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Há 300 anos assim nasciam Minas Gerais . Francisco José dos Santos Braga

Descrição

Só, e no mais: sem ti, jamais nunca — Minas, Minas Gerais... 
João Guimarães Rosa 
 
Prédio datado do século XVIII da antiga Casa de Câmara e Cadeia (hoje Câmara Municipal de Vereadores) da cidade de Mariana, "primaz" de Minas Gerais.

O desbravamento na região que hoje compreende o Estado de Minas Gerais se iniciou no século XVI, por meio do trabalho dos bandeirantes, em busca de ouro e pedras preciosas. Em 1709, foi criada a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro e em 1717 o rei de Portugal, D. João V, nomeou Dom Pedro de Almeida Portugal e Vasconcelos, Conde de Assumar, governador-geral da Capitania. 

 
Assumar instalou-se em Mariana, então Vila de Ribeirão do Carmo, trazendo como principal missão organizar e disciplinar a cobrança do quinto do ouro, o imposto que Portugal cobrava da Colônia e que teria que ser pago por todos os que realizavam a extração do ouro. O conde encontrou forte resistência dos habitantes quanto à cobrança do imposto e em 1720, rebelaram-se os moradores de Ribeirão do Carmo (Mariana) e Vila Rica (Ouro Preto), que chegaram a ameaçá-lo. Refugiado em Vila Rica, o governador armou sua reação, enfrentando severa resistência. Foi um tempo de vários embates, que resultaram em acontecimentos como a morte do líder local Felipe dos Santos e o incêndio nas encostas da Serra de Ouro Preto, onde trabalhavam e residiam centenas de mineradores. 
 
Os acontecimentos de 1720 levaram o rei de Portugal, dom João V, por solicitação e indicação do conde de Assumar, a criar a Capitania das Minas, separando-a da de São Paulo, o que ocorre por Alvará datado de 2 de dezembro de 1720, data oficial da nova capitania. Hoje é dia de festa: 2 de dezembro de 2020. Pelo alvará do rei D. João V de Portugal, há 300 anos nasceu a Capitania de Minas Gerais! 
 
Viva Minas Gerais! 
 
(Crédito: Texto publicado pelo CBG-Colégio Brasileiro de Genealogia em 2 de dezembro de 2020, intitulado "300º Aniversário de Minas Gerais") 
 
E, para homenagear Minas Gerais no seu 300º aniversário, que tal ouvir o que tem a dizer um baiano de Recife dos Cardosos-Ibititá (região de Irecê)/Chapada Diamantina? Estou falando de GUSTAVO DOURADO, que, no seu poema “Cordel Minas Gerais”, através de sua verve poética revigorada, exibe conhecimentos múltiplos sobre a Capitania, a Província e o Estado de Minas Gerais, na linha do tempo, além de listar valores mineiros que são caros a todos os nascidos nessa terra. Mineiros, ouçamo-lo com atenção! 
 
CORDEL MINAS GERAIS 
 
Por Gustavo Dourado 
 
Em 1720 
Houve o desmembramento 
Início do Século XVIII 
Foi rápido o povoamento 
Minas centro econômico 
Província em crescimento 
 
Em 1750 
O ouro cai de produção 
A rigidez da Metrópole 
Força a arrecadação 
Inconfidentes em marcha 
Pelo fim da exploração 
 
1789 
Tempo de Iluminismo 
Tiradentes foi o líder 
Mas era grande o abismo 
Joaquim Silvério dos Reis 
Delatou com o seu cinismo 
 
Dos 34 acusados 
Só um foi executado 
O herói foi Tiradentes 
Nos deixou o seu legado 
A luta sempre transforma 
Muda o que está errado 
 
Inconfidência Mineira 
Tiradentes foi guerreiro 
Mártir da Independência 
Deu seu grito altaneiro 
Lutou pela liberdade 
É grande herói brasileiro 
 
A luta dos inconfidentes 
Despertar dos ideais 
O desejo de mudança 
Verves intelectuais 
Clérigos e militares 
Proprietários rurais 
 
Tomás Antônio Gonzaga 
As musas da Inconfidência 
Cláudio Manuel da Costa 
O grito da Independência 
Tiradentes foi o mártir 
A voz da nossa consciência 
 
Os impostos escorchantes 
A colônia em turbulência 
Minas busca soberania 
O despertar da consciência 
Desejos de liberdade 
O sonho de independência 
 
Início do século XIX 
O café em evidência 
Aumenta o povoamento 
As minas em decadência 
O café abre os caminhos 
Minas ganha influência 
 
Economia mineradora 
A base da exportação 
Em suas grandes fazendas 
Açúcar, gado, algodão 
Cafeicultura em marcha 
Impulsiona a produção 
 
Produtos alimentícios 
Têxtil e siderurgia 
Algodão e cereais 
O açúcar do dia a dia 
Os recursos minerais 
Pilares da economia 
 
Minas, Anos 30 
Amplia a siderurgia 
Mais recursos minerais 
O progresso se amplia 
Idos dos Anos 50 
Mais e mais se industria 
 
Minas ganha projeção 
Progresso industrial 
Cresce a agropecuária 
E a produção mineral 
Desperta a literatura 
Ganha enfoque cultural 
 
Anos 70 
Cresce o investimento 
Diversifica a economia 
Amplo desenvolvimento 
Arte, Clube da Esquina 
A cultura em movimento 
 
Comércio, turismo, serviços 
Indústria de transformação 
Agropecuária, construção civil 
Destaque à mineração 
O caminho do progresso 
Minas em evolução 
 
853 cidades mineiras 
Belo Horizonte, Diamantina 
Sabará, Tupaciguara 
Grão Mogol e Albertina 
Lagamar e Guarda-Mor 
Paracatu que ilumina 
 
Itaguara, Itaúna, Riobaldo 
Rosa e sua mensagem 
Cordisburgo, lua cheia 
O mistério na visagem 
As almas do outro mundo 
Diadorim na paisagem 
 
Libertas Quae Sera Tamen 
Minas em nosso coração 
Mariana, a primeira vila 
Brotou ouro no sertão 
Congonhas do Aleijadinho 
12 profetas na amplidão 
 
Tiradentes, São João del-Rei 
Bueno Brandão, Coromandel 
Borda da Mata, Corinto 
Minas de ouro a granel 
Pedras de Maria da Cruz 
Catas Altas, luz e mel 
 
Tem o frio da Mantiqueira 
Bom Repouso, Itajubá 
Frio de Maria da Fé 
Itamonte e Araxá 
Em Conceição dos Ouros 
Delfim Moreira e Ubá 
 
Cidade de Pouso Alto 
Terra que brota poesia 
Lá Drummond e Bandeira 
Entre o frio e a ventania 
Júlio Ribeiro e Ribeiro Couto 
Deram voz à fantasia 
 
Lavras Novas em Ouro Preto 
Cenário de literatura 
De Bernardo Guimarães 
Um conto de boa leitura 
“A Garganta do Inferno” 
Texto de boa estrutura 
 
Frio em Paraisópolis 
No Pico do Machadão 
Represa do Brejo Grande 
Tem um lago na amplidão 
E a Pedra de São Domingos 
É das mais altas do sertão 
 
Tem Serro e Diamantina 
Chica da Silva, Juscelino 
Leopoldina, Augusto dos Anjos 
Vate poeta nordestino 
Um gênio da Paraíba 
Tem Minas em seu destino 
 
Rio das Velhas, Urucuia 
Rio Doce, a exploração 
Tantos rios, vários riachos 
O cerrado em combustão 
Fogo e desmatamento 
Com morte e poluição 
 
Carrancas, Baependi 
Cascatas e cachoeiras 
Em São Thomé das Letras 
Pedras, luzes candeeiras 
Sobradinho, Luminárias 
Viçosa, Lavras inteiras 
 
Cordilheiras, serras, rios 
A Serra da Mantiqueira 
A flor de Diamantina 
Chica da Silva mineira 
O berço do São Francisco 
Serra da Canastra inteira 
 
Belo Horizonte no céu 
Sempre a fazer Contagem 
Em Betim; Pedro Leopoldo 
Seguir a boa viagem 
Ouro Preto, Ouro Fino 
Ouro Branco na imagem 
 
Capetinga, Caldas, Canaã 
Caeté, Caiana, Cajuri 
Extrema, Aricanduva 
Carangola, Araçuaí 
Berilo, Barão de Cocais 
Buritis, Carandaí 
 
Do Grande Sertão: Veredas 
Romance, Literatura 
O voo do 14-Bis 
Santos Dumont na altura 
Carlos Drummond de Andrade 
Sempre uma boa leitura 
 
Edson Arantes do Nascimento 
Homem de Três Corações 
Fez magia com a bola 
Com suas transmutações 
Mais de mil gols ele fez 
Rei Pelé das multidões 
 
Médium Chico Xavier 
Vários livros escreveu 
Revelou o Nosso Lar 
Nele o amor floresceu 
Uniu bondade e ternura 
A consciência amanheceu 
 
Pedro Nava, Adélia Prado 
Reler Fernando Sabino 
Ler Paulo Mendes Campos 
Autran Dourado cristalino 
Otto Lara, Murilo Rubião 
Li nos tempos de menino 
 
Darcy Ribeiro, Montes Claros 
Poesia e música pelos ares 
Januária, Manga, Pirapora 
Governador Valadares 
Rumo a Teófilo Ottoni 
Busca de altos patamares 
 
Cientista Vital Brazil 
Médico e pesquisador 
Criou o soro antiofídico 
Imunologista de valor 
Filho de Minas, Campanha 
Foi grande empreendedor 
 
Itabira, Ipatinga, Alfenas 
Barbacena, Buritizeiro 
Cambuí e Cataguases 
Flores do sertão mineiro 
Camanducaia, Bambuí 
Caminhos do tabuleiro 
 
Jequitinhonha e o Velho Chico 
Tambores mineiros, congadas 
Aquarela do Brasil, Ary Barroso 
Dias, noites, madrugadas 
De Ubá para o universo 
Em canções iluminadas 
 
A Arte do Aleijadinho 
Poesia dos inconfidentes 
Música Barroca de Minas 
Saraus, igrejas, sementes 
Ritmos rurais da Bahia 
Em Minas sempre presentes 
 
Vila Rica – Ouro Preto 
A boa música brotou 
Poesia e escultura 
A arte ali germinou 
Tempo dos precursores
Que o musical semeou 
 
Uakti, Skank, Jota Quest 
Eterno Clube da Esquina 
Tambores e percussão 
Música que brota da mina 
Samba de Ataulfo Alves 
O amor que nos ilumina 
 
A riqueza do folclore 
Da cultura popular 
Congado e cavalhada 
Pastorinhas ao luar 
Reisado e Festa do Divino 
São Gonçalo é bom dançar 
 
Quadrilhas e fogueiras 
Em noites de São João 
São Pedro e Santo Antônio 
É grande a devoção 
O povo dança bonito 
No cerrado e no sertão 
 
Curupira, protetor das matas 
No imaginário popular 
Iara e caboclo d’água 
Saci-pererê a pular 
Noivas, mulas sem cabeça 
Lobisomem a assombrar 
 
Mineiro-pau, caxambu 
Boi de Reis, animação 
Tem jongo e batucada 
Tem amor, samba canção 
Mitos, crença e folguedos 
Que iluminam o coração 
 
Estrada Real, a história 
Para o Rio e Paraty 
Cultura e natureza 
O Pico do Itacolomy 
O ouro era transportado 
Tanta beleza por ali 
 
Santana do Riacho, Serra do Cipó 
Turismo de boa aventura 
Lagoas, grutas, cavernas 
Ecoturismo e cultura 
A natureza nos encanta 
Dá luz à literatura 
 
Belo Museu de Inhotim 
De arte contemporânea 
Três Marias, Sete Lagoas 
Ponho em minha coletânea 
Conceição do Mato Dentro 
De natureza espontânea 
 
Famoso Circuito das Águas 
Estâncias hidrominerais 
São Lourenço, Caxambu 
Cambuquira e outras mais 
Lambari, Carmo, Conceição 
Soledade, Minas Gerais 
 
Carmo de Minas, Heliodora 
Sem esquecer Soledade 
Baependi e Campanha 
Minas da vitalidade 
Conceição do Rio Verde 
Minas nos deixa saudade 
 
Ponte Nova, Nova Lima 
Alagoa, Alto Jequitibá 
Além Paraíba, Nova Era 
Bom Despacho, Arapuá 
Brasília de Minas, Bugre 
Coromandel, Goianá 
 
São Sebastião do Paraíso 
Formiga e Itajubá 
Abadia dos Dourados 
Sacramento, Ibiá 
Resplendor e Areado 
Matias Cardoso, Ubá 
 
Umburatiba, Aiuruoca 
Ubaí, Ubaporanga 
Passos, Poços de Caldas 
Alpercata, Araponga 
Dores do Indaiá e Arcos 
Douradoquara e Manga 
 
Minas do bom futebol 
Do Atlético e do Cruzeiro 
De Reinaldo e de Tostão 
E do América Mineiro 
Do grandioso Pelé 
Famoso no mundo inteiro 
 
Minas de tantas belezas 
O touro, a vaca, o bezerro 
O vaqueiro toca o gado 
De Uberaba ao Serro 
Luzia em Lagoa Santa 
Em Maquiné sem desterro 
 
Uberlândia, Juiz de Fora 
Patos de Minas, Unaí 
Divinópolis e Extrema 
Mariana, Itacarambi 
Lá no Triângulo Mineiro 
Não esqueço Araguari 
 
Falar da arte de Minas 
Lembrar Juarez Moreira 
De uma família musical 
A bossa nova mineira 
De Guanhães a BH 
A sinfonia brasileira 
 
Música de qualidade 
Desde o Clube da Esquina 
Milton e Toninho Horta 
Uma turma gente fina 
Lô Borges, Tavinho Moura 
A poética diamantina 
 
Ary Barroso, Wagner Tiso 
A alta musicalidade 
Brant, Márcio, Venturini 
Sirlan multilicidade 
Choro, samba e baião 
Com boa tonalidade 
 
Tantos amigos de Minas 
Tantas cidades eu vi 
Lugarejos, arrabaldes 
Pássaro preto e coqui 
Onde canta a siriema 
E brota o verde buriti 
 
Juscelino Kubitschek 
Presidente da Alvorada 
Luz do Planalto Central 
Pôs Brasília na jornada 
Trouxe de Minas Gerais 
Essências da madrugada 
 
Minas Gerais Multiverso 
Um encanto, um tesouro 
Poesia das Alterosas 
Belo Horizonte de ouro 
As águas do São Francisco 
Dão vida e luz ao besouro 
 
Minas Gerais reluz o ouro 
Germina a prosperidade 
O sonho dos Inconfidentes 
Pulsa amor, fraternidade 
Minas é luz e tesouro 
Cidadania e liberdade
 
 
POSTADO POR Fonte: Blog de São João del-Rei


 

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