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Lei no Rio prevê multa para quem passar trote para serviços de emergência

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O centro de controle da secretaria de segurança pública do Rio de Janeiro, responsável pelo 190, já traçou o perfil de quem passa trotes. Na maioria, são crianças e adolescentes que ligam das 11h às 17h.
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Em abril deste ano, a Polícia Militar atendeu a um chamado falso. Foram duas denúncias de que pessoas estavam sendo mantidas reféns em um prédio na zona norte do Rio de Janeiro. A rua ficou interditada por três horas. Mais de cem policiais foram mobilizados. Os 58 apartamentos do edifício foram vistoriados, para descobrir que não passava de um trote.

Agora, os trotes vão custar caro. Entrou em vigor no Rio de Janeiro uma lei que autoriza a Polícia Militar e os bombeiros a pedir um ressarcimento por esses chamados indevidos. Eles não são poucos. A central do Corpo de Bombeiros comanda o número de emergência da corporação e o serviço de ambulâncias municipais, o Samu.

Das cerca de 1,8 mil ligações diárias para o telefone dos bombeiros, 10% são trotes. Para a central de ambulâncias, o numero é maior ainda: 30% de chamadas indevidas por mês. Em maio, foram 60,5 mil ligações - 22 mil eram trotes.

Na central 190, da Polícia Militar, o trote chegava a 31% em 2007. Como as chamadas são identificadas, a PM conseguiu - ligando de volta quando havia muitas chamadas do mesmo número - diminuir o volume do trote, que hoje está em 18%. Ou seja, de 710 mil ligações que o 190 recebe por mês, quase 128 mil são trotes.

O centro de controle da secretaria de segurança pública do Rio de Janeiro, responsável pelo 190, já traçou o perfil de quem passa trotes. Na maioria, são crianças e adolescentes que ligam das 11h às 17h, muitas vezes do telefone de casa. Nesse caso, não é apenas má-fé, mas falta de educação.

Pela nova lei, bombeiros e polícia vão fazer o cálculo de quanto essas chamadas falsas custam para as corporações e para o estado. A cobrança vai doer no bolso dos responsáveis.

“Primeiro, queremos que as pessoas se eduquem. Se mesmo assim não houver uma melhoria partimos para sanção que a lei permite”, diz o coronel Claudio Almeida Neto.

Fonte: Jornal Bom dia Brasil . Edição do dia 21/07/2010 

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Trotes atrasam resgate de vítimas no serviço público de ambulâncias

A brincadeira atrapalha o trabalho de resgate e pode levar à cadeia e multa.

É caso de polícia, brincadeira que pode dar cadeia. Ligações que deveriam salvar vidas acabam em desperdício de tempo. São os trotes, ligações anônimas que infernizam o serviço público de ambulância.

Nos quartéis da Polícia Militar, é uma praga. O Corpo de Bombeiros pena com o deboche. Crianças e adultos resolveram atazanar também a vida das unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). 

Os atendentes andam de orelha quente com a zombaria. É gente que liga mas não diz nada e cantarola para as telefonistas. 

Um levantamento do Ministério da Saúde mostra que no Nordeste, de cada dois telefonemas para o SAMU, um é trote. Nas regiões Sul e Centro-Oeste, o problema é só um pouco menor. No Sudeste, um trote a cada três telefonemas. É na região Norte que os trotes incomodam menos: um em cada dez telefonemas para o SAMU. 

O pior trote é a mentira bem contada, que mobiliza as ambulâncias. As equipes perdem tempo valioso para atender quem não precisa ou quem não existe. 

“Fomos acionados para ir a um bairro da cidade atender um esfaqueado. Quando chegamos ao local, não existia nenhum esfaqueado”, conta a auxiliar de enfermagem Suzana Verlingue. 

“Pode gerar até uma morte, caso uma pessoa necessite falar com o serviço e o telefone esteja ocupado com um trote”, alerta o médico Rodrigo de Faria. 

No identificador de chamadas, a reação. Os atendentes perceberam que muitas ligações estavam partindo do mesmo telefone. Puseram os reincidentes em uma lista e mandaram para polícia que abriu inquérito para investigar os trotes. Um crime que pode dar até cadeia. 

“A pena é de um a três anos de detenção, mais multa”, informa um delegado.

Fonte: Jornal Bom dia Brasil . 04/02/2009

Trotes atrapalham milhões de brasileiros
O serviço de emergência de Fortaleza (CE) recebe, em média, oito mil trotes – 40% das ligações que chegam à central de atendimento.

O número de emergência de Fortaleza (CE) recebe chamados para a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, Defesa Civil, Ambulância e Polícia Rodoviária Federal. O serviço recebe, em média, oito mil trotes – 40% das ligações que chegam à central de atendimento. 

Enquanto a vítima conversa com a atendente, em outra sala uma viatura é enviada para o local do acidente. Isso acontece em, no máximo, dois minutos. Por isso, muitos trotes têm como consequência deslocamentos desnecessários. Quem realmente está precisando pode não ser atendido. 

Alguns casos, como acidentes de trânsito, envolvem diferentes equipes ao mesmo tempo. Quando todo o contingente é direcionado para uma ocorrência que não existe, “há um prejuízo enorme para a própria população”, diz o coordenador de Operações de Segurança, tenente-coronel Aristóteles Coelho. 

Para combater os trotes, a central identifica os números de todas as ligações recebidas, mesmo os confidenciais. O endereço dos telefones fixos também é rastreado. Afinal, um minuto perdido na central de emergência pode fazer diferença para quem precisa de socorro imediato.

Fonte: Jornal Bom dia Brasil . 15/04/2009

Brincadeira cara e sem graça

É uma emergência. Os bombeiros se apressam. Mas o chamado pode ter sido apenas mais uma brincadeira. 

“Está pegando fogo? Como você sabe que está pegando fogo em Sete Lagoas se você está em Contagem?”, fala a atendente. 

São centenas de ligações como essa, todos os dias. “Eles cantam, pedem o telefone do Papai Noel”, diz a atendente. 

Em Belo Horizonte, o índice de trotes para o Corpo de Bombeiros corresponde a 54% das chamadas. É mais que o dobro das estatísticas de São Paulo e do Rio de Janeiro. O que parece diversão pode dar cadeia: na capital carioca, oito pessoas foram presas nos últimos dois anos. Na capital mineira, quem liga para a central também pode ser rastreado. 

Em Belo Horizonte, o Corpo de Bombeiros fez um mapeamento das chamadas e identificou o perfil de quem mais passa trote. São as crianças, geralmente à tarde, depois do horário escolar, quando os pais ainda estão no trabalho. Na maioria das vezes, elas usam o telefone celular ou o telefone público para fazer as falsas ligações 

“Nós deslocamos no ano passado um trecho de cem quilômetros na rovovia 381 na direção de Monlevade com um helicóptero e viaturas de salvamento. Recebemos a notícia de que havia acontecido um acidente entre um caminhão de carga e um carro, com quatro vitimas presas nas ferragens e, na verdade, era um trote”, lembra o coronel do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, Cláudio Teixeira. 

Trata-se de um grande desperdício de dinheiro público. Segundo os bombeiros, o custo de uma ambulância do resgate, circulando, é de R$ 1,5 mil por hora. 

“A sociedade perde porque é um mecanismo de urgência, de emergência, que poderia estar salvando a vida de uma pessoa, mas está sendo desviado para um atendimento que, na verdade, uma farsa, uma mentira”, lamenta o coronel Cláudio Teixeira. 


Fonte: Jornal Bom dia Brasil . 03/04/20097
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