São João del Rei Transparente

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Tipo: Artigos / Cartilhas / Livros / Teses e Monografias / Pesquisas / Personagens Urbanos / Diversos

Escopo: Local / Global

 

Cidade do cadê, do pra onde foi, do que fim levou . Genésio Tadeu

Descrição

dezembro de 2006

Jogando conversa fora, proseando, num bate papo entre amigos, quando podemos contar com a presença agradável dos anos de sábios anciãos que viveram suas vidas aqui, na terrinha, desde a infância à idade adulta e que agora desfrutaram o tempo sutil da sabedoria e experiência, é que podemos apreciar, se estivermos atentos, as verdadeiras histórias e de cidadania.
Histórias que eles contam com maestria e até uma certa ponta de orgulho. Dos velhos e bons tempos em que São João dei Rei era pressagio de progresso. E em cada pauta, em cada assunto é impossível calar a pergunta:

"- Cadê? Pra onde foi? Que fim levou?".
Terra da música, da poesia, onde os sinos falam, cantam e dançam. Terra de personagens fantásticos do nosso passado e que se tornaram imortais por seus feitos extraordinários através da história. São tantos os nomes. E tanta história...
Porém, o assunto a ser abordado aqui é bem outro. Que o saudosismo não deixa calar.
- Cadê? Pra onde foi? Que fim levou?
São tantos estabelecimentos, empresas e produtos que se perderam através dos tempos. Muitas vezes por má vontade política, protecionismo e descaso. Quando parentes e amigos pendurados nas saias, nas batinas, nas gravatas e paletós de tanta gente bacana. Políticos oriundos de São João deI Rei e seus cúmplices em tantos governos. Que nunca se preocuparam de verdade e com o coração com esta nossa quedda cidade.
Cadê Maria Fumaça? Meio de transporte e o trabalho de São João e região? Hoje o que vemos é o monopólio. O povo daqui não tem mais vez.
Cadê a Santanense? A Fábrica São João? A Fábrica de Guarda-Chuvas?
Que fim levou o Pão-de-Queijo do Lelé? O Guaraná Markete? (Marquete?!?) Cadê o futebol sãojoanense com suas finais maravilhosas que sempre faziam lotar os estádios? Minas, Athletic, América, Social, São Caetano? Onde foram parar?
Até mesmo a nossa segundona era envolvente. Guarani, Sport S. Geraldo, Cruzeiro e outros.
Cadê a nossa segurança? Nossas madrugadas calmas nas quais luas e eternas janelas testemunhavam as mais belas serenatas?
E o aluguel de bicicletas do "Seo Amado", que fim levou?
Os sinucões, os antigos cafés, cachaça boa? Cadê? Cadê o Relógio da Estação?
Que fim levou o "Kibon" e sua juventude contagiante e cheia de sonhos? O CalaBoca, o Capivara, a Água Limpa?
Cadê a nossa juventude e os grupos atuantes?
Nossas barraquinhas, quermesses, a Festa Junina no Largo Tamandaré? Que fim levou?
Os festivais de música? O Colégio São João, Patronato, Ginásio Santo Antônio?
Que fim levou o Parque Industrial? E as Indústrias?
Hoje vemos um pouco de atitude daqui, um pouco dali, mas sempre no objetivo de prestígio político e conquistas de votos. Nada muito sério.
É preciso que se tome cuidado já que ainda temos algumas coisas boas - o nosso povo, a Universidade Federal, o artesanato, o folclore, nossos patrimônios tantos, nossas escolas e professores, nossa água, nossos meios de comunicação.
Que haja vontade política para a preservação destes bens insubstituíveis, já que somos a "Capital Brasileira da Cultura 2007". Salvando e patrocinando os grandes artistas e profissionais que esta cidade abriga e acolhe.
Porque triste será nossa infinita linguagem dos "cadês", "pra onde foi" e "que fim levou" o dia que tivermos de perguntar:

"-Cadê a nossa cultura?" "- Pra onde foi?" "- Que fim levou?"

Acorda São João!

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Oração Por Uma Cidade

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