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‘Museu da Empatia’ chega a São Paulo

Descrição

‘Museu da Empatia’ chega a São Paulo: coloque-se no lugar do outro calçando seus sapatos
13 de novembro de 2017  Mônica Nunes

Em setembro de 2015, pouco depois de lançarmos o Conexão Planeta, contei sobre esta linda e emocionante iniciativa aqui no site. E comecei o texto assim:
Julgar, criticar, condenar, ficar magoado. Tudo isso é muito fácil de fazer e sentir. Na verdade, a gente nem pensa muito para agir assim, não é? Mas você já se colocou no lugar de outra pessoa, em uma situação delicada, pra tentar sentir o que ela sente e ver o mundo de uma outra perspectiva? Não existe melhor forma de evitar injustiças ou ações das quais podemos nos arrepender mais tarde.

Este foi o convite encantador do pensador cultural Roman Krznaric, que criou o movimento A Revolução da Empatia e depois o Museu da Empatia e a exposição temporária, itinerante e interativa A Mile in My Shoes (aqui, ‘Caminhando em seus sapatos). O nome faz alusão à expressão inglesa ‘in your shoes’ ou ‘nos seus sapatos’ ou ‘no seu lugar’. Sua intenção: provocar os visitantes a “ver o mundo de outra perspectiva, se colocando no lugar dos outros“.  Ele diz: “Acredito que a empatia é uma ferramenta poderosa para a mudança social radical e deve ser uma luz para a arte de viver”.

Uma ideia genial que chegou em um momento delicado e pulsante na Europa, por conta do abrigo a muitos refugiados. Um momento em que a intolerância e o ódio contra o que é diferente e estranho estavam à flor da pele. Mas não é preciso ir muito longe: a não aceitação de uma pessoa, uma ideia, um lugar, uma situação, uma ideologia só porque não é “a sua”, está em cada esquina ou sentada ao lado, em qualquer cidade e país.

Uma grande caixa de sapatos no Parque do Ibirapuera

Esta exposição chegar a São Paulo, neste momento, é muito precioso também. Não só porque se trata de uma cidade cosmopolita, mas principalmente por causa da higienização a que está sendo submetida pela clara política de exclusão do prefeito, que tem implementado ações que empurram os mais pobres cada vez mais para as ruas e para as ‘franjas’ da metrópole.

Sem falar na onda fascista e moralista que age cegamente em qualquer lugar que precise de liberdade e democracia para pulsar. Que agrediu – metafórica e literalmente – a arte e os artistas (caso do MAM) e vocifera contra pensadores como a especialista em gênero Judith Butler, que veio a São Paulo para fazer palestras na capital paulista sob a ameaça de conservadores e foi agredida na semana passada no aeroporto de Congonhas, quando partia.

Então, que maravilha que paulistanos e todos que circulam por esta imensa cidade – e pelo Parque do Ibirapuera – terão a oportunidade de “se colocar no lugar dos outros”, praticar a empatia de um jeito sensorial e até lúdico, de certa forma.

O formato da exposição é definido por uma caixa de sapatos gigantes (foto acima) onde estão guardados pares variados – fechados ou abertos, com salto ou sem salto, tênis, sandálias, todos usados – acompanhados de um ipod Shuffle e fones de ouvido (foto abaixo). Cada um conta a história forte e emocionante (um episódio) de alguém que vive na cidade.

O visitante escolhe a história que quer ouvir – monitores podem ajudá-lo a escolhê-la – e sai pra passear pela Bienal calçando os sapatos do narrador. Impossível não se emocionar ao “mergulhar” numa outra visão de mundo, como se pode ver pelos vídeos que reproduzi no final deste post. Agora, anote na agenda:

MUSEU DA EMPATIA – CAMINHANDO EM SEUS SAPATOS

Onde? Pavilhão da Bienal – Parque do Ibirapuera

Quando? 18/11 a 17/12

Dias e horários? 3a. a 6a., das 10h às 19h; aos sábados e domingos, das 11h às 20h

Entrada gratuita para 25 pessoas/visita (pegar senha no local).

Por onde passou, passa e passará o Museu da Empatia

Inaugurado em Londres no início de setembro de 2015, o Museu da Empatia deu mais impulso ao movimento A Revolução da Empatia, criado por Krznaric para provocar a habilidade desse sentimento em seus visitantes e, assim, tentar criar uma revolução global das relações humanas.

A exposição ficou nos jardins do Southbank em Londres, em setembro daquele ano e, em seguida, começou a viajar por outras cidades inglesas – Oxford, Manchester, Brighton e Essex. Também foi à Austrália, Irlanda e, este mês, passa pela Bélgica, Sibéria e Brasil (São Paulo), voltando à Londres em fevereiro, no Museu da Migração. Neste último encontro do ano deve reunir, em um grande acervo, as histórias que colheu em cada lugar por onde passou, e que poderá receber outras tantas, a medida que se instalar em outras cidades.

Assista aos vídeos que explicam o projeto original, em Londres, e como ele veio parar aqui no Brasil.


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