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Festival do Folclore de Jequitibá . Minas Gerais
Descrição
Jequitibá, Capital Mineira do Folclore
Jequitibá possui uma das maiores diversidades culturais do país. Este fato se deve a forma com que tais manifestações surgiram neste pequeno município de Minas Gerais.
Nos tempos antigos das tropas, por ali passavam todos os que vinham do sertão do norte de Minas Gerais, margeando o Rio das Velhas, gente da Bahia, gente do Nordeste que deixou pelo caminho, cultura e tradição.
O movimento de preservação da cultura popular de Jequitibá começou na década de 1980, por iniciativa do advogado Geraldo Inocêncio de Sousa, grande amante e incentivador das tradições folclóricas. Em 1988, ao ser convidado para participar como festeiro da principal celebração católica da cidade, a festa do Santíssimo Sacramento, o Padroeiro de Jequitibá, Inocêncio, propôs que os grupos folclóricos do município participassem também da comemoração. A idéia foi aceita e naquele ano, 10 grupos se apresentaram. Era o início do Festival do Folclore.
Das ruas da cidade, os grupos também se apresentavam na casa de Inocêncio, que trazia amigos e conhecidos para participar dos saraus folclóricos realizados na varanda da sua casa em Jequitibá. Dentre eles, o jornalista e historiador, Carlos Felipe que assim definiu a cultura da cidade: “a riqueza cultural de Jequitibá praticamente permanece inalterada, devido ao isolamento da cidade em relação à Belo Horizonte e as áreas metropolitanas. Esse fato fez com que a cultural local e os folguedos se mantivessem como eram e sem sofrer alterações, como aconteceu em outras regiões do estado diante do processo de aculturação e influências”.
Jequitibá recebeu o título de Capital Mineira do Folclore. A ostentação deste título, constituído legalmente pela Administração Municipal tem suas razões: a cidade apresenta mais de 15 grupos folclóricos que preservam inúmeras manifestações populares e se destaca por preservar o batuque de viola, único no Brasil. Além do batuque, a cultura de Jequitibá reúne a arte popular das pastorinhas, contra-dança, dança do Tear, Fim de Capina, Folia de São Sebastião, Folia de Nossa Senhora do Rosário, Folia de São Miguel, Folia de São Geraldo, Folia de São Gonçalo, Folia de Santo Antônio, Folia do Divino, Folia de São João, Folia de Santos Reis, Folia de Santa Luzia, Folia de volta dos Magos, Folia de Nossa Senhora Aparecida Boi da Manta, Incelências para Chuva, Encomendação de Almas, Ladainhas, Casamentos com Embaixada, Dança da Vara, Congado, Cantigas de Roda, Dança da Fita, Dança do Coelho, Dança do Serrador, Quadrilhas folclórica, etc.
Essas manifestações trazem nomes importantes para a cultura logal e regional, como o de Zé da Ernestina (atual Rei Congo do Estado de Minas Gerais, o mestre violeiro Nelson Jacó, Dona Elza de Pindaíbas, Raimundinho das Perobas, João Gualberto em Lagoa da Trindade, “Seu” Juvercino, Marly no Souza, Zé Gomes no Baú, Zé Limão em Lagoa Trindade, Dona Araci e Mariângela em Vargem Bonita, Zacarias em Vera Cruz, e tantos outros que dão autenticidade ao título de Capital Mineira do Folclore.
Jequitibá está presente no corpo, na voz e na alma do moradores. Mas também encontra lugar em vários segmentos do conhecimento e da arte contemporânea. Acadêmicos, folcloristas, compositores, músicos e jornalistas, durante todo o ano buscam informações sobre a riqueza produzida e preservada pelos grupos folclóricos.
Segundo o músico e compositor Eliezer Teixeira, em seu livro Prosa e Cantoria: “a cultura popular de Jequitibá oferece uma peculiaridade para a mesma manifestação, que também se realiza, nos povoados vizinhos, quer na afinação da viola, para determinada folia, quer no ritmo, na devoção cultuada de modo diferente; por exemplo no povoado do Baú , a folia de Reis só anda à noite, porque eles acreditam que a estrela só se vê no escuro; já no povoado de Souza, ela sai de dia, e dizem que para Santos Reis ele é visível também durante o dia. É isso que enriquece ainda mais a cultura popular espontânea” .
Já para Frei Chico, em Jequitibá a valorização da cultura própria do lugar, é um importante fator de educação nas escolas, e meio de desenvolvimento social, econômico e cultural da cidade. O jornalista do Jornal Hoje em Dia, Renato Alves também acredita que a riqueza cultural da cidade se deve à tradição de famílias locais. “As danças e os cantos são passados de geração para geração. Em nenhum outro município do Estado o folclore parece tão forte e tão vivo”, destaca Alves.
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