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Compromisso com a tradição . Rogério Medeiros Garcia de Lima

Descrição

Rogério Medeiros Garcia de Lima/Sobre o autor e outros artigos de sua autoria

São-joanense. Desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Doutor em Direito Administrativo pela UMG. Professor universitário; artigo publicado pela revista Em voga, São João del-Rei/MG, nº 5, dezembro de 2016, p. 6.

Em 8 de dezembro de 2016, celebramos 303 anos da elevação do Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar a Vila. Nascia a histórica cidade de São João del-Rei.

Nesses três séculos, a cidade figurou em ricos episódios da História de Minas Gerais e do Brasil.

Nossa região foi palco da Guerra dos Emboabas e do célebre episódio do “Capão da Traição”, às margens do Rio das Mortes.

No curso da Inconfidência Mineira, tivemos as heroicas participações dos conterrâneos Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, e Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira.

No século 20, durante a II Guerra Mundial, São João del-Rei registrou a valente performance do 11º Batalhão de Infantaria (Regimento Tiradentes) na tomada de Montese – Itália.

Por fim, nos anos 1980, em pleno processo de redemocratização, oferecemos ao Brasil a gigantesca figura de Tancredo de Almeida Neves. A nossa maior vocação é cultural.

Nesses trezentos e três anos de gloriosa existência, a cidade muito progrediu. Agricultura, comércio, indústria, universidade federal, medicina de vanguarda, turismo e serviços, movimentam a vida urbana.

No entanto, escrevia Augusto Viegas (Notícia de São João del-Rei, 1969), a mudança de hábitos trazida pela modernidade não ofuscou as tradições religiosas.

A prosperidade econômica do ciclo do ouro fez com que Minas Gerais se tornasse a capitania mais culta do Brasil (José Veríssimo, História da Literatura Brasileira, 1954, p. 107). Propiciou, além disso, o surgimento da Arte Barroca. Nas cidades históricas mineiras foram erguidos suntuosos templos católicos, adornados com ouro e valiosas peças de pintura e escultura religiosas. Era um modo de impressionar os fiéis e os atrair para a fé católica.

A nossa terra é um vivo exemplo da pujança artística e religiosa do barroco colonial. Ainda mais encantadora pela peculiar “linguagem” dos sinos, destacava o escritor são-joanense Otto Lara Resende: “São João del-Rei é a capital dos sinos. Lá os sinos falam” (A árvore do menino, jornal O Globo, 17.03.1985).

O grande desafio para São João del-Rei, nesse limiar do século 21, é preservar o patrimônio artístico e cultural. É não ceder ao predomínio de valores estranhos a essas seculares tradições. Não se trata de deixar de ser moderno, mas de também saber valorizar o que é eterno.

O grande são-joanense Cardeal Dom Lucas Moreira Neves escreveu (prefácio ao livro Galeria das Personalidades Notáveis de São João del-Rei, de Sebastião de Oliveira Cintra, 1994):

“As cidades, como as pessoas, são um composto de corpo e alma. O corpo é a estrutura externa, visível e palpável da cidade. A alma é a história, a tradição, a vida da cidade e a vida e a atitude das pessoas, que, num determinado período, representam o seu espírito”.

Precisamos, os são-joanenses nativos e adotados, manter acesa essa chama inapagável do amor a terra e desempenhar vivamente nosso papel de alma de todas as belas tradições.

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