque nossa família era muito grande. Mas tínhamos muitos amigos, todo mundo aqui no bairro era amigo, essa criançada toda. Quando eu crescesse, pretendia ser um grande historiador, mas enfim, não deu. Minhas brincadeiras preferidas eram pique-pega e pique de esconder.

Trajetória profissional

Atualmente eu trabalho no Museu Regional. Meu primeiro emprego foi no Colégio São João por pressão familiar, para ter uma atividade. Então eu estudava e ia para o colégio. Mas a primeira profissão que tive foi a de encadernador, depois interrompi esta atividade e fui para o colégio. Só mais tarde foi que arrumei trabalho no Museu Regional. Desenvolvi meu campo profissional através do cargo de encadernador, do qual gostei muito, tanto que hoje exerço a função de auxiliar de conservação das peças e restauração local. Nesta função organizava arquivos, higienizava os documentos. Este é um trabalho muito interessante, porque ao limpar esses documentos antigos eu descobri a história de nossa cidade, a raiz das pessoas de São João del-Rei. Através dos casos que o pessoal contava, de documentos do comércio de compras e vendas e dos próprios inventários existentes no arquivo do Museu Regional, eu comecei a descobrir coisas novas. Fiquei sabendo sobre as casas residenciais, as casas de espetáculo, casas de óperas, cinemas, casas de danças e até casas de banho. Nestas casas as pessoas tomavam banho e ficava situada na rua Paulo Freitas, nº33. Esse é um trabalho que me gratifica muito, e agora no momento que estou lidando com os processos de crimes, relembro-me dos casos que meu pai contava. Alguns daqueles casos eram horrorosos e descobri vários documentos provando que tudo era verdade, tudo está relacionado entre si e eles se encontram arquivados. É interessante lidar com esta fontes de pesquisas. Não tenho nenhuma pretensão de mudar de trabalho. Acho muito útil o que faço, estou neste trabalho há 18 anos e meio. Sobrevivo deste trabalho. Eu não sairia de São João del-Rei para trabalhar em outro lugar. Meu ideal de trabalho, seria que nós tivéssemos melhores condições para nós desenvolvermos mais a nossa competência.

Cotidiano atual

Moro com a minha mãe e três irmãs, duas irmãs solteiras e três sobrinhos. Hoje a minha atividade mais importante é o meu trabalho, porque serve para manter a casa. É muito interessante o dia, porque cada dia é uma surpresa diferente. Eu gostei muito do dia que eu comecei a trabalhar fichado, igual eu estou hoje, como auxiliar de conservação e restauração, porque eu entrei como serviços gerais e logo fui ser escolhido para auxiliar de restauração. Nas horas de lazer eu planto horta, adoro mexer com plantas. Sou solteiro e não tenho filhos. Gosto de política, e sou da antiga UDN, lembro-me da primeira vez que votei, achei que estava votando no candidato certo e estava cada vez votando errado. Sou católico, mas no momento estou bem afastado da religião, já trabalhei na igreja, fiz parte do Movimento Comunitário Dom Bosco, mas no momento não estou me envolvendo em nada. Gosto de natação e não tenho hobby, não freqüento clubes.

Expectiva de vida

Meu maior desejo é que as coisas melhorassem e que a gente pudesse arrumar emprego para todo mundo, principalmente para os meus sobrinhos. A minha maior decepção é com a situação atual do país. Meu sonho é poder comprar uma casa.

Minha vida hoje é um pouco corrida, a gente corre muito para adquirir as coisas, acho a vida hoje muito apertada. Decidi dar esta entrevista, porque achei fantástica a iniciativa desta idéia das entrevistas de vocês.

Fonte: Museu da Pessoa

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Famílias: Carneiro de Castro, da Luz, Silva Valença

Participo de uma associação local destinada à defesa dos patrimônios: Histórico e Cultural de Jaraguá, conselheiro municipal de cultura e grande curioso das muitas maneiras de viver que se encontraram no interior do país.
Descendo do Pe. Padre João Carneiro de Castro, natural de São João del-Rei. Filho de Tomásia Cândida da Luz. Ordenou-se na Cidade de Goiás em 7 de fevereiro de 1852 . De acordo com a Galeria de Prefeitos 1884 - 2008, da cidade de Araguari - MG, consta que o Pe. João Carneiro de Castro esteve vice-prefeito desta cidade, nas gestões: do prefeito José Rodrigues Alves (1890 - 1892), sendo que de 24/09/1890 a 07/03/1892, intendência Municipal, período transitório da Monarquia para a República; e do prefeito Aurélio Antônio de Oliveira (23/05/1893 a 31/12/1894), sendo seu 1º vice-prefeitoFoi Padre em Minas Gerais, em região próxima a Santa Rita do Paranaíba, hoje Itumbiara em Goiás.
Nesta cidade, junto com a Sra. Francisca, conhecida como "Chiquinha Barqueira" - apelido adquirido nas travessias do Rio Paranaíba - tiveram uma dezena de filhos.
Dentre eles dois vieram para Jaraguá - Go: Felipe Carneiro de Castro, Luiza (jaraguense), com quem teve dois filhos, posteriormente foi para Cuibá - MT; e Francisco Carneiro de Castro ou Soares de Castro conforme outros documentos (Chico Moreno/Morenão), provavelmente natural de Santa Rita do Paranaíba, hoje Itumbiara - Goiás, tropeiro de olhos verdes, chegou em Jaraguá na virada dos 1900, falecido por volta de 1910, em Santa Rita do Paranaíba. Casado com a jaraguense Anna Victória de Freitas Camargo (Castro), filha do Ten-Cel. Antônio Ribeiro de Freitas (irmão do Pe. Manoel Ribeiro de Freitas) e Pacífica Soares de Camargo "Sá Pacífica"; neta materna de Balthazar de Camargo Britto, natural da Vila de São Carlos, município de Jundiaí, bispado de São Paulo.
Após a elevação do Arraial de Jaraguáà condição de Vila (1834) possivelmente foi seu primeiro Juiz de Paz. Casado com a jaraguense D. Escolástica da Silva Valença; por Escolástica, trineta de Francisco de Barros Guimarães e Ana da Silva Valença, falecida em1854 aos 51 anos; por Ana Valença, quadrineta de Francisco da Silva Valença e D. Ana de Barros, residiam na zona rural de Jaraguá.
Se possível gostaríamos de obter dados sobre esta genealogia. São inúmeros os descendentes deste Padre que contribuíram e continuam a contribuir com a construção deste Estado de Goiás.

Fabiano Luíz de Castro

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Família Yussef Haddad

O Restaurante Yussef conta a história dos costumes, paladares, aromas e afetos – cultivados à mesa – da família de Yussef Haddad, avô e pai de Vanessa e Wainer, respectivamente, idealizadores do Restaurante YUSSEF.
Comerciante nascido em Yabrud (cidade da Síria situada a 80 km ao norte da capital Damasco), Yussef – ainda menino – veio para o Brasil, em navio cargueiro, acompanhado de seu pai Atta.; sua mãe Chafika.; seus dois irmãos Abdo e Tuffi e outros membros da família. Era o ano de 1927.
Escolheram São João del Rei para ser a sua cidade-lar e aqui a família vive, desde então, contribuindo, sobremaneira, para a expansão do comércio local e a disseminação da forte presença da culinária árabe, hoje tão bem apreciada entre nós, brasileiros.
Com sua variedade de temperos, ingredientes e a fragrância de seus pratos, aromatizados com ervas, especiarias e até extrato de flores, as iguarias árabes estão na alimentação cotidiana dos núcleos familiares sírio-libaneses que habitam esta cidade e o nosso país.
Vários ingredientes típicos são essenciais ao preparo de pratos árabes como zátar, tahine, fulful bhar, sumagre, entre outros. É comum o uso de hortelã, pimenta do reino, gergelim, noz-moscada, cardamomo e frutos secos. O azeite, sempre de boa qualidade, nunca falta à mesa!
As tradicionais receitas milenares, dos pratos sugeridos no cardápio, vêm sendo transmitidas de geração a geração, especialmente entre as mulheres, cuidadosas em preservar tanto os seus sabores originais, como a fartura e a generosidade – marcas tão próprias da hospitalidade árabe em geral.
Nos dias de hoje (felizmente!), os homens se misturam às mulheres na cozinha e, com muito prazer, dedicação e talento, comungam o fazer da arte culinária.

Arquivo: Restaurante Yussef . contato@restauranteyussef.com.br

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Trabalhos e pesquisas sobre São João del-Rei e região:

Diversos . pesquisas
A cultura em São João del-Rei e região
A Ferrovia em São João del-Rei
A música em São João del-Rei
A presença italiana em São João del-Rei
As letras em São João del-Rei
O Teatro em São João del-Rei
A arte e o artesanato
A gastronomia
A natureza
São João del-Rei . Ministério do Turismo . Belta
Pesquisa Raízes italianas em São João del-Rei . Dauro José Buzatti
Roteiros e Lugares especiais . local . regional - Turismo comunitário
Roteiros e estudos de intercâmbio


Sobre genealogia:
Algumas luzes sobre a genealogia . Francisco Braga
Dia internacional de Histórias de Vida

Açores- Biblioteca Pública e Arquivo Regional

www.bparah.azores.gov.pt

Açores - Centro de Conhecimento
http://pg.azores.gov.pt/drac/cca/

Almanaque Laemmert

www.bn.br/bndigital

Anais da Biblioteca Nacional
http://objdigital.bn.br/acervo_digital/anais/anais.htm

Arquivos históricos - UNICAMP

www.centrodememoria.unicamp.br/arqhist/index.htm

Brasil - Livros e documentos históricos e genealógicos

http://historiar.net

Brasil - genealogia

www.marcopolo.pro.br/genealogia/index_gen.htm

Brasil - publicações oficiais 1821-1993

www.crl.edu/content.asp?l1=4&l2=18&l3=33&l4=22

Coimbra - Assentos Paroquiais

http://etombo.com/distrito/coimbra.html

Emigração Norte de Portugal > Brasil

http://cepese.up.pt/passaportes_pesquisa.php

Genealogia - diversos

www.hcgallery.com.br/barata1.htm

História do Café no Brasil Imperial - viagem pela Província do Rio de Janeiro
www.brevescafe.oi.com.br

Imigração italiana
www.imigrantesitalianos.com.br

Judaica, genealogia
www.sephardim.com
http://jewishwebindex.com/genealogy.htm
Manuais para Inicianteswww.dbpolito.net/genealogia
http://geocities.yahoo.com.br/igepar/cursogen/ig_curso_gene.html
www.genealogias.org
www.ingers.org.br

Minas Gerais - Fundação João Pinheiro - biblioteca virtual

www.bibliotecavirtual.mg.gov.br

Minas Gerais - imigrantes pioneiros

http://imigrantespioneiros.tripod.com/

Minas Gerais, Leopoldina
www.cantoni.pro.br

Minas Gerais - periódicos

www.siaapm.cultura.mg.gov.br

Nobreza brasileira

www.sfreinobreza.com/NobAZ.htm

Nordeste - Fundação Joaquim Nabuco
www.fundaj.gov.br

Pernambuco - Genealogia Pernambucana
www.araujo.eti.br

Portugal - emigração

www.museu-emigrantes.webside.pt/museu.htm

The Times - coleção 1785-1985

http://archive.timesonline.co.uk/tol/archive

Variedades, com seção de genealogia
www.joaodorio.com
Fontes: Dia Internacional de histórias de vida
Colégio Brasileiro de Genealogia

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