São João del-Rei, Tiradentes e Ouro Preto Transparentes

a cidade com que sonhamos é a cidade que podemos construir

la ciudad que soñamos es la ciudad que podemos construir

the city we dream of is the one we can build ourselves

la cittá che sognamo é la cittá che possiamo costruire

la ville dont on rêve c’est celle que nous pouvons construire

ser nobre é ter identidade
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Publicações

Tipo: Artigos | Cartilhas | Livros | Teses e Monografias | Pesquisas | Lideranças e Mecenas | Diversos

Escopo: São João del-Rei | Tiradentes | Ouro Preto | Minas Gerais | Brasil | Mundo

 

Marcelo Ramos

Descrição

Ofício de Trevas com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais | Matinas de 5a Feira Santa | Marcelo Ramos
Ofício de Trevas com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais | Matinas de 6a Feira Santa | Marcelo Ramos
Ofício de Trevas com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais | Matinas de Sábado Santo | Marcelo Ramos

Mais informações: 
Padre José Maria Xavier . Maria Salomé de Resende Viegas
Conservatório Estadual de Música Padre José Maria Xavier

Orquestra Sinfônica e Coral Lírico de Minas Gerais Eliseth Gomes, soprano / Luciana Monteiro, mezzo soprano Robert Blake e Dimas do Carmo, tenores / José Carlos Leal, baixo Texto do maestro Marcelo Ramos, que fez a edição e revisão das partituras, além da regência e direção geral do projeto:

Sempre ouvi o ofício de trevas desde criança e, na adolescência, comecei a participar da celebração como coroinha na Catedral do Pilar. Todos nós que ouvíamos essa música uma vez ao ano, sabíamos que se tratava de uma obra de qualidade. Ao propor este projeto, imaginei retribuir a alegria que esses momentos me proporcionaram, imortalizando o Padre José Maria, neste que é o primeiro registro profissional de sua obra. Para realizar esse sonho, contei com a colaboração da Fundação Clovis Salgado, através de seus corpos artísticos - Orquestra Sinfônica e Coral Lírico de MG, residentes no Palácio das Artes em Belo Horizonte. Dedico este trabalho primeiramente a meu pai, o compositor Geraldo Barbosa (1938-2011), e a todos que, como eu, querem ouvir as matinas e laudes do Padre José Maria Xavier mais de uma vez ao ano! 

Histórico: O Ofício rezado solenemente nos três dias que antecedem o Domingo da Ressurreição é denominado Ofício de Trevas. Esta parte do Ofício Divino expressa, de modo admirável, através das orações, salmos, lamentações, leituras e responsórios, os sentimentos que envolveram Nosso Senhor Jesus Cristo na sua Paixão e Morte. A tradição que envolve o ofício é antiquíssima. Esta denominação de Trevas está envolvida num contexto ritualístico, extremamente rico em simbologia, e merece uma justificativa litúrgica. Desde o séc. VII, celebra-se com orações as exéquias do Senhor. No séc. VIII, a liturgia franco-romana já conhecia o apagar das luzes durante o ofício. Desde o séc. XII, o nome Ofício de Trevas indicava a oração noturna (matinas e laudes) do ofício divino. As matinas e laudes rezadas seguidas contam 14 salmos, 9 leituras (incluindo 3 lamentações do profeta Jeremias em latim) e 9 responsórios. É "de trevas", pois, no decorrer dele, apagam-se sucessivamente as 14 velas em memória das trevas que cobriram a Terra na morte do Senhor. Para este fim, usa-se um candelabro triangular com 15 velas. A vela da ponta, a 15a., representa o Cristo. As outras representam os 11 apóstolos e as 3 Marias. 

Segundo vários autores medievais, apagar uma vela após cada salmo significa o abandono de Jesus por seus seguidores, principalmente no horto. A liturgia antiga colocava a última vela acesa atrás do altar para trazê-la de volta mais tarde, ao amanhecer, simbolizando assim a morte e ressurreição do Senhor; em São João del Rei (MG), esta tradição permanece intocada até os dias de hoje. No final do ofício, cantado em latim, era costume fechar os livros com força exagerada ou bater os pés no chão com veemência, simbolizando o terremoto que acompanhou a morte de Jesus e a destruição de Jerusalém. Texto de J. Dângelo que acompanha o CD: O Ofício de Trevas é, na realidade, o início de todo um ritual, quase em extinção, das solenidades da Semana Santa. 

Em São João del Rei, elas conservam-se intocadas, precedidas de uma faina e um labor coletivos. Nas sacristias, bastidores bentos deste grande palco religioso, é de ver-se os preparativos ritualísticos para a grande festa barroca. Reformam-se as tochas, rebordam-se paramentos, ornamentam-se as tribunas, povoa-se de flores a capela do Santíssimo, lustra-se o esquife, repara-se o pálio, fazem-se brilhar lanternas e custódias, enjarreiam-se os andores, engoman-se as opas, lavam-se as alvas, passam-se os hábitos, providenciam-se cartuchos de amêndoas, asas de anjos, trajes de figurados, capacetes de centuriões, incenso para os turíbulos, montam-se palanques, preparam-se os músicos de orquestra e banda, lustra-se as pratarias das bancadas. Uma atividade frenética domina uma centena de colaboradores sem qualquer remuneração. 

É a fé que nos move? A todos? Não importa. O ritual permanece vivo. 

***

Prata da Casa
Gazeta de São João del-Rei . 15/06/2013

De volta ao Brasil após cinco anos de doutorado nos Estados Unidos, Marcelo Ramos sacode a cena mineira e rege a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, da qual é novamente o maestro titular, em grandioso concerto no Palácio das Artes. A estreia de Marcelo em BH coincide com a retomada do Projeto Sinfônica Pop, que teve como convidada a cantora Gal Costa, entre as grandes musas da MPB. Em turnê de lançamento de Recanto Gal, a cantora baiana abre espaço na agenda para mais uma vez cantar acompanhada de uma orquestra. O resultado não poderia ser outro: ingressos esgotados semanas antes do concerto e casa lotada nos dois dias de apresentação.

No Palácio das Artes, Marcelo Ramos rege concerto que teve a baiana Gal Costa como convidada especial – Foto indisponível: Jéssica Barros / Divulgação

Sinfônica Pop
Ao contrário das edições anteriores, que mesclavam o pop ao erudito, o maestro são-joanense optou por fixar-se no gênero a que o Sinfônica Pop se propõe e Gal exibiu não só a versatilidade da música brasileira, mas a própria em interpretações que justificaram os aplausos vibrantes da platéia. “Hoje estou convencido de que quem sai de casa para ver o projeto, quer ouvir algo mais pop”, comentou Marcelo, que assinou os arranjos de Aquarela do Brasil, de Ary Barroso; Azul, de Djavan; Modinha para Gabriela, de Dorival Caymmi; e Samba do Grande Amor, de Chico Buarque. “Escrever e reger para Gal é uma honra”, disse Marcelo, admirador da cantora e da maneira como ela leva o nome do Brasil para fora “com respeito”, conforme pontuou.

Grande concerto
Entre as inovações apresentadas pelo maestro, como o crossover, junção de dois estilos musicais, a abertura do concerto incluiu a peça Chamada a cobrar, na qual um trompete imita o som do telefone ocupado dando o tom da originalidade. Na plateia, três convidados que não poderiam faltar: Enny Ramos, mãe de Marcelo; e os irmãos Sérgio e Rogério, presentes nos dois dias de concerto. “Foi uma emoção sem palavras ver o Marcelo voltando ao palco diversas vezes ao lado da Gal para receber os aplausos da plateia de pé”, comentou Enny, feliz pela volta do filho e pelo reconhecimento do público por seu trabalho. Logo após os concertos, o jovem maestro seguiu para a Argentina, onde regeu a Orquestra Sinfônica de Salta como maestro convidado.

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