Agenda Cultural
Turnê Estrada Real do Concerto VivaViola 60 Cordas em Movimento - Natura Musical
Data
Hora
Cidade
Local
Descrição
Programação completa do 23º Inverno Cultural
Viola Caipira é atração de cultura popular no mapa da Estrada Real
Após dois anos de atividades o Concerto VivaViola - Sessenta Cordas em Movimento, que reúne os violeiros e compositores mineiros Bilora, Chico Lobo, Gustavo Guimarães, Joaci Ornelas, Pereira da Viola e Wilson Dias, leva música de viola caipira às cidades de São João Del Rei, Diamantina, Paraty, Ouro Preto e Congonhas, onde será lançado o CD, que tem o mesmo nome e o mesmo repertório do espetáculo.
A proposta do VivaViola é desenvolver uma visão mais completa do universo da viola caipira e refletir sobre os valores tradicionais, bem como, compreender, promover e fomentar uma re-significação desse segmento musical de maneira intercultural, a partir de sua sonoridade autêntica e singular. O espetáculo é de certa forma, uma referência aos sertões de Minas. Através de canções que refletem: as vivências afetivo-sensorial deste grupo de cantadores comprometidos com a realidade social e os valores da cultura brasileira.
Projeto VivaViola – Sessenta Cordas em Movimento: Tournê Estrada Real é patrocinado pela Natura Musical e produzido pela Picuá Produções, de Belo Horizonte.
A Tournê
A primeira apresentação do VivaViola - Sessenta Cordas em Movimento - Tournê Estrada Real, será no Teatro Municipal de São João del Rei, dia 19 de julho, às 20h00. Além do patrocínio da Natura Musical, este evento em particular conta com a parceira da Universidade Federal de São João Del Rei e integra a programação oficial do Inverno Cultural. A entrada é franca e os interessados podem adquirir os ingressos na bilheteria do teatro.
O show faz parte do Festival de Inverno e será realizado na praça Dr. Prado, em horário ainda por definir. A tournê continua com a música mineira rompendo as fronteiras de Minas e levando o VivaViola até a cidade de Paraty no Rio de Janeiro. O grupo de violeiros se apresentará no dia 19 de agosto, na Praça da Matriz, dentro do Festival da Pinga, tendo como co-parceira a Secretaria de Turismo e Cultura de Paraty, promotora do evento. O horário do espetáculo ainda não foi definido.
No mês seguinte, dia 10 de setembro, a viola caipira faz festa
O Encerramento do Projeto VivaViola - Sessenta Cordas em Movimento - Turnê Estrada Real será em Congonhas, em data ainda por se definir.
Após as apresentações os violeiros vão autografar o CD VivaViola, o primeiro do grupo, que será vendido ao preço de R$20,00.
Breve História
O Projeto VivaViola foi criado em 2008 e já, na estréia, lotou o Teatro Alterosa, de Belo Horizonte, durante três dias, conquistando o sucesso da crítica e do público. Em agosto de 2009 repetiu a façanha, ao se apresentar no Grande Teatro do Palácio das Artes em show de lançamento do primeiro Cd do grupo. As apresentações no Teatro Central de Juiz de Fora, no final do ano passado e no Festival da Quitanda de Congonhas, em maio deste ano, reafirmam a qualidade musical e o compromisso deste grupo com inovação criativa em sintonia com as raízes da cultura popular. O VivaViola possui um caráter essencialmente coletivo e, talvez, por isso, proporcione a seus integrantes um ambiente solidário propício a uma expressão artística de alto nível de qualidade e comunicabilidade. Diferentes entre si, mas semelhantes no que se refere às suas origens e formação musical, esses violeiros se reconhecem e se identificam pelo que cantam e tocam.
Ao todo são 14 canções, e em cada uma delas seus autores e intérpretes, falam com alma e convicção, de um universo muito próprio, em defesa da cultura brasileira, sem perder as raízes mineiras nem abandonar perspectiva de universalidade.
Visão e voz dos violeiros
A boa amizade, intensificada por estes dois anos de estreita convivência, dá aos violeiros que integram este projeto, uma visão exata e o real significado desta experiência vivenciada dentro e fora dos palcos.
Na opinião de Bilora o VivaViola tem tomado um rumo cada vez mais surpreendente e agradável. O repertório é consistente e sólido. Até rola paródias pra alegrar o ambiente antes e depois das apresentações. O que a viola não é capaz?! Observa o violeiro, sempre pronto para uma boa brincadeira. “Com o tempo, o show foi tomando uma direção cada vez mais consistente, mas sempre lindo." Comenta.
Chico Lobo reforça o que diz seu companheiro de cantoria:“quando iniciamos o projeto VivaViola, tínhamos o desejo forte de compartilharmos nossas experiências na cultura da viola e levar essa parceria para o público. Montamos o espetáculo, privilegiando nossas veias de compositores conectados com a cultura popular. Sucesso de público e principalmente sucesso no aprofundamento de nossas relações pessoais como artistas e como amigos. Agora o VivaViola é selecionado no edital do Natura Musical, um dos mais concorridos do Brasil e, ao mesmo tempo, estamos recebendo convites para outras apresentações. O reconhecimento alcançado pelo VivaViola é resultado de um trabalho feito com alma dedicação e coração aberto”.
Um tributo aos grandes nomes da música de viola. É assim que Pereira da Viola considera o nascimento e crescimento do projeto VivaViola. O sertão todo, diz o violeiro, neste momento está dando vivas para o nosso VivaViola. Guimarães Rosa, Pena Branca e Xavantinho, de onde estiverem, estão dando vivas ao nosso VivaViola. Nosso mestre, Zé Coco do Riachão, de onde estiver, está dando viva ao nosso Viva Viola. O mesmo acontece com o nosso público, por onde estamos passando se emociona e dá vivas ao nosso VivaViola. “Valeu à pena sonhar”. O sucesso do VivaViola, é um exemplo natural. A alegria de cantar juntos num mesmo palco sintonizados numa mesma energia sempre me emociona. Existe uma forte ligação entre nós e o público. E isto tem sido uma experiência maravilhosa. Prova deste sucesso é o fato da Natura escolher o VivaViola para entrar na sua grade de projetos artístico, o que comprova e reforça a importância da viola no contexto da cultura brasileira. Tudo isto amplia e fortalece, de forma significativa, o ofício de “dibuiá” uma viola e “cantá” as sutilezas de um Brasil verdadeiro.
Esse mesmo sentimento de camaradagem presente entre os violeiros também é valorizado por Gustavo Guimarães, que se destaca por sua serenidade e perspicácia. Assim se expressa ao comentar a formação e a dinâmica do VivaViola: “Quando estamos no palco existe um sentimento de cuidado de um violeiro para com o outro e para com o show de um modo geral. Isso também é percebido pelo público que sempre se manifesta positivamente, hora aplaudindo, hora cantando com os violeiros, ou simplesmente contemplando o espetáculo.”
Atento e crítico, Joaci Ornelas procura ver e ir além do bojo da viola. Para o artista, “o VivaViola é muito mais que a possibilidade de trabalho, de cantar e tocar viola! É mais que reunir nossas composições
Esse é o caso do VivaViola, diz Wilson Dias, para quem A herança cultural e a religiosidade popular são os fundamentos de um trabalho consistente. Quando se juntam seis violeiros para contar e cantar as histórias de seu povo. Esse importante legado cultural, das tradições brasileiras, às gerações construtoras do hoje, garantem o elo que unem passado, presente e aponta o futuro, sem abuso dos recursos tecnológicos massificadores, trazendo novo sentido para nossas vidas e contribuindo para a valorização e o reconhecimento da nossa cultura popular.
A Viola Caipira
A música de viola é uma linguagem expressiva da cultura identitária brasileira. A viola é fruto de uma realidade cultural complexa -formada por elementos religiosos, crenças, costumes -, permeada por matizes étnicos e históricos. Por isso, o instrumento, em suas diversas formas de uso, contribui para escrever a história da música brasileira. A música de viola ressurge a partir dos anos 80 no ambiente cultural diverso, com força e importância no cenário fonográfico. Diferente dos modismos, ela retrata questões relacionadas à tradição cultural brasileira e a expressões musicais contemporâneas.
Bilora
Bilora nasceu
Chico Lobo
Nascido entre folias e serestas em SJD.Rei, seu DVD “Viola Popular Brasileira” é pioneiro no gênero. Apresenta o Programa de TV “Viola Brasil” (desde2003). Com 10 CDS lançados, “No Braço Dessa Viola” foi finalista ao Prêmio Sharp97. Chico canta com maestria folias, congados, catiras, modas, suas raízes. Fez turnê pela Itália; há cinco atua em Portugal onde há três, dirige o espetáculo da EnRede que reúne artistas da Espanha, Portugal e Cabo Verde. Em 2008, lançou o Cd internacional "Encontro de Violas – V.Campaniça e V. Caipira". Em 2010 foi o convidado especial do Encontro de Violas de Arame, nos Açores. E, na China representará oficialmente a viola brasileira na ExpoShanghai2010.
Gustavo Guimarães
Violeiro autodidata estudou com mestres, para desenvolver técnicas diferentes, fez aulas com o falecido Zé da Viola. Nasceu em Diamantina, às portas do Vale do Jequitinhonha. Porém, ainda criança, mudou-se com a família para João Pinheiro, Noroeste de Minas, onde morou até os dezoito anos. Lançou em 2009 o CD “Vaqueiro" com excelente aceitação
Joaci Ornelas
Cantador, compositor e instrumentista, natural de Salinas, Vale do Jequitinhonha, estudou teoria musical, harmonia e história da música na Escola de Artes-BH. Produziu os CDs “O congado”,
Pereira da Viola
De São Julião, vale do Mucuri. Pereira da Viola é considerado um dos mais extraordinários praticantes da autêntica viola caipira mineira. Desde 1998, participa do projeto Violeiros do Brasil, que reuni em palco onze dos mais destacados instrumentistas da viola brasileira. Tem 5 CDs lançados, “Terra Boa”, “Tawanará” (indicado ao Prêmio Sharp da Música), “Viola Cósmica”, "Viola Ética” e Akpalô. Famoso pela suas batidas de contradança, batuques e voltados-inteiro. Em 2005, Pereira partiu para uma turnê pela Venezuela, onde representou o Brasil no Festival da Canção Necessária. Foi presidente da Associação Nacional dos violeiros do Brasil até 2009.
Mineiro de Olhos D’Água, vale do Jequitinhonha, tem 3 CDS lançados, Pequenas Histórias, Outras Estórias (2002 - indicado ao Prêmio Tim de Música Brasileira, categoria regional) e “Picuá” (2007 - pré-selecionado ao Prêmio Tim de Música Brasileira). Wilson Dias finaliza uma trilogia que trabalha o universo rosiano, com destaque para os seus deslumbrantes batucões, folias, tira-versos, lundus, calangos direciona sua carreira para o encontro entre a tradição e o urbano com um viés especial para a cultura popular brasileira.
De repente se descortinam, avançam mundo afora, rumo ao sertão sem nome.
Somem de vista no chapadão. Levam ao que vem depois dos longes, após vilarejos soturnos e discretos, aos mistérios e fortunas plantados entre São João Del Rei e Diamantinos. Os caminhos de Minas se arrastam em futuras conquistas. A colônia cresce em várias direções. Em dicções diversas. Desenvolve-se. Por todos os caminhos e descaminhos dos homens, brilha o ouro farto. Canta em silêncio o diamante das águas. De pouso em pouso, à beira do fogo, esplende a voz, a conversa, a prosa boa, recheada de música e segredos nunca revelados. Na bagagem, lembranças e saudades das terras de além-mar, de territórios bandeirantes, e áfricas
A estrada torta se torna real, de uma realidade mágica. Desafiante e encantatória. O que antes era terra bruta mata virgem, rios caudalosos e selvagens, dobra-se ao desejo dos homens empenhados em promissoras descobertas. Em proezas de comércio e contrabandos.
O território Minas civiliza-se. Povoam de sonhos e ambições os sítios mais distantes. Transforma-se em história,
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