São João del Rei Transparente

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Tipo: Artigos / Cartilhas / Livros / Teses e Monografias / Pesquisas / Personagens Urbanos / Diversos

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Decreto em vigor (sobre a adequação das placas do centro histórico) . Jota Dangelo

Descrição

Não é de hoje que a poluição visual do Centro Histórico da cidade e seu entrono incomoda aqueles que desejam a conservação o nosso patrimônio cultural sem a profusão de cartazes, placas, faixas, tabuletas e mais tabuletas, banners e toda a sorte de artifícios publicitários. Na Rua Direita alguns comerciantes, mais conscientes, trataram de identificar o nome de seus estabelecimentos comerciais com parcimônia e até bom gosto, fazendo prevalecer a estética sobre o chamarisco a qualquer preço, coisa comum na Rua Arthur Bernardes, Gabriel Passos, Avenida Presidente Tancredo Neves, Avenida Tiradentes e outros locais.
Em boa hora, um novo decreto municipal, o de número 4.762, de 3 de outubro do corrente ano, oriundo de acordo entre a Promotoria Pública Estadual e a Prefeitura, está entrando em vigor: até o dia 4 de janeiro os estabelecimentos situados no Centro Histórico de São João del-Rei deverão retirar as publicidades irregulares. A cidade acompanha, assim, o exemplo da prefeitura de São Paulo que conseguiu despoluir visualmente a capital paulista com o “Projeto SP Cidade Limpa". A nova legislação municipal não atinge apenas as placas e identificação dos estabelecimentos comerciais, particularmente da Rua Arthur Bernardes e Avenida Presidente Tancredo Neves. Serão consideradas também irregulares estandartes, faixas e assemelhados em árvores e nos postes e pontos localizados no centro histórico e sua respectiva área de entorno. O decreto prevê também a necessidade de consulta ao Patrimônio Municipal para reformas e pinturas eprédi públicos ou privados.
Já houve um tempo em que o atual prédio do Museu Regional, com apoio de boa parte da população  e de ilustres cidadãos, esteve em vias de desaparecer do Largo Tamandaré para dar lugar a um eventual antecessor do edifício São João, que seria um hotel, e abrigando na parte térrea a rodoviária d cidade! O prédio foi quase totalmente demolido nessa aventura arquitetônica equivocada e sem sentido.  Felizmente, houve a reação, principalmente política, que impediu a consumação do devaneio da maioria da sociedade são-joanense. Exemplo típico de que nem sempre , paradoxo da democracia, a maioria está certa.
É preciso entendermos, nós que tivemos o privilégio de nascer numa cidade do século XVIII, que somos especiais, não no sentido individual, mas no coletivo, na obrigação que temos de zelar pelo nosso patrimônio histórico e cultural, pelo universo de nossa arquitetura eclética e pelos raros exemplos da arquitetura colonial que ainda resistem às investidas daqueles que são dominados pela ambição lucro, pela ganância imobiliária, para os quais a destruição do antigo, da História, da Tradição é sinal de progresso e modernidade. Modernidade é o que vai acontecer proximamente, quando um novo mobiliário urbano, projetado para não interferir em demasia com o nosso padrão arquitetural, for instalado na cidade, previsto para correr no dia 8 de dezembro próximo. Há que buscar sempre o equilíbrio entre o que deve ser conservado e o que precisa de inovações para atender aos novos tempos.
O mais importante é conferir se o novo decreto municipal será realmente obedecido. Isto é que importa.

Mais informações:
Adequação das placas comerciais do Centro Histórico de São João del-Rei

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