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Caminho Religioso da Estrada Real: de Padroeira a Padroeira
Descrição
Na última sexta-feira, dia 22 de julho de 2011, ocorreu em São João del-Rei a primeira reunião de Articulação Comunitária, prevista na primeira atividade para a implantação do projeto Caminho Religioso da Estrada Real-CRER: de Padroeira a Padroeira. Para isso, reuniram-se, conforme agendado, funcionários da Secretaria Estadual do Turismo-SETUR/MG e da empresa responsável pela elaboração do projeto executivo (Impactur Consultoria Turística) com parceiros da área de abrangência do Município de São João del-Rei, às 14 horas, no prédio da Secretaria do Turismo e Cultura, na Praça Embaixador Gastão da Cunha, nº 70, e às 16 horas, em salão do auditório da Associação do Comércio e Indústria de São João del-Rei (ACI Del-Rei). Nessa primeira fase, estão previstos, além dessas reuniões em outras 36 localidades referência, 5 Seminários Diocesanos.
A cidade de São João del-Rei é um dos 37 Municípios explicitamente já citados para formar a rota do Caminho Religioso da Estrada Real-CRER: de Padroeira a Padroeira, um roteiro religioso inspirado no Caminho de Santiago de Compostela. De acordo com a equipe que formulou o projeto, a relação dos 37 Municípios – sendo 32 no Estado de Minas Gerais e 5 em São Paulo –, que constituem a rota principal do CRER, é a seguinte: Caeté, Sabará, Raposos, Rio Acima, Nova Lima, Itabirito, Barão de Cocais, Santa Bárbara, Catas Altas, Mariana, Ouro Preto, Ouro Branco, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, São Brás do Suacuí, Entre Rios de Minas, Casa Grande, Lagoa Dourada, Prados, Tiradentes, São João del-Rei, Carrancas, Cruzília, Baependi, Caxambu, Soledade de Minas, S. Lourenço, Pouso Alto, São Sebastião do Rio Verde, Itamonte, Itanhandu, Passa Quatro, Cruzeiro-SP, Cachoeira Paulista-SP, Lorena-SP, Guaratinguetá-SP e Aparecida-SP. Embora só os Municípios declarados tenham direito a receber verbas, é claro que há muitos outros (pelo menos outros 49 no Estado de Minas Gerais) na área de abrangência ou de influência do circuito turístico religioso entre Caeté-MG e Aparecida-SP.
A recomendação dos técnicos para esses Municípios limítrofes da rota principal, que se localizam na área de influência e que não se achem entre os 49 Municípios não citados, é que procurem criar um atrativo novo e produtos religiosos no caminho da rota, de modo a atrair o peregrino para visitá-lo. Desta forma, cidades que não fazem parte dos 37 Municípios citados (por exemplo, Ritápolis e Lavras) devem programar com grande visibilidade a festa de seus padroeiros, de modo a convencer o peregrino a desviar-se eventualmente da rota principal – suponhamos – para participar de uma novena ou trezena em honra ao santo de sua devoção.
- possui cerca de 600 quilômetros, com início previsto no Santuário Estadual de Nossa Senhora da Piedade, padroeira mineira, em Caeté-MG e término no Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, no Estado de São Paulo;
- compreende 86 Municípios, sendo 81 em Minas Gerais e 5 em São Paulo;
Falemos inicialmente sobre a reunião ocorrida às 14 horas. Além do expositor Dr. Flávio Vitarelli, da Impactur, e de Alexandra Freitas, funcionária da SETUR/MG, compareceram os seguintes parceiros são-joanenses interessados no projeto de turismo religioso em nossa região:
O circuito de Caeté a Aparecida foi o escolhido, já que se constatou que os Estados de Minas Gerais e São Paulo são os que mais recebem turistas católicos do Brasil, em busca de experiências religiosas e de manifestações de fé popular.
Deu informações sobre a “Jornada Mundial da Juventude”, que se constitui no maior encontro de jovens de todo o mundo em torno do Vigário de Cristo e cuja 26ª edição terá lugar em Madri, no período de 16 a 21 de agosto de 2011. Falou ainda sobre a importância da Jornada Arquidiocesana da Juventude em território brasileiro, promovida pela Arquidiocese de Belo Horizonte, reunindo milhares de jovens ao mesmo tempo. Finalmente, mencionou os principais centros turísticos religiosos no Estado de São Paulo: Aparecida, Cachoeira Paulista (onde está sediada a Canção Nova, maior centro da Renovação Carismática) e Guaratinguetá (cidade onde nasceu São Frei Galvão).
Em seguida, falou de cinco fases, antes da implantação definitiva do CRER. Nesta primeira fase, ocorrerão reuniões com parceiros de cada localidade referência, como esta de hoje em São João del-Rei, finalizando com a entrega de relatório por parte da Impactur à Secretária Estadual de Turismo-SETUR, em dezembro de 2011. Além dessas reuniões de Articulação Comunitária, haverá ainda 5 Seminários Diocesanos. A execução do projeto ficará a cargo de outra empresa a ser licitada pela SETUR.
Lembrando que se trata de uma rota católica, que carece ter sua própria identidade, as outras quatro fases incluem, de acordo com o técnico da Impactur: demarcação do território (já demarcada por GPS, aproveitando a rota da Estrada Real e demarcando em cada cidade da rota o que precisa ser considerado (templo A ou B, Avenida tal ou qual, etc.); banco de dados (a atualizar até dezembro de 2011 pela Impactur à SETUR e que é preciso manter atualizado. Recomenda lembrar-se de incluir serviços religiosos que a Igreja presta. Ex. horário de confissões, festa de santos padroeiros e outros); marca (vieira ou concha no caso do Caminho de Santiago de Compostela. No caso do CRER, é preciso definir se será um manto, coração ou coroa, ou ainda outra marca); guia em papel, mapa e passaporte com carimbo do padroeiro em cada cidade; sinalização muito simples, fácil de manter.
A seguir, Pe. Dirceu deixou claro que há certas indefinições quanto à participação da Igreja nas cinco fases mencionadas, o que não poderia estar acontecendo, já que se trata de uma rota católica. Apresentou a sugestão de que a Igreja precisa ser instada a se engajar com maior firmeza. Queixou-se ainda de que os ofícios têm sido encaminhados à Cúria Diocesana “em cima da hora”, impossibilitando desmarcar compromissos já assumidos anteriormente. Finalmente, pediu a inclusão de todos os parceiros, de forma que a execução do projeto fosse a mais tranquila possível, sem surpresas indesejáveis.
Pe. Geraldo Magela sugeriu seja imediatamente criada uma Assessoria Teológica para os técnicos formuladores do projeto e ainda enunciou os nomes de Aluízio José Viegas, Prof. Abgar Campos Tirado e Prof. Antônio Gaio Sobrinho como os mais indicados para desempenhar essa Assessoria Teológica.
Dr. Flávio comentou finalmente sobre a gestão dessa rota (municipal): manutenção da sinalização (Todos concordaram que a sinalização deveria ficar na Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar e na Igreja de Santo Antônio do Rio das Mortes, por sugestão do Pe. Geraldo Magela.); postagem nas redes sociais de informações referentes aos turistas; registro do perfil desse caminhante (Quem vem, de onde vem, quanto tempo fica, como se hospeda?); controle da segurança principal (De onde vem e para onde vai?); controle da gestão (Todos concordaram que deveria ser exercido pela Secretaria de Turismo de São João del-Rei e comissão da Cúria Diocesana).
Caminho Religioso da Estrada Real-CRER: de Padroeira a Padroeira
Objetivos específicos: Criar e estruturar um novo produto turístico, com foco prioritário em religiosidade, complementado pelo histórico-cultural e natural; oferecer um roteiro de peregrinação estruturado para um público adepto a longas caminhadas, pedaladas ou cavalgadas; integrar as cidades por onde perpassa a Estrada Real em um produto novo ou inédito; atrair parte dos mais de 10 milhões de turistas que anualmente fazem peregrinações no trecho Aparecida, Guaratinguetá, Lorena, Cachoeira Paulista e Sul de Minas; aumentar a oferta de produtos turísticos nos mercados nacional e internacional; e fortalecer destinos turísticos que ainda não têm visibilidade ou não são conhecidos.
Princípios Metodológicos: desenvolvimento ambientalmente sustentável, planejamento integrado, planejamento estratégico e planejamento participativo.
Atividades:
Seminários Diocesanos e Articulação Comunitária: 37 reuniões e 5 seminários.
Definição do trajeto do caminho religioso ao longo da Estrada Real.
Levantamento geo-referenciado (por GPS) dos atrativos turísticos locais (banco de dados: missas, bênçãos, serviços religiosos, etc.), da infraestrutura turística, de apoio, de sinalização do caminho já existente.
Levantamento de disponibilidade de água e indicação de eventuais necessidades de intervenção.
Elaboração do conceito gráfico do projeto e das peças gráficas: mapa do caminho religioso, guia, passaporte (que seja um diário de bordo em que o caminhante possa registrar sua experiência religiosa), carimbos (padroeiro de cada cidade?) e certificados. Problema: mineradoras e caminhões de mineradoras dificultando a livre circulação ao longo do percurso.
Sinalização turística: interpretativa, indicativa e educativa: projeto executivo de sinalização, localização geo-referenciada de toda a sinalização prevista, a quantidade, o material a ser utilizado e o tipo de informação a ser colocada; manual descritivo com as orientações técnicas para implementação da sinalização do Caminho Religioso.
Expliquei que a determinação feita pelo governador Antonio Anastasia a todo o secretariado, de priorizar o trabalho coordenado, coeso, com união de forças, já estava no seu projeto de governo, desde a sua campanha à reeleição. Lembrei que o então candidato ao Governo de Minas Gerais, Antônio Anastasia, visitara Mariana, em companhia de Aécio Neves e do saudoso Itamar Franco, tendo mantido uma reunião amplamente noticiada com o presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha. Na ocasião, o governador Antônio Anastasia afirmou que, se reeleito, iria criar um programa especial de proteção ao patrimônio histórico de Minas Gerais, em parceria com a sociedade civil e com a Igreja. Finalizei dizendo que isso estava sendo rigorosamente cumprido.
Por Francisco José dos Santos Braga
Fonte: Blog de São João del-Rei
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Caminho Religioso irá beneficiar as Vertentes
Protocolo de intenção foi assinado em Belo Horizonte
Segundo dados do Instituto de Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), 15 milhões de brasileiros têm interesse em destinos religiosos. Além disso, Aparecida (SP) recebe 10 milhões de peregrinos por ano. Embasados nesses dados e devido a demandas do Instituto Estrada Real, representantes do Governo de Minas, o Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte 'e representantes das Dioceses e Arquidioceses da área de abrangência do Caminho Velho da Estrada Real assinaram na capital mineira, na semana passada um protocolo de intenção. o documento sugere a implantação de um roteiro religioso, o Caminho Religioso da Estrada Real: de Padroeira a Padroeira, inspirado no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha.
São João del-Rei, outras 80 cidades de Minas Gerais e cinco de São Paulo farão parte do circuito, que ligará, em um trajeto de mais de 600 quilômetros, o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira nacional, em Aparecida (SP), ao Santuário Estadual de Nossa Senhora da Piedade, padroeira mineira, em Caeté (MG).
Segundo o superintendente de estrutura do turismo da Secretaria de Estado de Turismo, Emílio Botelho, dos municípios que pertencerão ao roteiro, 38 estarão dentro de uma rota principal, que será trabalhada primeiro. Os outros 48, que são cidades lirnítrofes do primeiro caminho, farão parte da área de influência. “A programação para este ano é promover a mobilização, fazendo um levantamento do potencial dos municípios e de onde estão as igrejas, por exemplo. A partir disso, no ano que vem começará a implantação, que dependerá das demandas e estruturas necessárias. Talvez no final de 2012 alguns trechos estejam prontos", comentou. Para isso serão realizados seminários microrregionais, como o que aconteceria ontem, 22, no salão do Auditório Comercial e Industrial de São João del-Rei, para apresentação do projeto e levantamento de informações com a população local. Ainda segundo o superintendente, representantes de Tiradentes, Prados, Lagoa Dourada, Casa Grande, Resende Costa e Coronel Xavier Chaves participariam, da reunião.
Para o literato e historiador Francisco José dos Santos Braga, que representou a arquidiocese de São João del-Rei na assinatura do termo, a cidade, através de sua diocese, é uma das principais parceiras. "Esse é um projeto que diz respeito à crença popular e à fé católica do povo brasileiro. Por isso a importância da participação da Diocese. Dos 24 municípios subordinados a ela, 19 fazem parte do roteiro", disse.
Ele ainda comentou que espera que a cidade tenha uma grande revitalização através do turismo religioso. "São João tem tudo para ser um pólo de atração. Tem grande rede hoteleira, bons restaurantes, a universidade, instituições de ensino, um Sebrae organizado. A Secretaria Municipal de Turismo já sentiu que entramos em uma nova etapa e está oferecendo cursos nessa área. A cidade já está resgatando seu papel de formulador de políticas públicas", afirmou Braga.
Ainda assim', ele acredita que São João deve se preparar melhor. "E preciso criar infraestrutura melhor para receber esses milhões de visitantes que estão em busca de fé, esperança, reflexão e meditação. Há certas atitudes que o Poder Público precisa tomar no distrito do Rio das Mortes, por exemplo", disse. O literato e historiador lembrou ainda que o distrito já faz parte do Circuito Turístico de Nhá Chica e Padre Victor, porém falta estrutura para receber turistas ali. "Investimentos no distrito gerariam renda e melhoria das condições de vida da população", comentou.
Passaporte
"O grande atrativo é a religiosidade. A ideia é que cada pessoa. tenha um passaporte, que será carimbado em pontos estratégicos quando ela completar cada trecho do caminho. Ao concluir todos os trajetos, o peregrino receberá um certificado de conclusão", comentou Emílio Botelho. Segundo ele, não há intenção de criar pólos. Haverão apenas pontos estratégicos onde a pessoa poderá carimbar os passaportes, que serão definidos depois dos seminários.
Cidades da Rota Principal do Caminho Religioso da Estrada Real: de Padroeira a Padroeira
São Paulo: Aparecida, Guaratinguetá, Lorena, Cachoeira Paulista, Cruzeiro.
Minas Gerais: Passa Quatro, ltanhandu, Itamonte, São Sebastião do Rio Verde, Pouso Alegre, São Lourenço, Soledade de Minas, Caxambu, Baependi, Cruzília, Carrancas, São João dei-Rei, Tiradentes, Prados, Lagoa Dourada, Casa Grande, Entre Rios de Minas, Conselheiro Lafaiete, São Brás do Suaçuí, Congonhas, Ouro Branco, Ouro Preto, Mariana, Itabiriro, Catas Altas, Rio Acima, Santa Bárbara, Nova Lima, Barão de Cocais, Raposos, Sabará, Caeté.
Cidades da área de influência:
Minas Gerais: Marmelópolis, Virgínia, Dom Viçoso, Carmo de Minas, Conceição do Rio Verde, São Tomé das Letras, Luminárias, ltutinga, Nazareno, Conceição da Barra de Minas, Ritápolis, Coronel Xavier Chaves, Serranos, Resende Costa, Desterro de Entre Rios, Jeceaba, Belo Vale, Moeda, Brumadinho, Belo Horizonte, Santa Luzia, Taquaraçu de Minas, Nova União, Bom Jesus do Amparo, São Gonçalo do Rio Abaixo, Rio Piracicaba, Alvinópolis, Barra Longa, Acaia, Diogo Vasconcelos, Piranga, Catas Altas da Noruega, Itaerava, Santana dos Montes, Queluzito, Cristiano Otoni, Carandaí, Dores de Campos, Santa Cruz de Minas, Barroso, Barbacena, Ibertioga, Piedade do Rio Grade, Madre de Deu de Minas, São Vicente, de Minas, Minduri, Aiuruoca, Alagoa, Bocaina de Minas.
Fonte: Gazeta de SJDR, 23 de Julho de 2011
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Caeté na rota do turismo religioso
Com a rota turística de “Padroeira a Padroeira”, Caeté entra definitivamente na rota do turismo religioso nacional. Em uma entrevista esclarecedora , o Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, relata sobre o projeto e fala com carinho sobre “nossa Caeté”.
mC: Qual a importância do turismo religioso?
Dom Walmor Oliveira de Azevedo: O turismo religioso é de grande importância para a evangelização, na disseminação de princípios e dos valores cristãos católicos. Importante também para a vida econômica, cultural e social das pessoas. Por isso mesmo, constata-se uma grande valorização e um crescimento contínuo do turismo religioso no mundo inteiro, especialmente aqui em nosso Estado. O Ministério do Turismo divulgou em outubro de 2010, resultado de uma pesquisa apontando Minas Gerais como o segundo maior destino dos turistas. Muitas destas pessoas, certamente, vieram em busca de roteiros religiosos. Isto porque há um contingente de 1,7 milhão de brasileiros que neste ano fizeram opção pelo turismo religioso. Outro dado que aponta a grande religiosidade e presença dos mineiros no cenário do turismo religioso se refere ao número de peregrinos que deixam o Estado rumo a Aparecida. Dos cerca de 10 milhões de romeiros, que visitam o Santuário Nossa Senhora Aparecida, quase a metade é mineira. O grande potencial turístico em Minas é evidente. Quando um local é visitado por peregrinos e se torna parte de um turismo religioso, há também uma nova perspectiva de mudança no seu entorno e em sua cidade, pela diversidade de motivações.
mC: Como surgiu a ideia do roteiro turístico que liga o Santuário Nossa Senhora da Piedade ao Santuário de Aparecida?
Dom Walmor Oliveira de Azevedo: A ideia surgiu a partir da grande devoção dos brasileiros. Foi inspirada no Caminho de Santiago de Compostela, com seus 800 km, entre Portugal, Espanha e França. Fora da Europa, somos os campeões em número de visitas a este local sagrado.Nenhum outro país, fora do continente europeu, consegue levar tanta gente. Em Minas Gerais, temos um grande tesouro de fé e belezas naturais. O Santuário Nossa Senhora da Piedade está localizado a 48 km da capital mineira e a 16 km do município de Caeté, num cenário de riquíssima beleza, no alto da montanha, a 1746 metros de altitude. São 360 graus de panorama, com mil e uma facetas da beleza que só a mãe natureza oferece de maneira tão generosa, inspirando a conduta humana. Em dias mais frios e nublados, o espetáculo é ainda mais bonito. Do topo da Serra da Piedade descortina-se uma deslumbrante paisagem do verde das matas subindo e descendo montanhas, de onde se avista também seis cidades: a nossa Caeté (Caeté é minha casa, pois recebi, com muita alegria,o título de cidadão honorário desta cidade estimada), Santa Luzia, Lagoa Santa, Raposos, Sabará e Belo Horizonte. O Santuário ainda abriga a Padroeira de Minas Gerais, Nossa Senhora da Piedade. Por todas as belezas e riquezas naturais, históricas, ecológicas, culturais – nosso grande tesouro mineiro- pensamos no Caminho Religioso da Estrada Real: Serra da Piedade a Aparecida, de Padroeira a Padroeira. A oportunidade para que todas as pessoas possam visitar e conhecer o Santuário Nossa Senhora da Piedade, assim como já é de grande tradição e costume em Aparecida. Promover a integração e união desses santuários marianos significa aumentar a possibilidade de evangelizar e permitir que mais pessoas tenham e vivenciem essa experiência de fé, um passeio saudável, que traz paz de espírito, pautado pelos valores cristãos católicos, da família e de Deus.
mC: Temos a informação que, inicialmente, o roteiro seria Santuário de Aparecida até o Santuário do Caraça. Após uma reunião da Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais, em Caeté, por sugestão do Prefeito Ademir Carvalho, a mudança teria ocorrido para o Santuário da Serra da Piedade. Assim, qual a importância de Caeté nesse contexto?
Dom Walmor Oliveira de Azevedo: O projeto do Caminho Religioso apresentado inicialmente à Arquidiocese de Belo Horizonte, guardiã do Santuário, não incluía, de fato, o Santuário Nossa Senhora da Piedade. A observação foi feita sublinhando este precioso patrimônio, grande pérola religiosa, cultural, histórica e ecológica de Minas Gerais. A escuta foi de acolhimento com mudança imediata do projeto inicial assumido agora pela Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais.
mC: Como o Santuário tem se preparado para receber os turistas que vão seguir essa rota?
Dom Walmor Oliveira de Azevedo: A Arquidiocese de Belo Horizonte se empenha neste trabalho, abrindo-se à cooperação de órgãos governamentais de todos os níveis, bem como a instituições que operam no âmbito da preservação e das questões ambientais. Responsável pelo bem que lhe pertence, a Arquidiocese espera contar com o apoio sério e adequado oferecido por estes órgãos e instituições para que o serviço prestado seja da mais alta qualidade, pois os mineiros, brasileiros e visitantes do exterior merecem o melhor. E, assim, poderão dar o seu testemunho, motivar os familiares e amigos a conhecerem esse admirável tesouro, magnífica arquitetura divina.
mC: Qual a importância de Caeté (a Serra da Piedade) estar inserida no roteiro de Padroeira a Padroeira?
Dom Walmor Azevedo de Oliveira: O santuário mariano e ecológico recebe romeiros desde o século 18. Desde 13 de maio de 2010, a Ermida da Padroeira e a Igreja Nova das Romarias estão vinculadas espiritualmente à Basílica de Santa Maria Maior em Roma. Isto significa que todos os fiéis podem receber a indulgência plenária durante a Confissão Sacramental, a Comunhão Eucarística, a Oração do Senhor (Pai Nosso) e o Símbolo da Fé (Credo). Fazer parte do Caminho Religioso da Estrada Real: Serra da Piedade a Aparecida, de Padroeira a Padroeira, permitirá que mais pessoas conheçam as belezas naturais, religiosas e culturais. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), o conjunto arquitetônico do Santuário Nossa Senhora da Piedade foi indicado pelo Governo do Estado como atrativo turístico de especial relevância para Minas Gerais. Um grande tesouro, sem dúvida, o que aumenta a nossa responsabilidade no cuidado e, sobretudo, na divulgação e atração de mais e mais pessoas para conhecer e compartilhar das belezas e riquezas oferecidas pelo Santuário. O Caminho Religioso da Estrada Real: Serra da Piedade a Aparecida, de Padroeira a Padroeira consiste num roteiro integrado de turismo religioso, envolvendo mais de 80 municípios, entre os santuários das padroeiras de Minas Gerais - Nossa Senhora da Piedade - e do Brasil - Nossa Senhora Aparecida. É destinado à peregrinação e meditação. Além disso, vai favorecer o desenvolvimento de Caeté, Minas Gerais e, consequentemente,se consolidar como importante opção para o turismo religioso no Brasil. O Santuário Nossa Senhora da Piedade é um dos lugares mais bonitos de Minas Gerais e merece o reconhecimento e o cuidado de todos.
mC: O turismo religioso tem no mundo um aspecto econômico que é importante. O município de Caeté precisa se desenvolver economicamente e o turismo é um desses pontos de desenvolvimento, sendo que o turismo religioso é ponto importante nesse cenário. Pensando assim, como o circuito turístico de Padroeira a Padroeira pode gerar trabalho e renda para as pessoas de Caeté?
Dom Walmor Azevedo de Oliveira: Esta é uma tarefa que envolve o desenvolvimento social e econômico, tarefa dos governos federal, estadual e municipal. Espera-se, o que já vem acontecendo por parte do Governo do Estado de Minas Gerais, particularmente da Secretaria de Turismo, estudo e proposta de projetos, interlocução criativa e desenvolvimento de parcerias para que avanços significativos sejam alcançados, sobretudo na área social, beneficiando todas as comunidades. O Santuário tem uma grande força que tratada com inteligência, sentido social e respeito à sua identidade, poderá gerar muitos valores e oportunidades para a população no seu entorno e em toda a região.
mC: A Serra da Piedade teve um período de grande importância política na história do Brasil, foi um centro irradiador de ideias, cultura e ideais. A filosofia atual da Arquidiocese de BH pretende retomar essa linha de atuação?
Dom Walmor Azevedo de Oliveira: O Santuário é e sempre será um centro irradiador de ideias e cultura, de religiosidade e formação. Sua história contou com figuras admiráveis, particularmente aquela de Frei Rosário, um clarividente que preparou o Santuário, para ser importante fonte de espiritualidade, cultura e história, neste terceiro milênio.A concepção que preside seu caminho nesta segunda década do século 21, depois de uma comprovada estagnação na primeira década, com inspiração de sua história rica, baliza um horizonte largo para programas, ações, participação e avanços. Particularmente, a partir de sua identidade, a fé cristã católica, na riqueza da devoção Mariana.
Neste tempo do terceiro milênio, com reverência e respeito à sua história, sem saudosismos, a Arquidiocese de Belo Horizonte, com suas instituições, em cooperação com outras entidades e segmentos variados da sociedade, já efetiva e vislumbra um horizonte rico do caminho do Santuário e da Serra da Piedade no cumprimento de sua tarefa educativa e inspiradora. Todos estão convidados a participar e colaborar de forma permanente.
mC: Caeté tem um grande orgulho de abrigar a Padroeira do Estado. Como a Arquidiocese pretende trazer o povo de Caeté a uma maior participação do futuro do turismo religioso do Santuário?
Dom Walmor Azevedo de Oliveira: Queremos que todos, sem distinção, participem das festividades e celebrações, momentos de fé e espiritualidade, que são realizados, durante todo o ano. Os governos municipal e estadual, certamente, estão em entendimentos para desenvolver uma esperada e adequada participação, em se considerando responsabilidades próprias exercidas à luz de projetos e programas que ultrapassam a simples moldura do político para hospedar-se na pluralidade da riqueza e potencial que o Santuário e a Serra da Piedade, guardam com o tesouro de todos e para todos. Os entendimentos, convites, diálogos e propostas sugerem ações proativas advindas de parcerias inteligentes e num horizonte tão largo como aquele de 360 graus que a Serra da Piedade sugere e brinda a todos. É uma alegria a presença de todos os peregrinos e também dos milhares de jovens que vivenciam sua fé no Santuário. A mãe Piedade é mãe de todos, é a Padroeira de Minas Gerais. Abraça todos os seus filhos, tem um lugar reservado para cada um deles em seu generoso coração. O Santuário Nossa Senhora da Piedade está aberto a todos os fiéis e visitantes de Caeté, Belo Horizonte e peregrinos de todos os municípios mineiros, do Brasil e do mundo.
Fonte:Informativo Mais Caeté, edição 22, Ano I, de 18 de outubro de 2011