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Tipo: Artigos / Cartilhas / Livros / Teses e Monografias / Pesquisas / Personagens Urbanos / Diversos

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Museu do Automóvel: De carona para o passado . Walquíria Domingues

Descrição

No pequeno distrito de Prados, Bichinho, desde 1976 um amante de carros antigos restaura e coleciona raridades. Rodrigo Cerqueira Moura sempre teve a mania de trabalhar nas horas vagas com mecânica de automóveis, e desde 2006 sua paixão fez surgir o Museu do Automóvel da Estrada Real.
 
A coleção particular de Rodrigo Moura, que conta com cerca de 50 unidades, e mais 20 aguardando sua vez de brilhar na exposição é fruto da paixão transmitida pelo seu pai, Antônio Moura, conhecido como Toné. O Museu do Automóvel foi a maneira que Rodrigo encontrou de homenagear seu pai, após seu falecimento, em 2006. Afinal, foi ele o propulsor da vasta coleção, que começou com um Mercedes-Benz 1951 e um Jeep Willys do mesmo ano. “Estes primeiros foram adquiridos, um pelo meu pai, que me deu de presente, o Mercedes 1951, e o Jeep logo depois que me formei em Engenharia Mecânica, em 1976”, conta Rodrigo Moura.
 
Hoje o Museu possui veículos raros, como o Renault Fregate, de 1953 e clássicos, como o Austin-Mini e o Citroën 2cv. A coleção de Rodrigo Moura também conta com modelos nacionais, como o Simca Chambord, o DKW-Vemag e o Renault Dauphine. Rodrigo conta que “os carros em exposição não estão à venda mas seus valores seguem uma tabela feita em função do nível de originalidade e restauração, e a título de exemplo, um mesmo Chevrolet de 1951 pode ter o preço variando de R$10.000 até R$45.000”, diz.

O acervo viaja para os encontros de colecionadores e também são alugados para gravação de novelas, minisséries, para casamentos e outros eventos. Rodrigo conta que geralmente vai aos encontros de Águas de Lindóia (SP) e de Araxá apenas, mas que começou, há mais ou menos 15 anos emprestando e alugando seus carros para a gravação de novelas, filmes e minisséries nacionais. “Começamos fazendo a minissérie Hilda Furacão, depois, algumas matérias para o Sport TV, uns seis documentários, a minissérie JK, a novela Alma Gêmea, e os filmes Chico Xavier e Uma Professora Maluquinha, do Ziraldo. Os preços do aluguel geralmente são de R$800 o dia, mas “para as filmagens no Projac, no Rio, são R$1000 o dia, além do transporte do carro”, conta Rodrigo Moura.
 
As preciosidades, estrelas da TV e do cinema, também são o centro das atenções em eventos da região, como o Festival Bandas de Cá, que aconteceu em sete cidades do interior de Minas, incluindo São João del-Rei, Ouro Preto e Diamantina; o espetáculo Terra de Livres, o Comida Di Buteco, em Belo Horizonte e São João del-Rei, e o Carnaval de Antigamente da Atitude Cultural, também em São João del-Rei. “A participação dos carros antigos se dá por que como é um carnaval de antigamente, a idéia é o resgate de um cenário antigo. E era comum o corso, desfile de carros pelas ruas com as pessoas brincando, jogando confetes e serpentinas”, ressalta Alzira Agostini Haddad, coordenadora da Atitude Cultural.

Outra atração é a Jardineira, que há cinco anos faz passeios noturnos em Tiradentes, nos finais de semana. O passeio, de uma hora e 45 minutos é recheado de informações e história, contados para os turistas que visitam a cidade. “É um passeio muito interessante que fiz para o turista como gostaria que fosse feito para mim. O turista é muito curioso, está de bom humor e se você souber dar o maior número de informação, ele acaba se satisfazendo, gostando e indicando mais pessoas para visitar a região”, diz Luiz Fernando Neves, o idealizador do projeto do passeio na Charmosa, nome da Jardineira Chevrolet, de 1935. O City Tour, como é chamado o passeio da jardineira, custa $35,00.
 
Luiz Fernando conta que, quando viu a Jardineira quase restaurada pelo Rodrigo Moura, o proprietário, perguntou a ele o que seria feito com o veículo. “Perguntei por que não utilizá-la para fazer passeios em Tiradentes e ele me respondeu que não tinha jeito para isso. Eu disse que seria muito interessante, pois a cidade é a cara da Jardineira”, conta Luiz Fernando Neves, que se tornou parceiro de Rodrigo, e começou a idealizar, elaborar e pesquisar o projeto. Ele ainda conta que o custo de restauração foi de R$85.000. “Fiz vários cursos para que se pudesse colocar em execução toda essa idéia. No fundo de tudo isso existe um grande profissionalismo também”, diz. Ele também conta, orgulhoso, que está há três anos consecutivos no Guia 4 Rodas, “o que demonstra ser de um nível muito bom todo esse trabalho”.

Publicado no Observatório da Cultura . 16 de setembro de 2011
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