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Escopo: São João del-Rei | Tiradentes | Ouro Preto | Minas Gerais | Brasil | Mundo
Desenvolvimento industrial e urbano do Bairro Fábricas . Alexandre Fernando Guimarães e Arlon Cândido Ferreira
Descrição
A Estrada de Ferro Oeste de Minas, inaugurada em 1879, permitiu um grande deslocamento de mercadorias a um baixo custo e foi muito importante para o desenvolvimento industrial e urbano da cidade de São João del-Rei, em especial, o Bairro Fábricas.
Inicialmente, a Estrada de Ferro ligava as cidades de Antônio Carlos a Barroso. Um ano após sua inauguração, sua sede foi transferida para São João. A ferrovia foi ampliada, o que permitiu a interligação de diversas cidades do sul e oeste de Minas. Nesta época o trem a vapor constituía o meio de transporte mais moderno e eficiente para o escoamento de matérias primas, bens de consumo, animais e passageiros.
Batizada pela população de “Maria Fumaça”, as locomotivas a vapor despertaram o interesse de vários empreendedores e trabalhadores de diversas localidades que passaram a ocupar o seu entorno, incentivando, assim, o progresso da região. Um dos vários ramais da Ferrovia – o que ligava a Estação principal de São João a Estação das Águas Santas (passando pela atual Avenida Leite de Castro) – foi muito importante para o desenvolvimento industrial e urbano, sobretudo, do Bairro Fábricas.
Em pouco tempo o crescimento demográfico neste lugar era notório. Esse crescimento populacional foi muito importante para o desenvolvimento do bairro. Foram erguidas várias edificações nesta época. Em destaque: as Companhias de Fiação e Tecelagem (Cia. Têxtil São Joanense, Fábrica Brasil, Tecelagem Dom Bosco, Tecelagem Moisés LTDA. e Santanense); casas para Trabalhadores da tecelagem, Curtume Tortoriello e o Albergue Santo Antônio. Podemos destacar o estabelecimento da Estrada de Ferro nesta localidade, como marco do seu desenvolvimento industrial e urbano. Pois os empreendedores e empresários viram neste local um ambiente fértil para seus negócios, as estruturas fixas (ferrovia, casas, ruas etc.) viabilizaram os fluxos (bens, capitais, serviços, pessoas). Sabiam que poderia contar, sobretudo, com um eficiente meio de transporte da época, responsável pelo escoamento de matérias primas (algodão, lenha, tinta, cimento, etc) e produtos industrializados para diversas regiões do Estado de Minas Gerais.
As locomotivas a vapor foram desativadas gradativamente em todo o Brasil entre as décadas de 50 e 80. Elas estavam sendo substituídas pelas movidas a diesel que eram mais potentes e mais velozes; e as linhas de bitola de 76cm (distância entre os trilhos) foram largueadas, passando para 100 ou 160 centímetros.
Com a desativação das linhas da EFOM por falta de investimento, com exceção a linha São João x Tiradentes, houve também um declínio no desenvolvimento industrial, comercial e urbano da cidade até meados de 2009, provocando a falência de algumas empresas do bairro. Sua “vocação” industrial ficou estagnada, e seu promissor desenvolvimento industrial dispersou-se por outras localidades da cidade. Contudo, nessa última década, o bairro ganhou novo ânimo com a criação do Instituto de Ensino Superior Presidente Tancredo de Almeida Neves (Iptan), essa faculdade privada instalou-se na antiga fábrica Santanense. Percebe-se, nesse caso, aquela velha forma construída inicialmente parta abrigar uma fábrica, foi adaptada, passando a cumprir uma nova função. A expansão da UFSJ permitiu a valorização dos terrenos e imóveis desse bairro que se situa entre os campi Dom Bosco e CTAN.
O bairro já não é mais “das Fábricas”, os processos históricos definem novas estruturas de poder estabelecendo uma nova territorialidade e definindo novas funções para as antigas formas herdadas do período de expansão industrial. A paisagem se modifica e é o aspecto que se apresenta aos nossos sentidos e nos faz perceber, em um primeiro instante, a construção de um novo espaço.
Alexandre Fernando Guimarães e Arlon Cândido Ferreira
Estudantes do 3º período do curso de Geografia da Universidade Federal de São João del-Rei
Inicialmente, a Estrada de Ferro ligava as cidades de Antônio Carlos a Barroso. Um ano após sua inauguração, sua sede foi transferida para São João. A ferrovia foi ampliada, o que permitiu a interligação de diversas cidades do sul e oeste de Minas. Nesta época o trem a vapor constituía o meio de transporte mais moderno e eficiente para o escoamento de matérias primas, bens de consumo, animais e passageiros.
Batizada pela população de “Maria Fumaça”, as locomotivas a vapor despertaram o interesse de vários empreendedores e trabalhadores de diversas localidades que passaram a ocupar o seu entorno, incentivando, assim, o progresso da região. Um dos vários ramais da Ferrovia – o que ligava a Estação principal de São João a Estação das Águas Santas (passando pela atual Avenida Leite de Castro) – foi muito importante para o desenvolvimento industrial e urbano, sobretudo, do Bairro Fábricas.
Em pouco tempo o crescimento demográfico neste lugar era notório. Esse crescimento populacional foi muito importante para o desenvolvimento do bairro. Foram erguidas várias edificações nesta época. Em destaque: as Companhias de Fiação e Tecelagem (Cia. Têxtil São Joanense, Fábrica Brasil, Tecelagem Dom Bosco, Tecelagem Moisés LTDA. e Santanense); casas para Trabalhadores da tecelagem, Curtume Tortoriello e o Albergue Santo Antônio. Podemos destacar o estabelecimento da Estrada de Ferro nesta localidade, como marco do seu desenvolvimento industrial e urbano. Pois os empreendedores e empresários viram neste local um ambiente fértil para seus negócios, as estruturas fixas (ferrovia, casas, ruas etc.) viabilizaram os fluxos (bens, capitais, serviços, pessoas). Sabiam que poderia contar, sobretudo, com um eficiente meio de transporte da época, responsável pelo escoamento de matérias primas (algodão, lenha, tinta, cimento, etc) e produtos industrializados para diversas regiões do Estado de Minas Gerais.
As locomotivas a vapor foram desativadas gradativamente em todo o Brasil entre as décadas de 50 e 80. Elas estavam sendo substituídas pelas movidas a diesel que eram mais potentes e mais velozes; e as linhas de bitola de 76cm (distância entre os trilhos) foram largueadas, passando para 100 ou 160 centímetros.
Com a desativação das linhas da EFOM por falta de investimento, com exceção a linha São João x Tiradentes, houve também um declínio no desenvolvimento industrial, comercial e urbano da cidade até meados de 2009, provocando a falência de algumas empresas do bairro. Sua “vocação” industrial ficou estagnada, e seu promissor desenvolvimento industrial dispersou-se por outras localidades da cidade. Contudo, nessa última década, o bairro ganhou novo ânimo com a criação do Instituto de Ensino Superior Presidente Tancredo de Almeida Neves (Iptan), essa faculdade privada instalou-se na antiga fábrica Santanense. Percebe-se, nesse caso, aquela velha forma construída inicialmente parta abrigar uma fábrica, foi adaptada, passando a cumprir uma nova função. A expansão da UFSJ permitiu a valorização dos terrenos e imóveis desse bairro que se situa entre os campi Dom Bosco e CTAN.
O bairro já não é mais “das Fábricas”, os processos históricos definem novas estruturas de poder estabelecendo uma nova territorialidade e definindo novas funções para as antigas formas herdadas do período de expansão industrial. A paisagem se modifica e é o aspecto que se apresenta aos nossos sentidos e nos faz perceber, em um primeiro instante, a construção de um novo espaço.
Alexandre Fernando Guimarães e Arlon Cândido Ferreira
Estudantes do 3º período do curso de Geografia da Universidade Federal de São João del-Rei