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Ações pela liberdade: Internet vira forte aliada de jovens em busca de revolução no mundo árabe
Descrição
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É o que os manifestantes da Tunísia, Egito, Iêmen e Jordânia fizeram nessa onda de protestos que já pode ser chamada de "A revolta da internet"
O que se tem visto nas ruas do Egito é uma nova força: o desejo dos jovens em mudar o país e o poder de uma aliada importante. Agora, revolução se faz com a ajuda da internet.
Nem oposição, nem situação, nem de esquerda e nem de direita. A onda de protestos que varre o norte da África e parte do Oriente Médio é de uma terceira força que se multiplicou no mundo virtual e explodiu de verdade nas ruas.
As ditaduras do passado e do presente sempre usaram a limitação das comunicações e a censura para manter a população sob controle. Hoje, qualquer adolescente ligado à grande rede pode fazer suas palavras ganharem o mundo em segundos, ignorando a vontade de quem está no poder.
Foi o que os manifestantes da Tunísia, do Egito, do Iêmen e da Jordânia fizeram nessa onda de protestos que já pode ser chamada de “A revolta da internet”. Uma rede ao mesmo tempo frágil e quase indestrutível.
Como ela não depende de um único centro controlador, é possível fazer o que foi feito no Egito: o governo mandou desligar os provedores que dão acesso à internet no país, diminuindo quase a zero o acesso da população à rede. Mas a internet pode continuar a ser acessada de qualquer lugar por telefone, por satélite e até por sinais de rádio amadores.
Foi assim que os egípcios furaram a barreira imposta pelo governo para continuar a mandar suas mensagens para o mundo e organizar suas manifestações: por gravações de voz mandadas por telefone, multiplicadas nas redes sociais; ou usando uma das primeiras formas de conexão à rede – a velha, lenta, mas ainda eficiente ligação por telefone.
Provedores de internet na França, nos Estados Unidos, na Suécia e na Espanha criaram grandes centrais telefônicas que estão aceitando ligações internacionais para manter os computadores egípcios conectados. Algumas empresas estão fazendo o serviço de graça.
Por tudo isso, não é à toa que legisladores do mundo inteiro discutem o controle da internet. De países liderados por ditadores até grandes democracias, como nos Estados Unidos. No Congresso americano, por exemplo, há projetos em estudo para a aprovação de leis que autorizem o governo a desconectar toda a população da internet em casos de emergência.
Pouca gente acredita que seja possível aprovar uma lei assim em um país como os Estados Unidos. Mas o simples fato dos legisladores estarem discutindo o assunto mostra que os tempos são outros, e que a internet não é e nunca foi só um lugar em que jovens desocupados jogam o tempo fora escrevendo bobagens e trocando fofocas. A história está nos mostrando que a revolução está ao alcance dos dedos, no teclado em cima das nossas mesas.
Fonte: Bom dia Brasil
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Hillary Clinton anuncia incentivo a ações pela liberdade na internet.
O mesmo Departamento de Estado que defende o fluxo livre de informações no resto do mundo condena o site WikiLeaks.
Os Estados Unidos querem ajudar ativistas ao redor do mundo a driblar a censura na internet. Nesta terça-feira (15), a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou a liberação de US$ 25 milhões para projetos que ajudem os movimentos pela liberdade.
Hillary Clinton disse que a internet tem um papel duplo. Ajuda manifestantes a se organizarem contra regimes repressivos, mas também é usada por agentes de governo para encontrar nomes de líderes da oposição e dissidentes nas redes sociais. No Oriente Médio, isso tem levado milhares de pessoas à prisão.
Em resposta, o governo americano vai, segundo Hillary, financiar programas de apoio a movimentos pró-democracia na internet. Comentários no Twitter em árabe e em farsi, a língua do Irã, já estão sendo postados e serão seguidos por mensagens em chinês, russo e hindu. Programas mais sofisticados, que estão sendo desenvolvidos, ajudarão dissidentes a buscar novos provedores quando governos interromperem os serviços de internet. Outros vão proteger e-mails se as contas forem invadidas por agentes do governo e apagar mensagens nos celulares quando manifestantes forem detidos.
Há mais de um ano o governo Obama discute formas de proteger a internet. Inicialmente foram destinados US$ 30 milhões a isso, o que se mostrou pouco para a quantidade de propostas apresentadas para defender a rede em momentos de crise.
O mesmo Departamento de Estado que defende o fluxo livre de informações no resto do mundo condena o site WikiLeaks que revela telegramas trocados entre diplomatas americanos e os chefes deles em Washington. Para Hillary Clinton, as informações contidas no Wikileaks foram roubadas e isso é diferente do direito que manifestantes em todo o mundo têm de se expressar, de se reunir e de se associar pela internet.
Fonte: Bom dia Brasil
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