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Ofício de Seleiro em Dores de Campos . Jane Mary Arruda de Freitas e Profª Ms. Luciana Beatriz Chagas -
Descrição
A categoria de trabalhadores denominada tropeiro foi uma das que mais contribuiu para o desenvolvimento socioeconômico da cidade, vendendo arreios e posteriormente selas para todo Brasil. Na época da colonização do Brasil, as tropas eram um meio de transporte para compra e venda de gado e derivados. Assim, os tropeiros fizeram várias rotas, abriram caminhos e estabeleceram pousos para descanso (TRINDADE, 2000). Por volta do ano de 1830, a cidade de Dores de Campos, segundo a história oral, não passava de um povoado composto por algumas casas, onde predominava a agricultura de produção alimentos necessária para a subsistência dos moradores. O povoado foi crescendo e a pequena população começou a ter necessidades que as atividades agrícolas não supriam. Dessa forma foi introduzida a atividade de seleiro no povoado, e com o tempo surgiu a necessidade de se comercializarem os produtos manufaturados pelos seleiros, sendo introduzida no povoado a categoria dos tropeiros. No século XXI, as pessoas estão voltadas para o consumismo, valorizando somente o que é ditado pela sociedade capitalista em que estão inseridas, constituindo dessa maneira uma geração que não tem sensibilidade de reconhecer a cultura local como expressão de um povo. A história oral é provida de uma dimensão individual, e o entrevistador precisa precaverse de encaminhar a entrevista a fim de que o tema não se afaste da realidade, pois, muitas vezes o entrevistado faz uma elaboração subjetiva da realidade. O que na verdade acontece com certa freqüência em trabalhos que se valem da oralidade. Dores de Campos possui um número significativo de selarias, muitas sem registro ou estrutura para o trabalho, são chamadas “selarias de fundo de quintal”. É nesse momento que acontece o ofício de seleiro, em que o filho fica brincando e o pai trabalhando, cria-se um vínculo e assim instintivamente, o mesmo já está inserido no ofício. Será feita uma pesquisa em que contemplará selarias com registro e CNPJ e até mesmo aquelas em que a produção é feita no quintal da casa e geralmente é uma produção limitada feita por uma pessoa, em que pode-se encontrar maior qualidade de acabamento de que nas indústrias.Serão feitas entrevistas, registros em vídeo e documentação fotográfica dos seleiros, das selarias, seus materiais, produtos e procedimentos técnicos na confecção das selas e outros artigos. Através de entrevista verificar como surgiu a técnica do rebaixe, que no município e conhecido “rebaixo”.
Fonte: UFSJ - Curso de Artes
Fonte: UFSJ - Curso de Artes