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Creche Risoleta Neves pede ajuda 'a população

Descrição

Entidades desta natureza sempre precisam de ajuda

Por Gazeta de São João del-Rei em 06/04/2013
Ver Centro Infantil Risoleta Tolentino Neves

“Se essa situação não mudar, o Risoleta Neves vai fechar as portas daqui a algum tempo”. A frase é do presidente das Obras Sociais da Paróquia do Pilar, Nelson Antunes de Carvalho, e se refere ao centro infantil aberto em São João del-Rei há 27 anos, beneficiando,  atualmente, 60 pequenos são-joanenses com idade entre 0 e 4 anos em tempo integral.

Parte interna da creche Risoleta Neves . Foto: Alzira Agostini Haddad / Divulgação

Com gastos de R$11 mil todos os meses só com folhas de pagamentos, a entidade tenta sobreviver com subvenções que cobrem no máximo 50% das despesas com funcionários e contas básicas como água, luz e telefone. Tudo isso, somado, custa R$15 mil ao Risoleta. “No início do mês nosso ritual é checar extratos bancários, fazer contas, apertar gastos e rezar para dar tudo certo”, comentou Carvalho. Apesar desse cenário, a creche não acumula dívidas. Fato que, para a diretoria, é sinal de milagres. Porém, o centro infantil abre as portas com incerteza todos os dias e, para não deixar de funcionar efetivamente, diminui cada vez mais a faixa etária de atendimento.
O Risoleta Neves já beneficiou crianças com idade até 6 anos. No entanto, aos poucos, precisou tirá-las do centro infantil e se limitar a pequenos com no máximo 4. Só em 2013, 12 meninos e meninas pararam de frequentar a creche. “São 12 famílias que agora vão ter que pagar por alguém que cuide dos filhos. São mães que às vezes os criam sozinhas e não têm recursos suficientes para contratar alguém. Nossos problemas afetam as vidas das pessoas lá fora e isso nos entristece muito”, comentou a coordenadora do Risoleta Neves há 19 anos, Maria José Fonseca. E completou: “Outro dia uma criança perguntou por que eu estava tão brava, o que tinha feito para ela ter que ir embora. Fiquei com o coração partido. Expliquei a situação com muito pesar. Não foi isso o que planejamos e é algo que ainda nos dói. Mal temos coragem para nos despedirmos. Mas foi preciso acontecer para não prejudicar ninguém”.

Receio
Para mães como a doméstica Maria Roberta Santos, a situação assusta. A filha, Gabrielly Taynara, frequenta o centro infantil desde o ano passado. “Já faz parte da rotina dela e é um local que dá segurança à criança enquanto saio para trabalhar, de 8h às 16h. Passar tanto tempo longe da minha filha é difícil, mas saber que está em boas mãos me deixa mais tranquila. Quando vou buscá-la está feliz, alimentada, de banho tomado. Não teria a menor condição de pagar alguém de fora para fazer isso por mim. A creche foi minha salvação. Se perdê-la, vou ter que trabalhar menos dias. E isso reduziria a minha renda e da minha família”, comentou.
As 60 crianças atendidas permanecem no Risoleta Neves de 8h às 17h, sendo alimentadas a cada três horas e recebendo, ainda, auxílio pedagógico com monitoras e uma educadora cedida pela prefeitura. Tudo gratuitamente. No caso de beneficiados que são dependentes de medicamentos e têm carência comprovada, a creche arca, inclusive, com a compra dos remédios.

Receita
As finanças do Risoleta Neves dependem de subvenções. Uma delas vem de parceria com o SESI Minas, que repassa R$5 mil todos os meses para a entidade. A outra vem da Prefeitura através de recursos do Fundeb e auxilio para custear merendas escolares. Em média, já que as verbas costumam oscilar, o centro infantil arrecada de R$8 a R$9 mil ao mês, valor insuficiente até para cobrir uma das despesas básicas da entidade: a folha de pagamentos. Com 14 funcionários fixos, incluindo ajudantes de serviços gerais, cozinheiras, monitoras, equipe pedagógica e um motorista, o custo mais alto dentro da entidade é o de pagamentos, que chega a R$11 mil. O restante das contas é aliviado com doações de fiéis às Obras Sociais da Paróquia do Pilar, que idealizaram o centro infantil. “Esse é um trabalho filantrópico, sem qualquer tipo de arrecadação ou lucro. Se hoje conseguimos ao menos nos equilibrar na corda bamba é porque contamos com a solidariedade das pessoas”, disse o presidente da entidade.  Segundo ele, a dificuldade econômica é o fantasma que assombra o Risoleta Neves desde o início, mas do ano passado para cá a situação piorou. “Ficamos entre a cruz e a espada porque cortamos custos e remanejamos algumas coisas, mas a verdade é que continuamos em defasagem. Cada um dos voluntários é responsável por um grupo de no máximo quatro crianças para garantir a segurança e o cuidado intensivo delas. Mas precisamos de mais gente e não podemos contratar. Da mesma forma, para fazer o trabalho educativo seria interessante ter mais uma professora. E sabemos que trabalho voluntário nesse sentido é muito complicado”, explicou Carvalho.

Necessidades
De acordo com a coordenadora do Risoleta Neves, todo tipo de doação é bem vindo. Mas há itens específicos que podem atender as demandas mais urgentes da entidade. “Fraldas não costumam faltar. Há pessoas que doam frequentemente e alguns pais costumam trazer de casa para os filhos. Precisamos mesmo de alimentos e produtos de limpeza”, comentou.
Doações podem ser feitas na sede da própria entidade, na Rua Nossa Senhora de Belém, nº 33, no Bairro Senhor dos Montes.
Quem quiser colaborar com doações em dinheiro pode realizar depósitos no Banco do Brasil, Agência 0162-7, Conta Corrente 5175-6. Outras informações pelo telefone (0**32) 3371-1722.

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