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Como desenvolver as cidades? . Welinton dos Santos

Descrição

Vivemos a Era da Informação, em que novos valores são transferidos para a sociedade incluindo desde inovações tecnológicas, sistemas de comunicações integrados a consciência ecológica, sustentabilidade empresarial, bioética, educação dinâmica, economia integrativa, responsabilidades compartilhadas e tantas outras mudanças.

Essa transformação faz com que haja mudanças nos contextos das cidades e na visão crítica de seus moradores. Como a maior parte da população vive no ambiente urbano, há a necessidade de ações conjuntas entre população e iniciativa pública e privada em atitudes coletivas de preservação e ao mesmo tempo de criação de novas oportunidades de ocupações profissionais.

A Economia Criativa é uma das soluções para o desenvolvimento sustentável, um setor que movimenta mais de US$1 trilhão pelo mundo em ações voltadas ao seguimento cultural em trabalhos nos campos de patrimônio (material, imaterial, arquivos, museus); das expressões culturais (artesanatos, culturas populares – Carnaval, artes visuais, culturas indígenas e de diversos povos, etc.); das artes de espetáculo (teatro, dança, música, circo); das criações funcionais (Arte Digital, Design, Moda, Arquitetura); do audiovisual e do livro, da leitura e da literatura (cinema, vídeo, publicações, mídias impressas, mídias digitais, etc.). Assim, além de promover a integração das comunidades, a Economia Criativa traz recursos com o turismo e desenvolvimento de conteúdo baseados nos campos de expressões acima descritos pela Unesco.

O equilíbrio no acesso à cultura é essencial para diminuição dos contrastes sociais, elevação do conhecimento coletivo popular e a união de grupos distintos em prol de uma sociedade mais realista e justa, pois, os seus valores são discutidos e apresentados em contexto real da comunidade em que está inserida.

Ao desenvolver projetos culturais em cada município, provoca entendimentos transversais de assuntos como política, economia e educação.  A coesão social criada permite o surgimento das bases da empregabilidade, atacando um dos principais problemas da sociedade moderna, a questão do emprego.

Estabelecer o equilíbrio geográfico de acesso à cultura é como implantar um veículo de coesão econômica social, de políticas mais justas de valorização pessoal e profissional da população. O potencial da cultura pode diminuir problemas de infraestrutura em zonas menos desfavorecidas, criando renda e oportunidades.

A Economia Verde é outro mercado de trilhões de dólares que podem gerar riquezas em todas as cidades, em iniciativas que possibilitem a recuperação ambiental, o aproveitamento energético, turismo responsável, educação criativa eco-cultural, a sinergia de troca de conhecimentos científicos e populares em prol de um mundo mais saudável, com a criação de novas riquezas e oportunidades justas de trabalho.

O Turismo também é seguimento de transformação da nova economia. Isso porque além de atrair recursos financeiros, os turistas querem ver ambientes harmonizados, valorizados pelo paisagismo, pela conservação ambiental, em ambientes hospitaleiros e preparados para recebê-los. Hoje é mais rentável conservar e recuperar o meio ambiente do que degradá-lo. Existem vários tipos de turismo: religioso, no campo, educacional, hospitalar, de aventura, de passeio, de eventos, científico, ecológico, de pesca, histórico, de literatura, cultural, esportivo, náutico e tantos outros. Portanto, para desenvolver as cidades é necessário promovar toda estrutura urbana para receber – e bem – o visitante, atraindo riquezas para o município.

A Economia da Inovação é outro seguimento interessante, sendo atrelada a uma política estratégica de educação municipal, com incentivos à criação de escolas técnicas públicas e privadas; além de criar políticas de educação básica, com ensinamentos de economia doméstica, empreendedorismo e educação colaborativa responsável com a sociedade e a natureza, desde projetos de reciclagem, hortas comunitárias, respeito ao uso da água, até o valor dos produtos consumidos naquela cidade.

As cidades também devem incentivar o ensino superior, a criação de laboratórios, a participação de seus munícipes em grupos de discussões de conhecimentos, bem como políticas de incentivos a EAD (Ensino à Distância), bolsa de estudo de mestrado e doutorado, além de montar os laboratórios da criatividade, para desenvolver produtos e serviços exclusivos daquela localidade e agregar valor às ações da comunidade. Parques Tecnológicos de Conhecimento, convênios com universidades aliados à iniciativa privada contribuem para a busca de soluções para os problemas pontuais e na criação de inovações.

Outro importante instrumento para o desenvolvimento das cidades são as redes sociais, um novo contexto de comunicação que auxilia na criação de ideias, na fiscalização, na divulgação e na conscientização de seus atores. Uma revolução do sistema de comunicação e integração da sociedade urbana na realidade de sua localidade.

Devemos ter em mente que o desenvolvimento das cidades cria um novo modelo de economia que eu denomino como: ECONOMIA SOCIAL INCORPORATIVA – SEI (Social Economy Incorporative), que é a junção das economias de Inovação + Criativa + Verde (Sustentabilidade) + as Redes Sociais = SEI.

Esta é apenas uma pequena parcela do que pode ser feito no desenvolvimento das cidades, porém, para o crescimento responsável dos espaços urbanos é necessário a troca de experiências e conhecimentos, em que a maior riqueza será a valorização da vida, da cidadania e do respeito à Humanidade.

* Welinton dos Santos é economista e palestrante

Fonte: Gazeta de São João del-Rei . 02/06/2012

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