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la ciudad que soñamos es la ciudad que podemos construir

the city we dream of is the one we can build ourselves

la cittá che sognamo é la cittá che possiamo costruire

la ville dont on rêve c’est celle que nous pouvons construire

ser nobre é ter identidade
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O Solar da Baronesa . Abgar Campos Tirado

Descrição

O título Solar da Baronesa para o imponente casarão do princípio do século dezenove, que hoje abriga o Centro Cultural da UFSJ-Universidade Federal de São João del-Rei, tem dado margem a discussão sobre se é ou não legítimo. A meu ver, nem é totalmente apropriado nem totalmente descabido. Veremos o porquê.
Consoante nos ensina o mui respeitado pesquisador, professor Antônio Gaio Sobrinho, Alexandre José da Silveira, por título de 1854 Barão de Itaverava, nasceu na mineira Passa Tempo, morou em Uberaba, vindo depois radicar-se em nossa região, na Fazenda da Ponta do Morro. Em 1838 adquiriu casas no centro  de São João del-Rei, como também na Rua do Matola, além de chácaras em Matosinhos. Em meados do século dezenove, exerceu a presidência de nossa Câmara Municipal. Casou-se em primeiras núpcias com Policena Rosa Faria da Silveira, falecida a 15 de janeiro de 1862, sendo sepultada no adro da igreja matriz de Tiradentes. Em segundas núpcias, consorciou-se com Ana Eugênia Ribeiro Campos. Sem deixar filhos de nenhuma das duas baronesas, faleceu a 14 de junho de 1880, sendo sepultado no cemitério da Ordem Terceira de Nossa Senwww.ufsj.edu.brhora do Carmo,  de onde era irmão e fora Subprior. Com relação ao Barão de Itaverava e à primeira Baronesa, vemos não existir ligação entre eles e o hoje denominado Solar da Baronesa.
Falemos um pouco sobre a segunda Baronesa, Ana Eugênia Ribeiro Campos, nossa tia-bisavó. Nascida em 1839, era ela natural do Rio de Janeiro, filha de Antônio Augusto Ribeiro Campos, de Recife, e de Antônia de Alencar Araripe. natural de Fortaleza. Ana Eugênia, nossa tia Aninha, era irmã de nosso bisavô Carlos Augusto Ribeiro Campos, oficial da Marinha e herói condecorado da Guerra do Paraguai. Era ele também advogado, tendo sido designado para reorganizar a Polícia em Minas Gerais, em seguida atuando como delegado geral. É conhecida sua participação decisiva na garantia da integridade física do republicano Silva Jardim, no episódio do apedrejamento do Grande Hotel, em nossa cidade, no ano de 1889. Carlos Augusto nasceu a 17/08/1838 no Rio de Janeiro e faleceu a 18/08/1897 em Ouro Preto. Além do irmão Carlos Augusto, a segunda Baronesa de Itaverava teve várias irmãs, todas gozando de elevado conceito na corte do Rio de Janeiro. Dentre elas, citemos: Rosalina, falecida em 1881, casada com o Senador do Império Cândido Mendes de Almeida, portanto bisavó do acadêmico professor Cândido Mendes de Almeida e do saudoso D. Luciano Mendes da Almeida; Águeda, falecida a 19/02/1901, verdadeira segunda mãe de nosso avô Antônio Augusto Ribeiro Campos, o professor Antoniquinho; e Júlia, falecida a 26/03/1875.
Com o falecimento do Barão, Ana Eugênia casa-se com o farmacêutico e vereador Anselmo Cristino Fioravanti, pai de Alexandrina Fioravanti, a Mariquinhas, e dos meninos Pedro e Pérsio, conseqüentemente enteados da Baronesa. Com o falecimento de Anselmo e pouco depois de Ana Eugênia, esta falecida a 18/07/1915 e sepultada no cemitério de Nossa Senhora do Carmo, foi designado tutor dos menores Pedro e Pérsio nosso avô Antoniquinho Campos. Sobretudo o segundo, mesmo depois de adulto, freqüentou muito a casa de nossa avó Olívia, viúva de Antoniquinho, dele muito se lembrando nossa tia Conceição, ainda viva, e conosco residindo, a qual também conheceu muito Mariquinhas Fioravanti. Quanto a Pedro, é interessante contar, veio a ser sogro do veterinário dr. Franzoni, que foi chefe do posto agropecuário estadual, em nossa cidade.
E quanto ao título Solar da Baronesa?
Mariquinhas, enteada da Baronesa Ana Eugênia, residia numa das partes do solar, hoje incorporada ao salão nobre do Centro Cultural, parte essa sita à Rua Sebastião Sette, imóvel que lhe coube por herança. Assim, é lícito supor que ali também residira a Baronesa Ana Eugênia, com seu segundo esposo Anselmo Fioravanti. As vastas dependências do casarão do Largo do Carmo, provavelmente construído por Francisco de Paula de Almeida Magalhães, pertenceram a muita gente, vinculada por entrelaçamentos familiares, como as famílias Moreira da Rocha, Castro Moreira, Silva Rosas, Vieira de Castro, Soares da Matta, tendo partes do edifício tido posteriormente outros proprietários. Mariquinhas, ficando sozinha, passou a ter como companhia a Maria Luíza Rosas, a Pico, filha do casal Ana Alves Moreira da Rocha e Ayres da Silva Rosas, herdeiros de outras partes do casarão.
Lembramos que o prédio em questão, com longa história, foi sede do Colégio da Conceição, dirigido pelo Cônego Antônio José da Costa Machado; também foi quartel de um contingente militar e igualmente hospedou os imigrantes italianos em 1888. Assim sendo, não seria possível ter sido, em sua parte mais ampla, com seus três pavimentos, a residência da Baronesa, por faltar espaço cronológico para tal. Todavia, é praticamente certo ter ela residido, como vimos, em casa que era umas das divisões do solar. Assim é aceitável que, por extensão, estenda-se a toda a edificação o título de Solar da Baronesa, que, em sua pompa, imprime-lhe um encanto todo especial.

Fonte: Jornal da Associação dos Aposentados e Pensionistas de São João del-Rei . ASAP

Mais informações:
Abgar Campos Tirado
Abgar Campos Tirado foi homenageado na Semana Santa Cultural 2011 . São João del-Rei
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