Melhores Práticas
Movimentos sociais de São João del-Rei oferecem serviços de creche e pré-vestibular
Descrição
A comunidade do Bairro Tijuco, em São João del-Rei, é um exemplo de que o envolvimento ativo dos cidadãos na solução dos problemas coletivos resulta em bons projetos. A Associação dos Moradores e Amigos do Bairro São José Operário, a Organização Não-Governamental Atuação, a Casa Assistencial Semente do Amanhã e a Sociedade de Auxílio à Criança Enferma (Sace) oferecem cursos preparatórios para os vestibulares e concursos e serviços de inserção social, atividades educativas, artísticas e pedagógicas, alimentação para crianças.
Tratam-se de projetos desenvolvidos com a colaboração de voluntários e de doações da comunidade. A política pública, em alguns desses casos, contribuiu para a concretização das ideias e consolidação do oferecimento dos serviços. No entanto, muitos movimentos pedem uma ação mais constante e efetiva de desenvolvimento sócio-cultural do Tijuco, com ampliação das possibilidades de acesso ao lazer, às artes e aos livros. Eles reconhecem que a participação dos cidadãos é pequena, em face do tamanho e diversidade do bairro.
Creche
A Associação dos Moradores e Amigos do Bairro São José Operário, fundada há 24 anos, é a primeira instituição organizada e regulamentada que procurou oferecer serviços de inserção social a parcelas excluídas da sociedade. Através dela foi criado o Centro Infantil Celina Resende Viegas, com capacidade para 75 crianças de zero a quatro anos.
O presidente da Associação, Edson Maciel, contou que a creche atende, hoje, a 50 crianças, mas que há a intenção de voltar a 75. O que falta é verba. “Para tirar as ideias do papel, precisamos de apoio e de financiamento. Ninguém faz nada sozinho”, afirmou.
As crianças ficam na creche das 7h30min às 17 horas. Elas recebem café da manhã, atividades recreativas e educativas, almoço, higiene bucal, banho, lanche com suco e frutas e sopa. A coordenadora administrativa, Lílian Carla Martins, disse que é trabalhada a educação das crianças por meio da música e de brincadeiras, preparando-as para o Jardim de Infância.
A creche é mantida por doações de moradores e pela subvenção mensal de R$ 2 mil do Serviço Social da Indústria (Sesi). A Prefeitura Municipal cedeu quatro funcionários. “Mas a maioria dos profissionais, a carga pesada mesmo, fica por nosso custo. Fazemos eventos durante o ano para ajudar na captação de recursos, como feijoadas, venda de rifas e bingo. É um trabalho difícil, mas estamos atentos”, enfatizou o presidente da Associação.
Equipamentos parados
A Associação conseguiu adquirir, através de parceria com o Estado, equipamentos de saúde e, até, uma cadeira de dentista. Porém, os equipamentos não foram utilizados desde sua compra. Segundo Edson, foram feitos vários requerimentos para que se deslocasse um profissional de Saúde para o local. Até hoje, o Executivo não atendeu ao pedido.
Pré-vestibular
A Associação oferece, também, um curso pré-vestibular para 40 alunos, com envolvimento de estudantes do curso de graduação da Universidade Federal de São João del-Rei. Estão abertas 10 vagas para o cursinho. Os interessados devem procurar o Centro Infantil Celina Resende Viegas, na Rua Dom Delfim Ribeiro Guedes, s/n. A Associação cedeu um espaço à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) para construir a Oficina do Conhecimento. “Têm 10 computadores com acesso à internet e alguns livros de pesquisa escolar e literatura. Os serviços são para todos da comunidade em geral”, descreveu Edson Maciel.
Na ONG Atuação, fundada em 17 de dezembro de 2005 e cuja sede fica na Rua São José, nº. 108, são oferecidas aulas do curso pré-vestibular, dança de hip-hop e atividades para idosos. O espaço ainda conta com uma assessoria de imprensa e uma biblioteca de livros doados pela comunidade. Há, também, projetos para a reciclagem de materiais por meio da arte.
Segundo a vice-presidente da ONG, Elem Mara Guimarães, os projetos são voltados para o desenvolvimento da educação no bairro. O curso intensivo de preparação para o vestibular tem cerca de 25 alunos inscritos. É cobrada uma taxa de R$ 60 para complementar o pagamento dos professores.
Elem Guimarães considera que as dificuldades para manter a instituição são a falta de voluntários e de apoio da Prefeitura Municipal. A ONG paga aluguel, professores e luz e recebe auxílio financeiro de três parceiros, o que ajuda, mas não é suficiente. “Não achamos voluntários. É difícil encontrarmos uma pessoa que disponibilize apenas uma hora de seu dia para nos ajudar. Não recebemos nada da Prefeitura. Quando a procuramos, fica um jogo de empurra que nos fez desistir”, criticou.
Outros movimentos
Além da Associação de bairro e da ONG, o Tijuco possui diversos outros movimentos sociais. Mais duas creches realizam trabalhos filantrópicos de cuidado e desenvolvimento da criança. A Sociedade de Auxílio à Criança Enferma (Sace), localizada na Rua Rossini Baccarini, nº. 73, educa cerca de 60 meninos e meninas de dois a seis anos das 7h30min às 16 horas. Eles recebem alimentação, noções de higiene e quatro refeições diárias.
A Casa Assistencial Semente do Amanhã, na Rua José Cândido Gouvêa, nº. 72, oferece atividades de acompanhamento escolar a 30 alunos da Escola Municipal Kléber Filgueiras. Os estudantes que têm dificuldade de aprendizado são encaminhados pela própria escola para receberem um trabalho de incentivo sócio-educacional.
A alimentação, na Creche mantida pela Associação dos Moradores e Amigos do Bairro São José, é balanceada
Fonte: Folha das Vertentes . 2ª quinzena de setembro de 2010
Tratam-se de projetos desenvolvidos com a colaboração de voluntários e de doações da comunidade. A política pública, em alguns desses casos, contribuiu para a concretização das ideias e consolidação do oferecimento dos serviços. No entanto, muitos movimentos pedem uma ação mais constante e efetiva de desenvolvimento sócio-cultural do Tijuco, com ampliação das possibilidades de acesso ao lazer, às artes e aos livros. Eles reconhecem que a participação dos cidadãos é pequena, em face do tamanho e diversidade do bairro.
Creche
A Associação dos Moradores e Amigos do Bairro São José Operário, fundada há 24 anos, é a primeira instituição organizada e regulamentada que procurou oferecer serviços de inserção social a parcelas excluídas da sociedade. Através dela foi criado o Centro Infantil Celina Resende Viegas, com capacidade para 75 crianças de zero a quatro anos.
O presidente da Associação, Edson Maciel, contou que a creche atende, hoje, a 50 crianças, mas que há a intenção de voltar a 75. O que falta é verba. “Para tirar as ideias do papel, precisamos de apoio e de financiamento. Ninguém faz nada sozinho”, afirmou.
As crianças ficam na creche das 7h30min às 17 horas. Elas recebem café da manhã, atividades recreativas e educativas, almoço, higiene bucal, banho, lanche com suco e frutas e sopa. A coordenadora administrativa, Lílian Carla Martins, disse que é trabalhada a educação das crianças por meio da música e de brincadeiras, preparando-as para o Jardim de Infância.
A creche é mantida por doações de moradores e pela subvenção mensal de R$ 2 mil do Serviço Social da Indústria (Sesi). A Prefeitura Municipal cedeu quatro funcionários. “Mas a maioria dos profissionais, a carga pesada mesmo, fica por nosso custo. Fazemos eventos durante o ano para ajudar na captação de recursos, como feijoadas, venda de rifas e bingo. É um trabalho difícil, mas estamos atentos”, enfatizou o presidente da Associação.
Equipamentos parados
A Associação conseguiu adquirir, através de parceria com o Estado, equipamentos de saúde e, até, uma cadeira de dentista. Porém, os equipamentos não foram utilizados desde sua compra. Segundo Edson, foram feitos vários requerimentos para que se deslocasse um profissional de Saúde para o local. Até hoje, o Executivo não atendeu ao pedido.
Pré-vestibular
A Associação oferece, também, um curso pré-vestibular para 40 alunos, com envolvimento de estudantes do curso de graduação da Universidade Federal de São João del-Rei. Estão abertas 10 vagas para o cursinho. Os interessados devem procurar o Centro Infantil Celina Resende Viegas, na Rua Dom Delfim Ribeiro Guedes, s/n. A Associação cedeu um espaço à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) para construir a Oficina do Conhecimento. “Têm 10 computadores com acesso à internet e alguns livros de pesquisa escolar e literatura. Os serviços são para todos da comunidade em geral”, descreveu Edson Maciel.
Na ONG Atuação, fundada em 17 de dezembro de 2005 e cuja sede fica na Rua São José, nº. 108, são oferecidas aulas do curso pré-vestibular, dança de hip-hop e atividades para idosos. O espaço ainda conta com uma assessoria de imprensa e uma biblioteca de livros doados pela comunidade. Há, também, projetos para a reciclagem de materiais por meio da arte.
Segundo a vice-presidente da ONG, Elem Mara Guimarães, os projetos são voltados para o desenvolvimento da educação no bairro. O curso intensivo de preparação para o vestibular tem cerca de 25 alunos inscritos. É cobrada uma taxa de R$ 60 para complementar o pagamento dos professores.
Elem Guimarães considera que as dificuldades para manter a instituição são a falta de voluntários e de apoio da Prefeitura Municipal. A ONG paga aluguel, professores e luz e recebe auxílio financeiro de três parceiros, o que ajuda, mas não é suficiente. “Não achamos voluntários. É difícil encontrarmos uma pessoa que disponibilize apenas uma hora de seu dia para nos ajudar. Não recebemos nada da Prefeitura. Quando a procuramos, fica um jogo de empurra que nos fez desistir”, criticou.
Outros movimentos
Além da Associação de bairro e da ONG, o Tijuco possui diversos outros movimentos sociais. Mais duas creches realizam trabalhos filantrópicos de cuidado e desenvolvimento da criança. A Sociedade de Auxílio à Criança Enferma (Sace), localizada na Rua Rossini Baccarini, nº. 73, educa cerca de 60 meninos e meninas de dois a seis anos das 7h30min às 16 horas. Eles recebem alimentação, noções de higiene e quatro refeições diárias.
A Casa Assistencial Semente do Amanhã, na Rua José Cândido Gouvêa, nº. 72, oferece atividades de acompanhamento escolar a 30 alunos da Escola Municipal Kléber Filgueiras. Os estudantes que têm dificuldade de aprendizado são encaminhados pela própria escola para receberem um trabalho de incentivo sócio-educacional.
A alimentação, na Creche mantida pela Associação dos Moradores e Amigos do Bairro São José, é balanceada
Fonte: Folha das Vertentes . 2ª quinzena de setembro de 2010
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