a cidade com que sonhamos é a cidade que podemos construir

la ciudad que soñamos es la ciudad que podemos construir

the city we dream of is the one we can build ourselves

la cittá che sognamo é la cittá che possiamo costruire

la ville dont on rêve c’est celle que nous pouvons construire

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Ouvidoria

Para onde caminhamos? . Abgar Campos Tirado

Descrição

Costuma-se dizer que a humanidade, não obstante toda a evolução e progresso, mantém-se sempre a mesma, no que diz respeito a instintos primitivos, expressos sobretudo nos atos de violência; infelizmente a realidade é mais aterradora: essa violência parece crescer cada vez mais.
Ao examinarmos a História, estarrecemo-nos diante de tanta maldade de que o ser humano sempre se mostrou capaz, notadamente através de guerras cruéis, na ganância irrefreável de conquistas territoriais, no afã de escravizar outras nações, para a ampliação ilimitada do poder. Ao lado da movimentação bélica propriamente dita, sempre houve o confronto particular dentro de comunidades, rixas exacerbadas, como bem exemplificadas na notável tragédia Romeu e Julieta, de Shakespeare, com famílias e respectivos servos se digladiando. Também os viajores nunca se sentiam seguros em suas jornadas, sujeitos sempre à ação nefasta dos salteadores de estradas. Essa mesma História sempre se viu pontuada por regimes totalitários, por torturas das mais variadas espécies, incluindo às devidas à Santa Inquisição. Pensamos: que coisa horrível e insuportável seria viver “no antigamente”. Mas e hoje? Sem dúvida, muito pior. Não se tem hodiernamente segurança em lugar algum, nem mesmo dentro de nossas casas, sobretudo nos centros maiores. Os tiroteios dos velhos faroestes parecem brincadeiras de criança, face aos que se desenrolam a todo momento nas grandes urbes, mal que já vai atingindo as cidades menores, dizimando inocentes, entre eles muitas crianças, além de assaltos a todo momento e gangues em permanente acerto de contas entre si, ao mesmo tempo que dominando e aterrorizando a população. Também vemos: políticos cada vez mais corruptos, sugando e envergonhando a nação; jovens de ambos os sexos consumindo drogas e por elas sendo consumidos, direta ou indiretamente; filhos assassinando pais; mães trucidando seus bebês, tudo de forma jamais vista; crianças sofrendo toda a sorte de violência, além da fome e do desamor, como no caso de sofrerem rapto para a extração de órgãos! Enfim, a violência está presente de forma crescente e avassaladora, incluindo os atos de terrorismo.
Podemos pensar que não faz tanto tempo assim, notadamente nas cidades menores, a vida era de uma paz quase paradisíaca. Lembro-me da São João del-Rei de nossa infância e mesmo de nossa adolescência. Entre outras facilidades, as crianças podiam brincar calmamente em nossas ruas, com risco praticamente zero. É verdade que havia os chamados moleques, que entre si brigavam nas ruas e praças, quebravam lâmpadas, rabiscavam muros e paredes, mas que diferença abissal em relação aos atos de violência hoje perpetrados.
Parece fantasia ou nostalgia, embora a mais pura realidade, afirmarmos que geralmente as portas externas de nossas casas permaneciam escancaradas o dia inteiro, sem que nenhum assaltante nelas penetrasse! Logicamente com raras exceções, havia um grande respeito pela propriedade alheia. Crimes de morte eram raríssimos e quando os havia eram crimes por motivos políticos ou passionais. Quando se poderia imaginar que alunos pudessem fazer o que fazem hoje, ameaçando seus professores até mesmo de morte, chegando muitas vezes, como nos informa a mídia, a concretizar esses assassinatos, dos quais freqüentemente são vítimas os próprios colegas? Hoje, principalmente para o jovem transgressor, a vida não tem mais valor algum. Uns matando os outros, pelos motivos mais banais, mas quase sempre movidos pelas drogas.
Em nossos dias, principalmente nos grandes centros, as pessoas são prisioneiras de seu próprio lar e, mesmo assim, inseguras dentro dessa prisão doméstica. Nunca sabem quando sua casa será invadida, tornando-se elas reféns ou sendo assassinadas. Também jamais podem prever a visita assassina de uma bala perdida!
Para concluir, embora haja pessoas que afirmam que a violência é a mesma de todos os tempos, podemos lamentavelmente constatar que ela cresce cada dia mais, em largas passadas. Aonde chegaremos, só Deus sabe.

Fonte: Jornal da Associação dos Aposentados e Pensionistas de São João del-Rei . ASAP

Mais informações:
Abgar Campos Tirado
Abgar Campos Tirado foi homenageado na Semana Santa Cultural 2011 . São João del-Rei
Cartilhas, livros, teses e monografias, personagens urbanos, diversos . local/global

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