São João del-Rei, Tiradentes e Ouro Preto Transparentes

a cidade com que sonhamos é a cidade que podemos construir

la ciudad que soñamos es la ciudad que podemos construir

the city we dream of is the one we can build ourselves

la cittá che sognamo é la cittá che possiamo costruire

la ville dont on rêve c’est celle que nous pouvons construire

ser nobre é ter identidade
CADASTRE AQUI A SUA AÇÃO CULTURAL, PESQUISA, PROJETO, PRODUTO, ENTIDADES, LIDERANÇAS, AGENDA CULTURAL, ETC - CONTRIBUA, ATUALIZE, COMPARTILHE!

Publicações

Tipo: Artigos | Cartilhas | Livros | Teses e Monografias | Pesquisas | Lideranças e Mecenas | Diversos

Escopo: São João del-Rei | Tiradentes | Ouro Preto | Minas Gerais | Brasil | Mundo

 

Gentil Palhares (1909-1994) . por Francisco Braga

Descrição

"Gentil Palhares era natural de Formiga-MG, onde nasceu em 9 de março de 1909, filho de Olivério de Fontes Palhares e de Maria Clara de Melo, respectivamente contador e partidor no Fórum local e professora. Transferiu-se para São João del-Rei aos cinco anos, onde residia seu avô materno, Antônio Rodrigues de Melo, homem de vasta cultura, professor e latinista.
 
Estudou no Grupo Escolar João dos Santos e, posteriormente, no Ginásio Santo Antônio e no Seminário do Caraça, para onde seguiu em 1923. 
Voltou à sua terra natal, Formiga, para trabalhar na casa comercial de seu primo José Maria Palhares, naqueles tempos a maior casa de varejo do Oeste de Minas. 
Em 1930 seguiu para Araxá, onde trabalhou na Singer como viajante comercial até 1932, quando retornou a São João del-Rei para ingressar no Exército como soldado. Fez carreira. Tomou parte na Segunda Guerra mundial como sargento, seguindo para os campos da Itália em 22 de setembro de 1944. No seio do Exército recebeu as seguintes condecorações: Medalha de Campanha, Medalha de Esforço de Guerra, Medalha do Pacificador, Medalha do 1º Congresso Nacional dos Veteranos de Guerra e Medalha dos 30 anos do Término da Guerra. Regressando da Itália, continuou no Exército, no 11º Regimento de Infantaria, até 1957, quando passou para a reserva como Primeiro Tenente.
Já na reserva, foi nomeado Chefe do Serviço de Recrutamento na cidade de Passos, onde permaneceu até 1959, quando regressou definitivamente a São João del-Rei, de quem recebeu, muito merecidamente, o título de cidadão honorário.
Em 1937, quando servia como cabo na Escola de Aviação Militar do Rio de Janeiro, casou-se com a carioca Elvira Coelho dos Santos, com quem teve oito filhos.
Foi Assessor de Imprensa da Prefeitura de São João del-Rei, de forma graciosa, na gestão do Prefeito Dr. Milton de Resende Viegas, colaborando também, ininterruptamente, com a imprensa local, levando seu saber aos leitores através dos mais variados artigos e crônicas. (...) Seus textos versavam sobre os mais variados temas. 
Publicou também os seguintes títulos: De São João del-Rei ao Vale do Pó; A morte de Frei Orlando - crônicas; Roteiro Turístico de São João del-Rei; Histórico do Minas Futebol Clube; Frei Orlando, o Capelão que não voltou; São João del-Rei na Crônica; e De Tomé Portes a Tancredo Neves. Desses destacam-se dois que enaltecem Frei Orlando, Capelão do 11º R.I. na Itália e que lá tombou a serviço de Deus e da Pátria — o que demonstra mais uma faceta generosa da personalidade de Gentil Palhares, pelo fato de que, sendo espírita praticante, não deixava de respeitar e reconhecer os valores pessoais daqueles que seguiam os mais diferentes credos religiosos. O saudoso bispo Dom Delfim Ribeiro Guedes costumava referir-se a ele sempre como seu Grande Amigo Espírita. E o fato de sua esposa ser católica praticante nunca foi óbice para que tivessem vivido, por toda a vida, em perfeita harmonia e comunhão. (...) 
Pessoa de espírito ativo, irrequieto, pertenceu às mais diversas instituições culturais, tais como: Academia Municipalista de Minas Gerais, Academia de Letras de São João del-Rei, Academia de Letras de Ipatinga, Academia de Letras de Barbacena, Instituto Brasileiro de Estudos Sociais de São Paulo, Instituto Histórico de Juiz de Fora e Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei.
Foi presidente da Associação dos Ex-Combatentes por duas gestões. (...)  Erigiu o busto de Frei Orlando, na Av. Andrade Reis, em São João del-Rei. Foi também presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos, membro do Conselho Fiscal do Minas Futebol Clube, secretário da Academia de Letras de São João del-Rei e presidente do Centro Espírita Amor e Caridade. (...)
Faleceu em 11 de junho de 1994, aos 85 anos. (...)" (Breves notas biográficas extraídas do Discurso de Defesa do Patrono, pronunciado pelo Confrade José Carlos Hernández Prieto em 1º de julho de 2012 na sede do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, conforme Ata nº 471.)
 
Por outro lado, é atribuído aos historiadores Tenente Gentil Palhares e Dr. Paulo Christofaro o achado do primeiro Estatuto do Minas Futebol Clube (MFC), que não se achava registrado em um livro próprio e bastante corroído pela ação do tempo, junto a José Galo, outro torcedor do MFC.

(Cf  http://mineirosdomfc.blogspot.com.br/2009/07/historico-do-minas-f-clube.html)
POSTADO POR 

***

Introdução do livro SÃO JOÃO DEL-REI NA CRÔNICA da autoria de GENTIL PALHARES
Por Gentil Palhares
06 de junho de 1961. Após o desfile cívico, o tenente Gentil Palhares, um grande formiguense e escritor, que serviu o 11º R I de São João del-Rei, lançou em praça pública o livro sobre Frei Orlando. (...) Na foto, o tenente Gentil (com o microfone na mão)... ¹
 
I.  INTRODUÇÃO, por Francisco José dos Santos Braga
 
Tenho a grata satisfação de hoje estampar neste espaço virtual um texto histórico, profundamente humano e sensível, da autoria de Gentil Palhares, intelectual íntegro, dotado de qualidades extraordinárias, como se há de ver através da leitura desta sua página.
 
Honra-me sobremodo destacar nesta figura ímpar das letras são-joanenses, especialmente o fato de ter, antes de mim, este meu homenageado pertencido aos quadros da Academia Barbacenense de Letras.

Apresenta-se aqui a oportunidade de reconhecer que essa egrégia Academia, ao acolhê-lo e a mim, demonstra a importância que dá aos nossos valores culturais e históricos, valorizando o que nos distingue a ambos: nosso amor à Liberdade, o culto da nossa tão desprezada Língua Portuguesa e a defesa intransigente de nossos valores éticos, religiosos e culturais dos Campos das Vertentes.
 
II.  INTRODUÇÃO DO LIVRO "SÃO JOÃO DEL-REI NA CRÔNICA" DA AUTORIA DE GENTIL PALHARES
 
À MINHA TERRA NATAL, CIDADE DE FORMIGA!

Quando neste livro eu falo das pessoas e das coisas da legendária, histórica e sempre querida São João del-Rei, minha TERRA ADOTIVA, eu levo o meu pensamento até VOCÊ, MEU SAUDOSO BERÇO NATAL, a VOCÊ que me viu nascer, a VOCÊ onde primeiro eu vi  luz do sol iluminando essas montanhas que a rodeiam e onde, ao lado de meus pequenos amigos, meninos do meu tempo, corri desenfreadamente por essas ruas e essas praças das nossas lembranças e das nossas imorredouras saudades.
 
Nossa infância foi deveras dividida entre VOCÊ, BERÇO NATAL e esta São João del-Rei, BERÇO ADOTIVO. Mas não se pode, jamais, olvidar o pedacinho de terra que ouviu os nossos primeiros vagidos, os nossos primeiros choros e os nossos primeiros sorrisos para a vida, como não podemos olvidar, jamais, aquele Templo de São Vicente Ferrer, onde entramos conduzido no colo para o batismo e para recebermos um nome.
 
Suas manhãs claras e alegres, seus cantos e recantos de ruas que nos viram nas nossas primeiras travessuras, para depois ouvirmos o cantar da passarada pelos fundos das hortas da rua Municipal, onde nascêramos, nada disso se nos desbota do pensamento, pois não aceitamos a INGRATIDÃO. E ingrato seríamos se, ao falarmos da GLORIOSA TERRA ADOTIVA, olvidássemos esse querido pedaço de chão, onde veio ao mundo o nosso saudoso pai e onde, ao lado deste, na mesma faixa de terra, dorme o sono eterno do corpo a nossa sempre lembrada mãezinha, que nos embalou na infância.
 
FORMIGA, Terra querida! Não me esqueci de VOCÊ! Não, porque meu coração, meu pobre coração possui, todavia, uma riqueza: a de não conhecer a ingratidão e de conservar, sempre, embora distante, SUA IMAGEM QUERIDA, sua paisagem, suas ruas, suas casas, suas montanhas, sua gente, que é a minha gente!
 
Quando, pois, ouço falar de São João del-Rei e de VOCÊ e quando eu mesmo, agora neste livro, falo desta minha TERRA ADOTIVA, meu coração balança, sacode todo e em espírito me prosterno a seus pés!...
São João del-Rei, 1974. 
 
EXPLICANDO...

"SÃO JOÃO DEL-REI NA CRÔNICA" é um livro que nos fala de pessoas e coisas desta legendária cidade, meu BERÇO ADOTIVO. São crônicas, na sua maioria, publicadas no extinto "DIÁRIO DO COMÉRCIO", em épocas sucessivas e, ultimamente, outras tantas que aparecem no "JORNAL DO POSTE", folha editada pelo jornalista Joanino Lobosque e na qual colaboro há alguns anos já.

Não sabemos se este livro, escrito com a melhor das intenções, irá agradar, por isso que a época hodierna sofre uma profunda influência psicológica de dispersão de pensamentos e de ações. Nas artes, nas ciências, nas letras e em todos os setores, enfim, que requerem meditação e estudo, análise e julgamento, se observa como que uma revolução de idéias e como que certo ceticismo, descambando tudo para o vulgar, para as sínteses, sobretudos para estas.

"SÃO JOÃO DEL-REI NA CRÔNICA" nada mais é do que retalhos de alguns de nossos fatos aqui verificados e debilmente descritos nestas páginas que se vão ler, as quais retratam, sobretudo, algumas facetas de vários vultos que se notabilizaram em nosso meio, honrando e enobrecendo a vida desta cidade das lendas e dos sinos.

Aparecem, outrossim, nestas linhas, pessoas de vida humilde, modestas, tipos populares de nossas ruas e que ostentaram como galardão material, apenas e tão-somente a singeleza de seus corações e a humildade santa de seus propósitos. Alguém nos advertiu, sob o manto de inexplicável escrúpulo, em que pese, todavia, a boa intenção, o inconveniente de alinharmos, neste volume, alguns vultos proeminentes do cenário são-joanense, com algumas singelas figuras que, na humildade de suas vidas, aqui, entretanto, viveram carregando a sua cruz. Não abonamos o pensamento evocado e sugerido, antes de tudo e sobretudo, tangido pelo sentimento humano e cristão. E temos certeza absoluta de que os vultos eminentes que aparecem nestas páginas que se vão ler, pensam como nós, por isso que também humanos e cristãos, compreensivos e incapazes de olvidarem as palavras do MANSO RABI DA GALILÉIA:
"Amai-vos uns aos outros, tanto quanto eu vos amei!"
O autor.
 
AO ABRIRMOS AS PÁGINAS DESTE LIVRO...
 
 Ao abrirmos as páginas deste livro, para evocar o TEU passado, ó São João del-Rei, eu TE saúdo!
 
 
TU és um relicário de acervos sagrados e inolvidáveis, e em TEU seio amigo e hospitaleiro, acodes um povo lhano, afável, bom e profundamente cristão!
 
Saúdo-TE, ó TERRA GENEROSA, pela fé que TE anima e pela recordação dos TEUS primeiros passos ajudando a formar a história de Minas e do Brasil!
 
Saúdo-TE, ó cidade dos sinos, das flores e da música, TU que recebeste de DEUS a predestinação de seres o BERÇO de vultos imortais da nossa história e daqueles que, no presente, têm elevado e dignificado o TEU venerando nome, pela força da inteligência e da cultura!
 
Ao TEU regaço, num desses altos desígnios do SUPREMO ARQUITETO DO UNIVERSO, veio ao mundo JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER, plantando a semente da LIBERDADE na Terra do Cruzeiro!
 
São João del-Rei querida e amiga! — quando passamos por TUAS ruas estreitas e tortuosas, as quais o progresso de foice em punho vai maculando na ânsia da perfeição; quando contemplamos as TUAS igrejas de pedra bordada; quando pisamos esses becos esconsos e essas pontes centenárias, sobre as quais passaram os inconfidentes; quando escutamos a sinfonia eterna do Córrego do Lenheiro, que TE banha como se numa purificação e numa bênção; quando, enfim, nos chega aos ouvidos e aos corações o som maravilhoso e retumbante de TUAS orquestras, nós sentimos, ó São João del-Rei! — que TU és, verdadeiramente, uma Terra abençoada pelas mãos de DEUS. Porque TU és a legendária cidade que não sabes fechar TUAS portas aos que TE procuram cansados da luta em terras outras e que desejam fazer de TI a morada definitiva para o seu labor e seu derradeiro sono!
 
Eis porque, São João del-Rei, abrindo as páginas deste livro que é TEU, da TUA gente e da TUA história,
eu TE saúdo!...
III.  NOTA DO GERENTE DO BLOG DO BRAGA

¹  Esta foto histórica está postada em Nova Imprensa Online no seguinte endereço eletrônico: http://www.novaimprensa.inf.br/passadas/501/geral.html
 

 
 
 
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Instagram Compartilhar no Whatsapp Imprimir

ESSE PORTAL É UM PROJETO VOLUNTÁRIO. NÃO PERTENCE À PREFEITURA MUNICIPAL | CADASTRE GRATUITAMENTE A SUA AÇÃO SÓCIOCULTURAL