a cidade com que sonhamos é a cidade que podemos construir

la ciudad que soñamos es la ciudad que podemos construir

the city we dream of is the one we can build ourselves

la cittá che sognamo é la cittá che possiamo costruire

la ville dont on rêve c’est celle que nous pouvons construire

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Pai da Música é "patusca"* e vive em São João del-Rei . Antônio Emílio da Costa

Descrição

A arte eterniza, desafia o tempo. Ainda mais a Música, que é etérea - puro sentimento. São João del-Rei sabe isso de cor e tem como prova incontestável o violinista Geraldo Ivon da Silva, o popular Geraldo Patusca.
Às vésperas de completar, em 10 de julho próximo, o seu 95º aniversário, Geraldo Patusca tem de música muito mais do que muita gente bem vivida tem de idade. Mais de oitenta anos (exatamente 80 anos, 7 meses e 15 dias) dedicados a tocar violino na Orquestra Lira Sanjoanense e na Sociedade de Concertos Sinfônicos de São João del-Rei. Assim, este são-joanense mulato, místico, religioso e cortês, sempre vestido de terno azul marinho, deve ser um dos músicos mais velhos de Minas Gerais.
Sobre o começo da carreira musical de Geraldo Patusca, quando o violinista completou o seu 80º aniversário, em 1996, o historiador Sebastião de Oliveira Cintra escreveu: " Foi a 15 de setembro de 1930, data do início das Novenas de Nossa Senhora das Mercês, que Geraldo Ivon - olhos fitos na Virgem e atento ao maestro Fernando de Souza Caldas - atuou pela primeira vez em público."
A história deste violinista é extraordinária. Dividia seu tempo entre exercer o impecável ofício de alfaiate, ensinar música e tocar violino na Lira e na Sinfônica. Quando completou 80 anos, mesmo já tendo sido exímio afinador de pianos e professor de Música do Conservatório Estadual de Música Padre José Maria Xavier, de São João del-Rei, formou-se no Centro de Ensino Supletivo. Como sempre, destacou-se e foi homenageado por seu empenho e entusiasmo, conforme registrou Sebastião Cintra.
Devoto de Nossa Senhora das Mercês e de São Miguel Arcanjo, Geraldo Patusca enviuvou-se duas vezes e não teve filhos. Mas familiares testemunham que, na perda da segunda criança, recém-nascida, ele confortou a primeira esposa, Maria José, dizendo: Maricota, daqui pra frente nossos filhos serão a Música! Era Quinta-feira Santa e naquela noite, no Lava-pés, tocou como ninguém o Solo ao Pregador. Poucos meses depois, aliviada a tristeza, cumprindo o que prometera, ensinou à "patroa" as artes e os segredos da viola. A partir de então, além de cúmplices na vida, tornaram-se também parceiros na música...
Os 95 anos de idade não diminuem de Geraldo Patusca a vitalidade e o interesse. Volta e meia ele é visto aos domingos, na missa das dez, na igreja das Mercês. Nas ruas do centro histórico, também é comum encontrá-lo cumprimentando entusiasmado os conhecidos e mandando recado para os incontáveis afilhados de batismo: " Cumpadre, leve minhas recomendações para fulano; comadre, dê lembranças a sicrano". Isto, para mim, quer dizer: cumpadre, recomendo que fulano seja feliz; comadre, peça a sicrano que não se esqueça de mim...

*patusca - denominação utilizada para designar pessoas antigamente nascidas em Dores de Campos, cidade vizinha a São João del-Rei.
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CINTRA, Sebastião de Oliveira. Justa homenagem ao querido professor de violino Geraldo Ivon da Silva. Tribuna Sanjoanense / Edição Especial - 23 de julho de 1996, página 3.

Fonte: Tencões e Terentenas
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