Começa no dia 1º de agosto a primeira rodada de seminários regionais do Plano Integrado de
Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Grande (PIRH Grande). A iniciativa da Agência
Nacional de Águas (ANA) e do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande (CBH Grande)
promoverá 13 encontros em municípios das bacias afluentes, entre os dias 1º e 14 de agosto.
Os encontros em São Paulo acontecerão em Ribeirão Preto, Barretos, São José do Rio Preto,
Franca e Campos do Jordão. Em Minas Gerais, os seminários serão realizados em diferentes
datas nas cidades de Uberaba, Passos, São João Del Rei, Lavras, Cambuí, Alfenas, Três
Corações e Andradas. Confira o cronograma completo ao final do texto.
Durante os seminários serão apresentados o Prognóstico e o Plano de Ações do PIRH-Grande,
documentos que apontam objetivos e metas de quantidade e qualidade das águas, levando em
consideração as atuais e futuras demandas. Esses dois documentos compõem o plano de
recursos hídricos da bacia hidrográfica e foram elaborados a partir de um amplo diagnóstico em
que foram evidenciados os conflitos e problemas relacionados ao uso, à demanda e à
disponibilidade hídrica em toda a área da bacia.
Dentre os principais conflitos identificados no diagnóstico podem ser citados: a degradação da
qualidade da água, provocada pelas atividades industriais, minerárias, pelo lançamento de
esgoto e mau uso do solo; erosão acentuada em toda a bacia; riscos de inundação; manejo
inadequado do solo; escassez de pontos de monitoramento; e perdas no abastecimento de
água em quase toda a extensão da bacia hidrográfica.
O Prognóstico do PIRH-Grande estimou quatro cenários para o uso das águas na bacia
hidrográfica, a partir de critérios como o balanço hídrico, a identificação de áreas de conflito
atuais e de potenciais conflitos futuros. Com base nos cenários propostos, o Plano de Ações
pretende alcançar e manter a sustentabilidade hídrica e socioambiental da bacia e a
sustentabilidade operacional do PIRH-Grande a partir de três componentes estratégicos, a
saber: Instrumento de Gestão de Recursos Hídricos; Conservação dos Recursos Hídricos; e
Governança.
Caracterização da bacia do rio Grande
A bacia do rio Grande está localizada na bacia do rio Paraná, ocupando uma área de 143.437
km², situada entre os estados de São Paulo (40% da área da bacia) e de Minas Gerais (60% da
área). O rio Grande tem extensão de 1.286 km, sendo o limite natural entre os estados de São
Paulo e de Minas Gerais até a sua foz, quando forma o rio Paraná ao confluir com o rio
Paranaíba.
Os principais afluentes do rio Grande são os rios Sapucaí, Pardo, Turvo, Verde, Capivari,
Sapucaí-Mirim e Mogi Guaçu, pela margem esquerda; e os rios Jacaré, Santana, Pouso Alegre,
Uberaba, Verde (ou Feio) e o rio das Mortes, pela margem direita. 36,2% dos corpos hídricos
superficiais da bacia estão sob domínio do estado de São Paulo, 51,4% sob domínio do estado
de Minas Gerais e 12,4% sob custódia da União.
A bacia do rio Grande está subdividida em 14 Unidades de Gestão Hídrica (UGHs). Em São
Paulo, as seis UGHs afluentes ao rio Grande são conhecidas por Unidades de Gerenciamento de
Recursos Hídricos (UGRHIs); e em Minas Gerais, as oito UGHs afluentes são chamadas de
Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRHs), codificadas como “GDs”,
por serem contribuintes do rio Grande. A bacia como um todo apresenta um total de 393
municípios: 179 em São Paulo e 214 em Minas Gerais. Destacam-se por sua polarização
urbano-regional os municípios da rede de influência de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto,
Campos do Jordão, Franca e Mogi Guaçu, em São Paulo; e de Uberaba, Capitólio, Alfenas,
Lavras, Itajubá e São João Del Rei, em Minas Gerais.
Mais informações sobre os seminários regionais do PIRH-Grande podem ser obtidas pelo