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Curso de Formação de Educadores Sociais Voluntários
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APAC realiza seminário para novos voluntários
Apresentar a finalidade da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) e preparar os voluntários para o exercício da função. Estes são os objetivos que levaram a APAC de São João del-Rei a realizar na próxima sexta-feira, 21, o Curso de Formação de Educadores Sociais Voluntários. “Nós vamos falar sobre a APAC. Como ela funciona e como deve ser o trabalho de um voluntário. Queremos que as pessoas que desejam trabalhar aqui, entendam antes, a psicologia e o sistema da associação”, explicou o presidente da APAC, Antônio Carlos de Jesus Fuzatto.
Serão 20 encontros semanais, todos aos sábados, com duas horas de duração por dia. “Resolvemos dividir os encontros para que as pessoas compreendam perfeitamente como funciona o nosso sistema. O Método APAC é composto por 12 itens que serão estudados meticulosamente”, destacou.
O método da Associação se inspira no princípio da dignidade humana e na convicção de que ninguém é irrecuperável. Durante o curso, o voluntário irá aprender sobre a participação da comunidade, como um recuperando ajuda o outro, o trabalho que os internos desenvolvem na associação, a importância das religiões, as assistências jurídica e à saúde, a importância da família, a avaliação constante dos recuperandos e o trabalho do Centro de Reintegração Social.
Atualmente a APAC de São João del-Rei trabalha com cerca de 30 voluntários, que prestam assistência aos 57 recuperandos. O corpo técnico é formado por quatro plantonistas, um gerente administrativo, uma secretária, um tesoureiro, um assistente administrativo e um estagiário jurídico. “Queremos mostrar para a população a importância da associação. Aqui nossos internos têm aulas, desde a alfabetização até o Ensino Médio. Todos trabalham dentro da associação ou através de convênios que firmamos com algumas empresas locais e com a prefeitura municipal. Vamos apresentar também os benefícios financeiros, afinal o Estado gasta cerca de quatro salários míninos mensais com um preso, enquanto aqui, este custo cai para apenas um salário mínimo. Isso tudo, graças ao trabalho de nossos voluntários”, ressaltou Fuzatto.
A abertura do curso será nesta sexta-feira, 21, às 19h, no campus Santo Antônio, na Universidade Federal de São João del-Rei. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelos telefones (0**32) 3371-1631 ou 3371-8700.
O projeto
A primeira APAC no Brasil foi fundada em 1972, em São José dos Campos (SP).
Em Minas Gerais, a APAC se implantou no início da década de 80, em Itaúna, e em 1991 passou a administrar o regime aberto e fiscalizar as penas substitutivas. A partir de 1997, os regimes fechados e semi-abertos adotaram o método APAC. Em São João del-Rei, a APAC foi fundada em 2008. De acordo com o presidente da associação, o índice de regressão é muito baixo. “Até hoje nós já atendemos 147 recuperandos, destes apenas dois voltaram a cometer algum delito”, destacou Fuzatto.
Esta realidade pode ser comprovada pelo exemplo de Rômulo José Orlando, que está na APAC há um ano. “Aqui nós estamos pagando pelos nossos erros, mas de forma digna. Temos todo o apoio que precisamos, não só os detentos, como também nossos familiares. A APAC é uma oportunidade única e temos que abraçá-la com todas as forças”, destacou.
Orlando atualmente é o presidente do Conselho de Sinceridade e Solidariedade (CSS), grupo que procura solucionar os problemas que acontecem dentro da associação. “Nosso trabalho é manter a ordem e a disciplina dentro da APAC. Fiscalizamos deste o cumprimento das tarefas até o respeito que um recuperando deve ter pelo outro. Não aceitamos agressões físicas ou verbais. Aqui somos uma família e estamos todos unidos. E com o nosso trabalho conseguimos resolver cerca de 85% dos problemas internos”.
O presidente do CSS também ressaltou a importância que a APAC proporciona para o recuperando e como o método da associação é baseado na confiança e no respeito. “As portas daqui estão sempre abertas, ou seja, se quiséssemos poderíamos sair pela porta e não voltar mais. Mas a assistência e o apoio que recebemos aqui faz com que respeitemos este local”.
Fonte: Gazeta de São João del-Rei . 15/05/2010