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Acreditar é preciso . Mauri Antônio de Souza

Descrição

Todos nós sabemos que é difícil construir algo. Demolir ou destruir é como um passo de mágica mas reconstruir é muito pior porque sempre haverá o referencial do anterior e as comparações são inevitáveis. Com o nosso carnaval não é diferente, principalmente quanto ao desfile de escolas de samba. É preciso entender que este processo de reconstrução não pode e nem deve ficar restrito a um pequeno grupo de pessoas. Participar ou, pelo menos, acreditar que a possibilidade existe, é fundamental para que tudo se consolide, pouco a pouco.
Ao que tudo indica, este processo começa a dar os primeiros passos. A Associação Comercial e Industrial de São João del-Rei, assim como o Sindcomércio, parceiros de primeira hora, têm apoiado e ajudado a Aesbra - Associação das Escolas de Samba, Blocos e Rancho. Este ano (2006), a Atitude Cultural entidade voltado para projetos socioculturais,  realizou o Carnaval de antigamente no Largo São Francisco e nos bairros de São João del-Rei, com visitas ao ensaios das escolas na semana que antecede o carnaval, e, ainda, repassando recursos monetários, através das Leis de Incentivo e patrocinadores, para uma festa de confraternização dos integrantes das baterias. Esperamos que este apoio cresça, principalmente, em termos financeiros, de modo a aliviar os cofres públicos. Estas entidades sabem, que bem organizado, hoje o carnaval é um evento turístico que pode vir a gerar renda. Do mesmo modo, o Poder Público Municipal repassou os recursos parceladamente, conforme o prometido e, o mais importante, a infra-estrutura voltou a ser administrada pela Secretaria de Cultura e pela Aesbra, acabando com a terceirização.
Quanto à Aesbra, o esforço começou a cinco anos atrás. A primeira providência foi criar um estatuto que atendesse as condições atuais. Os direitos e deveres da associação e das entidades são bem explicitados e dá um tratamento especial às escolas que vêm desfilando consecutivamente. Para se ter uma idéia, existia dentro da Aesbra, uma regra, no mínimo estranha, de se permitir que qualquer escola ficasse sem desfilar dois anos consecutivos, e se voltasse, tinha os mesmos direitos daquelas que vinham desfilando.  Esta descontinuidade não permitia planejar com certa antecedência, além, é claro, daqueles anos em que aconteceram os desfiles, por dificuldades do Poder Público, outras vezes por questões políticas ou até mesmo por desentendimento entre os dirigentes das escolas. Outro ponto importante foi a reorganizar a associação: mais reuniões ao longo do ano, decisões mais democráticas e não mais decisões de “gabinete”, relatórios detalhados tanto no aspecto financeiro quanto do desfile propriamente dito e, o mais importante, a situação legal junto aos órgãos públicos. Aliás, esta regularização da Aesbra permitiu que fosse aprovado um projeto de incentivo à cultura, juntamente com a Secretaria de Cultura, projeto este voltado para a revitalização das escolas de samba com recursos a serem captados.
Assim, o fortalecimento dos desfiles será possível com continuidade porque o aprimoramento só se dá com a prática, com a experiência que vai se acumulando. Este é o caminho.

*Professor da UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei e Assessor da AESBRA - Associação das Escolas de Samba, Blocos e Rancho

Fonte: Gazeta de São João del-Rei
 

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