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São João del-coração. 300 anos: Ser nobre é ter identidade . Alzira Agostini Haddad

Descrição

Por Gazeta de São João del-Rei em 24/08/2013
Alzira Agostini Haddad


Ponte da Cadeira antigamente - Foto: Divulgação
Ponte da Cadeira antigamente - Foto: Divulgação
 
Ponte da Cadeira na atualidade - Foto: Gazeta
Ponte da Cadeira na atualidade - Foto: Gazeta

Desde sempre recebemos do mundo, da vida e das pessoas inúmeras expressões de magnanimidade. Da cidade, que nos abriga em sua natureza, peculiaridades, ruas, jardins, largos e praças, a sorte de ser histórica, bem planejada e construída à perfeição, com requintes e detalhes arquitetônicos que não deixam dúvidas: muito bem esculpida, criada para ser ilustre e elegante.
É preciso contemplar: memória.
Equívocos universais inerentes à origem mineradora, explorações no processo da história – riquezas que induzem a falsas ou verdadeiras crenças, a hierarquias desumanas ou democracia sonhada, subvertendo ou aprimorando a evolução. Recordações, dívidas ou dádivas que povoam as nossas lembranças, nossas vidas. E reaparecem através de manifestações culturais aparentemente distraídas, costumes e festas, eruditas ou populares.
É preciso respeitar: tradição.
Como um presépio, a sincronia delicada e gentil, organizada para servir a quem acolhe e admira. Arte e artesanato, ofícios, mestres, artistas, poetas, povoam e usufruem a cidade. Mesmo quando necessário, na dureza da cantaria, pedra sobre pedra das protetoras pontes centenárias, que criam vínculos e elos, unindo e abraçando eternamente.
É preciso reconhecer: consistência.
Generosa na sua estrutura, saborosa na sua gastronomia, multiplicadora nos seus exemplos e modos de fazer, criar e viver. Sempre equivocados os que violam a própria identidade, os que degradam a sua beleza, os que desdenham os seus mistérios sagrados, os que insistem em ignorar a lógica simples que terra e a vida têm. Sempre sábios, os delicados no trato, dedicados nas profissões, nobres quando protegem a identidade singular de uma cidade histórica.
É preciso valorizar: patrimônio cultural.
Posturas ora dispersas, ora atentas, ora hostis, ora sensíveis, ora gentis, ora alienadas, ora conscientes – ora ora… Atitudes e decisões nem sempre coerentes, nem sempre compreensíveis.
E a percepção irrefutável: desenvolvimento sustentável é a água potável bem distribuída, o saneamento eficiente, o córrego despoluído, a saúde restabelecida, o transporte coletivo e o trânsito bem resolvido, a limpeza urbana com que todos colaboram, o planejamento, segurança, a preservação territorial e ambiental, a política ética, o cidadão exercendo a sua cidadania. Progresso não é focar no interesse individual em detrimento do interesse da comunidade, não é destruir a paisagem urbana autêntica, representações arquitetônicas que nos diferenciam e identificam – matéria prima, valores e bens que podem sustentar economicamente gerações futuras, que criam inúmeras oportunidades de negócios via turismo cultural. Tendência mundial, o respeito às diretrizes internacionais de preservação, a qualificação profissional e padrões de serviços. Cada cidade sabe o destino a que se impõe.
É preciso transmitir: educação.
A cidade que sonhamos é a cidade que podemos construir, responsabilidade a que não podemos furtar-nos. Tudo que acontece nela fica registrado no seu conjunto urbano, na memória de seus habitantes, na história que jamais se apaga.
Grande é o nosso legado, que todos usufruem e de que nem todos cuidam. Precisamos, como protagonistas, vivenciar o privilégio de comemorar os 300 anos de São João del-Rei, assumindo o rumo que queremos para a nossa cidade.
É preciso respeitar: compromisso.
Declarada “Patrimônio Histórico e Artístico Nacional” em 1938, eleita “Capital Brasileira da Cultura” em 2007, selecionada como “Destino Referência de Turismo de Estudos e Intercâmbio” em 2009, pelo Ministério do Turismo. Especial. Cada detalhe, entalhe, curva de uma voluta ou balaustrada, cada gesto entre um ponto e uma linha, definindo um gradil de ferro, finalizando uma escultura, retocando um tapete de rua, a fachada de uma casa, igreja, ferramenta ou utensílio, revelam singulares obras de arte. Importante polo regional, integra preciosos roteiros turísticos, inúmeras instituições de ensino com Universidade Federal em plena expansão. Cada tom pincelado seja onde for, cada manuscrito nas partituras, cada som que ecoa das orquestras, bandas de música, do apito da Maria Fumaça, dos sinos; mensagens irretocáveis que registram seculares práticas sociais.
Que precisamos preservar: cultura.
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