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Zulei Bassi
Descrição
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Zulei Bassi
Fim de ano e Férias/Cultural 2013 | Atitude Cultural
Presépios de Zulei Bassi
Zulei celebrou o seu aniversário no dia 21/12/23 no Espaço Cultural da UFSJ com amigos e familiares, na Exposição "O nascimento de Jesus em perspectivas", que teve como curador o Frei Wander de Oliveira Souza OFM.
Zulei Bassi presenteou cada amigo com delicadezas nos seus lindos e já tradicionais Cartões de Natal, cheios de reflexões e bordados preciosos!
Espaço Ecoternura
Hoje o Espaço Ecoternura reverencia a força criativa e sensível da nossa grande mestra da arte ecossustentável ZULEI MARIA BASSI. Ela mora em São João del Rei/MG e foi dela que veio a grande e definitiva inspiração para realizar a arte ecoternura que define nossa experiência estética, nesse momento.
A Zulei sempre nos nutriu de elementos naturais, de arte, de poesia, de pensamento crítico e de vivências sustentáveis. Seu dia a dia é uma lição contínua de bem viver em harmonia com todos os seres. Temos dito que Zulei é a cristalização do fazer e do prazer estético, revestida de generosidade.
Em Zulei o Impulso do espírito humano para criar algo a partir da imaginação e dos sentimentos emergi com facilidade. Sua presença é pura poesia, que é uma palavra de origem grega que significa criação ou produção. Pensada pelo filósofo Martin Heidegger como iluminação, ou seja, a presença de Zulei se faz em sua poesia, como pura iluminação. Nos sentirmos tocados por ela, é ser poesia com ela.
Fonte: Retirado do espaço Ecoternura no Facebook do dia 07 de agosto de 2023.
Colaboração: Ana Cintra em 21 de dezembro de 2023/"Conheci o espaço por meio do livro Ecoternura – Novo ciclo – 12 semanas para despertar de Dida Aurea Tomé quando meu filho caçula morou em Colatina-ES"
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Zulei, um elogio à natureza . Thayná faria e Rafaella Dotta
“Eu não sei quase nada, mas desconfio de muita coisa.” Palavras de Guimarães Rosa que pudemos ouvir de Zulei Bassi como uma das mais belas citações que existem. Essas e outras frases estão nos “bordados literários” da artista plástica.
Zulei é uma senhora são-joanense que prefere ser tratada por “você”. Morou por 12 anos no Espírito Santo, de 1976 a 1988. Lá, ela diz: “aprendi a gostar da natureza. Vivi num lugar muito plano, bonito, cheio de verde e cercado por lagoas, muitas lagoas. Todo o dia ia à rua para ver a lua aparecer enorme como em uma dessas novelas, sabe... Refletia nas lagoas, era lindo”.
Nesse período em que viveu no Estado, também dividiu morada com Frei Betto e foi a Cuba duas vezes. Lá conheceu Fidel Castro, que aparece sorridente em uma fotografia mostrada pela artesã onde ela e o ex-ditador cubano apertam as mãos.
Na cozinha vemos pendurado na parede uma escultura da Santa Ceia, com metade dos profetas homens e a outra, mulheres. Ela explica que fez de propósito, pois acredita ser pouco provável que naquela época tivessem apenas homens à mesa, “seria muito machismo!”.
Vemos mais artesanato. Na verdade, por toda parte. Porta retratos, potes com sementes, folhas e cascas de árvores na mesa e outra surpresa: duas imagens de Che Guevara aparecem coladas no vidro de um armário.
Sobre sua relação com a política Zulei diz que é petista, embora atualmente não milite da mesma forma que antes. “Toda arte é espiritual, religiosa e política”. Ela continua engajada, contribuindo como pode, inclusive através de seu trabalho.
O seu ateliê se estende pela sala, cozinha, varanda e até em sua bicicleta. Quis imitar uma senhora de Brasília, que era artesã e distribuía as suas obras pela casa. E talvez seja esse o motivo de Zulei falar com tanto carinho de seus trabalhos: “Não gosto de colocá-los à venda em lojas ou por intermediadores. Eles são meus filhos Mas nem sempre soube de sua inclinação à arte. Diz que estranhou quando começou a ser chamada de artista plástica. “Porque eu fazia colagens e não sabia que era arte.” Hoje, recebe encomendas de pessoas de vários Estados, a maioria por telefone.
Seu material de trabalho vem da Grécia, da Índia, da Nova Zelândia, do Egito, de qualquer lugar que tenha um amigo de Zulei. Depois que conhecemos suas obras, tendemos a olhar a natureza também como uma fonte de incríveis ornamentos.
Os materiais mais usados são sementes, folhas, pedaços de árvores, cipós, casca de frutas, areia... Enfim, tudo o que é natural e pode ser utilizado. Sem servir-se de nenhuma substância química, Zulei estuda cada elemento e cria métodos de conservação próprios. A maioria dos materiais que usa vem das proximidades de São João del-Rei, e é ela mesma que vai buscar.
Convite à Felit
Na próxima edição do Festival de Literatura de São João del-Rei, Zulei Bassi foi convidada a expor seu trabalho. Irá mostrar, mais especificamente, seus bordados literários, que são panos bordados com poesia e frases de autores como Guimarães Rosa, Mia Couto, Vinicius de Moraes e Chiquinha Gonzaga. A exposição ficará aberta ao público durante toda a programação da Felit, no galpão da Rotunda.
O festival desse ano tem como homenageada a escritora Ana Maria Machado, mas Zulei Bassi está mais ansiosa pelo seu encontro com Bartolomeu Campos. O autor tem um livro com a contracapa formada por imagens de sementes e a artesã fez um cartão especial, com a colagem de quase todas as espécies contida na ilustração.
Texto publicado no Observatório da Cultura . 20 de março de 2011