São João del-Rei, Tiradentes e Ouro Preto Transparentes

a cidade com que sonhamos é a cidade que podemos construir

la ciudad que soñamos es la ciudad que podemos construir

the city we dream of is the one we can build ourselves

la cittá che sognamo é la cittá che possiamo costruire

la ville dont on rêve c’est celle que nous pouvons construire

ser nobre é ter identidade
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Publicações

Tipo: Artigos | Cartilhas | Livros | Teses e Monografias | Pesquisas | Lideranças e Mecenas | Diversos

Escopo: São João del-Rei | Tiradentes | Ouro Preto | Minas Gerais | Brasil | Mundo

 

Presente para SJDR nos 296 anos de elevação à vila . Artur Cláudio da Costa Moreira

Descrição

“Em 8 de dezembro de 1713, com a presença do Desembargador Gonçalo de Freitas Baracho, cria-se a Vila de São João del-Rei”

Estamos às vésperas de cantar os parabéns para nossa São João del-Rei, que completará 296 anos de sua elevação à vila. À guisa de esclarecimento, saibamos o que é uma vila nos tempos atuais. “Uma vila é um aglomerado populacional de tamanho intermédio entre a aldeia e a cidade, dotado de uma economia em que o sector terciário (comércio e serviços) tem uma importância relevante”. Nos tempos coloniais, um arraial era o prenúncio de elevação à vila e quando esta promoção ocorria era motivo de alegria da população, pois significa que aquele espaço ganharia foros privilegiados de ação e autoridade junto à coroa portuguesa. Hoje, teríamos, assim, a transição de distrito para cidade.
Em 8 de dezembro de 1713, com a presença do desembargador Gonçalo de Freitas Baracho, cria-se a Vila de São João del-Rei. Tomando apontamento do livro Efemérides de São João del-Rei, de Sebastião de Oliveira Cintra (vol. 2, página 240, 1967), temos lá o auto de levantamento da Vila de São João del-Rei (a certidão de nascimento) do qual pinçamos alguns trechos.
“...aos oito dias do mez de Dezembro do dito anno neste Arraial do Rio das Mortes, onde viu por ordem de sua Magestade, ... Dom Braz Balthazar da Silveira, Mestre de Campo General dos seus exércitos, Governador e Capitão General da Cidade de São Paulo, e Minas, para effeito de levantar Villa o dito Arraial...levantando o Pelourinho no lugar, que escolheu párea a dita Villa a contento, e com a aprovação dos moradores della, a saber na Xapada do morro que fica da outra parte do córrego para a parte do Nascente do dito Arraial, por ser o cito mais capaz de conveniente para se continuar a dita Villa, a qual elle dito Mestre de Campo general, Governador general apepleidou com o nome São João del-Rey, e mandou, que com este título fosse de todo nomiado em memória de El-Rey Nosso Senhor por ser a primeira Villa que nestas Minas elle dito Governador, e Capitão general...e se levantou com effeito o dito Pelourinho... creando nella os Officiaes necessários, assim como Milícias, como de Justiça...mandou-se se procedesse a elição de pelouros para os Oficiaes da Câmara na forma da Ley. Assinaram o Auto o Desembargador Ouvidor geral, o escrivão Miguel Machado de Avelar, dom Braz Baltazar da Silveira e Gonçalo de Freitas Baracho.
Após mais de trezentos anos da fundação do arraial e nos aproximando dos 300 anos de elevação à Vila, pensamos que São João del-Rei, terra gentil que fulgura no regaço das terras das Minas Gerais, um poema de glórias escrito, precisa de ganhar alguns presentes (tomado do Hino a São João del-Rei, de Bento Ernesto Júnior e Carlos dos Passos Andrade – quantas pessoas o conhecem e sabem?). Como sói acontecer em aniversários, presentes são costumeiros. Aqui vai uma lista de 10 presentes que este humilde escriba pensa merecer nossa del-Rei, a São João dos Queijos:
1 – Comemorar com intensidade todos os dias 8 de dezembro, dia da cidade e o dia 12 de novembro, batizado do maior herói nacional, o são-joanense Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.; 2 – Olhar atento e carinhoso para preservação, conservação, proteção e renascimento das minas e bicas d’água, uma vez que água é mais preciosa que petróleo. 3 – Uma reedição das efemérides de São João del-Rei, do saudoso Sebastião Cintra e com este ponto de partida, uma maneira de levar a rica história de nossa cidade a todos os rincões: escolas, internet etc. 4 – Uma Câmara Municipal que trabalhe em favor do município e que cargos públicos sejam ocupados por pessoas que amem nossa terra. 5 – Além do asfalto, que árvores sejam plantadas para reduzir o imenso calor que nos assola. A temperatura média subiu, nos últimos 40 anos, cerca de 5 graus, aqui em del-Rei. 6 – Promova uma “caça” e punição aos pichadores e destruidores de bens e monumentos públicos. Placas indicativas, casas, monumentos, chafarizes, igrejas, lixeiras e outros, nada escapa à sanha desta turma de baderneiros. 7 – Um centro cultural composto de biblioteca, pequeno palco e salas para artes em cada bairro. 8 – Um novo prédio para a Biblioteca Municipal Baptista Caetano d’Almeida (a primeira Biblioteca Pública de Minas). 9 – Reconstrução dos trilhos da Estrada de Ferro Oeste de Minas até o sítio histórico da Fazenda do Pombal, tombamento do complexo ferroviário, bem como sua conservação. 10- Reordenação de ambientes urbanos, com retorno ao funcionamento de chafarizes (onde estão os que foram demolidos), praças, coretos, jardins, tornando a cidade para as pessoas e não para veículos automotores.
Eu teria outros tantos presentes para pedir às autoridades, mas a lista se estenderia. Convido aos leitores a entrarem no site do IHG de São João del-Rei e lá deixarem sugestões de presentes para nossa São João del-Rei, terra onde os sinos falam, terra da cultura, de homens ilustres e gente boa, honesta e trabalhadeira.
Parabéns, São João del-Rei! Muitas felicidades e muitos anos de vida.

* presidente do IHG e da Sociedade de Amigos da Biblioteca Municipal Baptista Caetano d’Almeida (SAB)

Fonte: Gazeta de São João del-Rei . 05/12/09
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