a cidade com que sonhamos é a cidade que podemos construir

la ciudad que soñamos es la ciudad que podemos construir

the city we dream of is the one we can build ourselves

la cittá che sognamo é la cittá che possiamo costruire

la ville dont on rêve c’est celle que nous pouvons construire

Ouvidoria

Diagnóstico detecta problemas de nascentes da Bacia do Rio das Mortes

Descrição

Documento será apresentado em Prados no dia 29

Utilização ilegal de recursos hídricos, contaminação por coliformes fecais e mais de duas mil voçorocas em nascentes da Bacia Hidrográfica dos Rios das Mortes e Jacaré (GD2). Com esse diagnóstico o Instituto de Gestão das Águas Mineiras (IGAM) tem agora um parâmetro real do cenário ambiental que abrange municípios como São João del-Rei, Tiradentes, Santa Cruz de Minas, Barroso, Lagoa Dourada, Nazareno, Prados, Resende Costa, Ritápolis e São Tiago.  Com mais de 10 mil km² de área de drenagem e população que ultrapassa 500 mil pessoas, o GD2 passou por rastreamento, pesquisa e avaliação feitos pelo IGAM nos últimos seis meses.
No processo iniciado em março deste ano, técnicos do instituto percorreram os mais de 30 municípios incluídos na GD2 levantando dados quanto à utilização dos mananciais, a qualidade da água e a degradação ambiental. O processo culminou em relatório de 700 páginas recém-concluído que será apresentado à população na próxima quinta-feira, 29, a partir das 13h30, em reunião pública no Teatro Municipal de Prados, a 30km de São João del-Rei. "A ideia é mostrar à população a bacia que temos e, com a participação das pessoas, delinear também a bacia que queremos. O contato com o público ajuda a ampliar ainda mais o diagnóstico apresentado e é a partir dele que vamos formular o Plano Diretor do GD2", explicou o presidente do comitê da  bacia hidrográfica, Aurélio Suenes Resende. O objetivo do projeto é criar instrumentos de desenvolvimento e recuperação desse espaço em consonância com ações políticas e ambientais, amenizando os problemas encontrados durante o levantamento do IGAM.

Irregularidades
Durante os seis meses de pesquisa ao longo da Bacia dos Rios das Mortes e Jacaré, o IGAM detectou três problemas de maiores proporções. O primeiro foi a defasagem no cadastro de utilizadores dá água. Isso significa que o instituto não consegue mensurar, ao certo, quanto dos recursos hídricos tem sido explorado. Além disso, criadores e agricultores não registrados no IGAM não pagam taxas de utilização e, portanto, recorrem aos mananciais de forma ilegal. Atualmente, duas mil pessoas têm aval do instituto para utilizarem a água da bacia, mas correspondem a apenas uma fração populacional que o IGAM e os comitê da GD2 ainda não conseguem contabilizar. "É daí que surge a necessidade, num primeiro momento, de conscientizar o público. Se não há pagamento de taxas, não temos recursos para proteger e manter sustentavelmente esses rios. E os prejuízos se revertem a quem precisa deles", explicou Resende.
Outros fatores de risco averiguados foram a presença de coliformes fecais e a degradação do solo nos arredores da bacia. "O que estamos tentando mostrar é que a qualidade da água está comprometida devido à contribuição de esgoto vindo dos municípios limítrofes, além das voçorocas, isto é, das erosões nos solos em que a vegetação é escassa, não há proteção e podem ser carregados facilmente com a água da chuva. Encontramos mais de dois mil buracos assim e isso é realmente preocupante", atestou o presidente do comitê no GD2.
Embora seja projeto a ser implantado a longo prazo, o Plano Diretor deverá prever ações de cercamento e tratamento das nascentes, além de recuperação da mata ciliar. Segundo Resende, ainda não há valores estipulados sobre investimentos totais nesses trabalhos.

O comitê
Criado por decreto no ano de 2007, o GD2 é resultado de iniciativas governamentais implantados durante a administração estadual de Aécio Neves (PSDB). Ao todo, oito bacias foram criadas no Estado, com comitês independentes operando. A nova gestão do GD2 foi empossada no dia 10 de setembro e deve entregar o Plano Diretor até o final do ano.

Fonte: Gazeta de SJDR, 24 de Setembro de 2011

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