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Planejamento Urbano, necessidade e urgência . José Maurício de Carvalho
Descrição
O país continua se desenvolvendo apesar da crise financeira mundial que já se arrasta há alguns anos e hoje afeta principalmente a Europa. O ritmo diminuiu, mas não entramos na estagnação que afeta outras nações do mundo. Infelizmente nosso desenvolvimento está longe de nos colocar próximos das sociedades mais avançadas do mundo e a simples redução do ritmo do crescimento traz as coisas
para mais perto da realidade. Isto não significa também que somos submergentes como começaram a dizer esta semana economistas e jornalistas de países mais adiantados. A atual avaliação é tão irreal como foi a anterior, apenas indica que eles conhecem pouco o país, tanto seus problemas como suas virtudes e potencialidades.
O desenvolvimento do Brasil afeta a vida de todos os seus habitantes, mas as cidades de porte médio, em especial as que se encontram em torno a cem mil habitantes são aquelas que sentem com maior impacto o processo atual. E os estudos de geografia humana mostram que o desenvolvimento está mesmo mais
concentrado nesse tipo de cidade que estão recebendo produtos e serviços até pouco tempo fora do seu universo: hospitais especializados, universidades, pequenos shoppings, bons restaurantes, espetáculos teatrais, condomínios fechados, centro de convenção, etc. Estas cidades são também aquelas que
passam por um crescimento demográfico mais acentuado do que de outras áreas do país. Grandes Metrópoles e cidades pequenas, por exemplo, de modo geral não estão passando por um crescimento urbano tão acelerado como o que ocorre nas cidades mencionadas.
Esta situação afeta cidades por todo país como São João del-Rei, Lavras, Barbacena, Conselheiro Lafayette, isto apenas para ficar num raio de pouco mais de cem quilômetros de onde estamos. No país são centenas de cidades nesta situação. O desafio de continuar crescendo garantindo a atual qualidade de vida exige a urgente implementação de medidas de planejamento urbano em todas elas.
Neste sentido a realidade de São João del-Rei é das piores. A cidade cresce sem planejamento, a circulação de veículos se aproxima do congestionamento total, o transporte público é ruim, a preservação da área histórica está cada dia mais difícil, não há projeto de novos parques, praças ou jardins, nem preocupação com áreas permeáveis, nem arborização, nenhum cuidado com a volumetria das ruas e
regiões da cidade, não se fala em zoneamento urbano, tratamento de esgoto, qualidade da água oferecida à população, etc. O pouco cuidado que existe se concentra na área histórica por conta do trabalho voluntário dos membros do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (CMPPC). Contudo,
ações planejadas não podem se limitar à área histórica da cidade.
No final deste ano escolheremos os políticos que dirigirão a cidade nos próximos anos e este é o desafio mais importante e urgente que terão que enfrentar. Escutemos o que eles têm para oferecer, analisemos seus planos de governo, vejamos o que eles querem fazer. Não basta asfaltar uma rua aqui, fazer um
passeio acolá, ou realizar pequenas obras pontualmente, tudo sem planejamento, sem cuidado especial com a área histórica, sem pensar o crescimento das outras áreas, enfim, sem zoneamento urbano e plano diretor. Planejar é verdadeiramente progresso e não, como sempre ouvi dizer, derrubar casas antigas, asfaltar sem estudo do impacto nas áreas históricas, construir edifícios sem nenhuma estrutura
urbana para acolhê-los.
Este desafio atual da cidade precisa ser enfrentado por prefeitos e vereadores preparados para viver no século XXI. Caso contrário, em poucos anos enfrentaremos problemas que nunca tivemos, que não precisaríamos ter e de correção muito difícil.
Prof. dr. José Mauricio de Carvalho
Universidade Federal de São João del-Rei
Departamento de Filosofia
mauricio@ufsj.edu.br
para mais perto da realidade. Isto não significa também que somos submergentes como começaram a dizer esta semana economistas e jornalistas de países mais adiantados. A atual avaliação é tão irreal como foi a anterior, apenas indica que eles conhecem pouco o país, tanto seus problemas como suas virtudes e potencialidades.
O desenvolvimento do Brasil afeta a vida de todos os seus habitantes, mas as cidades de porte médio, em especial as que se encontram em torno a cem mil habitantes são aquelas que sentem com maior impacto o processo atual. E os estudos de geografia humana mostram que o desenvolvimento está mesmo mais
concentrado nesse tipo de cidade que estão recebendo produtos e serviços até pouco tempo fora do seu universo: hospitais especializados, universidades, pequenos shoppings, bons restaurantes, espetáculos teatrais, condomínios fechados, centro de convenção, etc. Estas cidades são também aquelas que
passam por um crescimento demográfico mais acentuado do que de outras áreas do país. Grandes Metrópoles e cidades pequenas, por exemplo, de modo geral não estão passando por um crescimento urbano tão acelerado como o que ocorre nas cidades mencionadas.
Esta situação afeta cidades por todo país como São João del-Rei, Lavras, Barbacena, Conselheiro Lafayette, isto apenas para ficar num raio de pouco mais de cem quilômetros de onde estamos. No país são centenas de cidades nesta situação. O desafio de continuar crescendo garantindo a atual qualidade de vida exige a urgente implementação de medidas de planejamento urbano em todas elas.
Neste sentido a realidade de São João del-Rei é das piores. A cidade cresce sem planejamento, a circulação de veículos se aproxima do congestionamento total, o transporte público é ruim, a preservação da área histórica está cada dia mais difícil, não há projeto de novos parques, praças ou jardins, nem preocupação com áreas permeáveis, nem arborização, nenhum cuidado com a volumetria das ruas e
regiões da cidade, não se fala em zoneamento urbano, tratamento de esgoto, qualidade da água oferecida à população, etc. O pouco cuidado que existe se concentra na área histórica por conta do trabalho voluntário dos membros do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (CMPPC). Contudo,
ações planejadas não podem se limitar à área histórica da cidade.
No final deste ano escolheremos os políticos que dirigirão a cidade nos próximos anos e este é o desafio mais importante e urgente que terão que enfrentar. Escutemos o que eles têm para oferecer, analisemos seus planos de governo, vejamos o que eles querem fazer. Não basta asfaltar uma rua aqui, fazer um
passeio acolá, ou realizar pequenas obras pontualmente, tudo sem planejamento, sem cuidado especial com a área histórica, sem pensar o crescimento das outras áreas, enfim, sem zoneamento urbano e plano diretor. Planejar é verdadeiramente progresso e não, como sempre ouvi dizer, derrubar casas antigas, asfaltar sem estudo do impacto nas áreas históricas, construir edifícios sem nenhuma estrutura
urbana para acolhê-los.
Este desafio atual da cidade precisa ser enfrentado por prefeitos e vereadores preparados para viver no século XXI. Caso contrário, em poucos anos enfrentaremos problemas que nunca tivemos, que não precisaríamos ter e de correção muito difícil.
Prof. dr. José Mauricio de Carvalho
Universidade Federal de São João del-Rei
Departamento de Filosofia
mauricio@ufsj.edu.br