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a cidade com que sonhamos é a cidade que podemos construir

la ciudad que soñamos es la ciudad que podemos construir

the city we dream of is the one we can build ourselves

la cittá che sognamo é la cittá che possiamo costruire

la ville dont on rêve c’est celle que nous pouvons construire

ser nobre é ter identidade
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Homenagem de Gentil Palhares a Benigno Parreira . Gentil Palhares

Descrição

II.  HOMENAGEM DE GENTIL PALHARES A BENIGNO PARREIRA

SUBTENENTE BENIGNO PARREIRA 
 ²

Por Gentil Palhares

Está todo feliz o nosso Benigno Parreira e contentes todos os seus chefes e ex-chefes, como eu, que o estimamos pelas suas virtudes. É que, naquele seu sorrisozinho, naquele seu andar gingando o corpo, acaba de colocar nas suas ombreiras verde-oliva os dois losangos que identificam o subtenente, na hierarquia militar.
 
Promovido fora, pois, o nosso ex-comandado da velha Cia. de Comando e Serviços, na qual servi 11 anos, dos 25 passados no seio do Exército, no glorioso Regimento Tiradentes.
 
Benigno Parreira foi sempre um moço de fina educação e excepcional compostura e, como soldado, cabo e depois sargento da nossa Cia. de Comando, era ele o exemplo da Banda de Música, nos antigos tempos do Ibraim Mattar, Sílvio Padilha, Vicente Ferreira da Silva, Sebastião Florentino, todos já na Reserva.
 
Disciplinado e com uma forte vontade de progredir e de ir colocando as divisas nos braços, Benigno Parreira não nos enganava de que seria, ainda, com o tempo, um dos esteios da nossa Banda de Música, quando dele viesse ela a precisar, não apenas como militar, senão que também como verdadeiro artista. E foi o que aconteceu, pois que, surgindo a revolução moralizadora de março de 1964, quando houve tantas indecisões em torno de sua movimentação, o então sargento Benigno Parreira não titubeou e permaneceu firme na Cia. Se soube respeitar o pensamento dos seus colegas, posto que sem a eles aderir, não arredou pé do seu Regimento e colocou-se pronto para o cumprimento da missão que receberia de seus superiores, do seu Comandante. E foi por isso que não saía nunca de São João del-Rei, sua Terra natal, onde ocupa lugar proeminente nos nossos meios musicais, especialmente na Sociedade de Concertos Sinfônicos, da qual é um dos baluartes.
 
Servindo em nossa Cia. — conforme fora dito — na graduação de cabo músico, o nosso Benigno Parreira, certa feita, fora relacionado, de ordem superior, para ser excluído, face a uma determinada redução de efetivo no seio do Exército. Eu era seu sargenteante e por ele nos interessávamos, razão por que fizemos tudo, apelamos por todos os lados, quer junto ao Comandante do Regimento, quer agindo por outros meios, por fora, mas fora o nosso próprio Comandante, o saudoso Cel. Niso de Viana Montezuma, quem deliberara conservá-lo no efetivo, não o excluindo, como a outros que foram atingidos pela determinação superior.
 
Eis porque, certo dia, o pai do cabo Benigno Parreira, tão contente ficar com a nossa atitude, que acabou nos convidando para padrinho de crisma do filho. E foi com as mãos sobre seus ombros, acompanhando aquele seu passo miúdo e sentindo o bamboleio do seu corpo, aquele gingado que ainda mantém até hoje, que nós o levamos à Paróquia de Dom Bosco, onde Dom Helvécio Gomes de Oliveira lhe ministrara o sacramento da crisma. E o cabo Parreira sorria todo feliz, como se pagasse uma dívida de gratidão. E era justamente isso que faziam pai e filho.
 
Benigno Parreira nunca esqueceu isso e ainda hoje, já madurão, metido no seu vistoso uniforme, quando passa pelo padrinho, o velho Tenente, primeiro faz a sua continência e depois toma a abênção, naquele seu sorrisozinho matreiro e naquela sua fala mansa.
 
Benigno Parreira, pelos predicados da arte e mais ainda pelas virtudes do coração, pela sua bondade, seu temperamento amoldável a tudo e a todos, vai varando os anos e vencendo na vida.
 
Um pesar, todavia, nós sentimos: o velho Parreira não pôde assistir à ascensão do filho! ³

Texto extraído do BLOG de São João del-Rei, de Francisco José dos Santos Braga
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