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Prefeito de Santa Cruz de Minas quer transferir verba de escola para construir uma creche
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Uma polêmica envolve a prefeitura de Santa Cruz de Minas. O Executivo, chefiado por Antônio José da Silva, o Padre (PP), enviou ao Legislativo Municipal o Projeto de Lei 795, de 22 de março deste ano, que autoriza a abertura de crédito especial para construir a “Creche Municipal Santa Cruz”. Só que, recentemente, a cidade perdeu R$ 1 milhão do Governo Federal para a construção de uma creche através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por incidicação do deputado Reginaldo Lopes.
Por meio da proposta, em tramitação na Câmara Municipal, “fica o Executivo Municipal autorizado a abrir crédito especial no presente exercício até o valor de R$600 mil” para a construção da creche municipal, para atender crianças de até três anos. O dispositivo ainda prevê que, para empenho e pagamento das despesas decorrentes da lei, a Prefeitura poderá direcionar orçamento destinado à Escola Municipal Luzia Ferreira. Os recursos são, na maioria, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) – mesmo órgão que havia destinado a verba inicial para a construção da creche federal – e fazem parte das despesas da escola com material permanente e de consumo, dentre outros.
O projeto de autoria do prefeito vem causando descontentamento em quem convive com problemas existentes na escola, que atende crianças e adolescentes da Educação Infantil ao nono ano do Ensino Fundamental. Em carta escrita a este jornal uma professora da E.M. Luzia Ferreira, que preferiu não se identificar, aponta a situação precária em que trabalha. "Não é tarefa fácil descrever educação, quem dirá descrever educação em ruínas. ( ... ) A escola nos remete à noção de depósito. Os profissionais da educação 'ensinam', os alunos ‘aprendem’ em meio a concreto. (...) Poeira, demolição, salas interditadas, estacas por todos os lados e todo mundo calado com medo da repreensão”, desabafa.
Em outro trecho, a docente ainda conta que falta material de biblioteca, como livros de
literatura, e que profissionais como supervisores, orientadores, psicólogos e dentistas são tratados como "sem importância".A moradora Sinara Campos, que acompanha a situação da escola, relata sua preocupação, chamando atenção para Um problema específico: o teto da sala de informática está
ameaçando cair, estando, inclusive, apoiado por uma viga de madeira. "A sala de informática da escolinha, teoricamente, teria que estar interditada, pois a laje está cedendo e oferecendo
riscos às crianças", conta. Ela ainda acrescenta: “As aulas chegaram a ser interrompidas por dois ou três dias... Mas não foi arrumado nada e as crianças retornaram às aulas”.Fonte: Folha das Vertentes . 2º Quinzena de Maio de 2012