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a cidade com que sonhamos é a cidade que podemos construir

la ciudad que soñamos es la ciudad que podemos construir

the city we dream of is the one we can build ourselves

la cittá che sognamo é la cittá che possiamo costruire

la ville dont on rêve c’est celle que nous pouvons construire

ser nobre é ter identidade
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Tipo: Artigos | Cartilhas | Livros | Teses e Monografias | Pesquisas | Lideranças e Mecenas | Diversos

Escopo: São João del-Rei | Tiradentes | Ouro Preto | Minas Gerais | Brasil | Mundo

 

Claudionor Ferreira de Moura

Descrição


Pedro da Pastelaria OK, com Claudionor Ferreira de Moura
Foto: Kiko Neto

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Antes:


Depois:


O horário de abrir as portas é religiosamente às 5h30, fechando às 18h. O tradicional cafezinho tem o mesmo sabor, assim como a empadinha e o picolé da Kibon. Mas o que atrai a freguesia - mais amigos que fregueses - é o sorriso atrás do balcão, Claudionor Ferreira de Moura, há 53 anos é garantia de uma boa prosa. Pradense de nascimento, dono de história singular, trabalhou como tropeiro viajando até as bandas de Goiás, até voltar para Barroso, Tiradentes e se fixar em SJDR. Era o ano de 1956, quando começou a trabalhar no Kibon pelas mãos dos irmãos Romeu e Rômulo Simões Coelho. “Trazíamos os sorvetes de ônibus”, lembrou Claudionor ao falar do pioneirismo da lanchonete, primeira revendedora autorizada da Kibon na região. De funcionário, passou a dono, e durante muitas décadas transformou o local em ponto de encontro obrigatório dos funcionários públicos, médicos, advogados e demais profissionais que circulavam próximo ao número 608 da Av. Tiradentes. De trás do balcão, fez sólidas amizades, criou os cinco filhos (que hoje lhe deram 12 netos) ao lado da mulher Juraci, fazendo o trajeto de casa para a lanchonete, sempre de bicicleta. Relutante com as mudanças, ao decidir dar uma “cara nova” ao estabelecimento, aconselhado pelos filhos, após mais de 50 anos no layout original, Claudionor dá mostras de seu vigor aos 83 anos e se diz feliz com a nova lanchonete: “quero conquistar as novas gerações”.

Acontece . Cláudia Simões
Fonte: Gazeta de São João del-Rei . 30/01/2010  

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Muito além da "Esquina do Kibon"

Localizada na parte central de São João del-Rei, a “Esquina do Kibon” é onde se encontra um dos maiores pontos comerciais da cidade, que além de funcionar durante todo o dia, também possui uma vida noturna ativa, sendo um grande foco para festas e comemorações. Conhecida sob este título desde a década de 50, a região abriga uma das personalidades são-joanenses mais conhecidas: o responsável pelo nome que se tornou um referencial, Claudionor Ferreira de Moura. Mas não é na esquina ou no calçadão que a história começa, e sim na porta do famoso bar, o Kibon.

O Kibon surgiu em São João del- Rei no dia 12 de outubro de 1957 e foi o primeiro estabelecimento da região a vender sorvetes e picolés. O sucesso e a popularidade foram tão grandes que o local passou a ser conhecido pelo nome da marca, Kibon. Segundo seu proprietário, na época não havia bares ou lanchonetes na área, o que o fez pioneiro: “O Kibon foi o primeiro bar da região e rapidamente se tornou um referencial”, conta Claudionor.

Claudionor relata que era muito difícil buscar os sorvetes, já que não existiam revendedores na região e, por isso, havia a necessidade de ir até Belo Horizonte para comprá-los. “Era muito difícil, a estrada era de terra e não havia infra-estrutura”, afirma. O tempo total da viagem era de 16 horas, e o percurso era feito de carro – o proprietário fretava um táxi e ia pessoalmente buscar os sorvetes. 

Com o tempo, o Kibon se entrelaçou no dia-a-dia da população, tornando-se um ponto de encontro tradicional. Muito além dos picolés e sorvetes, a simpatia de Claudionor se destacou como o principal atrativo do local, que atualmente parou de vender os produtos iniciais e diversificou as vendas. Para muitos, existe uma espécie de tradição em torno do Kibon, já que por lá passam diversas personalidades e ícones populares. 

Carlos Alberto de Amaral, um dos maiores clientes do Kibon, acredita que o estabelecimento representa um marco na cultura são-joanense. Ele conta que frequenta o local desde que era pequeno e que o Kibon fazia parte do imaginário das crianças. “O meu sonho quando criança era passar em frente ao Kibon e tomar o sorvete que todos queriam”, afirma. Desde então, ele vai ao Kibon todos os dias, declarando que, quando não passa por lá, parece faltar algo em seu dia. “Venho para aprender com o Claudionor, pois cada dia que você conversa com ele você aprende algo novo”, diz emocionado.

O Kibon não se tornou conhecido apenas em São João Del Rei, mas em todo o território nacional e até mesmo internacional. “Já vieram pessoas de diversas partes do Brasil e do mundo para registrar a história e o marco do Kibon” revela Claudionor, que diz receber pessoas de todos os altos cargos de Brasília e das mais diversas regiões – “A primeira coisa que fazem quando vem a São João é vir ao Kibon”.
 
O Kibon é considerado um dos principais pontos culturais e históricos da cidade, frequentado por toda a sociedade são-joanense. Carlos Alberto conta que no passado existia uma turma de jovens famosa por visitar o Kibon. “Era o ponto de encontro da juventude transviada”. Para ele, os tempos antigos deixaram saudades e marcou uma geração, imortalizando o Kibon como parte da cultura popular de São João del-Rei.

Para Claudionor, o Kibon é muito mais que uma história. Ele declara: “É a minha vida, onde meus filhos cresceram e onde eu fiz amizades para o resto da vida”. Todos que passam pela porta param e cumprimentam a Claudionor, conhecido por sua alegria e bom-humor, e considerado uma memória viva de São João del-Rei.
 
Muito mais que um local para lanches e refeições, o Kibon é um ponto de encontro entre história e cultura popular. Por onde passam distintos personagens e pessoas de todas as classes e idades.  O local que batizou o famoso calçadão, sempre centrado em seu dono, que nunca deixou de ser sua principal atração.

Texto de Adriano Moura
Publicado no Observatório da Cultura . 28 de outubro de 2010
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