Agenda Cultural
Espetáculo . Terra de Livres
Data
06/11/2010
Hora
21h
Cidade
SJDR
Descrição
Espetáculo Terra de Livres tem novo horário
Quem ainda não teve oportunidade de conferir o Terra de Livres devido ao horário noturno, poderá aproveitar para assistí-lo hoje. Isto porque a apresentação deste sábado, 3, será às 17h30.
O espetáculo mistura música, teatro e dança e terá início em frente à Igreja de Nossa Senhora das Mercês com a participação de artistas locais, diversos grupos teatrais e até de congado. Terra de Livres reconta fatos integrando patrimônio histórico com teatro de rua e faz desfilar a importância do ouro na região, abordando a fundação de São João del-Rei e histórias como a da escrava alforriada Maria Viegas, que ordenou que se pagasse em ouro quem comparecesse ao seu enterro.
Encantando as ruas históricas da cidade desde março deste ano, Terra de Livres integrou a programação das solenidades dedicadas ao centenário de nascimento de Tancredo Neves e os integrantes realizam uma apresentação mensal no município. O diretor assistente do espetáculo, Juliano Pereira, comemora o sucesso do evento que tem atraído muitos turistas para São João del-Rei. “Percebo a interação do público que a cada apresentação se envolve mais dançando e cantando com os atores”, disse.
Pereira também explicou o porquê da mudança do horário já que normalmente as apresentações ocorrem após às 21h. “O nosso espetáculo é à noite e o horário se adapta de acordo com o mês porque respeitamos os horários das celebrações religiosas das igrejas por onde percorremos. A ideia de fazermos neste horário foi devido ao mês de julho ter dias mais curtos. Às 17h30, já está escurecendo e como está no princípio da noite é uma oportunidade para as crianças e idosos poderem participar”, comemorou.
Terra de Livres possui seis estações e entre uma e outra, artistas realizam um cortejo. Nas estações são representadas cenas de momentos especiais para o surgimento e desenvolvimento de São João del-Rei. Já a lógica dos cortejos busca incorporar algumas manifestações culturais e tradicionais locais como o congado e o maracatu. O espetáculo ainda possui o Grizu, um carro alegórico criado especialmente para as apresentações, que garante a iluminação, os efeitos especiais e as projeções que surpreendem os espectadores.
Fonte: Gazeta de São João del-Rei . 03/07/2010
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Calendário das apresentações:
27 de março de 2010
24 de abril de 2010
29 de maio de 2010
12 de junho de 2010
03 de julho de 2010
21 de agosto de 2010
04 de setembro de 2010
09 de outubro de 2010
06 de novembro de 2010
11 de dezembro de 2010
29 de janeiro de 2011
05 de fevereiro de 2011
05 de março de 2011
Embarque numa viagem com destino ao passado
A história de São João del-Rei ganha vida na estreia do espetáculo Terra de Livres.
A atração tecnológica percorre as ruas da cidade e leva o público a uma viagem ao passado.
HISTÓRIA E ARTE NAS RUAS DE SÃO JOSÉ DEL REI
Com patrocínio da Usiminas, através do incentivo da Lei Rouanet e apoio da Fiemg e do Governo do Estado de Minas Gerais, a cidade histórica mineira celebra seu passado e seu patrimônio com o espetáculo TERRA DE LIVRES, que percorre suas ruas e mostra suas igrejas sob um novo ângulo.
Está nos livros a desavença entre bandeirantes paulistas e os desbravadores que, no começo do século 18, já haviam descoberto a região das minas brasileiras. A Guerra dos Emboabas é um dos mais importantes episódios da história das Minas Gerais à época de sua intensa colonização e exploração; ilustra com disputas e derramamento de sangue a importância que aquelas terras pontilhadas de ouro adquiriram para o país.
Três séculos depois, a disputa está de volta em um dos seus palcos: em São João Del Rei, atores substituem os guerrilheiros em tocaias e tomam as ruas da cidade para encenar a guerra. Desta vez, no entanto, o cenário são os fundos da Igreja Nossa Senhora do Pilar, e bandeirantes e emboabas vestem figurinos inspirados nas estátuas policromadas de Aleijadinho.
No lugar de vencidos e vencedores, a retomada histórica resulta em um espetáculo repleto de história, teatro de rua, música e dança. A guerra dos emboabas é uma das cenas que compõem Terra de Livres, espetáculo idealizado por Marcello Dantas, com narrativa de José Roberto Torero e Marcus Aurelius, e direção de Luiz Fernando Lobo, da Companhia Ensaio Aberto, do Rio de Janeiro, grupo que se dedica a um teatro político e de discussão da realidade. A estreia acontece no dia 27 de março, às 21 horas, nas ruas do centro histórico da cidade mineira.
Terra de Livres reconta a história da região integrando patrimônio histórico com teatro de rua. O espetáculo faz desfilar a importância do ouro na região, a fundação de São João Del Rei e histórias como a da escrava alforriada Maria Viegas, que ordenou que se pagasse em ouro quem comparecesse a seu enterro.
Quem leva o público é um cortejo de tropeiros, maracatu, prostitutas e congada que se revezam no caminho percorrido pela cidade. São acompanhados por uma espécie de carro alegórico, denominado Grizu – em homenagem a um carrinho de procissão de São João Del Rei, dos anos 1930 - idealizado por Dantas e realizado pelos arquitetos Tatiana Durignan e André Wissenbach. Ele dá suporte para as projeções e a iluminação do percurso. “A ideia veio de uma tradição ancestral de Minas Gerais, que são suas procissões, e de uma espécie de carro alegórico ancestral que surgiu no meio das nossas pesquisas”, conta Dantas. “Quis juntar esses dois elementos bem mineiros com um tratamento mais tecnológico, teatral e dinâmico”.
O espetáculo começa na Igreja Nossa Senhora das Mercês, a primeira “estação”, como se chamam os pontos fixos em que se passam as ações, e se encerra na Igreja de São Francisco de Assis. “As cenas foram desenvolvidas a partir das características arquitetônicas e históricas de cada uma das estações”, explica Luiz Fernando Lobo. “Traçamos um trajeto unindo as principais igrejas do centro histórico e, paralelamente, levantamos alguns dos pontos principais sobre o ciclo do ouro que gostaríamos de abordar”, diz.
Nas paradas em cinco igrejas da cidade, os atores se utilizam de projeções, música, dança e circo para narrar a saga da região e os episódios que simbolizam a conquista das diversas liberdades: política, pessoal, espiritual, educacional e econômica. Na cena de abertura, por exemplo, as escadarias da Nossa Senhora das Mercês vão receber mapas projetados da região no século 18. O show começa quando o índio bate com seu cajado no chão depois de subir os degraus, por onde escorrem as águas da primeira cena, “Rio das Mortes”. “Esse tratamento mais tecnológico, teatral e dinâmico valoriza o patrimônio material e imaterial de uma cidade fundamental na nossa história que é São João Del Rei”, Dantas comenta.
Os mais de cem atores e figurantes que fazem o espetáculo são moradores da própria cidade; dentre eles, no núcleo central de Terra de Livres, estão os profissionais oriundos do curso de formação de atores da Companhia Teatral ManiCômicos. Criado em 1998 em São Paulo e transferida em 2005 para a cidade mineira, o grupo foi fundado por Cynthia Botelho, Jean Fábio, Orlando Talarico e Juliano Pereira, que participa da montagem como diretor assistente. “A experiência de troca é rara e muito valiosa para nós”, comenta Juliano, que imagina que o projeto deva impulsionar o turismo na cidade.
Desde dezembro os atores participam de aulas de expressão vocal com a cantora lírica e atriz Agnes Gomes Moço e de expressão corporal com Paula Maracajá. “Eles estão gostando e, para muitos, está sendo uma primeira oportunidade de trabalhar com outros profissionais. Isso é muito importante na formação deles”, Juliano diz.
O figurino ficou por conta de Beth Filipecki e Renaldo Machado, e a direção musical é de Túlio Mourão. “A música do espetáculo é concebida em torno de dois pilares: a música das manifestações populares, como cantos de trabalho de escravo e ritos afros, e a música barroca, que exibe, na região, um riquíssimo acervo de histórias, grupos orquestrais, compositores e peças muito significativas”, detalha Mourão. Algumas composições foram compostas por ele, outras canções conhecidas estão no espetáculo por se ajustarem a situações específicas de cena. Destacam-se as participações do grupo Uakti, da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e de grupos e músicos da região especialmente convidados.
O espetáculo, com duração de 80 min., estreia no dia 27 de março, sábado, e já tem apresentações programadas para o ano de 2010 pelo menos uma vez por mês.
Confira as estações de Terra de Livres:
Igreja Nossa Senhora das Mercês – cena Rio das Mortes
Igreja Nossa Senhora do Pilar (fundos) – cena Guerra
Igreja Nossa Senhora do Carmo – cena Arraial Rio das Mortes/ São João Del Rei
Igreja Nossa Senhora do Pilar – cena Maria Viegas
Igreja Nossa Senhora do Rosário – cena Dança dos Negros
Igreja São Francisco – cena Terra de Livres
Entre as estações, público e atores se deslocam em cortejo.
Duração: 80 min.
Patrocínio: Usiminas através do incentivo da Lei Rouanet
Apoio: FIEMG | Governo do Estado de Minas
FICHA TÉCNICA
Concepção e coordenação - Marcello Dantas
Realização - Magnetoscópio
Diretor Artístico - Luiz Fernando Lobo
Diretor Assistente – Juliano Pereira
Roteiro - José Roberto Torero e Marcus Aurelius
Diretor Musical - Túlio Mourão
Diretora de produção - Angela Magdalena
Figurino - Beth Filipecki e Renaldo Machado
Expressão Vocal - Agnes Gomes Moço
Expressão Corporal - Paula Maracajá
BIOGRAFIAS
Marcello Dantas
Marcello Dantas é reconhecido curador de exposições e diretor de documentários desde 1986. Sua atividade é amplamente multidisciplinar: os trabalhos artísticos, a curadoria, direção e produção convergem em áreas diversas, mas norteadas pelo encontro da arte com a tecnologia. Como curador de exposições de arte, destacam-se seus trabalhos com as de Anish Kapoor, Bill Viola, Gary Hill, Jenny Holzer, Shirin Neshat, Laura Vinci, Tunga e Peter Greenaway no Brasil. Entre seus trabalhos nas artes cênicas estão a ópera O Cientista, no Theatro Municipal, o balé Floresta Amazônica de Dalal Achcar e a peça Uma Noite na Lua de João Falcão com Marco Nanini. Dantas foi diretor artístico do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, e acaba de inaugurar o Museu do Caribe, em Barranquilla.
Luiz Fernando Lobo
O diretor Luiz Fernando Lobo tem especial interesse pelo teatro desenvolvido fora das salas tradicionais. Quando começou sua carreira como assistente de direção de João das Neves, montou em 1988 Missa dos Quilombos, espetáculo que percorria o centro da cidade do Rio de Janeiro. Desde então, montou diversos outros que dialogam com o mobiliário urbano, como A Missão, de Heiner Müller, no Paço Imperial do Rio de Janeiro, em 1993, e Terminal Station, em 2007, no subterrâneo de uma das principais estações de metrô de Londres. Dirige a Companhia Ensaio Aberto desde 1992, quando ela foi criada, no Rio de Janeiro.
Juliano Pereira
Formado em Artes Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da USP, Juliano trabalhou com a Troupe de Atmosfera Nômade e em 1998 fundou, com outros colegas, a Companhia Teatral ManiCômicos, da qual já dirigiu diversos espetáculos, como “A Farsa do Cangaço, oxx!!!”, “Kaosu – O Maior espetáculo da Terra” e "Domdeandar". Também já dirigiu peças dos alunos do Curso de Preparação para Atores oferecido pela ManiCômicos em São João Del Rei, para onde o grupo mudou-se em 2005.
Túlio Mourão
De trajetória múltipla na música brasileira, Tulio Mourão é gravado por nomes tão díspares quanto expressivos: Maria Bethânia, Zimbo Trio, Nara Leão, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Oswaldo Montenegro, entre outros. É arranjador, produtor de discos e diretor musical de eventos. Ao final de 2001, assinou a direção e arranjos orquestrados do espetáculo que reuniu as grandes bandas mineiras (Skank, Tianastácia, Jota Quest, 14 Bis) com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Também assina a direção musical do longa O Vestido, do cineasta Paulo Thiago sobre poema de Carlos Drummond de Andrade, e a trilha do audiovisual Peter Lund, a estória de uma vida, de Felipe Camargos.
José Roberto Torero
Formado em jornalismo e letras pela USP, José Roberto Torero é autor de diversos livros, entre eles o premiado Galantes memórias e admiráveis aventuras do virtuoso conselheiro Gomes, o Chalaça (Editora Objetiva), Pequenos Amores (Editora Objetiva) e títulos infanto-juvenis. Com Marcus Aurelius Pimenta, é autor da peça Omelete; além de blogs na internet e colunas em jornais, Torero mantém uma vasta lista de roteiros no cinema. Pequeno Dicionário Amoroso e Pelé Eterno estão entre os longas que roteirizou; na televisão, já fez roteiros de Retrato Falado, programa com Denise Fraga exibido na TV Globo, entre outros.
Marcus Aurelius Pimenta
Marcus Aurelius Pimenta formou-se em jornalismo pela Universidade Metodista e atualmente trabalha como roteirista e escritor. Em parceria com José Roberto Torero, é autor da peça Omelete e dos livros Santos (DBA-Melhoramentos), Os Vermes (Editora Objetiva) eTerra Papagalli (Editora Objetiva). Este último já tem versões na Alemanha e em Portugal. Pimenta também escreve crônicas para o site www.juntos.com.
Companhia Ensaio Aberto
Criada em 1992 no Rio de Janeiro, a Companhia Ensaio Aberto dedica-se a um teatro político, com a proposta de efetivamente trazer o público para o diálogo. Fez sua estreia em 1993 com o espetáculo O Cemitério dos Vivos, de João Batista, no teatro de arena da UFRJ, construído em um pátio interno, a céu aberto. Traz, em seu repertório, espetáculos como Bósnia Bósnia, por ocasião da Guerra da Bósnia; A Mãe, de Bertolt Brecht, Morte e Vida Severina, de João Cabral de Mello Neto, e Missa dos Quilombos, de Milton Nascimento, Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra, entre muitos outros.
Companhia Teatral ManiCômicos
Criada em 1998 em São Paulo por seis colegas, a Companhia Teatral ManiCômicos estreou com o espetáculo A Farsa do Cangaço, ôxx!, apresentando-se em ruas, praças, parques, centros comunitários e escolas da capital paulistana. Trabalham buscando uma linguagem popular e dramaturgias próprias, que surgem do processo colaborativo entre diretor e atores. Em 2005, o grupo instala-se em São João Del Rei e torna-se a primeira companhia profissional de teatro da cidade mineira. Implementou o Projeto Arte Por Toda Parte, que oferece oficinas de teatro, formação de arte-educadores, apresentações de espetáculos para as comunidades da região. Também possuem um espaço cultural na cidade e editam uma revista.
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Marcele Rocha . 11. 9417 – 0169 | 11. 3796 – 3718 . marcelerocha21@gmail.com
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