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Cine Glória
Título
Responsável pelo órgão/cargo
Atividades/Serviços
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Av. Tiradentes, nº 390 – Centro, São João del Rei | 032 3371 8027 | cinegloria@mgconecta.com.br | http://www.cinegloria.com
Data do início das atividades: 1947
Lilinho sempre esteve à frente do Cine Glória e recebeu ajuda dos filhos, que se dividiam no auxílio da administração dos dois cinemas e da locadora.
Histórico
Em uma época em que a maioria dos cinemas se encontram nos Shoppings das grandes cidades, o Cine Glória figura como um dos poucos cinemas de rua do Brasil. Diferentemente das salas de cinema atuais, é um amplo e imponente prédio de dois andares, com uma enorme área de projeção e muito espaço, com acústica perfeita e formato quase teatral. Mas nem por isso deixa de acompanhar os lançamentos mundiais da indústria cinematográfica e, diferentemente da maioria dos cinemas de rua do país que ainda estão em funcionamento, tem acesso a todos os filmes em lançamento e direito a exibir pré-estréias mundiais.
Fundado em 1947 por Francisco Cupello, empresário da indústria cinematográfica, o Cine Glória já passou por inúmeras dificuldades e já esteve prestes a fechar as portas em certas ocasiões. Entretanto, graças ao esforço de Welerson Itaborahi, o Lilinho, o cinema conseguiu se manter e resistir à períodos de crise que foram responsáveis pelo fim da maioria dos cinemas de rua do Brasil.
Lilinho, proprietário de Cine Glória desde 1979, começou sua carreira no mundo do cinema com apenas 14 anos. Natural de Juiz de Fora, trabalhou na cidade – ironicamente, segundo ele – com Francisco Cupello em uma época que não esperava ter o próprio cinema e muito menos comprar um que Cupello havia fundado. Quando adquiriu o Cine Glória, que pertencia a João Lombardi, começou seus esforços para manter o cinema, grande paixão de sua vida.
Segundo Lilinho, “O cinema é uma caixinha de surpresas”. Ele conta que, de uma hora para outro, é lançado um filme que se torna sucesso de bilheteria, como Titanic e Tropa de Elite, rendendo muito dinheiro. Entretanto, em algumas épocas, filmes fracos são lançados, fazendo com que o cinema fique vazio e que não haja lucro suficiente.
De acordo com Lilinho, os cinemas antigamente eram a principal forma de entretenimento das pessoas. Jovens e adultos sempre compareciam ao cinema, fazendo com que a lotação máxima fosse atingida com facilidade. A renda das bilheterias era estável e não havia muitos problemas sérios.
Entretanto, foi na fase em que eram obrigados a exibir filmes nacionais que o negócio cinematográfico desandou no país. Ele conta que muitos filmes eram de pouca qualidade e apelavam para a pornografia, o que lhe desagradou profundamente. Por isso, se recusava a passar alguns filmes que lhe eram entregues, o que, segundo ele, foi a salvação do Glória. Poucos filmes bons eram lançados e com exceção de sucessos como Dona Flor e seus Dois Maridos, as bilheterias rendiam pouco lucro. A maioria dos cinemas de rua fechou no país e, na região, apenas o Cine Glória continuou as atividades.
Lilinho conta que, durante algum tempo, teve de tirar dinheiro de sua casa para manter o cinema, que não dava lucro algum. Lembra que já chegou a projetar filmes para apenas um espectador, em dias que costumava lotar o cinema.
Porém, com o passar dos anos, novos filmes bons foram lançados e o setor se estabilizou. Com o lançamento de Titanic e Paixão de Cristo, por exemplo, os lucros foram além de qualquer expectativa e pareciam repetir a época de ouro do cinema.
Mas apesar de ter se estabilizado, Lilinho afirma que a atividade nunca voltou a ser a mesma. Segundo ele, raramente o cinema atinge lotação máxima, pois já não é a principal forma de entretenimento das pessoas. Felizmente, novos sucessos de bilheteria continuam a surgir, como o nacional Tropa de Elite 2, que arrastou multidões à telona.
Por isso, Lilinho investe em publicidade para atrair o público. Prega cartazes pela cidade, possui um carro de som que anuncia os lançamentos, faz propaganda nas rádios e na TV. Mas a forma de publicidade mais curiosa pensada por Lilinho foi o anúncio do filme de Daniel, O Menino de Porteira. Como Lilinho temia que não desse muita audiência – o que se verificou em quase todo o país –, o dono do Cine Glória resolveu arrumar um cavalo com um homem vestido de boiadeiro, com chapéu e berrante, e amarrar uma enorme foto do Daniel no cavalo. Cavalo e boiadeiro dispararam pelo centro da cidade, fazendo enorme sucesso e conseguindo uma audiência considerável para o filme.
Segundo Lilinho é justamente essa visão que garante a sobrevivência do Cine Glória. Durante todos os aos que trabalhou no cinema, fez sempre questão de manter a excelência dos serviços, de não exibir filmes que apelavam para a pornografia e não deixar seus ideais de lado. “Minha primeira opção na vida é o cinema”, conta, explicando a importância da profissão enquanto garante que só se sente realmente bem quando está no Cine Glória. Entretanto, explica: “Não sou dono de cinema só porque gosto, também sou profissional. Não se pode nunca deixar de lado o profissionalismo”.
Ao longo de sua existência, o Cine Glória já passou por duas reformas. A primeira foi em 1990, quando toda a área do telhado foi restaurada. A segunda ocorreu em 2006, ano em que o cinema passou por uma verdadeira mudança e modernização: todas as cadeiras foram substituídas por poltronas muito confortáveis e modernas, as paredes foram revestidas com caixas de ovo para melhorar a acústica, o piso foi trocado e o bar foi melhorado.
Com a abertura do Shopping Hills, também em 2006, Lilinho resolveu abrir uma sala de cinema no shopping. Foi o responsável por montar toda a sala, que segue os moldes das salas atuais de shopping. Devido a mais essa sala, o Cine Glória se torna hábil a exibir mais filmes e atingir maior bilheteria. Entretanto, Lilinho ainda não abre mão do seu favoritismo quanto ao Cine Glória 1: “É muito maior e mais bonito. Cinema de shopping não tem o que cinema de rua tem”.
- Serviços de projeção de cinema; Aluguel para formaturas.
Serviços prestados à comunidade:- Sessões gratuitas para escolas públicas na Semana da Criança;
- Desconto para escolas em outras datas, assim como para escolas e grupos de outras cidades da região.
- Os horários dos filmes são sempre anunciados em rádios, na TV, em cartazes em pontos estratégicos na cidade e no próprio Cine Glória;
- As escolas públicas interessadas em obter descontos para a projeção de filmes devem procurar Lilinho.
Parceiros
Não possui parceiros, exceto uma pequena parceria com a TV Campos de Minas, que anuncia os filmes do cinema, enquanto Lilinho oferece os trailers dos filmes.
Principais problemas e dificuldades da área
- As salas de cinema já não lotam como antigamente. Segundo Lilinho, nos “bons tempos do cinema”, o Cine Glória atingia sua lotação máxima de 800 pessoas e, em certas ocasiões, era necessário realizar duas sessões do mesmo filme. Atualmente, um número satisfatório de audiência no cinema é cerca de duzentas pessoas;
- Alguns filmes, como Titanic, Paixão de Cristo e Tropa de Elite, são verdadeiros sucessos de bilheteria, levando multidões ao cinema. Entretanto, filmes como esses são raros. Na maioria das vezes, Lilinho encontra dificuldades em escolher o filme ideal e alguns filmes esperados acabam se mostrando verdadeiros fracassos de público. Para ele, a maior dificuldade da área é aparecer o “filme bom”;
- Segundo Lilinho, a pirataria já não é o maior problema em São João del-Rei. Ele afirma que bateu de frente contra a pirataria e que, apesar de saber que o mercado ainda existe na cidade, está sobre controle. Para ele, o maior problema nos dias de hoje é a Internet, que permite que os internautas façam downloads de filmes que ainda estão nos cinemas com muito mais facilidade e velocidade;
- Lilinho afirma que o cinema hoje não é mais a principal forma de entretenimento dos jovens, como costumava ser antigamente. Ele afirma que os jovens preferem festas e bares, apesar de sempre comparecerem ao cinema quando passa um filme de seu interesse.
Público alvo para comunicação de atividades da entidade
Agenda
Publicações
Lilinho do Cine Glória . Paixão e idealismo reconhecidos
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Revitalização dos Cinemas
Por Mario Pellegrini Cupello
Foi para mim uma dupla alegria ao ler o artigo intitulado “Em 35 mm”, de autoria de Jota Dangelo,¹ publicado em 26/05/2007 na Gazeta de São João del-Rei, importante Jornal que recebi, recentemente, em Valença RJ onde resido, por gentileza do amigo Dr. José Antônio de Ávila Sacramento, Presidente do IHG dessa belíssima Capital Brasileira da Cultura 2007.
A primeira alegria foi em saber que São João del-Rei – nas palavras de Jota Dangelo – “não só ganhou mais uma sala de projeções cinematográficas no novo Shopping da cidade, como teve reformado, completamente, o velho Glória que, desde 47, serve aos aficionados da sétima arte”. Nesse sentido, parabenizo ao articulista e ao Sr. Wellerson Itaborahy, conhecido como Lilinho, pela divulgação e preservação de um importante valor cultural para as cidades deste País, que foi o Cinema e suas salas de projeção.
Quantas gerações se encantaram com as grandes produções cinematográficas vindas de Hollywood, além de produções francesas, italianas e brasileiras, que atraíam o público nas décadas de 40 até ao final de 1960, como uma das melhores opções de lazer! A partir daí, e do surgimento da televisão com suas novelas e filmes, os Cinemas ficaram relegados a um segundo plano. O surgimento e desenvolvimento da tecnologia digital tornaram difícil a sobrevivência das grandes salas de cinema. Houve, de fato, um salto tecnológico fantástico, porém com prejuízo para o glamour e o lirismo que era assistir a um “filme em tecnicolor”, em um amplo salão de Cinema, com tela panorâmica, poltronas estofadas, ar condicionado e uma excelente sonorização. Tal era o requinte, que em alguns deles só se entrava trajando paletó. Por isso, quem é da minha geração sente tristeza ao ver os prédios onde funcionavam as Salas de Projeção, transformados, com raras exceções, em estacionamentos para veículos, igrejas evangélicas ou utilizados como supermercados.
A segunda alegria ao ler aquele artigo, foi ver a citação do nome de meu saudoso tio, Francisco Cupello. Ele foi um grande empresário, notadamente na área da cinematografia, que chegou a possuir 40 cinemas em nosso País, localizados nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Era o famoso “Circuito Cinematográfico Glória”, cuja sede ficava em Valença RJ, onde seu primeiro Cinema foi inaugurado no ano de 1946, com o nome de “Cine Theatro Glória”, em homenagem à Padroeira de Valença, Nossa Senhora da Glória. Por esse motivo, muitos cinemas da “Empresa F. Cupello e Cia. Ltda.” receberam o nome de Cine Glória, como ocorreu em São João del-Rei MG, com o seu Cinema, hoje sexagenário e felizmente restaurado.
A vida de Francisco Cupello por suas extraordinárias vicissitudes, tanto na Itália, quando ainda jovem, quanto no Brasil, pelo exemplo de persistência na realização de seus sonhos daria, sem exageros, um filme de longa metragem. No Brasil, além de distribuidor e produtor cinematográfico (financiou e produziu três filmes), empreendedor na área da construção civil e em inúmeras outras diversificadas atividades econômicas, dedicou-se à literatura ao escrever o Livro “Memórias de um Imigrante”, onde abriu seu coração e sua alma sem tristezas ou ressentimentos por uma vida de sacrifícios.
Originário da Itália chegou ao Brasil em 1927 com apenas 16 anos, com o coração apertado por deixar o seu País, que atravessava uma enorme crise econômica como conseqüência de uma guerra que deixou a Itália em estado lastimável. Também meu pai, Antonio Cupello, tal como milhares de italianos que se radicaram no Brasil, fez o mesmo um pouco antes, em 1923, para tentar uma vida melhor no que, felizmente, foi bem sucedido. A história de qualquer imigrante é quase sempre permeada de uma enorme tristeza por sair de seu País, às vezes pobre e só, na esperança de uma vida melhor, enfrentando uma aventura em direção ao desconhecido, em um país estrangeiro do qual não conhece o idioma, sem ter certeza de um trabalho para sua subsistência. Talvez tenha sido com esses temores que Antonio e Francisco Cupello chegaram ao Brasil, sem imaginar que seriam muito úteis ao País que os acolheu.
Esse enorme contingente de italianos, com a sua força de trabalho, ajudou o Brasil em seu desenvolvimento econômico além de enriquecer nossa cultura com suas músicas líricas e populares, sua gastronomia e sua contagiante alegria. Tenho orgulho de minha ascendência!
A biografia de Francisco Cupello (1911/1979), rica em sua essência, é um exemplo de honestidade, persistência, dedicação ao trabalho e amor ao Brasil, qualidades que o tornaram um empresário bem sucedido, sem que jamais perdesse a simplicidade e o respeito ao próximo. Amou tanto o Brasil que se nacionalizou brasileiro por decisão pessoal, sem nunca esquecer suas raízes italianas.
Por isso, fiquei feliz quando Jota Dangelo fez questão de citar o nome de meu saudoso tio Francisco Cupello, ao resgatar a memória do Cine Glória, nessa encantadora cidade que eu e minha esposa aprendemos a querer bem. Em São João del-Rei temos fortes laços culturais e de amizades, há mais de 15 anos. Recentemente, o Instituto Histórico e Geográfico e a Academia de Letras de SJdRei, homenagearam a mim e à minha esposa, que é Presidente da Academia Valenciana de Letras, com os honrosos títulos de Membros Correspondentes das duas Instituições. Sempre seremos gratos por esta generosidade. Estreitando, ainda mais, nossos laços culturais, ambos os Presidentes dessas duas instituições, também são Membros do Instituto Cultural Visconde do Rio Preto, que fundamos em Valença RJ, em 1990.
Francisco Cupello, no entanto, antecedeu-nos em algumas décadas na “terra onde os sinos falam”, ao levar a cultura cinematográfica aos são-joanenses, desde o ano de 1947. Consta em seu livro de memórias que além da construção do Cine Glória, ele reformou, completamente, o Teatro Municipal de São João del-Rei. O apreço pela cultura parece, portanto, ser uma tradição familiar.
Hoje a cidade de Valença possui uma Sala de Projeções cinematográficas, que mantém o mesmo nome de Cine Glória, e se localiza no mesmo prédio onde funcionou o primitivo Cine Theatro Glória, que ainda conserva a sua fachada primitiva.
Em Valença, como em dezenas de outras cidades, o cinema, em passado não muito distante, cumpriu um papel polivalente, pois além de suas funções precípuas, recebia artistas de renome nacional e internacional, em concertos e representações teatrais, além de ser palco para festas de formatura e grandes solenidades públicas.
O cinema, felizmente, continua vivo. Temos notícias de algumas cinematecas, espalhadas pelo País, que preservam a memória de importantes acervos cinematográficos. Algumas Salas de Projeção estão sendo restauradas e devolvidas ao público.
Para aqueles que cultuam a “sétima arte”, entre os quais me incluo, é sempre motivo de alegria saber que em algumas cidades, como São João del-Rei, ainda existam pessoas com sensibilidade, como Lilinho, Jota Dangelo e tantos outros, que se interessam em manter viva esta chama de amor pelas Salas de Projeções Cinematográficas. Parabéns a eles e à Capital Brasileira da Cultura 2007!
Artigo publicado no Jornal “Gazeta de São João del-Rei”
NOTA DO AUTOR
¹ Transcrevo abaixo o citado artigo de Jota Dângelo, por expressa autorização do seu autor:
Em 35 mm . Jota Dângelo
A cidade precisa aprender a ter ogulho de algumas relíquias que possui e às quais não dá a importância que devia. Quando, nas cidades do interior, e mesmo nas capitais, cinemas estão fechando as portas, graças ao espírito indômito e à paixão arrebatadora de Wellerson Itaborahy, o Lilinho, pelo cinema, São João del-Rei não só ganhou mais uma sala de projeções cinematográficas no novo Shopping da cidade, como teve reformado, completamente, o velho Glória que, desde 47, serve aos aficionados da sétima arte.
O advento do videocassete, primeiramente, e depois do DVD, transferiu para as locadoras um número considerável de clientes que antes eram frequentadores assíduos dos cinemas. As distribuidoras também viram, na cessão de direitos de exibição dos filmes para as televisões, um negócio mais lucrativo do que fazer milhares de cópias para distribuir para os municípios do país. Daí para o fechamento das salas de projeção foi um átimo. A maioria das cidades de médio porte não possui mais cinemas. São João del-Rei não só resiste, abre mais uma sala de projeção. E, para quem gosta realmente de cinema, DVD, mesmo em tela plana de 50 polegadas, não é a mesma coisa que assistir à projeção de um filme num cinema de verdade. Ali há todo um ritual que precede o início do filme, os trailers, o apagar das luzes, a pipoca, os drops comprados nos baleiros ou no balcão do saguão.
Lilinho me enviou uma preciosidade: o folder de inauguração do Cine Glória, em 21 de agosto de 1947, construído pela Empresa F. Cupello & Cia. Ltda, de Francisco Cupello e do Dr. Gabriel Martins Vilela. O Glória, portanto, é sexagenário. Pelo documento histórico tomei conhecimento de que sua construção começou em 45, no mesmo local onde existira o Cine Pavilhão, de vida efêmera, do qual ouvi falar na minha infância. As solenidades de inauguração foram transmitidas pela ZYI-7, Rádio São João del-Rei, na voz de um locutor da Rádio Globo, do Rio de Janeiro, Celestino Silveira. O ato de inauguração foi feito pelo jornalista José Belini dos Santos, diretor de "O Diário do Comércio", que muito contribuiu para a realização da obra, e que entregou ao Sr. Prefeito Municipal as chaves do Cine Glória para que Sua Excia. o franqueasse ao público.
O programa da sessão inaugural, gratuita, respeitada a ortografia, era o seguinte:
Cine Jornal Brasileiro nº 8 x 49
Fox Movietone – Atualidades
Dois no céu (filme da Metro) - Trailer
Aqui começa – Short (Paramount)
Às 19 horas: A Universal apresentará "o majestoso filme em tecnicolor" VIVO PARA CANTAR, com Deana Durbin
Preços: poltronas Cr$3,00 Estudantes Cr$1,50
Velhos tempos. Lilinho, saudosismos à parte, está mantendo a tradição. São João del-Rei não ficará sem cinema, se depender dele. O que não é só raro, mas milagroso, hoje em dia. A cultura agradece.
Fonte: Blog de São João del-Rei
Cine Glória de São João del-Rei: sessenta e sete anos servindo a sétima arte
Francisco Cupello (foto de DIÁRIO DO COMÉRCIO) |
Em homenagem a Francisco Cupello, fundador do Cine Glória, e aos confrades e colaboradores deste blog, respectivamente Dra. Elizabeth dos Santos Cupello e Dr. Mário Pellegrini Cupello, DD. Presidentes da Academia Valenciana de Letras e Instituto Cultural Visconde do Rio Preto, de Valença-RJ.
I. INTRODUÇÃO
Em todos os textos, foi respeitada a grafia de época.
II. ANTECEDENTES
Dr. Gabriel Martins Vilela
Fonte: DIÁRIO DO COMÉRCIO, São João del-Rei, p. 4, 2 de julho de 1947.
III. INAUGURAÇÃO DO CINE GLÓRIA
Inaugura-se amanhã o Cine Glória
Cine Glória, atuante ainda hoje, 21/04/2014 |
Realmente, o Cine Glória que se inaugura amanhã nada deixa a desejar e pode competir vantajosamente com os seus congeneres das grandes cidades.
Fonte: DIÁRIO DO COMÉRCIO, São João del-Rei, p. 1, 20 de agosto de 1947.
Inauguração do Cine Glória
Fonte: O CORREIO, São João del-Rei, p. 2, 31 de agosto de 1947.
Reportagem sobre S. João del-Rei
Fonte: DIÁRIO DO COMÉRCIO, São João del-Rei, p. 1, 21 de agosto de 1947.
A inauguração do CINE GLÓRIA
Fonte: DIÁRIO DO COMÉRCIO, São João del-Rei, p. 1, 22 de agosto de 1947.
OS CINEMAS LOCAIS
Instalação do Microfone, Marcador e Gongo - Concurso - Redução de Preços
Fonte: DIÁRIO DO COMÉRCIO, São João del-Rei, p. 4, 10 de setembro de 1947.
Espaço interno do atual Cine Glória: 402 cadeiras . Dimensões da tela do atual Cine Glória: 16,5 mX7,5 m |
"teria F. Cupello na década de 40 procedido a uma reforma interna do Teatro (...).
É preciso ressaltar que, além do Teatro, algumas dessas concessionárias exploravam simultaneamente, o PAVILHÃO e, a partir de 1947, o CINE GLÓRIA, localizados, sucessivamente, aos fundos, com frente para a Av. Getúlio Vargas que, nesse mesmo ano, passava a chamar-se Av. Tiradentes.
Em 21 de agosto de 1947 (...) aconteceu a estreia do atual e único remanescente cinema de São João del-Rei, o CINE GLÓRIA. Sua inauguração fora prevista para uma semana antes, exatamente no dia 15 de agosto, consagrado a Nossa Senhora da Glória, razão também do seu nome. Por razões outras, porém, a estreia teve de ser procrastinada por sete dias.
Sua construção foi realizada de acordo com cláusulas contratuais com a Prefeitura e para substituir o antigo CINE CAPITÓLIO, pela EMPRESA F. CUPELLO & CIA. LTDA, então arrendatária do Teatro. (...)
São João del-Rei ganhava, assim, com aumento de seu patrimônio municipal, mais um ótimo espaço de lazer, com 1.200 lugares e dois modernos projetores, construído exatamente no local onde muito antes existira um Ringue de Patinação e onde, em 1913, a Empresa Faleiro, construíra, para substituir o Teatro Municipal, em reformas, um provisório Pavilhão em cujas modestas instalações, exibiam-se filmes a preços populares, ao término de cada parte, segundo Sebastião Cintra, eram executados números musicais. (...)
Com o fechamento do cinema de Barbacena, São João del-Rei será a única cidade, destas redondezas, que ainda preserva um cinema atuante. E isto se deve, especialmente, a três fatores básicos que, felizmente, concorrem aqui: a) — o prédio é um próprio municipal e, portanto, imune, quem sabe, à tentação de se converter em outras finalidades mais lucrativas; b) — a existência, anexa, de uma locadora de fitas para videocassetes, que lhe supre as possíveis perdas com a projeção cinematográfica; c) — o idealismo de seu atual locatário, um verdadeiro apaixonado da arte do cinema, a quem aproveitamos o ensejo para louvar, parabenizar e agradecer.
Louvores e parabéns que, de bom grado, estenderíamos a todas as pessoas que, nesta longa história do cinema em São João del-Rei e nos cinquenta anos do Cine Glória, dedicaram suas vidas a tão bela causa. Na certeza de que muitos ficarão esquecidos por falha da memória histórica, a todos homenageio lembrando apenas: Joaquim Dias, com 44 anos de dedicação no Capitólio e no Glória; Madalena e Santinha Pato; Seu Benevides e Seu João Lopes, gerentes ambos da Cupello; Henrique e Nequinha Guerra; Miúdo, Mariinha e Geny; Sabino e Gomide; Peneu e Zé Tripa; Chico, Antônio e Gelson. ¹
Não fossem aqueles fatores e esses dedicados heróis, era bem possível que nós, hoje, nos lembrássemos, com saudades, de um CINE GLÓRIA, como nos lembramos do ARTUR AZEVEDO ², vendo seus prédios e espaços susbituídos por hotéis, igrejas, supermercados, senão até mesmo por estacionamento de veículos."
IV. NOTAS
¹ Cabe aqui acrescentar nomes que me ocorrem de servidores inesquecíveis, além dos já mencionados:
no Clube Teatral Artur Azevedo: Farid Resgalla, Zebedeu, Wilson (irmão do treinador Zito), Zezé Baleiro (vendedor de balas, drops, pipoca e doces antes dos espetáculos), Sr. Aristides (que portava uma penca de chaves para abrir e fechar o cine) e Sabino (pintor de placas); no Cine Glória e no Teatro Municipal: Chala Sade, e apenas no Cine Glória: Marco Antônio Camarano, autor teatral e diretor de teatro.
Inesquecíveis ainda no Cine Glória e no Teatro Municipal foram as matinées das 10 horas da manhã, o seriado "Cidade Infernal", com o personagem Hugo, e a bombonière que ficava do lado de fora do salão.
Fonte: Blog de São João del-Rei
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Clippings
Reportagem Jornal Hoje em Dia . 30.06.2002
Reportagem Jornal O tempo . 17.07.02
Reportagem Jornal do Sindicomércio . dezembro de 2007
Jornal da ASAP . sem data
Entrevista Revista Maxi . Março de 1995
Propostas e sugestões para o desenvolvimento turístico da cidade
- São João del-Rei precisa trazer uma imagem melhor para o turista, contar com mais profissionais da área de turismo, cicerones e auxiliares ao turista. A maneira como o turista é recebido na cidade é fundamental, pois é daí que ele forma a imagem da cidade e decidirá se voltará ou não.
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