ser nobre é ter identidade
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Escopo: São João del-Rei | Tiradentes | Ouro Preto | Minas Gerais | Brasil | Mundo
Hotel Brazil CLO 1898.1914 . Antônio Gaio Sobrinho
Descrição
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Foto Alzira Agostini Haddad
Tudo começou quanto Custódio Lourenço d’Oliveira emigrou de São Pedro do Sul (Termas), em Portugal, para o Brasil. Vindo para São João del-Rei, iniciou a vida, com sua esposa Rosa Lourenço d’Oliveira, estabelecendo-se, em 1881, com um hotel, na rua Antônio Rocha. Felizmente aquele bonito prédio ainda ali, bravamente, resiste, com Edson e Elvira, descendentes de João e Carola que, por sua vez, o adquiriram, em 1941, do Banco Almeida Magalhães.
Os recursos acumulados nos 17 anos na Antônio Rocha permitiram a Custódio adquirir espaçoso terreno na atual Avenida Presidente Tancredo Neves e construir o imponente edifício do Hotel Brazil, inaugurado em 1898 e ampliado em 1914, datas que culminam o seu nobre frontispício, juntamente com as letras iniciais do seu idealizador.
De fato, uma observação mais atenta nos permite separar, nitidamente, a parte mais antiga da ampliação de 1914. A da esquerda de quem observa é a original, mais bonita, com suas cinco janelas em cada um dos dois pavimentos, separados pelo nome do estabelecimento: Hotel Brazil. A porta de entrada era, então, no que é, atualmente, a janela do meio, em baixo. A parte mais recente fica à direita do observador, composta de sete janelas em cima e sete portas em baixo, onde funcionam diversas lojas. As janelas são inteiras, sacadas, guarnecidas de parapeitos e grades de ferro. Se o segundo andar em nada difere da composição original, o andar térreo desta parte é bem divergente. As cinco portas centrais, com vergas em arco, fogem ao estilo das janelas, e as 2 portas nas extremidades ainda se distinguem das 5 centrais, por óculo ou acabamento circular, no alto. Unindo ambas as partes do hotel, estabeleceu-se uma nova porta de entrada do edifício, que se abre para uma bela escadaria que leva ao andar superior. Sobre essa nova porta, se repetem o nome do hotel, as iniciais CLO e a data de 1898, e, logo acima, uma janela mais larga culminando tudo, uma platibanda, própria do ecletismo da época de sua construção, esconde a dupla cobertura, em quatro águas, com telhas francesas. Encerra a platibanda duas séries de ânforas ou urnas, simetricamente estabelecidas em cada uma das partes. Além dessa edificação dianteira o hotel ainda tem nos fundos um acréscimo mais moderno, sem maior interesse arquitetônico, construído há cerda de 30 anos passados. À direita do hotel, também de 1914, vemos um anexo para três lojas comerciais.
Após o falecimento de Custódio Lourenço de Oliveira, em 1927, o hotel passou À viúva Rosa Lourenço de Oliveira e seu filho José Lourenço de Oliveira, que, por morte de sua mãe, conduziu o hotel até seu falecimento em 1952. José Lourenço foi casado, em primeiras núpcias, com Rosa Vasques, com quem teve o filho José Lourenço de Oliveira Filho, que se acha sepultado no cemitério do Carmo. Em segundas núpcias, casou-se com outra rosa, também Rosa Lourenço de Oliveira, que herdou a administração do hotel até seu falecimento em 1996. Atualmente, o hotel, cuja razão social é Rosa Lourenço de Oliveira & Filhos, vem sendo conduzido pelo advogado Dr. Custódio Lourenço de Oliveira e, parece que se encontra posto à venda.
O Hotel Brazil preserva ainda, além do próprio prédio mantido intacto com seus assoalhos e escadarias, muitos móveis, louças, mesas, cadeiras e canapés, dos primeiros tempos. Decorando as paredes do amplo e aconchegante refeitório, vêem-se belas pinturas, de 1915, de autoria do artista italiano Ângelo Bigi, inspirado em paisagens agrestes, que, segundo especialistas, lembram diversos países do mundo, como: Irlanda, Tunísia, Marrocos, Alemanha, Suécia, Escócia e França.
Enfim, o Hotel Brazil é uma preciosidade arquitetônica na paisagem central da cidade. Seus tempos áureos remontam à época em que São João se vinha pelos trens-de-ferro da Oeste de Minas, cuja estação ficava bem defronte. Os que ali desembarcavam encontravam a conduzi-los aos confortáveis aposentos do hotel o velho Senhor Lourenço, com toda sua fidalguia, cujo nome perdura em seu neto, muito querido dos são-joanenses por duas qualidades de honradez e humanidade, a quem agradeço as informações deste artigo.
Antônio Gaio Sobrinho
Jornal da ASAP – Janeiro e Fevereiro de 2010
Hotel Brasil . Av Presidente Tancredo Neves 395 . Centro . São João del-Rei . Cep 36 300 001 . tel 032 3371 2804 . hotel-brasil@ig.com.br
Foto Alzira Agostini Haddad
Tudo começou quanto Custódio Lourenço d’Oliveira emigrou de São Pedro do Sul (Termas), em Portugal, para o Brasil. Vindo para São João del-Rei, iniciou a vida, com sua esposa Rosa Lourenço d’Oliveira, estabelecendo-se, em 1881, com um hotel, na rua Antônio Rocha. Felizmente aquele bonito prédio ainda ali, bravamente, resiste, com Edson e Elvira, descendentes de João e Carola que, por sua vez, o adquiriram, em 1941, do Banco Almeida Magalhães.
Os recursos acumulados nos 17 anos na Antônio Rocha permitiram a Custódio adquirir espaçoso terreno na atual Avenida Presidente Tancredo Neves e construir o imponente edifício do Hotel Brazil, inaugurado em 1898 e ampliado em 1914, datas que culminam o seu nobre frontispício, juntamente com as letras iniciais do seu idealizador.
De fato, uma observação mais atenta nos permite separar, nitidamente, a parte mais antiga da ampliação de 1914. A da esquerda de quem observa é a original, mais bonita, com suas cinco janelas em cada um dos dois pavimentos, separados pelo nome do estabelecimento: Hotel Brazil. A porta de entrada era, então, no que é, atualmente, a janela do meio, em baixo. A parte mais recente fica à direita do observador, composta de sete janelas em cima e sete portas em baixo, onde funcionam diversas lojas. As janelas são inteiras, sacadas, guarnecidas de parapeitos e grades de ferro. Se o segundo andar em nada difere da composição original, o andar térreo desta parte é bem divergente. As cinco portas centrais, com vergas em arco, fogem ao estilo das janelas, e as 2 portas nas extremidades ainda se distinguem das 5 centrais, por óculo ou acabamento circular, no alto. Unindo ambas as partes do hotel, estabeleceu-se uma nova porta de entrada do edifício, que se abre para uma bela escadaria que leva ao andar superior. Sobre essa nova porta, se repetem o nome do hotel, as iniciais CLO e a data de 1898, e, logo acima, uma janela mais larga culminando tudo, uma platibanda, própria do ecletismo da época de sua construção, esconde a dupla cobertura, em quatro águas, com telhas francesas. Encerra a platibanda duas séries de ânforas ou urnas, simetricamente estabelecidas em cada uma das partes. Além dessa edificação dianteira o hotel ainda tem nos fundos um acréscimo mais moderno, sem maior interesse arquitetônico, construído há cerda de 30 anos passados. À direita do hotel, também de 1914, vemos um anexo para três lojas comerciais.
Após o falecimento de Custódio Lourenço de Oliveira, em 1927, o hotel passou À viúva Rosa Lourenço de Oliveira e seu filho José Lourenço de Oliveira, que, por morte de sua mãe, conduziu o hotel até seu falecimento em 1952. José Lourenço foi casado, em primeiras núpcias, com Rosa Vasques, com quem teve o filho José Lourenço de Oliveira Filho, que se acha sepultado no cemitério do Carmo. Em segundas núpcias, casou-se com outra rosa, também Rosa Lourenço de Oliveira, que herdou a administração do hotel até seu falecimento em 1996. Atualmente, o hotel, cuja razão social é Rosa Lourenço de Oliveira & Filhos, vem sendo conduzido pelo advogado Dr. Custódio Lourenço de Oliveira e, parece que se encontra posto à venda.
O Hotel Brazil preserva ainda, além do próprio prédio mantido intacto com seus assoalhos e escadarias, muitos móveis, louças, mesas, cadeiras e canapés, dos primeiros tempos. Decorando as paredes do amplo e aconchegante refeitório, vêem-se belas pinturas, de 1915, de autoria do artista italiano Ângelo Bigi, inspirado em paisagens agrestes, que, segundo especialistas, lembram diversos países do mundo, como: Irlanda, Tunísia, Marrocos, Alemanha, Suécia, Escócia e França.
Enfim, o Hotel Brazil é uma preciosidade arquitetônica na paisagem central da cidade. Seus tempos áureos remontam à época em que São João se vinha pelos trens-de-ferro da Oeste de Minas, cuja estação ficava bem defronte. Os que ali desembarcavam encontravam a conduzi-los aos confortáveis aposentos do hotel o velho Senhor Lourenço, com toda sua fidalguia, cujo nome perdura em seu neto, muito querido dos são-joanenses por duas qualidades de honradez e humanidade, a quem agradeço as informações deste artigo.
Antônio Gaio Sobrinho
Jornal da ASAP – Janeiro e Fevereiro de 2010
Hotel Brasil . Av Presidente Tancredo Neves 395 . Centro . São João del-Rei . Cep 36 300 001 . tel 032 3371 2804 . hotel-brasil@ig.com.br
