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Dia do Folclore . Ulisses Passarelli
Descrição
Corria o século XIX. Cada região ou estudioso dava às tradições populares um nome que julgasse mais conveniente, até que, talvez incomodado com essa falta de sintonia nos estudos, o inglês Willian John Thoms no ano de 1846 usou num artigo para o jornal londrino O Ateneu um neologismo: criou o termo “FOLK-LORE”, usando duas palavras anglo-saxônicas, que usualmente se traduzem como saber popular, ou conhecimento do povo. Como esta publicação se deu a 22 de agosto daquele ano, ficou mais tarde fixado que este é o Dia do Folclore e, por conseguinte, a semana que ocorre, Semana do Folclore. Assim, agosto passa a ser considerado o Mês do Folclore.
Desde aquela época o campo para pesquisas se ampliou muito e as próprias reflexões analíticas dos temas folclóricos. Mas muita gente por falta de conhecimento usa mal a palavra para designar expressões culturais ou situações que não são propriamente folclóricas. Não por outro motivo o significado da palavra folclore se distorceu, desgastou-se. Assim, muitos estudiosos preferem usar em seu lugar a expressão Cultura Popular. Outras implicações de ordem teórica se interpõem, mas não fazem parte da diretriz deste simples artigo.
Anos atrás escrevi um texto, O Dia do Folclore ou O Folclore de Cada Dia, no qual expressava a preocupação com o fato de se dar atenção às tradições folclóricas apenas nesse período, enquanto no resto do ano passam em ocaso. Elas vivem o ano inteiro na zona urbana ou rural, em todos os bairros, florescendo no artesanato, nas crenças, nas narrativas de mitos, lendas e causos, na culinária tradicional, no artesanato típico, nas danças e nos folguedos, rituais e muitas outras vertentes. Bem, poderia ser melhor aproveitado no ensino escolar e quisera num ano eleitoral como este, os candidatos que vencerem nas urnas dessem maior atenção às necessidades básicas dos grupos e expressões folclóricas.
O estudo do folclore demanda anos de dedicação. Conhecer seus meandros abre um novo horizonte ao conhecimento, mostra uma outra riqueza do país. Quando se observa e compreende a cultura popular, vemos que não se pode ver o folclore como algo exótico, como curiosidade. É preciso valorizar nossas tradições. O mar de novidades que nos chega todo dia não deve afogar o que já nos acompanha desde as origens.
Nesse ensejo rendo meu louvor a quantos se sintonizam nessa cultura tão diversificada, seja estudando-a, defendendo-a em suas necessidades ou mesmo participando dela ativamente. É importante dar visibilidade às manifestações da Cultura Popular e homenagear as grandes figuras humanas que a mantêm. Pensando nisso criei recentemente um blog com esse objetivo, sem finalidades políticas, comerciais ou lucrativas: Tradições Populares das Vertentes (folclorevertentes.blogspot.com.br), no qual se pode acessar mais informações sobre nossa cultura de raiz.
Fonte: Gazeta de São João del-Rei . 25/08/2012
Corria o século XIX. Cada região ou estudioso dava às tradições populares um nome que julgasse mais conveniente, até que, talvez incomodado com essa falta de sintonia nos estudos, o inglês Willian John Thoms no ano de 1846 usou num artigo para o jornal londrino O Ateneu um neologismo: criou o termo “FOLK-LORE”, usando duas palavras anglo-saxônicas, que usualmente se traduzem como saber popular, ou conhecimento do povo. Como esta publicação se deu a 22 de agosto daquele ano, ficou mais tarde fixado que este é o Dia do Folclore e, por conseguinte, a semana que ocorre, Semana do Folclore. Assim, agosto passa a ser considerado o Mês do Folclore.
Desde aquela época o campo para pesquisas se ampliou muito e as próprias reflexões analíticas dos temas folclóricos. Mas muita gente por falta de conhecimento usa mal a palavra para designar expressões culturais ou situações que não são propriamente folclóricas. Não por outro motivo o significado da palavra folclore se distorceu, desgastou-se. Assim, muitos estudiosos preferem usar em seu lugar a expressão Cultura Popular. Outras implicações de ordem teórica se interpõem, mas não fazem parte da diretriz deste simples artigo.
Anos atrás escrevi um texto, O Dia do Folclore ou O Folclore de Cada Dia, no qual expressava a preocupação com o fato de se dar atenção às tradições folclóricas apenas nesse período, enquanto no resto do ano passam em ocaso. Elas vivem o ano inteiro na zona urbana ou rural, em todos os bairros, florescendo no artesanato, nas crenças, nas narrativas de mitos, lendas e causos, na culinária tradicional, no artesanato típico, nas danças e nos folguedos, rituais e muitas outras vertentes. Bem, poderia ser melhor aproveitado no ensino escolar e quisera num ano eleitoral como este, os candidatos que vencerem nas urnas dessem maior atenção às necessidades básicas dos grupos e expressões folclóricas.
O estudo do folclore demanda anos de dedicação. Conhecer seus meandros abre um novo horizonte ao conhecimento, mostra uma outra riqueza do país. Quando se observa e compreende a cultura popular, vemos que não se pode ver o folclore como algo exótico, como curiosidade. É preciso valorizar nossas tradições. O mar de novidades que nos chega todo dia não deve afogar o que já nos acompanha desde as origens.
Nesse ensejo rendo meu louvor a quantos se sintonizam nessa cultura tão diversificada, seja estudando-a, defendendo-a em suas necessidades ou mesmo participando dela ativamente. É importante dar visibilidade às manifestações da Cultura Popular e homenagear as grandes figuras humanas que a mantêm. Pensando nisso criei recentemente um blog com esse objetivo, sem finalidades políticas, comerciais ou lucrativas: Tradições Populares das Vertentes (folclorevertentes.blogspot.com.br), no qual se pode acessar mais informações sobre nossa cultura de raiz.
Fonte: Gazeta de São João del-Rei . 25/08/2012