O Projeto de Extensão Doutores... Por um triz, em atividade desde maio de 2001, é uma iniciativa do Departamento de Letras, Artes e Cultura da UFSJ, inspirada no trabalho de Hunter Adams, que propõe modificações no tratamento médico pregando, sobretudo, a humanização no ambiente hospitalar via afeto, sendo este um meio facilitador da cura e promoção de saúde.
Os “Doutores” são professores e alunos da UFSJ, além de membros da comunidade são-joanense. Seu trabalho, inteiramente voluntário, consiste em visitas semanais às instituições Albergue Santo Antônio (para idosos), Hospital das Mercês e Santa Casa de Misericórdia de São João del-Rei. Os objetivos das intervenções são despertar sentimentos e emoções que não os provocadas pelo ambiente de internação – normalmente frio e impessoal – no ser humano que ali se encontra, estimulando-o a sair do estado de passividade provocado pelo caráter institucional, para que este desempenhe um papel mais ativo na relação saúde / doença. 
Isso é feito para que a pessoa se torne agente do processo de cura. Os ‘doutores’ vão aos leitos vestidos de palhaços com jalecos e buscando uma interação lúdica, motivando os pacientes e fazendo uma troca de energias. Há raras rejeições. A intervenção é muito bem recebida pelas pessoas.
Considerando que cidade de São João del-Rei funciona como polo centralizador dos atendimentos médicos da região dos Campos das Vertentes, as visitas dos Doutores atendem, assim, à população de toda esta comunidade, composta de 21 municípios, e alcançando uma clientela de aproximadamente 400 pessoas por mês, entre crianças, adultos e idosos.
A coordenadora, Cláudia Braga, informa que o projeto não pode ser considerado com estágio para alunos universitários, porque “não queremos participantes que visam algo, eles tem que ser envolver porque gostam”, diz. Mais de 50 alunos já passaram pelo projeto.

São, atualmente, onze voluntários no projeto, sendo que nove são alunos da UFSJ e dois são membros da comunidade são-joanense.

Segundo a coordenadora, o começo foi difícil. O grupo tinha dificuldade de transporte e de verbas para comprar os acessórios necessários. Ela afirma que custeou o projeto durante o início. Com o crescimento das atividades, a Farmácia Americana se interessou pela idéia e patrocina exclusivamente as atividades desde então, pagando a vã, o jaleco, a maquiagem e todos os demais acessórios.

Após a colação de grau, muitos alunos deixam o projeto. No começo de cada ano, há uma divulgação de vagas para voluntariado. Cláudia conta que a adesão dos alunos é positiva, o que fez com que as atividades durassem por 10 anos.