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Escopo: São João del-Rei | Tiradentes | Ouro Preto | Minas Gerais | Brasil | Mundo
Imagem do Cristo Inacabado . Francisco José de Rezende Frazão
Descrição
Consta que esta imagem, feita de cedro, fora encomendada pela Ordem Terceira do Monte Carmelo, na segunda metade do séc. XIX, para a cerimônia do descendimento da Cruz, da sexta-feira da paixão. Até meados do séc. XX, essas festividades eram de responsabilidade da Ordem Terceira Carmelitana, em São João del-Rei,
A denominação de “Inacabado” é decorrente do fato de faltar ä imagem os braços, as polpas de três falangetas do pé esquerdo, além de estar fraturado o dedo mínimo do pé esquerdo. Observa-se que a imagem do Cristo contradiz os textos sagrados (Segundo o folclorista Gustavo Barroso, quem escreveu um artigo sobre a mesma, no JORNAL O CRUZEIRO de 06/ 12/ 1952), ou seja, a posição inclinada da cabeça para a esquerda e o ferimento da lança no lado direito, motivo pelo qual a Ordem Carmelitana dispensou o trabalho, o que fez o artista interrompê-lo sem conclui-lo.
Somente em 23 de fevereiro de 1935, com a vinda do engenheiro e arquiteto Heitor da Silva Costa (autor do projeto do Cristo Redentor do Rio de Janeiro) a São João del-Rei, contratado para também projetar um Cristo Redentor na cidade, é que veio a público a sua existência, quando ao verificar sinais de uma infiltração na fachada lateral (próximo à cimalha) da Igreja do Carmo, o Dr. Heitor após confirmar o problema e ao descer da torre se deparou “junto a uma parede e sobre velho banco, qualquer coisa que mal se percebia sob espessos panos.” Estava descoberta a imagem do Cristo Inacabado da Igreja do Carmo de São João del-Rei e consequentemente a inspiração artística para o rosto do Cristo que iria executar. Segundo esse arquiteto “a face é de um belo oval que muito relembra a do Cristo doutor do portal de Notre Dame de Paris, obra do séc. XIII.”
Muitas pessoas sabiam da existência dela. O Sr. Amadeu Martins por volta de 1927, já a havia fotografado. O tesoureiro da Ordem, Sr. José de Assis Sobrinho, inclusive relatou que até pouco antes de 1920, ela esteve guardada num barracão pertencente à Igreja do Carmo, sito na rua Santa Teresa.
Quanto à autoria, segundo Djalma Assis, é obra de seu bisavô, JOAQUIM FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA. Nascido em 24 de fevereiro de 1813, esse artista são-joanense, além de “escultor”, se destacou também como “entalhador”, “ourives”, “mestre prateiro”, “pintor”, “arquiteto” e “construtor”. São inúmeros seus trabalhos, tais como: imagens, coro, altares, medalhões, alfaias, toucheiros, castiçais, capela-mor, resplendores e outros em várias igrejas da cidade, em particular na igreja do Carmo, pois além da imagem do Cristo Inacabado, é de sua autoria também as imagens de São Felipe Néri e do Senhor da Coluna, além do coro da igreja, os quatro últimos altares laterais, assim como o medalhão do teto da nave “N.S. do Carmo aparecendo ao Papa João XXII.” Debaixo do coro está o monograma com suas iniciais JFAP (Joaquim Francisco de Assis Pereira). O rosto da Imagem do Cristo Inacabado serviu de modelo para a imagem de bronze fundida na Itália em 1939 do Cristo Redentor de São João del-Rei, inaugurado em seu pedestal de pedra em 1942.
Eis alguns relatos que confirmam essa sua autoria: Augusto de Lima Júnior, historiador mineiro, quando aqui esteve em 1910, baseado nos testemunhos de dois são-joanenses ilustres, Aureliano Pimentel e de Dona Zina Magalhães “declararam ter assistido Joaquim de Assis trabalhando nessa imagem.” Também o restaurador ouropretano Jair Afonso Inácio quando trabalhou na Matriz do Pilar de São João del-Rei, por volta de 1955/56, (na época era o restaurador oficial do Serviço do Patrimônio Histórico de Minas Gerais) afirmou ser um trabalho de autoria de JOAQUIM FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA.
Referências Bibliográficas
ASSIS, Djalma. Joaquim Francisco de Assis Pereira: um artista são-joanense. Monografia apresentada no IHG de São João del-Rei, por meio de uma palestra proferida pelo autor, no dia 12 de outubro de 1983 (dia de N.S. do Pilar, padroeira da cidade).
GUIMARÃES, Fábio Nelson. História do Cristo Redentor de São João del-Rei. 2. ed., rev. e ampl.- São João del-Rei: UFSJ, 2005.
* Esse texto se encontra ao lado da imagem do Cristo Inacabado, na Igreja de N.S. do Carmo de São João del-Rei, à direita da nave... ele fora elaborado no final de dezembro de 2011 com o intuito de substituir um texto do GUVASTO BARROSO que se encontrava lá por muitos anos, que a meu ver, não condizia com a verdade... digo, Gustavo Barroso (folclorista gaúcho, integralista) nunca esteve em SÃO JOÃO DEL-REI, seu texto é um artigo publicado em 1952 no JORNAL “O CORREIO” do Rio de Janeiro, em cima de outro artigo de autoria do arquiteto HEITOR DA SILVA COSA (o mesmo que elaborou o Cristo Redentor do Rio de Janeiro) autor do projeto do Cristo Redentor de São João del-Rei.
A denominação de “Inacabado” é decorrente do fato de faltar ä imagem os braços, as polpas de três falangetas do pé esquerdo, além de estar fraturado o dedo mínimo do pé esquerdo. Observa-se que a imagem do Cristo contradiz os textos sagrados (Segundo o folclorista Gustavo Barroso, quem escreveu um artigo sobre a mesma, no JORNAL O CRUZEIRO de 06/ 12/ 1952), ou seja, a posição inclinada da cabeça para a esquerda e o ferimento da lança no lado direito, motivo pelo qual a Ordem Carmelitana dispensou o trabalho, o que fez o artista interrompê-lo sem conclui-lo.
Somente em 23 de fevereiro de 1935, com a vinda do engenheiro e arquiteto Heitor da Silva Costa (autor do projeto do Cristo Redentor do Rio de Janeiro) a São João del-Rei, contratado para também projetar um Cristo Redentor na cidade, é que veio a público a sua existência, quando ao verificar sinais de uma infiltração na fachada lateral (próximo à cimalha) da Igreja do Carmo, o Dr. Heitor após confirmar o problema e ao descer da torre se deparou “junto a uma parede e sobre velho banco, qualquer coisa que mal se percebia sob espessos panos.” Estava descoberta a imagem do Cristo Inacabado da Igreja do Carmo de São João del-Rei e consequentemente a inspiração artística para o rosto do Cristo que iria executar. Segundo esse arquiteto “a face é de um belo oval que muito relembra a do Cristo doutor do portal de Notre Dame de Paris, obra do séc. XIII.”
Muitas pessoas sabiam da existência dela. O Sr. Amadeu Martins por volta de 1927, já a havia fotografado. O tesoureiro da Ordem, Sr. José de Assis Sobrinho, inclusive relatou que até pouco antes de 1920, ela esteve guardada num barracão pertencente à Igreja do Carmo, sito na rua Santa Teresa.
Quanto à autoria, segundo Djalma Assis, é obra de seu bisavô, JOAQUIM FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA. Nascido em 24 de fevereiro de 1813, esse artista são-joanense, além de “escultor”, se destacou também como “entalhador”, “ourives”, “mestre prateiro”, “pintor”, “arquiteto” e “construtor”. São inúmeros seus trabalhos, tais como: imagens, coro, altares, medalhões, alfaias, toucheiros, castiçais, capela-mor, resplendores e outros em várias igrejas da cidade, em particular na igreja do Carmo, pois além da imagem do Cristo Inacabado, é de sua autoria também as imagens de São Felipe Néri e do Senhor da Coluna, além do coro da igreja, os quatro últimos altares laterais, assim como o medalhão do teto da nave “N.S. do Carmo aparecendo ao Papa João XXII.” Debaixo do coro está o monograma com suas iniciais JFAP (Joaquim Francisco de Assis Pereira). O rosto da Imagem do Cristo Inacabado serviu de modelo para a imagem de bronze fundida na Itália em 1939 do Cristo Redentor de São João del-Rei, inaugurado em seu pedestal de pedra em 1942.
Eis alguns relatos que confirmam essa sua autoria: Augusto de Lima Júnior, historiador mineiro, quando aqui esteve em 1910, baseado nos testemunhos de dois são-joanenses ilustres, Aureliano Pimentel e de Dona Zina Magalhães “declararam ter assistido Joaquim de Assis trabalhando nessa imagem.” Também o restaurador ouropretano Jair Afonso Inácio quando trabalhou na Matriz do Pilar de São João del-Rei, por volta de 1955/56, (na época era o restaurador oficial do Serviço do Patrimônio Histórico de Minas Gerais) afirmou ser um trabalho de autoria de JOAQUIM FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA.
Referências Bibliográficas
ASSIS, Djalma. Joaquim Francisco de Assis Pereira: um artista são-joanense. Monografia apresentada no IHG de São João del-Rei, por meio de uma palestra proferida pelo autor, no dia 12 de outubro de 1983 (dia de N.S. do Pilar, padroeira da cidade).
GUIMARÃES, Fábio Nelson. História do Cristo Redentor de São João del-Rei. 2. ed., rev. e ampl.- São João del-Rei: UFSJ, 2005.
* Esse texto se encontra ao lado da imagem do Cristo Inacabado, na Igreja de N.S. do Carmo de São João del-Rei, à direita da nave... ele fora elaborado no final de dezembro de 2011 com o intuito de substituir um texto do GUVASTO BARROSO que se encontrava lá por muitos anos, que a meu ver, não condizia com a verdade... digo, Gustavo Barroso (folclorista gaúcho, integralista) nunca esteve em SÃO JOÃO DEL-REI, seu texto é um artigo publicado em 1952 no JORNAL “O CORREIO” do Rio de Janeiro, em cima de outro artigo de autoria do arquiteto HEITOR DA SILVA COSA (o mesmo que elaborou o Cristo Redentor do Rio de Janeiro) autor do projeto do Cristo Redentor de São João del-Rei.