a cidade com que sonhamos é a cidade que podemos construir

la ciudad que soñamos es la ciudad que podemos construir

the city we dream of is the one we can build ourselves

la cittá che sognamo é la cittá che possiamo costruire

la ville dont on rêve c’est celle que nous pouvons construire

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Palmas para nossa maestrina soberana . Antonio Emilio da Costa

Descrição

Se São João del-Rei é mesmo a ‘Terra da Música’, a Música em São João del-Rei tem nome. Se chama Maria Stella Neves Valle.
Dizer isso não é exagero. Dona Stella - como é respeitosamente conhecida a competente maestrina - há mais de meio século é uma das principais responsáveis pela perpetuação da tradição musical barroca na cidade, desde 1977 regendo a bicentenária Orquestra Ribeiro Bastos. Tanto que hoje, seja no imaginário sociocultural de São João del-Rei, seja na realidade cotidiana do cultivo da música colonial na cidade, seu nome é o que primeiro surge quando o assunto é música, demonstrando como é forte a simbiose que existe entre a pessoa, a cidadã e aquela modalidade de arte. Tamanhas são a identificação e a dedicação que não é possível imaginar a Música são-joanense sem Dona Stella nem a existência de Dona Stella sem a presença da música.
Quem não a conhece e vê Dona Stella, na sua discrição e simplicidade, atravessar as ruas seculares, não consegue supor que aquela senhora morena, a seguir com passos firmes e determinados rumo aos ensaios, às missas e ao Memorial Dom Lucas, é uma pessoa poderosa, capaz de transmutar o tempo. De abrir no século 21 pausas para o século 18. De orquestrar, em atos e movimentos, notas musicais, pautas, partituras, vozes, instrumentos, intervalos, sons, silêncios, papéis, tinta, madeiras, cordas e metais, transformando-os em discurso e sentimento delicados. Tudo com determinação absoluta e com firmeza declarada; com emoção contida e com entusiasmo introspectivo. A realidade tem provado que não é preciso, e nem poderia, ser diferente.
Muito engana-se quem pensa que, ao reger sempre as mesmas obras e repertórios nas mesmas celebrações, a atuação de Dona Stella é automática, mecânica e repetitiva. Ao contrário, requer constante inovar e renovar sem, contudo, descaracterizar. E, até mesmo (por quê não?) criar e recriar. Não é isso o que ela, herdeira de rica ancestralidade musical, tão bem faz quando ‘tempera’ compassos, colore notas, altera timbres, redefine tempos?
Sem dúvida, o uso que Dona Stella faz de sua existência é uma declaração de amor à Música, a São João del-Rei, à cultura, à memória, a Deus e à humanidade. Por isso, nada mais justo e merecido do que a expressão de reconhecimento que a Atitude Cultural publicamente lhe confere na Semana Santa de 2010. Homenagem que nós, são-joanenses, coletivamente comungamos e aplaudimos.
Bravo! Parabéns! Obrigado, Dona Stella...

* jornalista e pós-graduado pela USP e UnB

Fonte: Gazeta de São João del-Rei . 26/03/2010
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