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As jóias de Tiradentes . Walquíria Domingues
Descrição
Os materiais preciosos, além de belos ornamentos, foram e ainda são fonte de renda de muitos profissionais e regiões. Passado o ciclo do ouro nas Minas Gerais, a nossa conhecida Tiradentes, por exemplo, a partir da década de 1940 iniciou a exploração da prata e a atividade foi a principal fonte de renda e geração de emprego local por muito tempo.
A atividade, que se voltava para a confecção de jóias artesanais e também de outras peças, tendo a prata como a matéria-prima, atraiu ouvires e comerciantes e a prática levantou a economia tiradentina. Grande parte da população vivia da prata, porém, depois de algumas décadas, a atividade entrou em crise, devido ao surgimento de falsificações, como principal causa.
Já em 1990, Tiradentes oferecia pouquíssimas oficinas e lojas de artigos em prata. Hoje, há apenas um único atelier remanescente do ciclo da prata da cidade, o Atacadão da Prata, herança deixada pela família Barbosa. Seu artista-artesão, Marcos Barbosa, nascido em Tiradentes, desde os nove anos de idade trabalhou com a arte da prataria, e assim permaneceu por 60 anos. “Meu pai começou a trabalhar desde moleque, iniciou a carreira aos nove anos na oficina de ourives Santíssima Trindade, que operou por mais de 60 anos”, conta seu filho Rummenigge Zanola. O aprendizado da criação das peças foi passado para esposa e filhos, que deram continuidade à oficina, hoje quase cinqüentenária.
Além do atelier, onde Marcos Barbosa passou a maior parte de seu tempo compenetrado nas suas criações e passando sua arte a seus filhos, verdadeiros discípulos, há a loja no centro histórico de Tiradentes, com um showroom que conta com as inovações do designer Rummenigge Zanola. “Meu pai era o piloto da fábrica, ou seja, o membro que projetava e fazia todos os primeiros modelos, tanto que hoje em dia existem máquinas computadorizadas que fazem esse trabalho. Mas ainda continuamos como antigamente, sendo hoje eu o piloto ou designer”, explica Zanola.
Foto: Mayra MeloA atividade, que se voltava para a confecção de jóias artesanais e também de outras peças, tendo a prata como a matéria-prima, atraiu ouvires e comerciantes e a prática levantou a economia tiradentina. Grande parte da população vivia da prata, porém, depois de algumas décadas, a atividade entrou em crise, devido ao surgimento de falsificações, como principal causa.
Já em 1990, Tiradentes oferecia pouquíssimas oficinas e lojas de artigos em prata. Hoje, há apenas um único atelier remanescente do ciclo da prata da cidade, o Atacadão da Prata, herança deixada pela família Barbosa. Seu artista-artesão, Marcos Barbosa, nascido em Tiradentes, desde os nove anos de idade trabalhou com a arte da prataria, e assim permaneceu por 60 anos. “Meu pai começou a trabalhar desde moleque, iniciou a carreira aos nove anos na oficina de ourives Santíssima Trindade, que operou por mais de 60 anos”, conta seu filho Rummenigge Zanola. O aprendizado da criação das peças foi passado para esposa e filhos, que deram continuidade à oficina, hoje quase cinqüentenária.
Além do atelier, onde Marcos Barbosa passou a maior parte de seu tempo compenetrado nas suas criações e passando sua arte a seus filhos, verdadeiros discípulos, há a loja no centro histórico de Tiradentes, com um showroom que conta com as inovações do designer Rummenigge Zanola. “Meu pai era o piloto da fábrica, ou seja, o membro que projetava e fazia todos os primeiros modelos, tanto que hoje em dia existem máquinas computadorizadas que fazem esse trabalho. Mas ainda continuamos como antigamente, sendo hoje eu o piloto ou designer”, explica Zanola.
O herdeiro primário do último atelier de prata de Tiradentes diz que levou muitos anos para conseguir com perfeição fazer sua primeira peça. Hoje ainda produz anéis, brincos, pulseiras, colares, pingentes, e alianças para casamento personalizadas em ouro de 18 quilates. Os modelos, exclusivos, são feitos além de prata com pedras semipreciosas, ouro e marcassita. Rummenigge ainda conta que, na nova era de Tiradentes, a era do turismo, muitos famosos já compraram suas peças. “Ana Maria Braga, Rogerinho da Grande Família, Patrícia Pilar, Stênio Garcia e muito mais”, diz.
A família de Marcos Barbosa, empenhada em preservar uma fascinante jóia da cultura mineira, e principalmente tiradentina, se preocupa com a realidade da atividade. Rummenigge se diz muito orgulhoso, feliz e triste ao mesmo tempo. Ele explica que hoje as imitações, as peças vindas da China, sem nenhum imposto praticamente, causam uma concorrência desleal com a atividade que luta para preservar na pequena Tiradentes. “A china cada vez mais está acabando com essa profissão, conseguindo exportar para o Brasil um material muito inferior e de baixa qualidade, ou seja, peças com baixo teor de prata, com muita liga, fazendo com que as peças acabem muito mais rápido”, diz. “É uma profissão centenária em extinção”.
A família de Marcos Barbosa, empenhada em preservar uma fascinante jóia da cultura mineira, e principalmente tiradentina, se preocupa com a realidade da atividade. Rummenigge se diz muito orgulhoso, feliz e triste ao mesmo tempo. Ele explica que hoje as imitações, as peças vindas da China, sem nenhum imposto praticamente, causam uma concorrência desleal com a atividade que luta para preservar na pequena Tiradentes. “A china cada vez mais está acabando com essa profissão, conseguindo exportar para o Brasil um material muito inferior e de baixa qualidade, ou seja, peças com baixo teor de prata, com muita liga, fazendo com que as peças acabem muito mais rápido”, diz. “É uma profissão centenária em extinção”.
Publicado no Observatório da Cultura . 8 de setembro de 2011