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Tipo: Artigos / Cartilhas / Livros / Teses e Monografias / Pesquisas / Personagens Urbanos / Diversos
Monsenhor Paiva e a Capela . José Maurício de Carvalho
Descrição
Monsenhor Paiva é conhecido e muito querido da comunidade são-joanense, atua na Paróquia do Pilar há mais de cinqüenta anos. Sereno e atencioso construiu trajetória de vida e elevação espiritual em décadas de sacerdócio. Muitas famílias da cidade e todos os católicos têm para com ele dívida de gratidão pelo modo como vem vivendo intensamente sua vocação vital e missão evangélica.
Recentemente toda a cidade contraiu para com ele dívida de gratidão por rara iniciativa. Talvez se possa dizer que todo o país passou a lhe dever por isto: foi ele o principal articulador da restauração da Capela do Espírito Santo que foi remontada recentemente em nossa cidade. De qual Capela estamos falando?
Durante o século XVIII foi edificada pequena e delicada Capela na área rural da vizinha cidade de São Vicente de Minas. A edificação resistiu durante dois séculos, mas no século passado a alvenaria, portas e janelas se encontravam muito danificadas. Nas últimas décadas a dificuldade de manutenção e vigilância do bem permitiu que o imóvel fosse roubado. Saqueado de dois modos, como edificação religiosa da Igreja Católica e como bem de inestimável valor da história de Minas e do Brasil. Um ladrão meticuloso levou as partes de maior valor: as peças de ouro dos altares, a porta do sacrário, os objetos do culto, paramentos e quase tudo de valor histórico e material do interior do templo. E é aí que a história do Monsenhor Paiva se cruza com a da Capela. Ele decidiu salvar o que ainda restara quando tantos de nós teriam simplesmente dado de ombros ou apenas lamentado a má sorte do pequeno templo. Felizmente ele também não atribuiu às autoridades civis a responsabilidade de apanhar os ladrões e refazer o imóvel cruzando os braços diante do lamentável episódio.
Considerada a impossibilidade de garantir a segurança do imóvel e seus bens integrados, o Monsenhor desmontou as partes que sobraram e as trouxe para São João del-Rei. Passou a enfrentar luta difícil para remontá-las. Durante anos tudo permaneceu desmontado. Na festa de Pentecostes, neste ano de 2012 da morte do Cristo Jesus, a Capela foi finalmente remontada e entregue ao público.
Muitas pessoas contribuíram para que isto ocorresse, André Dangelo fez um projeto de dentro para fora, concebendo uma edificação que em seu interior era exatamente igual a original. Por isto quando os altares foram remontados ficaram como na edificação original. Com a competência reconhecida o arquiteto encontrou solução interessante para inseri-la no conjunto da cidade. Carlos Magno liderou a equipe de restauradores e a partir de fotos e das peças restantes refizeram as partes faltantes.
Com certeza muitas pessoas colaboraram para que um projeto desta envergadura pudesse ser concretizado. Todas merecem o agradecimento da comunidade. Não seria possível nomeá-las aqui, mas quero lhes dirigir uma palavra de agradecimento neste reconhecimento ao responsável principal responsável pelo projeto. Monsenhor Paiva um dia decidiu salvar a pequena Igreja e o fez.
Os céus premiaram o esforço. A pintura original de grande parte do que foi salvo estava nova, o teto possuía coroa em alto relevo e revelou uma importância histórica que não se imaginava que tivesse. Enfim, a magnífica peça do século XVIII ressurgiu renovada no XXI tão linda como foi um dia.
Monsenhor Paiva merece nosso reconhecimento, nossa palavra de agradecimento e respeito pela magnífica obra que levantou em nossa cidade. Deixou exemplo para nós e seus irmãos sacerdotes que tem nas mãos bens de grande valor. Ao reformar bens históricos é importante preservar, no possível, o projeto original.
José Mauricio de Carvalho – Vice-Presidente do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural.
Monsenhor Paiva é conhecido e muito querido da comunidade são-joanense, atua na Paróquia do Pilar há mais de cinqüenta anos. Sereno e atencioso construiu trajetória de vida e elevação espiritual em décadas de sacerdócio. Muitas famílias da cidade e todos os católicos têm para com ele dívida de gratidão pelo modo como vem vivendo intensamente sua vocação vital e missão evangélica.
Recentemente toda a cidade contraiu para com ele dívida de gratidão por rara iniciativa. Talvez se possa dizer que todo o país passou a lhe dever por isto: foi ele o principal articulador da restauração da Capela do Espírito Santo que foi remontada recentemente em nossa cidade. De qual Capela estamos falando?
Durante o século XVIII foi edificada pequena e delicada Capela na área rural da vizinha cidade de São Vicente de Minas. A edificação resistiu durante dois séculos, mas no século passado a alvenaria, portas e janelas se encontravam muito danificadas. Nas últimas décadas a dificuldade de manutenção e vigilância do bem permitiu que o imóvel fosse roubado. Saqueado de dois modos, como edificação religiosa da Igreja Católica e como bem de inestimável valor da história de Minas e do Brasil. Um ladrão meticuloso levou as partes de maior valor: as peças de ouro dos altares, a porta do sacrário, os objetos do culto, paramentos e quase tudo de valor histórico e material do interior do templo. E é aí que a história do Monsenhor Paiva se cruza com a da Capela. Ele decidiu salvar o que ainda restara quando tantos de nós teriam simplesmente dado de ombros ou apenas lamentado a má sorte do pequeno templo. Felizmente ele também não atribuiu às autoridades civis a responsabilidade de apanhar os ladrões e refazer o imóvel cruzando os braços diante do lamentável episódio.
Considerada a impossibilidade de garantir a segurança do imóvel e seus bens integrados, o Monsenhor desmontou as partes que sobraram e as trouxe para São João del-Rei. Passou a enfrentar luta difícil para remontá-las. Durante anos tudo permaneceu desmontado. Na festa de Pentecostes, neste ano de 2012 da morte do Cristo Jesus, a Capela foi finalmente remontada e entregue ao público.
Muitas pessoas contribuíram para que isto ocorresse, André Dangelo fez um projeto de dentro para fora, concebendo uma edificação que em seu interior era exatamente igual a original. Por isto quando os altares foram remontados ficaram como na edificação original. Com a competência reconhecida o arquiteto encontrou solução interessante para inseri-la no conjunto da cidade. Carlos Magno liderou a equipe de restauradores e a partir de fotos e das peças restantes refizeram as partes faltantes.
Com certeza muitas pessoas colaboraram para que um projeto desta envergadura pudesse ser concretizado. Todas merecem o agradecimento da comunidade. Não seria possível nomeá-las aqui, mas quero lhes dirigir uma palavra de agradecimento neste reconhecimento ao responsável principal responsável pelo projeto. Monsenhor Paiva um dia decidiu salvar a pequena Igreja e o fez.
Os céus premiaram o esforço. A pintura original de grande parte do que foi salvo estava nova, o teto possuía coroa em alto relevo e revelou uma importância histórica que não se imaginava que tivesse. Enfim, a magnífica peça do século XVIII ressurgiu renovada no XXI tão linda como foi um dia.
Monsenhor Paiva merece nosso reconhecimento, nossa palavra de agradecimento e respeito pela magnífica obra que levantou em nossa cidade. Deixou exemplo para nós e seus irmãos sacerdotes que tem nas mãos bens de grande valor. Ao reformar bens históricos é importante preservar, no possível, o projeto original.
José Mauricio de Carvalho – Vice-Presidente do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural.
