Agenda Cultural
Exposição de enxovais bordados de casal, solteiro e bebê
Data
01/10/2009
Hora
10h às 17h
Cidade
SJDR
Local
Athletic Club
Descrição
08/10/2009
O outro lado da história
Estado de Minas -
Em 1808, com a mudança de dom João VI e da corte portuguesa para o Brasil, o Rio de Janeiro experimentou uma revolução. O que era vilarejo precário, porto de colônia nos trópicos fechado a estrangeiros, com 50 mil habitantes (dois terços deles escravos), teve de, às pressas, transformar-se em abrigo de realeza europeia. Uma visão diferente do fato histórico é apresentada na exposição Mulheres reais, modas e modos no Rio de dom João VI, que será aberta sexta-feira, na Galeria Alberto da Veiga Guignard do Palácio das Artes.
Com 43 trajes, recriados a partir de imagens da época, apresentam-se as mudanças nas roupas das mulheres, sejam rainhas ou escravas, sob o impacto de comportamentos trazidos ao Brasil pelos exilados. A mostra tem curadoria de Cláudia Fares e de Emília Duncam.
Os trajes, conta Cláudia Fares, não só refletem as mudanças sociais e políticas ocorridas com a vinda da corte, como mostram a época de transformação de valores. Os extremos podem ser vistos nos trajes das soberanas. De um lado está a moda antiga, do período em que a monarquia tinha poderes absolutos. São vestidos luxuosos: tecidos finos, rendas, brocados, joias, perucas e luvas sinalizam, pela ostentação e imponência, a distância da rainha dos súbitos plebeus. Depois da Revolução Francesa, que levou reis à guilhotina, tal figurino foi trocado pela “moda império”. Isto é, vestidos retos e simples, inspirados em trajes gregos – portadores de ideais cívicos para a sociedade, indicando o esmaecimento das distinções entre aristocratas e os burgueses.
Para mostrar o que era um traje do antigo regime há vestidos de dona Maria I, mãe de dom João VI. Vestimentas da monarquia liberal são representadas por trajes de dona Leopoldina, mulher de dom Pedro I, austríaca integrante do clã dos Habsburgos. A corte, conta Cláudia Fares, chegou para morar no povoado em que as colonas brancas não saíam de casa (usavam camisolas que chegaram a chocar visitantes europeus). Fora do ambiente doméstico, portavam mantilhas negras que cobriam todo o corpo, deixando à mostra apenas o rosto e as mãos.
Quase harém
A curadora observa que elas viviam em regime quase de harém ao lado das escravas. Eram essas negras as mulheres que circulavam pelas ruas. “A chegada da corte instaurou a vida social. Multiplicaram-se festas, cerimônias e celebrações. Brancas emergentes deixaram de lado as mantilhas negras e copiaram, com exagero, a moda império”, explica Fares. “Enfeitaram, inclusive, suas mucamas – as negras bonecas – à sua imagem e semelhança”, observa.
Com o crescimento do Rio de Janeiro e devido ao hábito de vender refresco, pão-de-ló e doces nas ruas, as negras deixaram de lado roupas despojadas (devido à dificuldade de adquirir tecidos) e se tornaram multiculturais, portando rendas, chales, panos da costa e joias. “Elas desfilavam elegantes pelas ruas, vestindo roupas que misturam ancestralidade e novas modas. O período joanino foi rico do ponto de vista cultural”, conclui.
http://www.uai.com.br/em.html
Contato sobre a Exposição: Raquel 032 3371 3053
O outro lado da história
Estado de Minas -
Em 1808, com a mudança de dom João VI e da corte portuguesa para o Brasil, o Rio de Janeiro experimentou uma revolução. O que era vilarejo precário, porto de colônia nos trópicos fechado a estrangeiros, com 50 mil habitantes (dois terços deles escravos), teve de, às pressas, transformar-se em abrigo de realeza europeia. Uma visão diferente do fato histórico é apresentada na exposição Mulheres reais, modas e modos no Rio de dom João VI, que será aberta sexta-feira, na Galeria Alberto da Veiga Guignard do Palácio das Artes.
Com 43 trajes, recriados a partir de imagens da época, apresentam-se as mudanças nas roupas das mulheres, sejam rainhas ou escravas, sob o impacto de comportamentos trazidos ao Brasil pelos exilados. A mostra tem curadoria de Cláudia Fares e de Emília Duncam.
Os trajes, conta Cláudia Fares, não só refletem as mudanças sociais e políticas ocorridas com a vinda da corte, como mostram a época de transformação de valores. Os extremos podem ser vistos nos trajes das soberanas. De um lado está a moda antiga, do período em que a monarquia tinha poderes absolutos. São vestidos luxuosos: tecidos finos, rendas, brocados, joias, perucas e luvas sinalizam, pela ostentação e imponência, a distância da rainha dos súbitos plebeus. Depois da Revolução Francesa, que levou reis à guilhotina, tal figurino foi trocado pela “moda império”. Isto é, vestidos retos e simples, inspirados em trajes gregos – portadores de ideais cívicos para a sociedade, indicando o esmaecimento das distinções entre aristocratas e os burgueses.
Para mostrar o que era um traje do antigo regime há vestidos de dona Maria I, mãe de dom João VI. Vestimentas da monarquia liberal são representadas por trajes de dona Leopoldina, mulher de dom Pedro I, austríaca integrante do clã dos Habsburgos. A corte, conta Cláudia Fares, chegou para morar no povoado em que as colonas brancas não saíam de casa (usavam camisolas que chegaram a chocar visitantes europeus). Fora do ambiente doméstico, portavam mantilhas negras que cobriam todo o corpo, deixando à mostra apenas o rosto e as mãos.
Quase harém
A curadora observa que elas viviam em regime quase de harém ao lado das escravas. Eram essas negras as mulheres que circulavam pelas ruas. “A chegada da corte instaurou a vida social. Multiplicaram-se festas, cerimônias e celebrações. Brancas emergentes deixaram de lado as mantilhas negras e copiaram, com exagero, a moda império”, explica Fares. “Enfeitaram, inclusive, suas mucamas – as negras bonecas – à sua imagem e semelhança”, observa.
Com o crescimento do Rio de Janeiro e devido ao hábito de vender refresco, pão-de-ló e doces nas ruas, as negras deixaram de lado roupas despojadas (devido à dificuldade de adquirir tecidos) e se tornaram multiculturais, portando rendas, chales, panos da costa e joias. “Elas desfilavam elegantes pelas ruas, vestindo roupas que misturam ancestralidade e novas modas. O período joanino foi rico do ponto de vista cultural”, conclui.
http://www.uai.com.br/em.html
Contato sobre a Exposição: Raquel 032 3371 3053