a cidade com que sonhamos é a cidade que podemos construir

la ciudad que soñamos es la ciudad que podemos construir

the city we dream of is the one we can build ourselves

la cittá che sognamo é la cittá che possiamo costruire

la ville dont on rêve c’est celle que nous pouvons construire

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. Carnaval de São João del-Rei e região . Memórias, dados e imagens

Descrição

Mapa de São João del-Rei turística
Hotéis, pousadas, restaurantes e bares
Carnaval de antigamente em São João del-Rei . RESUMO IMAGENS . Atitude Cultural

EXPOSIÇÕES VIRTUAIS . Fotos antigas/acervos particulares
(todas estas exposições aconteceram nos respectivos Carnavais de antigamente durante os eventos)

Carnaval de antigamente em São João del-Rei: Exposição Interativa Virtual , compartilhe o seu acervo!
Memórias do carnaval de São João del-Rei . Acervo Cenyra Rocha/Theresa Martha Faleiro
Memórias do carnaval de São João del-Rei  . Acervo Foto João Ramalho
Memórias do carnaval de São João del-Rei . Acervo João Bosco dos Reis Teixeira
Carnaval de SJDR década de 70 . Fotos Victor Lourenço Menicucci Bello, filho de André Bello
Relembranças . Acervo Jota Dangelo e Maria Amélia Dorneles

Carnaval de antigamente Atitude Cultural
Carnaval de antigamente Atitude Cultural 2014 . São João del-Rei
Carnaval de antigamente Atitude Cultural 2013 . São João del-Rei
Carnaval de antigamente Atitude Cultural 2012 . São João del-Rei
Carnaval de antigamente Atitude Cultural 2011 . São João del-Rei
Carnaval de antigamente Atitude Cultural 2010 . São João del-Rei
Carnaval de antigamente Atitude Cultural 2009 . São João del-Rei
Carnaval de antigamente Atitude Cultural 2008 . São João del-Rei
Carnaval de antigamente Atitude Cultural 2006 . São João del-Rei

Diversos
Banda de Marchinhas Banda Theodoro de Faria
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Troféu Estandarte del-Rei
Exposição e Oficina viva de Máscaras . Grupo Calanquê
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Moema Magalhães
Cenyra Rocha
Escola de Samba Bate Paus

Artigos
Carnaval . Diversos artigos de Jota Dangelo

Os custos e os benefícios do carnaval são-joanense . Aluizio Barros
Tencões e Terentenas . Antônio Emilio da Costa
Mineirando . Marina Mazzoni
Portal Uai

Site da Prefeitura Municipal de SJDR

Carnaval e São João del-Rei . Antônio Emílio da Costa  
Carnaval de São João del-Rei . Francisco Braga
Fome de samba por mais um ano . Ponte da Cadeia


Vídeos::
Carnaval de antigamente 2013 por TV Campos de Minas . Meg
Carnaval de antigamente 2013 por Instituto Apoiar
Carnaval de antigamente 2013 no Youtube por Tutti Fonseca
Carnaval de antigamente no Youtube
São João del-Rei relambra os Carnavais de antigamente

Conheça
Blog São João del-Rei 300 anos
. Artigo Carnaval São João del-Rei 300 anos . São João del-Rei Momo . Quanto riso oh quanta alegria!...
. CD Marchas Mineiras para banda . Companhia dos Inconfidentes e Marcelo Ramos

Mais informações

Regulamentação de atividades comerciais no Carnaval de São João del-Rei . Decreto nº 4.249

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m 1952 o professor Castilho era uma das poucas pessoas possuidoras de "máquina de tirar retratos com flash". Os clubes o convidavam para documentar eventos como bailes e outras atividades. A cópia está bem escura, mas é de um carnaval na Associação dos Sargentos do 11 RI, então no sobrado dos Quatro Cantos, frente à Casa Assis e a Casas Pernambucanas de tecidos. Os porteiros faziam seleção dos que não eram associados e os adffiitiam. "Maestro" da bandinha, o Almeida caprichava tamb6m no clarinete. 



O "Pão Molhado" foi inventado pelo "Zé da Bia", dono de um bar na rua General Osório. Servia pão de sal molhado no caldo de galinha ensopada, segundo nome que teve o bar. Em agosto ou setembro era fechada uma pipa com cachaça, fechada e arrolhada. No dia do "desfile" se co-locava uma torneira de mieira empurrando a rolha e todos se serviam. A turma do carnaval chgava Delas 18 ho-ras, recolhia a turma da provinha múltipla da cachaça, acomodava-os na segunda sala do bar. Despertavam no dia seguinte. Deu para eleger o vereador Jos' Oreine e ter sede própria no Tijuco, caminho do Rio das Mortes. 

Textos: contribuição  de Evandro Coelho 

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Carnaval Del-Rei: rumo à profissionalização 
Aluizio Antonio de Barros

A polícia fez um trabalho eficaz, fazendo-se presente nas ruas. A segurança pública é um assunto complexo. Porém, existem fórmulas simples a serem adotadas. Uma delas decorre daquela óbvia constatação: quando a polícia está ausente, a bandidagem se faz presente. Portanto, o policiamento ostensivo é bem vindo, não apenas nas procissões religiosas, mas principalmente nos grandes eventos festivos como o carnaval. 

O terceiro inimigo do carnaval são os saudosistas, que insistem em dizer que o carnaval do passado era melhor. Mas suas lamúrias vêm se calando diante do tamanho e da diversidade de opções do carnaval do presente. Tivemos um belo desfile das seis escolas de samba e a diversão em 50 blocos carnavalescos pela cidade, um deles inclusive dando vazão ao saudosismo nas marchinhas, confetes e serpentinas do Carnaval de Antigamente no Largo do Rosário. 

A dimensão do carnaval que acontece em São João del-Rei impõe um papel fundamental do poder público, especialmente da prefeitura municipal. Felizmente a atual administração municipal tem demonstrado possuir uma correta noção de suas responsabilidades perante uma de nossas tradições e fontes de rendimento e trabalho para muitos são-joanenses. 

Nem sempre foi assim. As escolas de samba e blocos costumavam vivenciar uma desnecessária incerteza sobre o apoio da prefeitura municipal, o valor da subvenção e as datas de sua liberação. Se o carnaval é uma festa enraizada na cultura são-joanense e tem um calendário certo, por que os dirigentes das agremiações carnavalescas têm que conviver com as incertezas do apoio municipal? Se o carnaval vai acontecer de qualquer jeito, a missão do poder público é fazer com que aconteça da melhor maneira possível, ou seja, com organização e planejamento. 

Quando a prefeitura municipal não apoia o evento (como já vimos no passado), a cidade perde duas vezes: muitos turistas não vêm e muitos são-joanenses viajam para gastar noutro lugar. Felizmente veio o apoio da prefeitura tanto na infraestrutura (arquibancadas, som, banheiros químicos, etc.), quanto em recursos financeiros para as escolas. No ano passado, cada escola de samba recebeu R$31.600 da prefeitura para financiar gastos médios estimados em R$ 40 mil. A diferença é coberta pela promoção de eventos pela escola, pelos recursos dos próprios componentes e pelo patrocínio de empresas. 

A profissionalização na gestão das escolas de samba já chegou, ainda que timidamente, a São João del-Rei. A Escola de Samba Girassol é convidada a se apresentar em outros municípios do Estado e com isso consegue angariar recursos financeiros. Uma fonte de receitas que precisa ser incrementada é aquela proveniente do marketing de empresas locais que investem nas agremiações em busca de melhor relacionamento com seus clientes e consumidores, como acontece em grande escala no carnaval carioca. Que retorno uma empresa tem ao investir numa escola de samba? Embora não possa haver propaganda durante o desfile, ela aparece nos ensaios e outras apresentações da escola. 

Em resumo, a realização de um carnaval de grandes dimensões como o de São João del-Rei requer uma profissionalização tanto do setor público, através de verbas garantidas na lei orçamentária (atenção, senhoras e senhores vereadores), quanto das escolas de samba na busca de receitas próprias  e patrocínios empresariais.

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Prefeitura de Diamantina planeja mudar radicalmente o perfil do carnaval da cidade

Prefeitura de Diamantina, no Alto Jequitinhonha, está planejando ações para mudar radicalmente o perfil do Carnaval na cidade. Com o objetivo de dar uma aparência mais tranquila à folia no município, a administração aposta no resgate das tradições culturais. A maior novidade para 2014 será a substituição dos palcos da rua da Quitanda e do largo da Catedral por coretos. Nesses novos espaços, o axé e o funk darão lugar a grupos de samba de raiz, charangas e marchinhas de Carnaval.

“Queremos ‘abrir a cabeça’ do nosso público. Vamos incentivar a moçada de hoje a valorizar essa cultura. Afinal, essa é a cara de Diamantina”, justifica Ricardo Santos, coordenador de Ação Cultural da Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio de Diamantina. A cidade, que já registrou mais de 70 mil foliões em outros Carnavais, receberá 40 mil neste ano, segundo a expectativa da prefeitura. Nos anos seguintes, a expectativa é que o público seja ainda menor, já que outras mudanças graduais estão previstas para as próximas três edições do evento.
“Sonhamos com um Carnaval mais intimista e mais tranquilo para todos. Percebemos que a proposta do evento está se perdendo, por isso precisamos mudar agora”, avalia o coordenador. A tendência é que, com a reestruturação, o perfil do público também mude. “Queremos foliões que curtam o Carnaval, mas que também valorizem a cultura e a história da região, que é muito rica. Micaretas existem o ano inteiro. Carnaval é só um por ano”, diz Santos.

Ritmo

Estão mantidos os tradicionais tambores da Bartucada e da Batcaverna, que rufam todos os dias entre o pôr e o nascer do sol, e as 24 horas diárias de folia. Também continuam na programação os blocos caricatos, com destaque para o “Sapo Seco”, fundado no início do século passado, o “Xica da Silva” e o “Me Ampara Senão Eu Caio”.

Verba na capital

A Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur) prorrogou o prazo para que blocos caricatos e escolas de samba apresentem os documentos necessários para receber as verbas de auxílio. Os grupos terão até a próxima quinta-feira para solicitar o benefício na Belotur (rua da Bahia, 888, 6º andar, centro), das 10h às 16h30. O adiamento foi publicado no “Diário Oficial do Município” do último sábado. As escolas de samba receberão auxílio de R$ 37.550, e os blocos caricatos, de R$ 18.750. Já o governo do Estado lança hoje, oficialmente, o Carnaval de Minas Gerais. O evento ocorre às 11h30, na Cidade Administrativa, e contará com a presença de blocos e bandas carnavalescas tradicionais de diferentes cidades históricas do Estado.

Serão divulgadas as ações do governo de Minas para que os foliões aproveitem a festa.

Fonte: O Tempo . 02/2014

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Portaria define regras para folia de crianças
Por Gazeta de São João del-Rei em 15/02/2014

Menores de cinco anos não poderão participar de eventos carnavalescos como desfiles de escolas de samba e blocos neste ano em São João del-Rei.
Participação dos pequenos em escolas de samba e blocos só será permitida para aqueles acima de 5 anos acompanhados pelos pais.

A determinação é da 1ª Vara Criminal e da Infância e da Juventude da comarca local e foi divulgada por meio da Portaria nº 001/2014. O documento foi assinado pelo juiz de direito Pedro Parcekian.
Crianças e adolescentes com outras faixas etárias também deverão seguir regras judiciais. E haverá fiscalização dos Comissários de Menores e Conselheiros Tutelares.

Determinações
Conforme consta na portaria, a participação de crianças e adolescentes no Carnaval será disciplinada. Isso vale tanto para fazer parte dos cortejos quanto para integrar arquibancadas e camarotes voltados ao público nesses eventos.
Segundo o Inciso I do Artigo 1º do documento, “os menores de 16 anos de idade poderão ter acesso e permanência a tais locais, desde que devidamente acompanhados de pelo menos um dos pais ou responsáveis legais, assim identificados através de documentos pessoais ou, se autorizados por estes, por meio de documento escrito com firma reconhecida em Cartório”.
Já para quem tem entre 16 anos completos e 18 anos incompletos, será permitido acesso sem acompanhante, desde que tenha em mãos documento oficial com foto.

5 anos
No caso das escolas de samba e dos blocos em si, a participação de menores de 5 anos não será admitida. Mas conforme a portaria, crianças “com 5 de anos de idade completos até 12 anos de idade incompletos só poderão participar dos desfiles se acompanhadas de pelo menos um dos pais ou responsáveis legais ou de um maior de idade devidamente autorizado mediante documento escrito com firma reconhecida em Cartório”.
Os adolescentes na faixa etária entre 12 anos completos e 16 incompletos poderão desfilar desacompanhados. No entanto, precisam de autorização expressa de um dos pais ou responsáveis. Nessas situações, ao término do desfile eles deverão ser entregues aos familiares por um representante da agremiação.
Quem tem mais de 16 anos não precisa estar acompanhado. Isso não quer dizer que não será cobrada autorização expressa de pais ou responsáveis.

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Aesbra terá R$ 350 mil para o Carnaval de 2014

Por Gazeta de São João del-Rei em 26/10/2013

O Carnaval de 2014 já começou a ser traçado em São João del-Rei. E isso vale política e estruturalmente. De um lado, o Executivo voltou atrás e decidiu ceder R$350 mil à Associação de Escolas de Samba, Blocos e Ranchos (Aesbra) da cidade. A proposta foi votada em primeiro turno na última terça-feira, 22, e aprovada por unanimidade na Câmara Municipal. Isso uma semana depois de a entidade se negar a aceitar a verba anterior, que retirava R$50 mil do montante e contrariava promessa feita pela Prefeitura no início do ano.

Escola de samba Vem me Ver se consagrou com a campeã do Carnaval deste ano em São João del-Rei - Foto: Jairo Vieira / Divulgação
Escola de samba Vem me Ver se consagrou com a campeã do Carnaval deste ano em São João del-Rei – Foto: Jairo Vieira / Divulgação

Enquanto aguardam a votação em segundo turno do projeto, liberando o pagamento do valor em duas parcelas, nas sedes e barracões, sambistas, passistas, designers, artesãos, costureiras e montadores já se preparam para colocar a mão na massa e trabalhar sobre os projetos de enredo para o ano que vem.
De acordo com o presidente da Aesbra, Luiz Carlos Teixeira, Caca, cada agremiação tem até 15 de novembro para entregar os sambas escolhidos à entidade. Tudo isso para garantir que a associação possa lançar o já tradicional CD de Carnaval no dia 8 de dezembro. “É a forma de contribuirmos para o aniversário de 300 anos de São João e lembrar que o Carnaval daqui está muito vivo”, disse.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais, no ano passado, dos 500 mil foliões que passaram pelas cidades históricas mineiras e movimentaram R$6 milhões, 60 mil vieram para São João. Na rede hoteleira, mais de 90% dos leitos foram ocupados no período e, de acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), no maior município do Campo das Vertentes o consumo nesses estabelecimentos aumentou em cerca de 70%.

Calendário
A terça-feira de Carnaval está marcada apenas para 4 de março, mas a agenda para as escolas de samba e os blocos típicos da Aesbra começa oficialmente no dia 10 de janeiro, com o sorteio da ordem dos desfiles. Depois, em 1º ou 8 de fevereiro, acontece a escolha da Rainha do Carnaval são-joanense. Os desfiles das agremiações pela Avenida Presidente Tancredo Neves acontecem nos dias 1º e 2 de março, sábado e domingo de Carnaval. A apuração acontecerá já na segunda-feira, 3, seguida de Desfile das Campeãs no dia seguinte, encerrando a festa.

Otimismo
A negação da Aesbra ao projeto que previa subsídio R$50 mil abaixo do prometido, na semana passada, foi o ensaio para a novela carnavalesca de todo ano entre a entidade e a Prefeitura. Mas desta vez com capítulos antecipados que sinalizam, hoje, para final feliz. O mesmo aconteceu em 2012 e 2013, com tensões que se arrastaram por tempo suficiente para ameaçar os desfiles de escolas de samba no Carnaval são-joanense.
No final de 2011, a associação alegou ao então prefeito Nivaldo Andrade (PMDB), que o pagamento de R$210 mil não seria suficiente para cobrir os gastos das escolas e blocos ligados à Aesbra. No início de 2012, com São João del-Rei em estado de emergência após as chuvas, a Prefeitura cogitou cortar a festa do calendário e repassar a verba para as comunidades atingidas. Em 2013, com a troca de mandatos, o subsídio só foi enviado às agremiações pouco mais de 20 dias antes da festa momesca. “Ainda assim as escolas conseguiram fazer milagres e descer a avenida. O que não significa que tenha sido fácil. Terminamos o desfile com dívidas de R$13 mil que só conseguimos arcar realizando eventos ao longo do ano. Foram sete no total. O Carnaval havia acabado, mas o nosso trabalho não”, comentou o presidente da escola campeã deste ano, a Vem Me Ver, o vereador Fábio Silva. E completou: “Agora as expectativas são melhores. Ao receber os subsídios com antecedência, podemos comprar os materiais necessários antes do período em que o mercado do setor fica mais caro para lucrar no Carnaval. Sem falar no planejamento que será permitido a cada escola”, disse na tribuna da Câmara na terça-feira.

Regulamento
O mesmo espera o presidente da Aesbra, que em fevereiro deste ano ameaçou abandonar o cargo no segundo dia de desfiles, quando membros da Mocidade Independente do Bonfim e da Arco-Íris, que deixou a associação, se desentenderam na avenida e causaram atraso de quase três horas.
A briga foi motivada por uma suposta troca na ordem de apresentação e irritou o público, que vaiou e chegou a deixar as arquibancadas. Para evitar o transtorno, em 2014 o regulamento da Aesbra vai incluir a pontualidade como critério de avaliação do júri.

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Folia vai contar com centro de atendimento

Por Gazeta de São João del-Rei em 26/01/2013

Novos detalhes sobre o Carnaval de São João del-Rei foram definidos durante reunião extraordinária da Câmara na quinta-feira, 17, e encontro com representantes de comércio ambulantena terça-feira, 22. Confirmação de repasses, agendas, valores de concessões e novas estruturas também foram abordados.
Entre os anúncios oficiais em plenário, o atual secretário municipal de Cultura, Esporte, Turismo e Lazer, Pedro Leão, divulgou a implantação de um Centro de Atendimento ao Folião no coreto da Avenida Presidente Tancredo Neves. “Será um núcleo avançado de socorro com profissionais clínicos, desfibrilador e ambulância de prontidão para qualquer eventualidade.
Tudo isso além dos serviços habituais de distribuição de preservativos, por exemplo”, explicou Leão. Outra mudança será a criação de um Conselho Permanente voltado ao Carnaval. A partir de agora, representantes de órgãos como a Vara da Infância e da Juventude, o Juizado de Menores, defensores do patrimônio público e até o Damae comporão grupo de análises e apoio no planejamento da festa momesca em São João del-Rei. O grupo está em fase de definições e composição. “Nossa ideia é instituir carnavais cada vez mais organizados e planejados”, finalizou o secretário em discurso na Câmara.

Também com pauta totalmente destinada à folia, o anfiteatro do Batalhão da Polícia Militar voltou a ser ponto de encontro entre prefeitura e Associação de Barraqueiros e Vendedores Ambulantes de São João del-Rei (Asbar). A reunião serviu para estruturar o comércio temporário durante o Carnaval, que vai contar com 12 barracas distribuídas em toda a extensão da avenida e pelo menos 30 comerciantes circulando com caixas de isopor e carrinhos de comercialização. Os preços para os interessados em trabalhar no setor dependerá do tipo de atendimento que o ambulante irá ofertar. De acordo com o secretário, os interessados devem procurar a associação para se cadastrarem e, depois, conseguirem guia de pagamento junto à Secretaria de Fazenda para oficializarem a situação. Todos serão identificados com crachás.
Para o presidente da Asbar, Gilmar Silva, os valores são justos e a organização pode ajudar. Mas há ressalvas. “Precisamos ser mais ouvidos. Ainda somos considerados quase à parte nesse planejamento, quando na verdade tudo deveria ser discutido em conjunto. Esperamos que isso mude. Não nos unimos à toa”, disse.

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Especial Cultura: Abre alas para o Carnaval
Por Gazeta de São João del-Rei em 26/01/2013

A folia já começa a tocar os seus primeiros tamborins e promete muita animação para os apaixonados pelo pré-Carnaval da região do Campo das Vertentes. Procurados por milhares de turistas, esse fim de semana as cidades de Coronel Xavier Chaves e Carrancas estão com programação até amanhã, 27. Prados também já colocou seu bloco na rua. Em Conceição da Barra de Minas e Tiradentes a folia começa na próxima semana, mesma época que São João del-Rei inicia seu pré-Carnaval com a saída do bloco Bandalheira no próximo sábado, 2 de fevereiro. Já a vizinha Santa Cruz de Minas começa a folia no fim de semana do Carnaval.

Carrancas
A cidade conhecida pelas belas cachoeiras abriu espaço para a folia desde a última quinta-feira, 24, com som mecânico na praça. A festa encerra amanhã e promete muita diversão. Hoje, 26, os foliões podem comparecer à praça a partir das 14h e ficar com a turma até às 5h de amanhã, 27. A música irá ecoar novamente a partir das 12h e permanecerá até às 2h de segunda-feira, 28. “Neste sábado, das 13h às 19h, e no domingo, das 9h às 13h, teremos diversão garantida para a garotada com da Rua de Lazer do SESC. É uma festa para toda a família”, afirmou a secretária de Cultura e Turismo da cidade, Anete Fernandes de Oliveira.

Conceição da Barra de Minas
A folia está garantida no município a partir da próxima quinta-feira, 31, com a sonorização na praça central da cidade. Na sexta-feira, 1º de fevereiro, acontecerá a apresentação e desfiles de cinco blocos carnavalescos, “entre eles o do Boi e das Piranhas”, destacou o secretário de Cultura e Turismo do município, Giovani Nery Ananias Santos.
“Teremos dois momentos no sábado, dia 2 de fevereiro. O primeiro acontecerá às 5h com o bloco da Alvorada com o Bando da Lua. A tarde, a partir das 13h, será a vez do bloco Cai Dentro e a disponibilização, por meio da prefeitura, de um trio elétrico. A parceria com o bloco irá possibilitar a participação de duas bandas e um DJ”, afirmou Santos.
Ainda conforme o secretário o domingo, 3 de fevereiro,  será dedicado aos veículos com som. Tivemos um ano com som automotivo no Carnaval no domingo de dia. No domingo dia 3, às 14h concentração dos veículos na praça central. Para apresentação de som automotivo é necessário fazer um cadastro prévio na prefeitura”, afirmou. Os interessados devem procurar a secretaria de Cultura ou enviar um e-mail para ananias_santos@hotmail.com . Também pode entrar em contato nos telefones (0**32) 8410-9066 ou (032) 3375-1132.
E quem pensa que a festa acabará no domingo, está enganado. No dia 4 de fevereiro, segunda-feira, a programação ficará por conta do bloco da Sucata.

Coronel Xavier Chaves
Em sua 17ª edição, a cidade realiza o CarnaXachaça abrindo as comemorações dos 50 anos de emancipação do município. De acordo com o secretário de Cultura e Turismo, Aguinaldo Menélio Lara, a novidade este ano ficou por conta das bandas convidadas. “Tivemos a apresentação das baterias do Largo do Carmo, de São João del-Rei, e do Gato Preto, de Prados. Queremos que os visitantes conheçam, além da musicalidade da Unidos do Sapucaiu aqui da cidade, o trabalho de outros grupos da região”, explicou o secretário.
O CarnaXachaça começou na quinta-feira, 24, e hoje, 26, a partir das 22h, ocorrerá o desfile com a bateria Unidos do Sapucaiu, seguido de show. Amanhã, 27, a folia começará mais cedo, a partir das 14h, com o já tradicional banho de espuma e o bloco Molhado por dentro e por fora, seguido de show.
No período do Carnaval, o bloco do Engenho sairá do Engenho Boa Vista e irá percorrer algumas ruas do centro da cidade e do bairro Vila Fátima. “O bloco desfila no domingo e terça-feira de Carnaval no final do dia, que esse ano vai dar nos dias 10 e 12 de fevereiro. O forte na cidade é o nosso pré-Carnaval. Acredito que em torno de 20 mil pessoas irão prestigiar nossa festa”, disse o secretário.

Prados
O tradicional Boi Mofado já está percorrendo as ruas da cidade e, esta semana, fez a alegria dos foliões na terça-feira, 22, e ontem, 25. A previsão para a próxima semana, segundo a secretária de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer de Prados, Keila Franco, é que ele percorra as ruas do município na quarta-feira, 30, e na sexta-feira, 1º de fevereiro. “Não temos como precisar a data porque a saída do boi depende muito do clima”, alertou a secretária.

Santa Cruz de Minas
Diversão e conscientização são os destaques na cidade de Santa Cruz de Minas. A programação oficial da folia no município começa na quinta-feira, 7 de fevereiro, com uma blitz educativa na Rua Antônio Augusto da Silva onde serão distribuídos panfletos, preservativos e a programação do Carnaval.
No dia seguinte, sexta-feira, 8 de fevereiro, hora de colocar o bloco na rua e partir para a folia a partir das 19h na praça São Sebastião. E quem acha que a garotada não tem vez na folia, em Santa Cruz, no último dia de festa, terça-feira, 12 de fevereiro, o bloco Doce Mel será para as crianças com concentração a partir das 15h na Praça São Sebastião. A programação encerra no Bairro Rosa Mística com o bloco do Zumbi, a partir das 19h.

Tiradentes
Resgate, assim pode ser visto o Carnaval que os tiradentinos irão apresentar para os foliões. Com início agendado para o próximo sábado, 2 de fevereiro, será o bloco no distrito Caixa d’Água que abrirá a festa. Ao todo 23 blocos percorrerão as ruas da cidade. “Integramos o projeto do Governo de Minas do Carnaval das Cidades Históricas e, por isso, tentamos iniciar este ano um resgate dos blocos, das marchinhas e do Carnaval de Antigamente. Tanto que toda a nossa decoração será inspirada em fotos dos antigos carnavais da cidade”, destacou a secretária de Turismo, Mariana Cavalcante.
A secretária também destacou que já estão com planos para 2014. “A Associação das Cidades Históricas tem um projeto, através da lei de incentivo, e nossa expectativa é incrementar o Carnaval do ano que vem”, disse.  Apesar de perspectivas futuras, em 2013, o munícipio já apresenta alguns resgates como a retomada dos tradicionais bloco Roma foi pouco e baile de máscara que a Associação Empresarial de Tiradentes (Asseti) está à frente.
“Na nossa versão, queremos agregar e valorizar as pessoas de Tiradentes. A decoração e o resgate de blocos foi uma forma de prestigiar os moradores daqui”, destacou Mariana, lembrando que a folia momesca no município se estenderá até o dia 12 de fevereiro.

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Um carnaval ao som de trombone
por: Douglas Caputo

O primogênito Amizade e o caçula Leva Eu, nascidos em bares da cidade dos biscoitos, reavivam marchinhas e arrastam "gatinhos".

Exclusivo de Carrancas até surgir o de Coronel Xavier Chaves e o de Conceição da Barra de Minas, o pré-carnaval na microrregião do Campo das Vertentes tem desde 1983 uma modalidade diferente em São Tiago. Um mês antes do carnaval os dois blocos carnavalescos locais se alternam noite após noite, de segunda a sexta-feira, em desfiles que atravessam a pequena área urbana de sete mil moradores – o município, a 44 km de São João del-Rei, tem 10.500 habitantes. Nas segundas, quartas e sextas-feiras o bloco da Amizade, com 21 anos, põe seus trinta instrumentos – trombones e percussão – para “reviver a tradição das marchinhas”, e às terças e quintas-feiras é o bloco Leva Eu, criado em 1999, que revive “os antigos carnavais”.

A idéia de se criar o bloco da Amizade “surgiu com seis amigos papeando numa mesa de bar. Ao lembrarmos um antigo bloco, o do Zé Aleluia, que saía do centro da cidade, resolvemos resgatar a tradição. O Amizade é a essência do carnaval de São Tiago, a muvuca que faz a festa. Quem leva o grande público para a avenida é o bloco, inclusive houve ano que o Amizade foi o único evento da festa", conta Antônio Helízio de Almeida, ex-presidente do bloco. O Leva Eu também nasceu em conversas na mesa do bar, só que noutro, “no do Nereu, no bairro do Cruzeiro”, conta Assis José dos Reis. 

Dezesseis anos antes do caçula nascer, o primogênito Amizade “promovia ações para conseguir os instrumentos”, lembra o secretário do Amizade, José Gilmar de Assis. Helízio completa: “o Domingos, um dos fundadores, conseguiu um tarol e um pistom, a turma fez um surdo e começamos a sair pelas ruas. Apesar dos poucos músicos, eram muitas as pessoas que participavam da festa”. Assis José, do Leva Eu, revela que o bloco tem nove instrumentos de sopro e doze de bateria. “Para tocar é necessário fazer um teste de habilidade, que é avaliado pelo mestre de bateria”.

Em 1989, um membro da direção do bloco da Amizade, conhecido como Zequinha, teve a idéia de fazer uma alvorada na madrugada de sexta para sábado, abrindo o carnaval. “Se tem alvorada festiva para ocasiões religiosas, porque não acordar o pessoal para o carnaval? Como é de madrugada cada um sai do jeito que quiser, até de pijama. A alvorada, com início às 4h da manhã, é o melhor dia e deixa todo mundo ansioso”, diz Helízio. "Esse ano os dois blocos vão sair juntos na alvorada, formando uma espécie de bandão, com partida do centro da cidade", antecipa Assis.

Apesar de carnavalesco, o bloco da Amizade tem estatuto oficial: registrado apenas em 1986, três anos depois de sua criação, tem estatuto publicado no Diário Oficial estadual e registro na comarca com certificado de filantropia. No caso do Amizade, filantropia não quer dizer caridade. “O bloco vive de contribuições dos sócios beneméritos, honorários e contribuintes, e recebe uma verba municipal da Prefeitura”. O bloco Leva Eu também possui registro oficial datado de 1999.

Quando o bloco da Amizade começou, havia um boi, que era uma alegoria e um atrativo para as pessoas, e no ano seguinte criou-se uma namorada para o boi, a mulinha. Helízio comenta que “esses dois personagens ficaram muito batidos e foram substituídos por bonecos gigantes, geralmente um casal”. Se o boi e a mulinha deixaram de existir, os gatinhos permanecem. No período carnavalesco os foliões se ocultam em fronha de travesseiro reproduzindo a aparência felina, acompanhando os blocos e mexendo com as pessoas. Fernanda Aparecida de Freitas, secretária da Junta Militar de São Tiago, sai “de gatinho desde que era pequena. Depois fiquei um tempo parada, por falta de companhia. Eu ia sozinha?” Hoje, ela e o namorado acham “divertido e engraçado poder se fantasiar e mexer com quem você não conhece. Quando descobrem minha identidade peço que não revelem para ninguém, para não perder a graça”.

Helízio lembra que “os gatinhos vêm desde o bloco do Zé Aleluia, e quando o bloco da Amizade retomou a tradição da batucada pelas ruas, os fantasiados se agregaram ao grupo dando um colorido especial à festa”.

Data: 09/02/2004 
Visualizações: 211 
Fonte: Editora Ponte da Cadeia

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A campeã de 83

Quando o locutor anunciou o resultado oficial do desfile das Escolas de Samba, na quarta-feira de cinzas o público presente no Teatro Municipal vibrou de alegria, pois com muita justiça, a primeira classificação foi realmente para a melhor agremiação: Escola de Samba Mocidade Independente do Bonfim.
A equipe responsável pela brilhante vitória é composta por: Márcio Gomes, presidente; João Bosco Reis Teixeira; Cenira Rocha e Capitão Veiga, coordenadores gerais; e ainda Quinha Brasil, Chacal, Maria Luiza Carneiro, Júlio, Sr. Braga, Sr. Saldanha, Sr. Mário, Bené Moraes, Ivan Dias e muitos outros.

Queremos parabenizar também a Comissão de Frente, composta pelas irmãs Celi, Eliana, Maria do Carmo, Tânia, Claudia e Eunice Carneiro, que brilharam na avenida.
Outros que se destacaram e deram aquele show fora: Maria Luiza Sesconí, a porta estandarte; Maria Cristina Resgalla, madrinha da bateria; Maria Fátima Costa; Nice Fonseca; Adriana Dias Garcia; Ana Paula; Suzana Marques; Tereza Olinda; Palmira Marques; Ingrid Panzera; Luciana Menezes Costa; Martha Regina Rocha; as irmãs Thereza Vitoria e Heloisa Rocha Hallack. Diversas alas obtiveram grande sucesso: ala das pipocas, coordenada por Maria Fátima Gomes; ala dos palhações, por Rita Hilário e Adelina Garcia.
Outros destaques: Dinorah Guimarães; as irmãs Carla e Cristina Campos; Raquel Braga Lima; Soraya Silva; Tereza, Ana Lucia, Elena e Adriana Camarano; Nice Fonseca; Junia Teixeira; Elenice Moraes; Daniella Leite; Leopoldina Andrade; Claudia Rodrigues; Andreia Moraes de Andrade; Vanessa e Patricia Ratts; Alessandra Faleiro; Zeli Maria da Silva, entre outras.

Fonte: Arquivo Cenyra Rocha

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Para se fazer um animado Carnaval, não basta apenas dinheiro, e sim um espírito carnavalesco, que é difícil de se encontrar. É o caso da população de São João del-Rei, onde se faz um dos melhores carnavais do país, pelo ambiente contagiante, acolhedor e pitoresco de seus foliões, que transferem tudo isso para as escolas de samba, blocos, bandas e para o rancho carnavalesco da cidade, que começou a sair em 1922 e até hoje não parou, tornando-se, assim, um dos poucos a desfilar atualmente, em todo o Brasil.

O turista que compareceu este ano ao Carnaval sanjoanense pela primeira vez, voltou impressionado com o espírito carnavalesco do folião local, no qual é acompanhado pelos milhares de visitantes, notadamente de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro, que engrossam todo ano suas agremiações, haja vista a composição do bloco Cordão Encarnado, quase todo ele formado por “gente de fora”.

Até 1966, a folia sanjoanense era puramente cultural e regional. Atraía somente os filhos da terra, que voltavam para comemorá-la. Com a entrada da classe média no Carnaval Oficial, que passou do salão para as ruas, organizando blocos e escolas de samba, começou a era do Carnaval como atividade turística, sem, entretanto, desvirtuar a autêntica folia nascida do negro, que até hoje continua legítima, através de agremiações como o Bloco Bate Paus e o próprio Rancho Custa Mais Vai.
Desse passo inicial para a explosão final, ou seja, a fama correndo não só em Minas, como todo o Rio de Janeiro, São Paulo, Capital e interior, foi uma questão de alguns anos, com amplas reportagens nos maiores jornais dos três Estados, abordando a folia original e diferente, idealizada pela população da cidade.

A fama chegou a tal ponto que os sambistas e as autoridades municipais tiveram que começar a esvaziar a festa, como forma de afugentar um pouco a verdadeira horda de foliões que provinha das mais diversas regiões do país e que, segundo o antigo promotor da cidade, Mendes Salomon, se transformava em um volumoso prontuário, que recebia na Quarta-feira de Cinzas, contendo os mais escabrosos, e diferentes casos policiais. Esse esvaziamento começou a ser provocado em 1979, e três anos depois, ou seja, em 1982, já se notava um menor fluxo de uma parte dos foliões que só pensavam em desordens nas ruas e ladeiras daquela cidade histórica.
Em 83 e, principalmente este ano, já foi realizado um Carnaval menos agitado, com as ruas menos cheias, com uma atividade turística e cultural mais voltada para as atrações que a cidade oferece. Pode assim o turista, seja ele individual ou visitando a cidade em grupos, ver com calma e sem problemas a beleza das igrejas barrocas, as pontes de pedra, em arco, cruzando o córrego do Lenheiro, os monumentos e o casario colonial que restaram da antiga opulência que o ouro trouxe para a região. E a própria folia foi mais autêntica, trazendo assim de volta a alegria que sempre predominou nas festas locais. São João del-Rei é uma cidade festeira e, passado o Carnaval, o povo já se prepara para a Semana Santa, outra grande festa, onde “uma procissão não deixa de ser uma escola de samba: a orquestra não passa de uma bateria, as irmandades são as alas  e o andor que carrega o santo é o carro alegórico”, segundo depoimento prestado pelo teatrólogo, sambista, médico e professor Jota Dangelo, atualmente secretário-adjunto de Cultura do governo mineiro.

Fonte: jornal de 1984. Arquivo Cenyra Rocha 

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Sanjoanense e visitante amigo

. Folheto distribuído em 1984:

Quando iniciamos os preparativos para o Carnaval de 1984, entre os desejos de manter viva a tradição de possuirmos o "melhor carnaval do interior" e proporcionar ao público um espetáculo majestoso, procuramos, mais que tudo, prestar uma justa e sincera homenagem a todos aqueles nossos irmãos que marcaram profundamente os nossos Carnavais. Daí o título da ornamentação: "LOUVOR AO FOLIÃO ANTIGO". Mas grandes foram os obstáculos: primeiro, o grande número dos foliões e a exiguidade de espaço para os colocarmos todos na avenida. Em segundo lugar não conseguirmos obter seus retratos. É o caso específico de Joaquim Peixeiro e Zé Prego. Mas a idéia era boa, a homenagem era justa, e, por isso mesmo, não as abandonamos. No princípio procuramos relembrar aqueles foliões que sozinhos, fizeram a alegria de nossos carnavais.

Desta maneira, o primeiro lembrado foi EDUARDO CÂNCIO, O ÍNDIO. Nos idos de 40 (é quando se inicia nossa memória de carnaval) este folião nos impressionou bastante. Mal iniciado o sábado gordo, Eduardo Câncio descia o morro, vestido de índio com uma machadinha na mão e um enorme saco de balas. À medida que assustava as crianças ia apagando nelas esta imagem com a oferta de doces. Era realmente um tipo folclórico, personagem inconfundível e imprescindível no carnaval sanjoanense. Nos arquivos de nossa memória ficou também, intacta, a imagem de NANATO, uma figura popular que se fazia presente no carnaval, vestido de mulher e com uma tabuleta onde se lia: "BLOCO DO EU SOZINHO". 

Assim como Câncio, Nanato era ansiosamente esperado nas ruas revestidas por um tapete de confetes. Lembramo-nos de "CHICO BRUGUNDÚ", do "BACCARINI" com sua luzinha no nariz, e muitos outros, mas seus retratos não foram encontrados. Era, pois impossível coloca-los na passarela. TARCILO TOLENTINO e seus famosos cabeções vieram à nossa lembrança. Com ele tivemos oportunidade de conviver. Quando, em 1966, a Escola de Samba Qualquer Nome Serve apresentou o seu maravilhoso pavão, foi Tarcilo Tolentino o seu magistral escultor. Homem dotado excelentes qualidades artísticas, muito colaborou para o engrandecimento de nosso carnaval. Um folião que era sanjoanense por adoção não podia ser esquecido: GERALDO CANÁRIO - nascido em Vila Isabel, capital do samba, Canário foi um baluarte da Escola de Samba Qualquer Nome Serve. Como radialista muito trabalhou para o Carnaval desta cidade. E foi com lágrimas nos olhos que vimos o seu retrato ser colocado na avenida. LOURIVAL MUCHACHA, recentemente desaparecido, era outro que não podia faltar em nossa galeria. Muchacha é um dos últimos cartolas da velha guarda carnavalesca. À frente do "Custa Mas Vai" foi autêntico folião e corresponsável pelas glórias de nosso carnaval. FAUSTO BOI é outro herói que deve ser lembrado.  Nos antigos carnavais, seu carro alegórico, com um tamanduá à frente, era o símbolo da alegria ingênua e de seu espírito crítico.

Existiu outrora em São João del-Rei uma sociedade carnavalesca denominada "Qualquer Nome Serve" que emprestou o seu nome para a famosa Escola de Samba de Jota Danqelo. Esta antiga sociedade situava-se no Morro da Forca. Para ela dirigimos nosso pensamento e ·fomos buscar o velho LINDOLFO DE FREITAS, outro folião autêntico e incansável. Nosso particular amigo, em frequentes diálogos, muito nos ensinou a respeito de carnaval. Tínhamos já sete foliões, mas as dificuldades aumentaram. Procuramos por JOAQUIM PEIXEIRO, ZÉ PREGO, "CHULA" e muitos outros. Não conseguimos seus retratos. Voltamos então nosso pensamento para outro tipo de folião: aquele que, à testa da agremiação, trabalhou incansavelmente pelo bom êxito de nosso carnaval. Surgiram então HENRIQUE FERNANDES e CARLOS KOPKE DE MAGALHÃES CORDEIRO, ambos ex-presidentes da Escola deSambaUnidos do Largo da Cruz e nossos estimados amigos. GERALDO NERY, o DADINHO, ou então o JARRÃO era outro que não poderia ser esquecido. Não porque era folião mas porque, como nosso funcionário da Secretaria de Turismo, durante muitos e muitos anos, trabalhou para a montagem de toda a parafernáliacarnavalesca de São João. Sua morte trouxe-nos uma tristeza imensa. Não podíamos esquecê-lo neste momento. E assim montamos nossa ornamentação. Entendemos ser justa esta homenagem porque o melhor carnaval do interior é um somatório de todas as forças, desde aquelas que remontam ao princípio do século até estas de hoje: - forças vivas, atuantes, empenhadas na sublimação do nome de nossa cidade. 

Historicamente, o carnaval sanjoanense pode ser dividido em duas grandes etapas: - da primeira, grande parte escapa à nossa memória unia vez que, por inexistirmos, não a possuíamos. É o tempo das grandes sociedades, entre as quais se destacavam o "CLUBE X", o "BOI GORDO", o "PRAZER DAS MORENAS", os "EGIPCIANOS" e a antiga "QUALQUER NOME SERVE". Nesta ocasião o carnaval se limitava a um pequeno trajeto na rua Artur Bernardes, antiga Municipal. Época do limão de cheiro, dos baldes d'água, mascarados (dominó, pierrôs e arlequins) e o corso (com o advento do automóvel). Foliões se destacaram nesta fase, dando início ao que seria, hoje, o melhor carnaval do interior: Carlos Guedes, João Branco, Major Américo dos Santos, Anchieta Lobato e Avelino Guerra, expoentes do "CLUBE X": Nicola de Souza, os irmãos Bernardo e Alcides Coelho, Domingos Sacramento, Tarcilo Tolentino e Waldemar Pugliese (daí nossa paixão pelo carnaval) no "BO(,GORDO": Lindolfo de Freitas e Zé Sambanga na "Qualquer Nome Serve" e Eduardo Câncio (o índio) no "Prazer das Morenas". Dessa época somente existem o registro na História e a saudade no coração dos nossos velhos. A semente, despretensiosamente lançada, tornou-se árvore gigante e abundantemente frutífera. Muitos galhos dessa árvore feneceram e outros resistiram ao tempo. O velho "CUSTA MAS VAI", o "LUA NOVA", o "PRÍNCIPE DA LUA", e a saudosa "DEPOIS EU DIGO" extasiaram os nossos olhos de criança nas décadas de 40 e 50. 

Naqueles dias, ausente e omisso o Poder Público, a desorganização era total e dificilmente as agremiações conseguiam romper espaço numa avenida repleta de pessoas alegremente ingênuas. As ruas ficavam coloridas de confetes e serpentinas e o lança-perfume era usado para perfumar o colo das damas e senhoritas. O folclórico "Bate- Paus" demonstrava, com eficiência, a sua arte rítmica, trazendo do morro um samba puro. A segunda parte tem inicio em 1956 com o advento do Bloco “Qualquer Nome Serve" ideado por Jota Danqelo, bloco esse que, numa Visão profética de seu criador se transformaria na famosa Escola de Samba "Qualquer Nome Serve ", detentora de inúmeras glórias e marco inicial do Grande Desfile do CarnavalSanjoanense. "Pode zombar quem quiser, mas um dia Nossa Escola ainda vai dar o que falar. Hoje, amanhã ou depois, a cidade vai ver, nossa escola abafar".  Acendia-se o estopim que iria causar a grande explosão do carnaval sanjoanense. Seguiram-se-lhe o "Bloco dos Milionários do Ritmo", "Os Magnatas do Samba", o "Clube dos Trinta", "Os Canarinhos do Morro da Forca", os "Irmãos Metralha". Enquanto isso, Zé Prego e Joaquim Peixeiro mantinham sua velha tradição, trazendo para a rua suas cabrochas e seus sambas. De saudosa memória, Edgar Perereca e Zé da Carne contribuíram com suas forças para, grande explosão que iria acontecer no governo do Prefeito Nelson Lombardi, o primeiro homem público a perceber que o Carnaval sanjoanense era uma criança em crescimento, um movimento em expansão. 

Agostinho França, Pistilin, Ginego, Roberto Pirulito, Manoel Saldanha, Osni Eduardo e muitos outros lutavam pela tradição da Escola de Samba "Depois Eu Digo". O Largo da Cruz se faz presente no samba, a todos maravilhando com sua "Unidos do Largo da Cruz", onde se destacaram Hélio Alex, Waldir Cabeleira, Waltinho, Carlos Cordeiro, Henrique Fernandes, D. Letícia, Jacó, Titoca e dezenas de outros que nos escapam agora. O Circo começava a pegar fogo. "Os Milionários do Ritmo" se transformam na Escola de Samba "Falem de Mim"; os Irmãos Metralha mostram orgulhosos sua bateria, com Cesar Bengala à frente; Importante não se esquecer de Mazinha, Norton Araújo, Iruan, Cenyra, Chacal, João Bosco Teixeira, Capitão Januário. Desaparecem o "Clube dos Trinta", do querido Rafael Costa, Os "Magnatas do Samba" (Dermeval do "Raio"), Os Canarinhos do saudoso Canário, mas, surgem a "Escola de Samba Acadêmicos do Ritmo" (Dinho Benfenatti, Paulo Falconieri e Milton Silva), Os 
Papínhas que hoje constituem 'o Bloco "Bem-Me-Quer", o "Unidos de São Geraldo"; "Unidos das Águas Férreas", Desaparecem Luiz Donato e Lourival Muchacha mas o "Custa Mas Vai" continua lentamente o seu caminho. Ginêgo não sai mais, mas suas mulatas ainda esperam por ele. O Bloco Disneylândia mantém-se firme na preferência infantil. O "Bloco dos Caveiras” vai, a cada ano engrossando suas fileiras de mutilados, num espetáculo.ao mesmo dantesco e hilariante. 

A “Falem de mim” adormece mas João Bosco Teixeira não. E surge a Mocidade Independente do Bonfim. João Bosco Coelho cria a "PapillonDorêe" para mostrar suas excelentes qualidades de artista. Os "Metralhas" são hoje umaEscola e, do Matozinhos, desponta a "Girassol" em busca de seu lugar ao sol. Mauro, Ademir , Almir, Mauri, Marcelo, José Nery, vocês, entre 
tantos outros, são peças fundamentais no nosso Carnaval. Waldemar Rufino, Pereira, Luiz Bonifácio, Nilza Salgado, a presença de vocês é indispensável. D. Letícia, Fausto e Faustinho, fazem "das tripas coração", mas a Imperatriz Del Rei está sempre presente, com sua raça e seu samba quente. O popular Juca também é importante com sua Acadêmicos do Império. Isso tudo é São João del-Rei! Isso tudo é Carnaval, o melhor do interior. Estamos cientes de que ainda existem centenas de outros nomes, mas não é possível enumerá-los.

Mas a nossa homenagem é uma só: A TODOS OS FOLIÕES DE TODASAS AGREMIAÇÕES CARNAVALESCAS, incluindo-se as BANDAS do Pão Molhado, a Lesma Lerda, a Bandalheira, As Domésticas, Arrastão do Lenheiro e o já famosíssimo "BLOCO DA ALVORADA" com Evandro Fazzion, Ofélia e Pedro Marreco. A TODOS VOCêS QUE FAZEM DO CARNAVAL SANJOANENSE UMA RAZÃO DE VIVER, o nosso muito obrigado, a nossa mais sincera homenagem, o nosso carinho e o nosso abraço de irmão.

Fonte: este folheto integra o acervo da família de Cenyra Rocha

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São João del-Rei

A fama continua. No carnaval, a cidade novamente “empapuçou” de foliões, inclusive cariocas. E foi aquele tremendo movimento, com batuques por todos os lados, já que os turistas acharam elevados os ingressos em clubes. No Minas, por exemplo, por noite, os rapazes pagavam 40 mil pratas e as “evas” 20. Quem veio para curtir Momo também aproveitou o dia para circular pelo balneário, que mais parecia um formigueiro humano. Todas as pessoas que giraram na histórica e turística “city” apreciaram muito os desfiles, achando que a Mocidade Independente é a escola mais bonita e merecedora do primeiro lugar.

Fonte: Estado de Minas – 17 de março de 1984 . arquivo Cenyra Rocha

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